La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 9
É hora da tempestade. O mar espera silencioso




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/401642/chapter/9


"É hora da tempestade. O mar espera silencioso"
Victor Hugo

Num canto da sala, Agnes observava Irene chorando feito um bezerro desmamado sobre o ombro da Penha. Até que a situação era engraçada já que aquela metida detestava ver pessoas chorando na sua frente, ainda mais apoiando a cabeça em seu ombro. Ela certamente devia estar morrendo de nojo, mas precisava disfarçar para não perder seu mais novo fantoche.

– Eu não acredito que ela fez aquilo, não acredito mesmo! Pensei que tudo estava resolvido e a gente ia ficar numa boa! Por que a Mônica escreveu aquelas coisas horríveis, por quê? Eu nunca fiz nada contra ela! – Irene ia falando em prantos enquanto Penha fingia lhe consolar como uma boa amiga.

Quando recebeu a ligação de Irene e ouviu seu choro compulsivo no outro lado da linha, Penha viu que seu plano tinha dado certo. Contratar aquele hacker para invadir o Facebook e o email da Mônica lhe custou dez mil reais, mas tinha valido cada centavo. O sujeito levou a noite inteira para conseguir invadir as contas e depois escrever aquelas mensagens ofensivas em nome da Mônica.

Era algo horrível, baixo e deprimente que só alguém como a Penha era capaz de escrever dado o seu grande poder de colocar qualquer um no fundo do poço. E tudo funcionou perfeitamente. Assim que leu as mensagens, Irene ligou para ela, que aparentemente era sua única amiga para desabafar.

– Bem que você falou, viu? Antes eu tivesse escutado! Agora eu tô morrendo de medo até de voltar pra escola! Já pensou se ela parte pra cima de mim?
Non, non! Eu jamais permitirrei una atrocidade dessas!
– Mas o que a gente pode fazer?

Ao refletir sobre a pergunta, ela pensou consigo mesma. “Hum... acho que posso aproveitar isso ao máximo!”. Afinal, elas tinham os e-mails e os recados no Facebook. Por que se contentar em fazer intriga só com a Irene sendo que ela podia fazer com a turma inteira e até com os pais e a diretoria do colégio? Aquilo tinha potencial para se tornar uma grande bola de neve e esmagar Mônica de uma vez por todas.

Querrida, escute o que eu vou dizer e tudo ficarrá bem.

__________________________________________________________

No dia seguinte, Maria Melo e Denise praticamente arrastavam Isa até a casa da Marina.

– Eu heim! Vocês querem aula de dança logo hoje?
– Pois é, fófis! Hoje é dia de balada e eu quero ar-ra-sar!
– E dançar é um santo remédio pra perder peso. Eu bem que ando precisando, viu?

Mesmo não entendendo nada, Isa foi com elas e as três foram até os fundos da casa, onde tinha um amplo espaço. Quando elas chegaram, ela levou um grande susto quando ouviu uma gritaria geral.

– SURPRESA! Feliz aniversário, Isa! – todos falaram ao mesmo tempo soltando confetes e tocando cornetinhas, deixando a moça emocionada e com lágrimas nos olhos.
– Ai, gente! Eu não acredito que vocês fizeram isso pra mim! Nossa!
– É pra gente mostrar que você é boa amiga e agora é membro oficial da nossa turma. – Mônica respondeu lhe dando um abraço e entregando seu presente.
– Nem sei como agradecer, obrigada mesmo!
– Tá, agora vamos pra festa antes que todo mundo comece a chorar! – Cascão falou colocando um CD para tocar e em pouco tempo uma música alegre ecoou no ar, agitando a festa.

O plano para a festa foi um sucesso, já que Isa não sabia de nada mesmo. Todos dançavam, comiam e se divertiam muito.

– E aí, quer dançar? – Luca perguntou para Maria e ela aceitou na hora, deixando as outras meninas com inveja.
– Ai ai... a Maria tá com sorte hoje! – Keika falou olhando os dois dançando. Ao ver aquela cena, Mônica então se lembrou de uma coisa.
– Ô Cebola, por acaso você não entregou o convite pra Irene?
– Entreguei sim! Acontece que ela me ligou falando que teve um problema muito grave e não pode vir à festa.
– Oh, que coisa! O que será?
– Aí eu não sei. Amanhã eu pergunto pra ela.

Ela voltou a olhar o casal que parecia disposto a ficar junto a festa inteira e sentiu uma ponta de preocupação.

– O Luca parece estar se entendendo bem com a Maria... como a Irene vai ficar?
– Xiiii! Não tinha pensado nisso!

Mesmo ficando com pena dela, parte dele até desejou que Luca ficasse com Maria.

__________________________________________________________

As galinhas tinham dado bons ovos que ela pretendia vender no dia seguinte. A horta também produzia bastante e ela começou a achar que estava difícil cuidar de tudo sozinha. Mesmo sendo uma chácara, a propriedade era bem grande e exigia muitos cuidados para continuar bonita e próspera. Mais cuidados do que uma senhora de setenta e cinco anos podia dispensar apesar da boa saúde e disposição.

– É... acho que vou ter que contratar alguém pra me ajudar aqui. O que acha, Rex?

O cachorro abanou o rabo como resposta e ela entendeu como um sim. Faltava apenas esperar que a pessoa certa fosse colocada em seu caminho.

__________________________________________________________

– Eles devem estar felizes naquela festa agora. – Irene falou com amargura e Penha tentou tranqüilizá-la.
Non pense nisso agorra, mon cherry. Deixe que aquela dentuça se divirta um pouco, porque a alegria dela acabarrá amanha mesmo!
– Sabe, eu acho que devia ir até aquela festa e tirar satisfações com a Mônica!
– Nós vamos resolver isso do jeito certo. Você está sendo vitima de bullying, non pode enfrentar isso sozinha.
– Será que é boa idéia? Estou morrendo de medo!
Querrida, non se subestime! Se você tem corragem parra ir até a festa e enfrentar a Mônica, entón pode muito bem seguir o nosso plano que es muito mais fácil! Non tenha medo, eu prometo que tudo ficarrá bem!

Agnes deu um sorriso perverso ao ver como aquela loirinha idiota estava cada vez mais se emaranhando na teia da Penha. Como ela era tonta! Se bem que era difícil resistir aquele olhar do desprezo.

Tudo acertado, Penha mandou que o chofer levasse Irene para casa, lhe fazendo várias recomendações para que não falasse nada nem com a Mônica e nem com o Cebola.

– Você deve falar com seus pais e com a dirretorra, cherry. Se falar com o Cebola, ele falarrá com a Mônica e isso te trará problemas.

Irene prometeu fazer tudo conforme ela tinha lhe instruído e foi embora feliz por ter encontrado uma amiga tão boa para lhe dar apoio.

– Acha mesmo que ela fará tudo como você mandou?
– Claro! Ela é tão boba e fácil de manipular que mais parrece um fantoche! Isso serrá muito divertido, non?

__________________________________________________________

No caminho de volta para casa, os quatro iam conversando alegremente sobre a festa e o clima estava tranqüilo. Contrariando todas as expectativas, Mônica e Cebola não discutiram em momento algum, o que tornou a festa melhor e mais divertida para todos. Até ele estava mais calmo e relaxado, se sentindo mais a vontade perto dela sem aquele controle excessivo.

Quando Magali e Cascão foram para suas casas, ele acompanhou Mônica até a casa dela e os dois ficaram conversando por um tempo no portão.

– A festa foi muito boa mesmo! Pena que a Irene perdeu... ela queria tanto ir!
– Pois é. – Mônica respondeu tentando não ter um ataque de ciúme. – Será que esse problema dela foi muito grave mesmo? Até fiquei preocupada!
– O mais estranho é que eu tentei ligar pro celular dela e só dá na caixa de mensagem.
– Amanhã a gente fala com ela, eu faço as pazes e você pergunta o que aconteceu.
– Bom plano esse! – ele falou dando aquele sorriso charmoso que ela adorava. – Bom, agora eu vou nessa porque ainda tenho aquele trabalho de química pra entregar amanhã. Você já fez o seu?
– Falta pouca coisa pra terminar.
– Então deixa eu ir, senão acabo não entregando. A gente se vê!

Ele se despediu dela com um selinho e Mônica entrou com um grande sorriso no rosto e sentindo-se nas nuvens. Tudo tinha voltado a ficar bem novamente e mesmo não gostando dessa amizade do Cebola com a Irene, ela imaginou que poderia aprender a conviver desde que ficasse somente na amizade.

“E é só amizade mesmo, eu confio no Cebola! Ele gosta de mim e nada vai mudar isso!”



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "La Revenge" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.