La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 45
Virei mais uma página do livro da vida...




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“Virei mais uma página do livro da vida: uma nova fase... novas experiências...novos erros...nova vida!”
Wanderleia Isabel


O tempo passou depressa e já estava na hora de Mônica voltar para casa. No dia anterior ela tinha se despedido da sua amiga Sue, prometendo manter contato sempre. Ela tinha arrumado suas coisas e Araci lhe ajudou a providenciar o documento de transferência na escola.

- Nervosa?
- Um monte. Como vai ser com meus amigos quando eu voltar?
- Ao que parece, alguns deles acreditam na sua inocência. Então todos irão acreditar também.
- Tomara. Eu ainda quero conseguir provas do que a Irene aprontou junto com a Penha. Só não sei como fazer isso.
- Você encontrará um meio, não se preocupe. Apenas lute pelos motivos certos.

Mônica ficou olhando a propriedade ao redor, já sentindo saudades.

- Puxa... eu aprendi tanta coisa aqui! Até comida sei fazer agora, já pensou?
- E até que você cozinha bem. O mais importante de tudo é que você se encontrou e aprendeu a se conhecer. O resto virá com o tempo.
- Eu me sinto muito melhor agora. Antes de vir pra cá, eu andava muito insatisfeita, sentindo uma irritação com sei lá o quê. Agora não tenho mais isso.
- Era sua alma pedindo por mudanças. Por isso continue evoluindo e seguindo em frente. Não pare de trabalhar só porque conquistou um objetivo. Procure por novos sonhos e sua vida terá sempre um sentido.
- Vou fazer isso sim. Quero proteger as pessoas e não deixar que sofram injustiças. É muito triste ser injustiçado, não desejo isso pra ninguém!

Araci pensou um pouco e resolveu perguntar.

- Como se sente em relação aquele rapaz? Ao voltar, você o verá de novo. Acha que vai sofrer?
- Só vendo pra saber, né? Mas acho que já desencanei dele. Quer dizer, eu sei que cada um faz aquilo que pode e tal, mas não sei se vou conseguir confiar nele de novo. Acha que tô errada?
- E por que estaria errada?
- Porque sei que é bom perdoar, mas não quero que as coisas voltem a ser como antes, comigo esperando eternamente que ele me derrote pra gente reatar o namoro. Nem sei se quero namorar com ele!

Ela entendeu a preocupação da moça e falou docemente.

- Perdoar as abelhas pelas picadas não te obriga a permanecer perto da colméia. Perdoe esse rapaz, entenda que ele também teve suas razões e limpe seu coração de qualquer mágoa. Isso fará bem e não irá te obrigar de jeito nenhum a ficar com ele. Cada um é livre para seguir seu caminho. Tanto você, quanto ele.
- Ainda bem, agora me sinto melhor! Eu gosto do Cebola e ele é muito gente boa sim entende? Acho que a gente pode ser amigo, mas namorar é que não dá mesmo!

Elas ficaram em silêncio por um tempo e Araci percebeu que dentro de alguns minutos seus pais iam chegar, por isso resolveu falar mais uma coisa.

- Mônica, recite aquela oração que te ensinei. Quero ver se você consegue cantá-la direito.

Mesmo não entendendo, Mônica recitou a oração pelo menos três vezes antes que Araci se desse por satisfeita.

- De vez em quando, treine para não esquecer. Minha intuição diz que você precisará dela um dia.
- Então vou treinar mesmo, a senhora sempre acerta tudo!
- Nem tanto... ainda tem uma coisa.
- O quê?
- Viva no presente. A vida acontece agora, não ontem ou amanhã. Só agora. Procure estar presente no momento e local onde está e não deixe que sua mente fique tagarelando o tempo inteiro. Isso gasta energia, é frustrante e não dá em nada de bom.
- Pode deixar, eu vou me esforçar bastante. Pena que não tem as flores pra eu olhar lá em casa...
- As flores podem ficar no seu coração. O estado de meditação e relaxamento que você conseguia no campo de lírios pode ser alcançado em qualquer lugar. O importante é o que se passa dentro de você.

Seus pais chegaram de carro e elas viram que era hora de se despedir. Despedidas, choro, agradecimentos, conselhos e recomendações. Elas se abraçaram longamente e Araci lhe pediu para que mandasse notícias.

- Acho que vou comprar um computador para mim. Não posso ficar desconectada do mundo.
- Que bom! Assim a gente pode se falar por e-mail e pelo Skype. É melhor que telefone porque não custa nada!

Os pais da Mônica também agradeceram a senhora por tudo o que tinha feito pela filha deles.

- Aparece lá em casa para fazer uma visita! A senhora será nossa convidada de honra! – Luiza falou muito agradecida e Souza emendou.
- Nós vamos levar a senhora para um bom passeio pela cidade, sei que vai gostar!
- Obrigada pelo convite! Tenham uma boa viagem e cuidado na estrada!

Depois de trocarem um último abraço, Mônica entrou no carro com o rosto banhado em lágrimas. Só que não eram lágrimas de tristeza ou desespero e sim de alegria e saudade. Depois de ter percorrido todo o caminho e chegado ao final, ela entendeu que precisava ter passado por tudo aquilo. Aquela experiência lhe trouxe um aprendizado que não poderia ser conseguido em lugar nenhum.

Ela aprendeu que não tinha o controle de tudo e por isso decidiu que ia fazer o seu melhor. O resto ela deixaria por conta da força que controla tudo o que existe, tendo fé que as coisas sempre iam se resolver para melhor. Aprendeu também a ter mais humildade estudando naquele colégio tão simples entre os alunos mais pobres e comendo da mesma merenda que eles.

Agora ela dava mais valor ao que tinha, porque sabia que nem todos nasceram com a mesma sorte. E sabia também que tudo podia mudar em questão de poucos segundos. Nada na vida era eterno e duradouro.

O mais importante de tudo foi que ela aprendeu que sua identidade e valor não dependiam de coisas externas. Ela era o que ela era, independente de roupas, sapatos, amigos ou amores. Araci tinha lhe ensinado muito bem que era perigoso depender de coisas externas para ser feliz porque elas podiam ir embora um dia. O que contava agora era seu interior e ela se sentia pronta, forte e bem disposta a recomeçar uma nova vida no bairro do Limoeiro.

E a primeira coisa que ela queria fazer era desvendar aquele mistério pelos seus pais e também por seus amigos.

“Tudo vai fiar bem, sei que vai! Agora nada me segura!”

Enquanto seu pai dirigia, ela foi entoando em pensamento a oração aprendida por Araci. Aquelas palavras sempre lhe traziam calma e paz.

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Irene estava bastante preocupada, pois soube que Mônica estava para voltar em breve. O que aquela dentuça marrenta ia fazer quando lhe visse novamente? Com certeza ia querer acertar as contas por causa daquela farsa.

- Poxa, não precisa ficar com tanto medo não! – Cebola tentou tranqüilizá-la. – Eu não vou deixar a Mônica ir pra cima de você.
- Obrigada, mas ainda assim eu tenho medo!

Cebola entendia muito bem as razões daquele medo, já que ele tinha apanhado da Mônica várias vezes ao longo da vida. Pobre Irene... tinha passado por tantos traumas e agora estava forçada a suportar a presença de alguém que lhe fez tanto mal. Ele não pretendia deixar que nada de ruim lhe acontecesse. E precisava também encontrar uma forma de fazê-la aceitar a volta da Mônica para a turma e talvez um dia como namorada dele.

“Eu tenho que arrumar um jeito de fazer a Mônica se desculpar com a Irene. Isso deve resolver tudo.” uma corrente de ar fez com que ele tremesse um pouco. Era impressão sua ou o tempo estava esfriando?


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