Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 4
A espada rubra


Notas iniciais do capítulo

Mais resposta, mais perguntas! Assim que é bom, né não? Enjoy it! :)



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Não seria surpresa alguma eu dizer que Monserrat não conseguiu se sair bem em seus primeiros embates com Aelor. Porém, A Pluma de Prata era muito rápida e forte. Muito além de uma criança da sua idade. Tinha apenas 10 anos e conseguia se esquivar e defender bem os ataques do Batedor. Aelor teve todas as suas dúvidas sanadas naquele instante. Era claro que Monserrat ainda não era páreo pra ele, mas ele estava no lugar certo, com a criança certa.

– Fjedsøll, já está bom por agora! - Foi se afastando de Monserrat mas fez um sinal com a cabeça de quem está chamando e a menina logo se pôs ao seu lado na caminhada. - Você percebe que não é uma garota como as outras não é, Fjedsøll? Seus desejos devem ser diferentes das outras meninas.

– Eu quero ser um soldado, Aelor! - Monserrat sustentava um sorriso inocente em seu belo rosto. - Meu pai é um dos homens do Protetor da Relíquia e se ele for mais corajoso do que já é pode se tornar o Monsenhor de alguma monéria próxima à Bönfrir, já que Sir Taussert tem muitos filhos.

– E o que você sabe sobre hierarquia, pequena Fjedsøll? - O Batedor gargalhava enquanto dava um leve tapa nas costas de Monserrat que ainda carregava sua espada com as duas mãos e se divertia com ela. Agora com a face emburrada. - Estou brincando com você, Fjedsøll! Sei bem que tens estudado com sua mãe em tudo que era possível a sua mãe lhe ensinar. E sei bem que ela é uma mulher muito sábia.

– Como pode saber disso, Aelor? - Monserrat lhe encarava com um olhar confuso, sua face emburrada se desfez. - Minha mãe não sai e apenas me ensina sobre os Deuses, sobre administração e... - Seu rosto enrubesceu levemente.

– E o quê mais, Pluma de Prata?

– Eu pedi que me ensinasse também a arte da guerra e sobre os heróis do passado.

Aelor sorria, mas não sabia como sendo tão versada as coisas de guerra ainda não o havia reconhecido. E nem ao que ela própria era.

– Venha Fjedsøll! Voltaremos a sua casa, pois tenho questões a tratar com sua mãe e você tem de estar presente.

Ao passarem pela taverna, um grupo e mercenários e ladinos iam saindo pela porta dos estabelecimento. Eram em torno de seis mercenários e dois ladinos, que bêbados, podem não ter reconhecido a verdadeira identidade de Aelor e por isso atacaram com tudo o que tinham. Se via as pegadas deixadas na terra pelo peso das roupas que os mercenários carregavam e por seus próprios pesos também.

– Se afaste, Fjedsøll! Mercenários são perigosos! - Aelor dizia aquilo já atacando dois dos mercenários que com as espadas sobre as cabeças, se preparavam para o primeiro ataque. - Corra, Pluma de Prata!

O nome atiçou a curiosidade dos dois ladinos que perceberam que a menina possuía cabelos prateados e olhos castanhos claro, como na Canção da Pluma de Prata! A canção da Pluma de Prata era sobre um homem que tinha a dádiva de ser um receptáculos de um Deus Valardiano. Ele era o receptáculo do Deus Amilfrot, o Deus da Guerra. Que diziam não prezar por sua beleza, mas ser assim naturalmente. Todos os receptáculos dos Deuses eram conhecidos como seus filhos, abençoados por eles com a dádiva de ter os seus poderes.

Eles tinham o poder dos Deuses, em uma escala consideravelmente menor do que a dos próprios Deuses, mas essa por sua vez era um pouco maior do que a dos humanos comuns. Eles eram feitos desse jeito para que no Confronto Final contra a Familia Negra de Sodovar, que seria no plano terreno, eles lutassem em corpos preparados para recebê-los.

Monserrat também sabia da canção mas ainda não tinha percebido a ligação até um dos ladinos gritar "Ela é a reencarnação do Pluma de Prata"! Realmente o Pluma de Prata da canção era bonito como o Deus Amilfrot é representado, e Monserrat se parecia também. Aelor a fitou com um olhar de quem diz que tudo seria esclarecido mais tarde. Então era isso que ele queria contar.

Ela poderia ter ficado triste por ninguém ter contado nada pra ela antes, mas ela ficou feliz por saber que era uma filha de Amilfrot. Aquilo explicava tudo. O seu interesse militar e sua inteligência exacerbada para esse tipo de assunto. Agora eles realmente tinham algo mais importante para resolver.

Os mercenários não tinham se dado conta ainda do que tinham ao lado, enquanto Aelor era apenas Aelor, eles tinham uma filha dos Deuses, ainda criança, por quem poderiam pedir ouro para que fosse devolvida. As emoções de Monserrat estavam confusas e foi ela quem começou o assalto sobre os dois ladinos que vinham em sua direção. Ela teve apenas um dia de treinamento, mas além de poder ter a oportunidade de ter visto seu pai lutando antes, ela teve um dia de treinamento. Ela era uma filha de Amilfrot e por isso talvez conseguisse se virar contra dois ladinos. Afinal, eram apenas dois ladinos!

Aelor estava lutando desarmado, a sua espada ainda estava com Monserrat, mas por sorte um dos mercenários possuía duas espadas, com certeza uma era roubada, e o Batedor conseguiu pegar a que estava na bainha do mesmo. Era uma espada bonita, tanto quanto a Dobradora de Gigantes que estava em sua mão. O diferencial era que no cabo da espada as duas pontas faziam um arco para a ponta do mesmo e a diferença mais gritante era que o fio da espada era vermelho, mas não de sangue. Era uma espada de rubi. Mas tranquila por ver Aelor em posse de uma espada novamente, Monserrat tentou se concentrar nos inimigos a sua frente.

– POR BÖNFRIR! - Monserrat, com a Dobradora de Gigantes em riste partiu com tudo para cima dos dois ladinos. A Pluma de Prata acabou logo com a desvantagem chegando perto dos dois homens, que estavam um ao lado do outro e girando sobre os calcanhares para o lado direito acertou o segundo homem no coração. Saltou para trás como um gato para que o primeiro homem não a atingisse sorriu satisfeita por ter aprendido bem uma das poucas técnicas que conseguiu ter tempo de aprender com Aelor.

Monserrat também aprendeu a se esquivar e era o que fazia perante a brutalidade dos ataques do outro simples ladino. Ela feria-o aos poucos, nas pernas até que o homem ficou cansado o bastante para baixar a guarda e nem perceber quando a Pluma de Prata arrancava sua cabeça de seu corpo.

Aelor lutava bravamente contra os outros seis homens, mas a luta era muito desigual e Aelor conseguia apenas se desviar e rechaçar os golpes com a espada rubi. O que os mercenários não sabiam era que os ladinos não deram conta daquela simples garota de cabelos prateados e o primeiro deles sofreu um ataque surpresa pela costas e a Dobradora de Gigantes trespassou o homem na altura do coração.

No momento de confusão Aelor acertou dois dos outros mercenários fatalmente, restando assim apenas três. Os mercenários se dividiram. Dois se viraram para o lado de Aelor, que por motivos óbvios era o mais experiente e um tentaria pegar Monserrat ainda viva, afinal ela era uma filha dos Deuses e assim valiosa.

A porta da taverna se abriu novamente e com um olhar atônito o líder dos mercenários e ladinos, aquele que Aelor reconheceu como Banqüifar, um terrível algoz que assolava as terras do norte com seu bando, via seu bando ser exterminado por um cavaleiro e uma criança.

– O que fazem ai, perdendo pra estes vermes, seus idiotas? O que se passa aqui?

No momento em que seu líder gritou por explicações foi a perdição do resto do bando. Nem o homem que achava que não deveria se preocupar com Monserrat foi trespassado pela Dobradora de Gigantes. A vantagem estava encerrada e mudara de lado. Agora era Monserrat e Aelor contra Banqüifar.


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Notas finais do capítulo

Os filhos dos Deuses não são filhos dos Deuses, são só receptáculos para os mesmo. Eu acho que deixei bem claro, mas é bom reforçar! Hehe.Os deuses não fazem distinção de qual corpo vão tomar, mas preferem que sejam do mesmo sexo do que eles próprios. Mas Monserrat tem contituição forte. Ela nasceu no grande inverno e sobreviveu. O Deus da Guerra a saudou por isso com sua graça. Se a guerra final entre os Deuses Valardianos e a familia negra não ocorrer enquanto ela for viva, ela simplesmente será mais forte que os humanos comuns para sempre. Ainda não apareceram na história, mas existem outras criaturas além de humanos. É que nesses reinos do norte eles foram banidos... Quase todos. :)