La Revenge escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 16
O desespero ganha muitas vezes batalhas




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"O desespero ganha muitas vezes batalhas"
Voltaire


Mônica, Cascão e Cascuda estavam acompanhando Magali no veterinário. A moça andava de um lado para outro chorando de desespero enquanto os três tentavam consolá-la.

- Calma, o doutor vai cuidar muito bem do Mingau.
- Eu tô com medo! Quando peguei, ele nem tava mexendo direito! Se eu perder meu gatinho... – ela parou de falar, pois o pranto não permitiu que continuasse.

Mais longe, Cascuda sussurrou tomando cuidado para que Mônica e Magali não ouvissem.

- Aposto que foi por culpa da Mônica!
- Fala isso não, mulher! É culpa do Feio, ele não passa de um doido varrido!
- Que só tá atacando quem é amigo da Mônica. Cascão, eu tô preocupada com você!
- Tranqüilo, eu sei me virar.

Os dois se calaram quando elas chegaram perto e a espera continuou. Muito tempo depois, o veterinário apareceu com o avental todo sujo.

- E então, doutor? Como ele tá? – Magali perguntou angustiada.
- Vai ficar bem, não se preocupe. Foi preciso aplicar alguns antibióticos para evitar doenças e infecções e tosamos o pelo dele para tirar aquela coisa.
- Tadinho! Eu posso ver ele?
- Sim, pode entrar.

Assim que viu seu gato numa gaiolinha, recebendo soro na veia e com o pelo todo raspado, Magali voltou a chorar novamente. Não, aquilo era cruel demais!

- Por que isso?
- Ele andou engolindo aquela coisa e parte obstruiu as vias respiratórias. Se você tivesse demorado mais um pouco, ele teria morrido sufocado.
- Quando vou poder levar ele pra casa?
- Amanhã. Melhor ele ficar aqui essa noite em observação.

Quando viram que o gato ia ficar bem, eles foram embora em silêncio, cada um imerso nos próprios pensamentos. O celular da Magali tocou.

- Alô? Quim? Ai, nem te conto o que aconteceu, foi horrível demais! Como é? O Seu Quinzão? Hã? O Nimbus também? Minha nossa! Vou até aí, tá? – ela desligou o celular e voltou-se para os outros três. – Gente, o Quim falou que o Feio atacou o DC e o Nimbus.
- Ah, não! Como eles estão agora? – Mônica perguntou levando uma mão a boca.
- O DC tá bem, mas o Nimbus machucou o braço e tá correndo risco de infeccionar por causa aquele raio podre do Feio. O Seu Quinzão também foi atacado junto com o Quim e eles estão no hospital. Tenho que correr.
- Tá bom, qualquer coisa me liga!

Ela saiu dali correndo, deixando só os três que continuaram seguindo o caminho, já que as casas da Mônica e do Cascão ficavam na mesma rua.

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No hospital, Quim estava com um curativo no braço e parecia bem. Já seu pai precisou ser hospitalizado com um grande ferimento no abdome.

- Quim, o que houve?
- Aquele maluco do Capitão Feio! Como se não bastasse destruir a padaria, ele atacou a gente! Droga, isso não pode estar acontecendo!
- Calma, Quim... pelo menos ele sobreviveu.
- Eu sei, mas ele não vai poder trabalhar por um tempão e também tem outra coisa...
- Que outra coisa?

Vendo que o rapaz hesitava, ela o encorajou.

- Fala, Quim! Não carrega isso sozinho não!
- Nós vamos ter que fechar a padaria temporariamente!
- Não! Isso não!
- O seguro não cobre o estrago do Capitão Feio e não temos como pagar esse prejuízo de uma vez. Vai levar meses até a gente conseguir pagar tudo!

Magali encostou-se na parede para não cair. Ele voltou a falar.

- Olha, eu sempre te apoiei em tudo, mas agora eu preciso que você me apóie.
- Claro, amor! Faço qualquer coisa pra te ajudar!
- Qualquer coisa mesmo?
- Pode pedir!

Ele apertou os lábios, deu um longo suspiro e voltou a falar.

- Eu sei que a Mônica é sua melhor amiga, mas essa amizade tá te prejudicando e prejudicando a mim e minha família.

A moça entendeu onde ele queria chegar e encolheu-se toda, sentindo o coração em pedaços.

- Eu deixei de falar com a Mônica, mas parece que aquele doido atacou porque você é minha namorada e ainda fala com ela.
- Ele te disse isso?
- Foi o que eu entendi. Magali, se as coisas continuarem desse jeito, não vai dar pra gente continuar junto! Minha família pode estar correndo perigo, você me entende?
- Entendo... – ela sussurrou com a cabeça baixa e as lágrimas escorrendo. Ele levantou seu rosto delicadamente e falou.
- Eu jamais te pediria uma coisa dessas, mas eu tô desesperado! Agora ele não tá atacando só a gente! Tá atacando nossa família, atacou e quase matou seu gato, daqui a pouco serão seus pais! Entende como isso é grave?
- Acha que deixar de falar com a Mônica vai adiantar alguma coisa?
- Adiantou pro resto do pessoal, não adiantou? Ele nunca mais mexeu com os outros.

Ela escondeu o rosto com as mãos e seu corpo sacudia com soluços dolorosos. Por fim, tomou a decisão.

- E-eu v-vou parar de falar com a Mônica. Ela vai entender.

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- A gente vai ficando por aqui. – Cascão falou quando eles passaram na frente da sua casa. Ele e Cascuda pretendiam assistir a um DVD para ver se relaxavam um pouco.
- Até amanhã.

Uma voz falou do alto.

- Eu acho que não! – Era o Capitão Feio flutuando acima deles e pronto para o ataque.
- Seu monstro! Finalmente apareceu, né? Vem cá pra eu te dar umas bifas! – Mônica gritou furiosa e louca para arrebentar a cara daquele cretino.
- Ousa me desafiar, sua dentuça?  
- Quem você pensa que é pra atacar os meus amigos? Se tem bronca comigo, então vamos resolver isso agora, você e eu!

Ele deu um sorriso ameaçador e Cascão viu que as coisas iam ficar muito feias.

- Cascuda, vaza logo daqui!
- Vem comigo!
- Não posso deixar a Mônica sozinha!
- Então eu não vou!
- Que tocante! O casalzinho quer ficar junto? Então morrerão juntos!
- O quê?

Um grande raio foi disparado na direção dos três. Mônica saltou para um lado enquanto Cascão empurrou Cascuda para outro. Tudo foi muito rápido e ele não teve tempo para desviar também.

- Minha perna! Minha perna! – Ele gritava se contorcendo de dor.
- Hahaha! Gostou? Ainda tem muito mais!
- Eu vou arrebentar sua cara agora mesmo! – Mônica bradou arrancando um paralelepípedo do chão e atirando contra ele, que se desviou sem problemas.
- Sua tola, pensa que pode me vencer? Eu acabarei com todos os seus amigos, TODOS! Vocês não perdem por esperar! Quem for seu amigo, vai sofrer nas minhas mãos!

Mais uma vez, o vilão desapareceu dali tão repentinamente quanto tinha aparecido. Ao ver que não havia mais perigo, Mônica correu até o Cascão para ajudá-lo.

- Cascão, você tá bem?

Cascuda a empurrou para longe e gritou com lágrimas nos olhos.

- É claro que ele não tá bem, sua imbecil!
- Ei, a gente precisa levar ele pro hospital!
- Sai daqui, deixa a gente em paz! Você tá estragando nossas vidas!
- Cascuda, não faz isso... – o rapaz gemeu ainda se contorcendo de dor.
- Faço sim! A gente tá sofrendo porque ela vive tretando com os vilões, cansei disso! Você apronta e é a gente que sofre?

Mônica ouvia tudo em choque, sem conseguir reagir.

- Vai embora, deixa a gente em paz e nunca mais olha pra nossa cara de novo! Anda, some daqui! Eu mesma chamo a ambulância! Vai! – Cascuda gritava feito louca e Mônica não teve outra opção a não ser correr ali num pranto desesperado.


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