Irony Of Fate - Único escrita por Milla C
Eles haviam dito Adeus, e o café estava quente por sobre a bancada. Era o último adeus, e o frio e chuvoso domingo era cruelmente reconfortante. Uma promessa mútua de dois amantes, a cafeína desceu sobrepondo o peso em sua garganta.
Porque já não havia modos de continuar, mas de nada adiantou e as lágrimas desceram.
Seus sonhos estavam se sobrepondo, mas o mais importante; deixaram ultrapassar o amor que sentiam, e agora ele estava pra pegar um avião para além do que ela podia alcançar, para o fim do mundo, e ela simplesmente não podia agüentar.
Mais um Adeus quem sabe, apenas mais um antes de vê-lo seguir em frente, talvez um beijo pra marcar que foram bons tempos. Não, não podia apenas deixá-lo ir, e sua constatação foi tão repentina que a xícara de café foi ao chão e em minutos ela dirigia em sua direção.
- Porque ele sempre será meu caminho...
Tão idiotas, sem acordos, apenas souberam gritar e magoar, no calor do momento, e quão cruel havia sido tudo lhes dando pouco tempo para pensamentos. Ele havia sido chamado para uma chance única de trabalho dos sonhos, fora do país, e ela não podia pensar em perder tudo o que havia conquistado na cidade que a havia a acolhido, cogitaram a distância, mas mais mágoas foram carregadas. E era algo tão superficial agora que ela pensava que não podia pensar em mais nada além de se socar, mas daria um jeito naquilo.
- O vôo para Dublin, já saiu?
- O avião irá decolar dentro de cinco minutos, senhora. Os portões já se fecharam! Obrigada, próximo.
- Mas... – Oh! Como gostaria de socar a atendente ranzinza, ou apenas chorar nos braços dele como uma criança dizendo o quão idiota fora, enquanto ele depositava um beijo suave em seus cabelos.
Ela caminhou lentamente para o vidro imaginando em qual avião ele poderia estar, deixando as lágrimas escorrerem por sua face em uma revolta muda.
- Cinco minutos para o fim do meu mundo. - Colou a testa no vidro e bateu o punho fechado, fungando. – E eu o mandei ir...
- Emi?
Não, ela não podia acreditar, os portões já estavam fechados, e ele estava voando agora para outro país. Não estava?
- Diogo? – Não, ele não estava. E ela riu e chorou ao mesmo tempo em que corria para os braços estendidos dele. – Oh Diogo, eu achei que havia te perdido. Deixado você ir, por uma besteira qualquer...
- Emi, Emi! Minha tentadora e impulsiva Emi. Acho que nos demos conta da idiotice a tempo. – Ele disse a abraçando e depositando um suave beijo em seu cabelo, e ela só pôde sorrir reconfortada. – Imagine que eu estava pensando em nós quando vejo uma louca bater no vidro e resolvo tentar ver o que acontece, e então é você! – Ele disse rindo.
- Não me importa onde estarei Diogo. Desde que estejamos juntos. – Ela lhe sorriu de volta.
- E não existirá mais Adeus para nós.
- Nunca mais.
- Eu te amo... – Foi a última coisa que ele disse antes dela puxá-lo para apoderar-se de seus lábios. Tentadora e Impulsiva Emi, o fim do mundo teria que esperar mais do que cinco minutos, a eternidade se dependesse dela.
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