Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 16
O Gigante da Floresta


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo vai especialmente para o É do Metal e pra Stagni que com tanto carinho pediram pra eu ir logo se não tomava um soco inglês na boca… Só digo verdades! ‘-’ Agradeço o carinho de quem tá lendo, se divertindo e comentando. Estamos aqui pra isso. Pra se divertir e proporcionar diversão… Falei bonito demais… Tá tarde… Vou dormir!



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As sombras dentro da Floresta de Amaranthos eram densas e quando avistaram a enorme criatura, em sua silhueta coberta de negro, efeito das copas das árvores, sentiram um leve arrepio subindo pelas costas até a nuca. Amaranthos de fato era um ser impressionante dentro de toda a sua magnificência. Sir Modric já ouvira falar dessas criaturas, mas como muitos nortenhos achava que tudo que era mágico havia sido expurgado do Norte totalmente e pra sempre. Nada, nunca, é assim! Sir Modric aprendera isso muitas vezes depois de ajudar a eliminar todo tipo de ameaça mágica de perto de seu povo, trancando-os atrás dos portões da humanidade. Estava diante deles um resquício de magia que para Monserrat era um sopro de benevolência e atiçava sua curiosidade.

O contato com o mágico da pequena garota se resumia até então a criaturas gosmentas ou putrefatas, se fosse pessimista encararia tudo mágico até agora como gosmento ou putrefato. Amaranthos não era assim, e a voz austera e potente daquela criatura a tirou de seu turbilhão de pensamentos ao declamar um “Você é bem-vindo a Floresta de Amaranthos e nada aqui lhe fará mal, a não ser que eu ordene.” Aquela criatura devia ter mais de dois metros e meio e era totalmente branca, mas não parecia que havia pele por baixo de seu manto de pele de animal, um animal totalmente branco da mesma forma que o dono da peça, pois havia lascas de si mesmo em suas vestes.

Ela não deixou passar batido a desdenha do grande ser a ela ao se dirigir apenas a Sir Modric, mas logo o caçador chamado Aldruk pois a mão em seu ombro a fazendo virar em sua direção. – Eu ouvi o senhor ai te chamar de Monserrat e esse não é um nome muito comum não é? – Aldruk a fitava de cima abaixo. – Essas roupas de pano. Lutar tão desprotegida assim não é nada sábio, até mesmo para uma prometida das profecias, ou filha dos Deuses. – Seus olhos se pousaram nos castanho-claro de Monserrat e ela enrubesceu com o sorriso de Aldruk. – Parabéns! – Ele virou para o grande Golem – Totem e falou um pouco mais baixo – A propósito, os Golem – Totem não conjugam plural. Eu demorei a me acostumar também, mas é óbvio que ele sentiu sua presença. Você tem o potencial pra se tornar uma grande guerreira! - A pequena coruja no ombro do caçador chiou bem baixo e estremeceu o corpo e logo em seguida o caçador acariciou o topo de sua cabeça. - Taus concorda comigo.

Amaranthos interrompeu aquele momento de conversa mandando Aldruk ir pegar suas coisas. “Leve apenas uma mochila, meu jovem caçador. Nela deverás por uma muda de roupa e no espaço que sobrar encha-a com o veneno da floresta. Não esqueçai seu equipamento de combate! Tendes de ser ligeiro, pois sua caravana já está em debandada! Teu tempo é dois décimo de hora. Corra ligeiro, meu jovem caçador.” Aquilo parecia fazer parte do treinamento de Aldruk pois ele saiu em disparada para o meio daquela floresta escura e em dois momentos já não era mais possível ouvir o seu passo rápido.

– Não a ignorei, Pequena Pluma de Prata, mas percebo que o fez comigo assim que começastes a conversar com meu jovem caçador. - Amaranthos se aproximava e aproximava e Monserrat sentia cada vez mais aquela presença acolhedora envolvendo tudo ao seu alcance e percebeu que aos seus pés nasceu uma flor com quatro pétalas cinzas bem brilhantes. Era como se fosse da cor de seu cabelo. - Podemos chamar essa pequena flor de Monserrat, não podemos? - Aquela criatura não foi feita para sorrir. Suas feições eram duras e tristes, mas Monserrat achava que aquilo não era o que se passava no coração daquela criatura. Aquela criatura teria coração? A Pequena Fjedsøll fez que sim com a cabeça em silêncio e a voz da criatura ecoou novamente, “Sim, criança! Eu tenho um coração. Mas essa não é a questão agora. Sente-se!” Monserrat fez o que lhe foi ordenado e Sir Modric sentou ao seu lado e ao lado dele Tessala.

– Monserrat, a Pluma de Prata. Filha do Caçador de Feras. O homem que acabou com os Gigantes de Fogo de Sutherdryn, bem ao sul de onde estamos agora. - O gigante de pedra também se sentou e estendendo as duas mãos para Monserrat com as palmas viradas para cima e continuou a falar. - Sou o espírito que nasceu com essa floresta e vai morrer com ela. Eu sou um do criador da vida nesse mundo. Eu sou um golem, pois sou a pedra firme desta terra que você se apóia e se equilibra. Eu sou o totem que representa o verde e o marrom da árvore e o azul do rio e o azul do céu e a infinda cor da vida daqui. Eu sou o protetor e o guardião de tudo que respira, até do próprio ar dessa floresta. Me chame de Amaranthos, ó criatura abençoada pelos Deuses, filha da guerra e da sorte. Filha do Inverno do Inverno e que volta do passado pra completar a sua obra e se sentar no lugar onde deves por direito. É um prazer conhecer alguém que pode arrebatar reino apenas por seu espírito. E é uma honra me sentar e poder falar por tanto tempo com uma ungida de um do meu pai.

Monserrat estava feliz por ouvir Amaranthos falar. Ela gostava da voz melodiosa e harmônica do gigante e um sorriso brotou nos seus lábios ao ouvir todos aqueles títulos. Então seu pai foi mesmo alguém importante. Aquilo fazia com que a jovem se sentisse ainda mais confiante do desempenho de seu pai na guerra. Ele deveria ser um líder de batalhão, já que era tão apreciado pelo Rei e tinha feito tantas coisas boas.

Por um momento seu coração bateu mais devagar, pois fora apertado pela saudades de seu pai e de sua mãe. Tinha muito o que descobrir sobre o passado deles e não faria isso agora. O faria quando todos voltassem a se encontrar. Ela queria que aquilo fosse o mais rápido possível, mas também sabia que tinha muito o que fazer para ajudar seu pai na guerra. No final das contas eles iriam lutar lado a lado e acabar com todos os inimigos que ameaçassem o reino.

– isso está escrito, pequena! - O gigante voltara a falar. - E está escrito em pedra tão antiga que nem eu, mesmo sendo um espírito ancião consigo mais ler. Mas a pedra lembra… E eu sou a pedra! - Amaranthos fitava Monserrat com seus olhos de pedra e sem íris o que a incomodou um pouco. Ela não entendia o que aquela criatura tentava dizer a ela. Sim, ele lia a sua mente de alguma forma, isso não importava mais. Muitas coisas estranhas aconteceram para ela se importar com isso, mas era engraçado como ele tinha a resposta para tudo. Todavia, algumas delas ainda eram muito complexas para a pequena Fjedsøll. - Não se preocupe com tudo isso por agora, de qualquer forma. Se tiveres uma boa memória, entenderá tudo o que disse em um futuro talvez não muito distante. - Seus olhos se desencontraram e Monserrat percebeu que ao seu lado esquerdo, Sir Modric a observava com certa admiração e respeito. Ela devolveu o olhar violeta com um sorriso.

– Pegastes todo o veneno que pode, caçador? - Quem falava era Amaranthos, mas Monserrat percebeu que não era com ela e sim com Aldruk que já estava sentado ao seu lado com aquele jeito ofegante de quem correu muito e seu peito arfava e subia e descia. - Fizestes metade do tempo. Ganhará um presente assim que me contar o que tens na mochila.

O jovem arqueiro remexia sua mochila e começou a declamar como se fizesse isso automaticamente havia muito tempo. - Alissa, Acácia, Antúrio, Cicuta, Datura, Beladona, Abrus, Crantz, Intara e Makava. Ia pegar plantas medicinais também, mas acho que estamos perto demais do nosso destino para precisar me preocupar com isso.

– De fato, estás bem munido, mas devia se precaver! Não se sabe o que se encontra atrás daquela árvore, quanto mais ao horizonte insípido, arredio e selvagem longe daqui. - Os dois se encararam por um tempo e logo Amaranthos voltou a falar. - De fato, de qualquer forma, façais como achar melhor, meu querido amigo e caçador. E aventura-te bem. - Aldruk e Tessala já se levantavam e por isso Sir Modric e Monserrat se levantaram também. - Não se esqueça de sua arma, caçador. Tens o seu arco e flecha, mas precisará usar o escudo de sua adaga, pois ela será importante para todo o seu futuro. Não só o futuro do agora, mas como o futuro distante e também o futuro entre o futuro de agora e o futuro distante. Para o resto de sua vida, em suma.

– Tomem cuidado, meus amigos e meu amado irmão. - Tessala deu um abraço forte em Aldruk e Monserrat pode perceber uma única lágrima solitária e mirrada escorrer pela face rosada bem branca de Tessala e a jovem druida lhe lançou um olhar meigo quando reparou que a jovem a fitava.

– Vá, meu amigo e tenha uma afortunada chegada em Ravenya. - Depois de se despedir de seus convidados, o gigante de pedra deu meia volta e em poucos segundos já havia se embrenhado no meio da floresta parecendo se fundir com a paisagem.

– Levem Raju até a ponte que liga Ferdgarst à Ravenya. - Tessala acariciava o focinho do urso enquanto os outros se aglomeravam para sairem da floresta e seguir viajem. - Eu o encantei e agora eu saberei se acontecer alguma coisa com vocês no caminho até lá. - De fato, Raju agora apresentava, por cima da sua íris totalmente negra, a mesma marca que existia nos olhos de Tessala. Um xis laranja em cada olho. - Está na hora! - E ela também se virou, sem antes dar um ultimo sorriso para Aldruk que retribuiu e também se virou para sair da floresta.

– Bem, agora estou com vocês, e estou preparado! - O caçador deu um sorriso em direção a Monserrat e um olhar decidido para Sir Modric e se pôs a caminhar.

Modric pôs a mão no ombro da pequena garota e a empurrou pela mesma direção do garoto. - Ainda temos mais uma pequena jornada até chegar no nosso destino! Vamos.


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Notas finais do capítulo

Nada nunca foi tão difícil do que criar diálogos com o Amaranthos. Nossa, que loucura! xD Mas espero que tenham gostado e se divertido. Deu um trabalhinho. Eu sempre esquecia do lance do plural. Se pegarem isso quando ele tiver falando para mais de uma pessoa ou sobre mais de uma coisa me avisem. Os tendes e deves é normal. Ele tá falando com uma pessoa só e ele abusa dos "s" por isso! xD

PS1: Arqueiro > Caçador > Ranger. Nessa ordem. Então eu chamar o Aldruk de arqueiro na verdade eu to rebaixando ele, mas faz parte da narrativa para o atendimento. Ele é um arqueiro há muito tempo e já se tornou um Caçador. Espero poder explicar essas hierarquias um dia. São muitas e vou perder muito tempo, então não vai ser agora. Talvez o faça inconscientemente durante o texto. Vocês saberão. :D
PS2: Não existe algumas das plantas, não com esses nomes. Mas eu tive que trocar, porque não se adequavam a estória de alguma forma. E isso vai me dar muito trabalho mesmo no futuro, mas é a vida! xD Então pra vocês saberem do que eu to falando, vou colocar aqui os links dos sites que eu usei de pesquisa pras plantas e vocês saberão os efeitos delas e os nomes de verdade das plantas mais abaixo pra identificarem. Lá vai: http://super.abril.com.br/galerias-fotos/10-plantas-parecem-inofensivas-sao-venenosas-746750.shtml, http://hypescience.com/10-plantas-que-podem-matar-voce/, http://www.infoescola.com/plantas/plantas-venenosas/ e http://www.recreio.com.br/licao-de-casa/conheca-seis-plantas-venenosas-e-veja-o-que-elas-podem-causar Alissa = Erva-de-São-Cristóvão, Datura = Trompeta de anjo, Abrus = Ervilha do rosário, Crantz = Mandioca-brava e Intara = Comigo ninguém pode. Makava é maconha, mas ela não é uma planta venenosa, pelo contrário, então deixei pra falar dela separada. Imagina o estrago dessas plantas combinadas e concentradas na ponta de uma flecha… É esse o poderio que o Aldruk carrega nas costas. XD