Anything Can Happen – 2ª Temporada escrita por monirubi2009


Capítulo 43
Capítulo 43 – Conversa (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Só para terminar essa parte.



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Felipe dirige pelas ruas pensando em como a sua vida mudou nos últimos anos. Ele nunca pensara que ficaria com tudo que o pai teve durante os anos. Dinheiro, uma mansão, carros, um iate que nunca fora usado. No começo tudo era surreal, mas com o passar dos anos desde que ganhara tudo ele, sua esposa e seus filhos tiveram que fazer um grande esforço para “caber” na nova realidade que batia as portas. Mas era a conversa que ele teria com o Sinclair e os outros que o deixava desconfortável. Ele sabia antes o motivo da Alice ter agido daquele mesmo jeito, mas ele não entendia o porquê de agora ela ter feito de novo mesmo tendo prometido que havia mudado.

 

Pouco depois Felipe chega ao prédio da delegacia, ele estaciona o carro. Assim que desliga dá um suspiro pesado.

 

— Vamos lá Felipe. Você vai conseguir. – fala Felipe para si mesmo.

 

Ele desce do carro e segue até o prédio adentrando o mesmo.

 

— Oi Felipe. Algum problema? – pergunta Paulo.

— Oi Paulo. O Sinclair me chamou para conversar. – diz Felipe.

— Ah sim. Pode entrar. – diz Paulo indo embora.

 

Felipe continua seu caminho até a sala de Sinclair. Ele dá mais um suspiro e bate na porta. Sinclair abre a porta e deixa que Felipe adentre a sala.

Felipe percebe que na sala se encontram todos os envolvidos no assunto Alice o que o faz se sentir pressionado.

Ágatha percebe que o marido não se sente confortável com a situação e aproxima-se dele como que tentando confortá-lo.

— Obrigada. – sussurra Felipe para Ágatha.

Felipe senta-se na cadeira de frente para Sinclair.

— Será que pode me explicar o que aconteceu com a sua irmã, Felipe? – pergunta Sinclair.

— Na realidade eu não tenho certeza do motivo dela ter feito o que fez agora. Fazia tanto tempo que eu não via esse lado dela que eu realmente achei que ele tinha “morrido”. – fala Felipe seriamente.

— Entendo. Mas qual o motivo de ela ter feito isso antes? – pergunta Sinclair intrigado.

Mexer nessa história nunca era bom. Mas ele tinha que fazer. Ágatha segura a sua mão passando conforto.

— Bem o motivo era que a Alice queria chamar a atenção da nossa mãe. Quando a minha mãe apareceu carregando uma criança nos braços ela não queria falar sobre o pai da menina. Isso me intrigou. Eu queria muito saber no que a minha mãe havia se metido durante os anos que ficamos separados, mas ela nunca queria falar sobre isso. Ela só dizia que era passado e machucava quando ela comentava sobre isso. Eu deixei como estava. A minha mãe morava com a minha irmã, Alice, em uma casa deixada pelos meus avós e eu morava com o meu pai. – diz Felipe tristemente.

Sinclair e os outros percebem que era difícil para Felipe falar por algum motivo desconhecido.

— Então você e a Alice são irmãos por parte de mãe? – pergunta Ellie curiosa.

— Sim. O casamento da minha mãe com o meu pai fora arranjado. Eles não tinham amor só o interesse. Era um casamento arranjado por duas grandes famílias daquela época. Quando ela engravidara do meu pai eles esperavam que fosse um herdeiro e não queriam uma menina. E assim eu nasci. O meu pai estava muito contente por ter tido um herdeiro homem e ele que escolheu o meu nome. Era uma tradição. Mas com o passar dos anos eu via a minha mãe definhar. Eu ficava preocupado, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Meu pai tentou por algum tempo ter outros filhos, mas minha mãe não chegava nem a engravidar o que começara a deixar meu pai violento. A bebida foi só um passo. A minha mãe tomara a decisão de se separar quando o meu pai chegou bêbado em casa certo dia em casa e a atacou, forçando-a a ter relações com ele na minha frente. Foi nojento. Eu queria fugir, mas meu pai me amarrara em uma cadeira forçando-me a assistir enquanto dizia que quando uma mulher não queria obedecer deveria ser castigada. Quando ela se separou do meu pai eu achei que eu iria embora, mas não foi o caso. Meu pai ficara com a minha guarda, totalmente. Nos anos seguintes fora um inferno. Ele me tratava com um sucessor e queria que eu fizesse o que ele mandava e mostrava. Quando eu me recusava ele me castigava severamente. Nesse meio tempo minha mãe conhecera um homem que ela achou que fosse o certo para se conviver e ter uma família, mas as coisas não saíram como o esperado. – diz Felipe tomando fôlego e respirando pesadamente.

Sinclair e os outros ficam de boca aberta sem acreditar no que ouviam.

Tomado fôlego e um gole de água Felipe decide continuar.

— Minha mãe realmente achava que havia achado o homem dos seus sonhos, mas não era bem assim. Se com o meu as coisas já eram difíceis com esse novo homem as coisas se tornaram insuportáveis. Ele a estuprava sempre que sentisse necessidade, espancava e a torturava. Ele nunca a deixava sozinha e nem pensava em abandoná-la pelo motivo de ter achado alguém para “aliviar”. Quando ela soube que estava grávida foi a gota d’água, ela sabia que tinha que ir embora, se distanciar dele. Assim que ela fora embora ele nunca a procurou. Ela dizia que nunca havia contado a ele sobre a gravidez.

Fora quando a minha irmã fez quatorze anos que as coisas saíram do eixo. Ela queria ir a festas que continham bebidas e outras coisas. Mesmo que minha mãe proibindo Alice dava um jeito de escapar. Ela dizia que só iria parar quando descobrisse quem era o pai dela. Mas eu percebia que falar sobre o pai da Alice e aquela época deixava a minha mãe com muito medo e apreensiva. Quando a minha irmã fizera dezessete anos que as coisas pioraram, ela passou a usar drogas e dar em cima de tudo quanto era homem que ela pudesse ver. Isso que ela fazia estava acabando com a nossa mãe, mas minha irmã não dava à mínima. Meu pai havia morrido então eu podia tomar conta das duas sem problemas. Mas foi nesse tempo que minha mãe começara a passar muito mal de saúde. E mesmo Alice não parava quieta, o que já estava me irritando. Pouco antes de nossa mãe morrer eu chamei a Alice e falei umas verdades para ela que não gostara e disse que ia sair de casa. Minha mãe só observava tudo quieta. Foi aí que eu abri a porta da casa e falara para Alice sair se quisesse, mas disse para não voltar com o rabo entre as pernas achando que tudo estaria as mil maravilhas. Isso a deixara abalada e sem reação. Sim, eu poderia estar pegando pesado para com ela, mas eu estava farto de tudo. Foi quando ela fez 19 anos que nossa mãe falecera deixando-a desorientada e desesperada. À partir daí ela prometera que nunca mais seria a velha Alice. Antes ela queria saber quem era o pai dela, mas agora eu já não sei e nem imagino. Tento ainda saber quem é o pai dela e ela mesma não desistiu só que nós não sabemos por onde começar. Não sabemos nome, sobrenome, nada. Só o que a minha mãe falou. – diz Felipe respirando pesadamente e puxando o ar.

Agora sim todos ficam mais estarrecidos ainda.

— Então é isso? Ela fez isso só para saber quem é o pai? – pergunta Sinclair.

— Antes sim. Agora eu não faço ideia. – diz Felipe intrigado.

— Felipe, Ágatha podem esperar lá fora. Preciso resolver com eles. – diz Sinclair.

— Claro. – falam Felipe e Ágatha juntos.

Assim que eles deixam a sala Sinclair expõem sua ideia para os outros. E também do que deve ser feito. Um longo tempo se passa deixando Felipe e Ágatha apreensivos.

Sinclair volta a abrir a porta e pedir para os dois entrarem.

— Já resolvemos. Não irei te expulsar Ágatha. Mas se a Alice quiser vir aqui novamente terá que ficar na cola dela não deixar ela sozinha nem para ir ao banheiro. Entendido? – diz Sinclair seriamente.

— Entendido senhor. – diz Ágatha suspirando aliviada.

— E outra coisa. Gostaríamos de ajudar a Alice a achar o pai dela. Podemos usar nossos recursos para isso. Mas com uma condição. Que a Alice não venha sozinha para a delegacia. Um de vocês ou alguém de confiança tem que vir junto. Ela não poderá ficar sozinha aqui nem por um minuto para não causar mais nenhum problema. – diz Sinclair encarando os dois – Estamos entendidos?

— Sim senhor. Estamos. – diz Ágatha.

— Obrigada por isso. Pode contar conosco. – fala Felipe aliviado.

Eles se despedem de todos e vão buscar as crianças na escola. Seguindo rumo a casa logo após.

Assim que entram na casa o único som ouvido é o da sala de cinema.

Ao chegarem perto da sala de cinema eles se deparam com uma cena inusitada. Bruno e Alice se encontram sentados no mesmo sofá como se fossem um casal começando a assistir outro filme, mas dessa vez romântico, o nome do filme aparece deixando Felipe e Ágatha surpresos, Um Porto Seguro*, os dois queriam muito assistir mas percebem que Alice precisa desse momento sozinha ou na companhia de uma pessoa como Bruno. O sorriso brota no rosto de cada um ao verem como Alice está mais calma.

Ao deixar a Alice e Bruno assistindo o filme eles sobem para os quartos.

— Você iria gostar de ver isso mamãe. – diz Felipe ao vento.

— Ela ia gostar muito. Por que depois de tanto tempo Alice pareceu que estava muito feliz e bem. – diz Ágatha sorrindo.

— Verdade. Você acha que eles podem ter algo entre eles? – fala Felipe.

— Não sei querido. Isso vai depender do coração dos dois. Eu mesma já percebi do Bruno para a sua irmã. Ambos merecem serem felizes. – fala Ágatha indo até o banheiro.

A hora passa e o final do filme deixa Alice e Bruno perplexos e surpresos. Eles não se incomodam de estarem tão perto. Um cheiro gostoso adentra a sala. Alice reconhece o cheiro e sorri.

— Eles chegaram. – diz Alice alegremente.

— Como você pode ter certeza? Eu acho que eles iam demorar. – fala Bruno.

— São eles sim. Esse cheiro vem de uma comida que só a minha mãe fazia. Ela me ensinou e ao Felipe a fazermos essa receita quando éramos mais novos. Vem. – fala Alice alegremente.

Bruno a segue até a cozinha e vê Ágatha sentada no balcão e Felipe cozinhando.

— Está maravilhoso o cheiro. – fala Alice da porta.

— É verdade. Quer ajuda senhor? – diz Bruno.

— Que bom que está gostoso. Não precisa, já está quase pronto. – diz Felipe.

Assim que sentam a mesa Bruno é convidado a se juntar a eles. Com todos à mesa a comida é servida e depois de agradecerem eles começam a comer.

Bruno fica encantado com o cheiro e o sabor que repete.

Depois do almoço quando as crianças vão até o quintal brincar. Felipe fala da resolução ao problema da Alice. A surpresa toma o rosto de Alice.

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O que eles não sabem é que o pai da Alice está mais perto do que imaginam mas ele não nada do que eles esperam ou poderiam imaginar. Será que saber a verdade vai fazer bem  para a Alice?


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Notas finais do capítulo

Bem aí está.

* Um Porto Seguro = Filme baseado em um livro de Nicholas Sparks. Fala sobre uma moça que queria recomeçar na vida mas o passado está a porta.



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