Meu Doce (In)Desejado escrita por Buzaid


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Tá aii pra quem ficou curioso no cap três :D



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    - Ed! - Carolina suspirou jogando-se nos braços do homem à sua frente. - Que saudades meu amor! - Exclamou então selando seus lábios nos dele.

    - Você está mais linda do que nunca! - Ele respondeu ao encostar sua testa na testa da princesa. Ela apenas sorriu antes de voltar à beijá-lo.

    Edward Brack era um charmoso homem de 22 anos. Nascido na Inglaterra e criado em Llyoal do Sul, o chamativo loiro de olhos azuis era capaz de arrancar suspiros de qualquer mulher que cruzasse seu caminho. Não sendo diferente nem mesmo com Carolina...

    Era filho de James Brack, o maior e melhor veterinário especializado em cavalos de todo o reino. Desde criança Edward acompanhava o trabalho do pai dentro do palácio de South Whintchersbarg e por isso foi, aos poucos, se aproximando da princesa.

    Quando Carolina tinha 14 anos e Edward 16 os dois começaram um relacionamento escondido. Contudo dois anos depois o jovem mudou-se para Inglaterra onde passou à estudar veterinária. No começo o casal apaixonado ainda se via em encontros extremamente reservados, porém com o tempo a faculdade de Edward começou à exigir mais foco do rapaz obrigando-o à deixar a vida pessoal de lado. 

    - Pensei que voltaria apenas na próxima semana. - A princesa afirmou ainda com os braço de Edward ao seu redor.

    - Eu não agüentei de saudades. - Ele sorriu enquanto encarava o oceano azul nos olhos de Carolina. - Além disso quis fazer uma surpresa.

    - Foi a melhor surpresa que você já me fez! - A jovem puxou Edward para mais perto, como se nunca mais quisesse soltá-lo. Em seguida encaixou sua cabeça entre o pescoço e o musculoso e largo ombro do rapaz, sentindo seu cheiro aveludado e seu corpo quente.

    - Vamos sair daqui e recuperar o tempo perdido! - Edward sugeriu maliciosamente ao beijar o pescoço de Carolina.

    - Hum.. e para onde quer ir? - Fingiu um charme com o olhar.

    - Para qualquer lugar, desde que você esteja comigo! - Edward voltou a beijar a jovem. Desta vez havia mais desejo e volúpia do que no primeiro beijo, que estava repleto de saudades.

    O casal continuou no estábulo durante algum tempo, apenas curtindo o momento de matar as saudades. Entretanto quando o clima começou, realmente, à esquentar decidiram que seria melhor ir para a suíte de Carolina.

    Para evitar flagras ou comentários a princesa fora na frente, ela dispensou os guardas que faziam vigia ali por perto e esperou até que Edward aparecesse, 20 minutos depois.

    - Nossa! Até seu quarto mudou! - O rapaz exclamou enquanto admirava o cômodo. 

    A suíte de Carolina era incrivelmente grande e luxuosa, como o quarto de uma princesa deve ser. Antes decorada com um papel de parede florido e estatuetas de bailarinas o quarto descrevia exatamente a personalidade quase certinha da adolescente, porém agora que Carolina já era uma mulher o quarto todo branco e dourado mostrava que a criança dentro dela havia crescido e amadurecido.

    - Não sou mais uma adolescente! - A jovem princesa afirmou ao puxar Edward na direção da cama.

    - Tenho certeza disso! - Edward afirmou ao deitar seu corpo em cima do frágil e delicado corpo da jovem. Desceu as musculosas mãos até a cintura dela enquanto ela brincava com os fios dourados do cabelo dele. - Você está maravilhosa. - Ele comentou por entre beijos.

    - Eu estava com tantas saudades, amor. - Carolina afirmou.

    - Eu também! - Edward estava concentrado em depositar pequenos beijos no colo de Carolina, enquanto ela abria sua camisa delicadamente.

    Aos poucos o peitoral musculoso de Edward era revelado por cada botão aberto. Carolina beijava-o com desejo puxando o rosto dele para mais perto. O rapaz deslizou uma mão pelas costas da jovem até encontrar o zíper de seu elegante vestido coral. Com gentileza e carinho Edward despiu a princesa deixando-a apenas com uma sensual lingerie branca rendada. Em seguida a camisa de linho azul bebê que ele trajava foi ao chão. 

    Em um movimento sensualmente brusco Carolina girou seu corpo para cima de Edward, encaixando suas pernas ao redor dele. Traçou uma linha imaginária com as pontas de seus dedos finos pelo abdômen dele, descendo até chegar no cinto preto Louis Vuitton. Ela abriu o fecho rapidamente, depois soltou o botão da calça e o zíper. Àquela altura a volumosa e pulsante ereção de Edward já podia ser vista e sentida pela jovem.

    Edward trajava um boxer preto, que valorizava muito seu corpo. Por um instante Carolina admirou o homem quase nu à sua frente. Era incrível como mesmo depois de dois anos sem se ver eles ainda conseguiram manter a mesma intimidade de antes. Contudo agora era diferente, talvez pela saudades ou talvez por terem amadurecido...

    A única coisa que não havia mudado era a forma que um olhava para o outro. Como se uma chama se ascendesse toda vez que seus olhares se encontravam. Uma chama tão forte que era incapaz de se apagar. Que ardia à cada toque apaixonado e pelo contato elétrico e quente entre suas peles tão macias.

    Carolina e Edward se beijavam com carinho e volúpia, se tocavam com carinho e volúpia e se desejavam com carinho e volúpia. Fizeram amor como se fosse a última vez, mas desejavam que muitas outras vezes viessem pela frente. Tudo estava incrivelmente perfeito e nada poderia estragar aquela noite...

    - Você é incrível! - Edward exclamou com a respiração abafada. O peitoral do rapaz subia e descia rapidamente buscando devolvê-lo o fôlego que havia perdido depois de tanto fazer amor. 

    - Você que é! - Carolina deitou sua cabeça no ombro nu do homem ao seu lado. Sobre seus corpos havia apenas o refinado lençol de algodão egípcio com detalhes de fios de ouro da princesa.

    - Mas me diga uma coisa... - O rapaz disse ao beijar o topo da cabeça de Carolina. Ela o encarava com um sorriso delineado nos lábios, enquanto seu dedo indicador brincava com a pele quente e suada do peito dele. - Hoje no estábulo você falou para Zuke que ele era o único que lhe entendia... porque isso? - Carolina hesitou por um instante, parou seu dedo indicador exatamente em cima do coração do rapaz. O brilho azul dos olhos da princesa de repente ficou opaco.

    Desde que o documento de reunificação de Llyoal fora assinado a princesa sabia que os Caldwell tinham intenções de casá-la com Henry, e que seus pais concordavam com isso. Carolina, porém, nunca acreditou que isso fosse realmente acontecer até que Victória a chamou para jantar em North Whintchersbarg naquela mesma noite. Por achar que aquele não era um assunto tão sério, até então, ela nunca contou a Edward. Não queria preocupá-lo com coisas que julgava ser "besteira". Agora porém tudo havia mudado e o casamento com Henry, infelizmente, era mais sério e real do que imaginava... 

    Sabia, também, que na manhã seguinte toda a imprensa llyonense estaria publicando fotos dela com outro homem e que aquela não era a forma com a qual gostaria que Edward descobrisse sobre o casamento. Carolina não tinha outra saída se não contar...

    - O que houve? - Edward insistiu ao notar o semblante rígido da princesa. Ela hesitou novamente e então sentou-se na cama.

    - Ed, não tem uma forma fácil de te contar isso! - Afirmou. Seu colo estava nu enquanto os seios, ainda enrijecidos, estavam cobertos pelo lençol preso de baixo de seus braços.

    - Fale logo, então. - Nervoso o rapaz também sentou-se.

    - Bem... - Sorriu sem graça, em seguida pousou sua mão sobre a mão de Edward. - ... eu vou me casar. - Falou rapidamente torcendo para que o rapaz não tivesse entendido. Contudo a julgar pela expressão apagada dele era claro que havia entendido. 

    - Se ca-casar? - Gaguejou. Carolina fez que sim com a cabeça. - Como? Porque? Com quem? Quando? - Edward estava perplexo.

    - Com Henry Caldwell... - O queixo de Edward caiu ainda mais. - Mas é um casamento arranjado... - Tentou explicar. Irritado o rapaz levantou-se. Recolheu sua boxer preta do chão e a vestiu.

    - Desde quando você sabe desse casamento, Carolina? - Ele bradou. Seus punhos estavam fechados, como se toda a raiva dele estivesse concentrada lá. - E quando você pretendia me contar sobre isso? Ou não pretendia... seria melhor mesmo que eu ficasse sabendo pelos jornais! - O rosto de Edward ficava cada vez mais vermelho.

    - Ed! Calma! - Carolina gritou, também pondo-se de pé. Trajou um elegante robe de seda púrpura, que estava jogado sobre o pé de sua cama e então caminhou na direção de Edward.

    - Não me peça calma! - Ele afirmou dando um passo para trás. Carolina respirou fundo.

    - Olha, eu posso explicar tudo o que você quiser, mas não adianta ficar alterado desse jeito...

    - Não enrola. - Ele cruzou os braços. - Estou achando que você não tem uma explicação nem sequer razoável para isso tudo! - Afirmou. Edward não gritava mais, porém mantinha seu tom rude e seco.

    - Eu tenho! - A princesa confirmou. - Os Caldwell querem me casar com Henry para que juntos possamos nos tornar rei e rainha do novo reino de Llyoal. - Explicou. - No começo era tudo muito superficial, eu não tinha idéia de que minha família e os Caldwell iriam realmente à fundo com essa idéia... por isso que eu não te contei nada, Ed. Eu não queria te preocupar... Mas nessa semana veio a confirmação oficial de que o casamento vai realmente acontecer, e bem, hoje eu jantei em North Whintchersbarg e conheci Henry. - O semblante de Edward se apagou ainda mais, ele exalava ciúmes pelo olhar. - Depois, na volta para cá, descobri que meus pais combinaram que Henry e eu temos que fingir que tudo isso é por...- Carolina rodou os olhos azuis. -... que é por amor. - Edward sentou-se na beira da cama, sentindo seu corpo tremer de raiva. - Amanhã pela manhã eu vou no Boulangerie começar com o circo... - A voz de Carolina estava fraca.

    - Você tem 20 anos, é maior de idade e independente. - Edward argumentava. - Você não pode simplesmente dizer que não quer se casar? Cancele tudo isso e vamos fugir. - Sugeriu com esperanças. Carolina sorriu por um breve instante, contudo logo voltou à ficar séria. Andou até onde Edward estava sentado, ajoelhou-se à sua frente e pegou suas duas mãos quentes e suadas. 

    - Olha, Ed, eu realmente queria poder fugir por ai com você! - Ela acariciou o rosto rígido do rapaz. - Mas, infelizmente, as coisas não são assim tão simples quanto elas parecem.

    - Por que não? - Edward corria seu olhar perdido pelo cômodo.

    - Como eu disse à pouco, hoje eu conheci Henry Caldwell e bem... - Ela hesitou e depois sorriu debochada, querendo quebrar a tensão dentro daquele quarto. -... Henry é um idiota, uma criança de 25 anos. - Edward sorriu com alivio, porém alinhou os lábios em seguida. - Eu não posso simplesmente deixar meu reino nas mãos dele, eu preciso estar lá quando as decisões forem tomadas.... eu sei que esse é meu dever. 

    - E quanto a mim? - O rapaz indagou. Um nó havia se formado em sua garganta já rouca.

    - Ed, é um casamento arranjado, não tem amor... Mesmo porque meu coração pertence à você. - A princesa afirmou. - Podemos continuar juntos, eu sei que podemos dar um jeito! - Garantiu sorrindo. Apertou suas mãos sobre as mãos de Edward. Ele não moveu um dedo sequer.

    - Não, Carolina, não podemos.... - Edward discordou. - Pense bem, todas as atenções a partir de amanhã vão estar voltadas à você e ao seu mais novo noivinho, para ficarmos juntos teremos que ser muito mais cautelosos. Qualquer deslize pode te prejudicar diante do povo, e como uma rainha você não vai querer isso, vai? - A princesa balbuciou com a pergunta. Estava dividida.

    - Bem... - Fitou o chão sob seus pés. -... eu não quero isso, mas também não quero te perder, Edward! Eu preciso de você, do seu apoio... 

    - Você terá que escolher. - Afirmou seco. 

    - Eu... eu... - A princesa fitou Edward dentro dos olhos, havia uma opacidade diferente em seu olhar. - Eu não posso simplesmente ignorar os meus deveres como princesa desse reino, Ed! Você não pode me pedir isso.

    - Eu não posso te pedir isso. - Ele concordou sentindo-se derrotado. - Mas eu posso facilitar as coisas para você... - Afirmou então, ao se levantar. Recolheu suas roupas do chão enquanto um enorme silêncio pesava sobre o cômodo. 

    Carolina sabia o que aquilo significava. Estava tudo acabado, mesmo que ela fizesse um escândalo  e  mesmo que implorasse Edward não voltaria atrás em sua decisão. A única forma que ela poderia tê-lo de volta seria cancelando o casamento, mas ela não poderia decepcionar seus pais e seu país, ela não poderia descumprir com seus deveres de princesa. Por mais doloroso e sacrificante que fosse perder Edward, Carolina teria que aprender à viver assim.

    Uma lágrima dolorosa traçou um caminho pesado pela bochecha da princesa até morrer em seus lábios enrijecidos e alinhados. Edward evitava encará-la, manteve seu olhar atento no espelho enquanto colocava suas roupas, agora amarrotadas, de volta.

    Carolina caminhou até Edward, que continuou de costas. Abraçou o rapaz por trás e beijou seu ombro, ainda nu. 

    - Eu não queria que as coisas acabassem assim, Ed. - Sua voz estava fraca e falhando. 

Edward virou-se para Carolina, ficando frente à frente com ela. Surpreendentemente ele sorriu e então beijou a testa da jovem.

    - Nossa história ainda não acabou, ela apenas está entrando em pausa... - Carolina sorriu, embora quisesse continuar chorando.    - Eu não posso ser egoísta e colocar sua vida como monarca em risco... - Ele afirmou. Segurava-se ao máximo para não chorar.

    - Eu sei, mas eu não quero te perder... - À essa altura a princesa já estava aos prantos. Mal conseguira acabar de falar.

    - O futuro é incerto! - Edward voltou sua atenção ao espelho. Carolina continuou parada atrás dele enquanto seu rosto era inundado por uma enchente de lágrimas cálidas e alarmadas. 

    Edward inclinou-se e encarou os olhos azuis da princesa, em seguida ele a beijou. Ironicamente no mesmo dia o casal havia dado um beijo de reencontro e um de despedida. Um beijo tão fogoso que era capaz de incendiar um continente inteiro. Como se os lábios um do outro soubessem o exato lugar em que se encaixavam, o lugar a que pertenciam...


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Notas finais do capítulo

e ai o que acharam?