Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 11
Um Olho Laranja


Notas iniciais do capítulo

Quem identificar as referencias históricas e as referencias literárias das terras do Oeste ganha um joinha virtual! :D



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O primeiro tilintar de espadas foi tão alto que assustou Monserrat por dois segundos, mas a Pequena Pluma de Prata já tinha uma certa experiência em combate, coisa impensável à menos de dois dias, mas para ela foi fácil perceber que o líder desses gatunos que o assaltaram no meio da estrada não era nada demais. Se sentiu aliviada também por não ver nenhuma tatuagem-cicatriz em nenhum dos 8 homens que estavam a sua frente.

Sir Modric já atacava dois homens ao mesmo tempo, contando aquele que fez a abordagem e parecia o líder deles e isso fez com que Monserrat se motivasse ao ataque também. Monserrat rodopiava nas pontas dos pés enquanto brandia a espada que Sir Drevyan havia dito que se chamava Coração de Rubi, que também girava, girava e acertava a carne dos ladinos e mercenários. Gritos de agonia quando metal raspava e cortava músculo era perceptível e aquilo só aumentava a adrenalina que rondava o corpo de Monserrat. Ela sorriu. Estava lutando contra um mercenário agora, e não apenas um, mas uma horda! Ela havia derrubado três homens e Sir Modric também havia derrubado seus três oponentes.

Restava o líder e um homem que Monserrat poderia presumir ser o braço direito do líder, simplesmente porque ainda estava de pé. Ele lutava bem, mas seu estilo de ataque era tão previsível quanto o de Dondeon, mas sem toda aquela ferocidade metódica. Monserrat era rápida e se esquivava e aparava os golpes inevitáveis com o fio de Coração de Rubi. Sua espada vermelha, sempre que desembainhada parecia reluzir e refletir a luz do sol toda vez que se chocava contra um inimigo, seja contra seu aço ou contra a pele.

Parecia que a pequena pluma de prata se divertia enquanto girava em volta do homem a sua frente. Ele poderia facilmente dar dois em tamanho contra aquela pequena menina de cabelos alvos, herdados de seu pai, cavaleiro do rei. Mas a menina era rápida e parecia um primata acrobata. Saltitava, rodopiava e brincava na frente daquele homem que tinha a expressão cada vez mais carrancuda.

– Está zombando de mim, criança!

– Demorou pra reparar, bandido! Já estou me sentido cansada e você ainda nem conseguiu me acertar.

Falar que estava começando a ficar cansada não foi uma boa ideia e homem veio com mais força e com um sorriso no rosto. A intenção clara no seu rosto demonstrava que não sobraria nenhuma pluma de Monserrat na face da Terra. Contudo, era um blefe e seus ataques metódicos, “direita, esquerda”, não surtiram nem um efeito. Monserrat girou nos calcanhares e abaixando ao ponto de sua cabeça ficar na altura do joelho do gatuno, o acertou com Coração de Rubi na panturrilha do homem. Ele era um mercenário e por isso não tinha nem um tipo de armadura nem nada que o protegesse daquele golpe. Pelo contrário. Ele tinha a panturrilha exposta apenas esperando que Monserrat a acertasse com toda a sua força. Ele rugiu.

Monserrat sentia a adrenalina cada vez mais e não parou quando viu o sangue do homem que tentava desesperadamente agarrar sua perna machucada como uma criança que fazia uma ferida qualquer caindo no chão.

Ela dançava enquanto Sir Modric a observava até quando julgou que já viu demais. Ele já tinha derrotado o líder deles havia minutos e Monserrat parecia se divertir tanto que ele não quis incomodar. Porém o homem merecia uma morte menos humilhante.

– Tudo bem, pequena Fjedsøll! Agora já chega! – Sir Modric se aproximou dos dois e o homem o olhou com uma expressão cansada e aterrorizada a cada passo do Grão-Cavaleiro. Quando chegou perto o bastante, Sir Modric cortou sua cabeça com um movimento diagonal. Foi um corte limpo, mas que jorrou tufos de sangue que salpicou todo o chão a sua frente. Essa visão assustou Monserrat por dois instantes tanto para fazer com que ela recuasse dois ou três passos.

– Isso foi realmente necessário, Modric? - Seus olhos castanhos estavam arregalados com a cena que acabou de presenciar.

– Humilhar este homem dessa forma foi realmente necessário? - Sir Modric se virou de volta ao seu cavalo e estava embainhando a sua espada alva, agora manchada de sangue, fazendo um contraste tenebroso de branco e vermelho pingado. - Se eu fosse aquele homem queria ter minha cabeça cortada fora também. - Ele já subia em seu cavalo com Monserrat em seu encalço de cabeça baixa. - Vamos, você ainda tem muito o que aprender. Você apenas se empolgou.

Os dois cavalgaram pela estrada cercada de árvores gigantes com folhas que caiam de madura e batiam no chão se desfazendo, como a cara de mau de Sir Modric. Ele encarava a garota com seus olhos penetrantes, mas não parecia estar mais zangado. De repente ele rompeu o silêncio com um sorriso e encarou o céu límpido.

– O nome dessa espada é Osso de Ruiz! - Sir Modric colocou a mão na bainha de sua espada e seu sorriso ficou mais largo. - Ela já passou pela mão de muito guerreiros formidáveis, muitos mesmo! E sim, ela é feita de ossos, mas não de Ruiz. - O Cavaleiro de Olhos Violetas se virou em direção de Monserrat, seu sorriso ainda no rosto. - Ruiz foi um ferreiro, que também foi herói, nas terras do Oeste. E quando eu digo Oeste, eu digo nas terras dos vulcões. - Seu sorriso diminuiu um pouco e ele se virou para o céu novamente. Nuvens já podiam ser vistos muito a frente. - Nem eu nunca fui lá, e nem pretendo. Lavetörn, Grivedan, Obsendian e Arkhania... nossa! - Sir Modric soltou um pequeno gemido só de lembrar das menções que ouviu desses lugares. - Não são lugares agradáveis pra quem não está acostumado com o clima de lá! - Eles já tinham caminhado mais dez minutos desde que Sir Modric se recordou de que tinha a palavra. - Creio que me distanciei um pouco do meu foco! O que eu queria dizer é que um dos homens que empunhou Osso de Ruiz não era digno disso. Seu nome era Bradiek. - O caminho foi ficando mais lúgubre conforme avançavam em direção à Ferdgarst. O céu começava a ficar cinzento. Não se ouvia tanto quanto antes o canto dos pássaros dentro da floresta que os ladeavam. - ninguém duvidava de que ele era forte, habilidoso com Osso de Ruiz na mão. Era charmoso, elegante e vaidoso, arrogante, traiçoeiro e não cultivava amizades. - Os olhos violetas cruzaram novamente os castanhos. - Ele se exibia de mais e se achava invencível. Morreu e ninguém ligou. Deram graças de que ele havia sumido. Quando encontraram ele, com Osso de Ruiz nas mãos, pensaram que a espada era a extensão de seu braço direito muito longo e pesaram ser um monstro. Só descobriram que eram Bradiek por causa da espada. - Sir Modric franziu o cenho enquanto olhava pra frente. Monserrat não via nada demais, mas sentia uma tensão em volta do Grão-Cavaleiro. - Seja cortês, gentil, honrada e fiel e terás sempre alguém pra te proteger quando precisar. Bradiek é uma boa lição para a vida!

Um silêncio estranho se fez até que eles começassem a ver as primeiras casas, das fazendas de Ferdgarst, mas não conseguiram ver mais nada muito além. Tudo ficou nublado assim que eles começaram a se aproximar das fazendas cheias de gado e de solo fértil da Terceira Relíquia de Sandoval. O sol batia no crânio do Cavaleiro dos Olhos Violetas e da Pequena Pluma de Prata quando de repente o tempo ficou soturno e um som lamentoso podia ser ouvido uns passos à frente. A neblina que cobria a frente da Relíquia impossibilitava ver nada muito além de um olho suspenso do tamanho da cabeça de um javali que se abria um pouco a frente. A íris desse olho era laranja e era dele que partia o lamento que doía na alma.

Sir Modric desembainhou Osso de Ruiz e Monserrat fez o mesmo com Coração de Rubi, mas suas mãos tremiam. Tremia de medo pelo que a aguardava e também por reparar que o olho estava chorando. E não eram apenas lágrimas, mas sangue. O sangue escorreu por volta daqueles olhos gigantes enquanto formava uma silhueta humana. Porém o lho não ficou no lugar do olho. O olho laranja de tamanho absurdamente grande ficou no meio do tórax. Na face da criatura não havia nada além de uma grande boca que continuava os lamentos lúgubres que já podiam ser ouvidos de muito longe.

Sir Modric desceu de seu cavalo que a partir do momento que pôs a vista na criatura não de nenhum passo. - Mas que coisa é essa?

Isso, meu nobre Grão-Cavaleiro... - Uma outra criatura encapuzada com as mãos cheia de queimaduras e cicatrizes estendidas para a frente como sinal de paz e com um sorriso cínico que só podia ser visto pelos dentes dele serem tão brancos. - É minha criação das trevas. Apenas aprecie!


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Notas finais do capítulo

Eu simplesmente esqueci se já tinha citado o nome da espada do Sir Modric, então enquanto eu não acho o que vale é esse ai! xD Me ajudem com isso por favor. To ficando véi. o.o

Digam o que acharam do capitulo de volta das Crônicas de Whitorn! m/ Como estou com um projeto literário muito picudo e que eu realmente quero que der certo, a periodicidade dessa estória vai ser mensal, vou deixar programado pra dar tudo certo sempre. O restante vai entrar em hiato indefinido, até eu conseguir dar os primeiros passos com o meu projeto.

Anyway, I'm back! o/ Sdds de escrever aqui! :)

PS: Não deu 2.000 palavras como tinha prometido, mas me esforcei ao máximo! :)
Playstation 2: O Sir Modric gosta de monólogos. 1 fact about Sir Modric, ele queria ser um ator intinerante de companhias daqueles mamelucos que eu esqueci o nome... Fanfarrões? Esqueci! xD

Ps3: É tudo uma falha na Matrix!

PS4K: O nome dessa criatura vai ser uma banda de grind/groove metal até que famosinha. Se alguém manjar, chuta um palpite? xD

PS5: Ainda não existe!