Crônicas Do Olimpo - A Maldição Do Titã escrita por Laís Bohrer


Capítulo 16
O Despertar dos Anjos de Metal de Marte...




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– Eles estão aqui! – eu cheguei com a maior voz de desespero, colocando a mão na mesa com a respiração ofegante.

Meus amigos olhavam para mim confusos, então eu olhei para a parede de vidro atrás de mim, eu via alguns deles já vindo, me procurando. A lanchonete estava repleta de crianças aproveitando a melhor parte do passeio – o almoço da represa. Thalia, Zoë, Hansel e Percy estavam justamente se sentando com suas comidas.

– Temos que ir embora daqui. – falei.

– Mas nós acabamos de pegar nossos burritos! – protestou Thalia.

Zoë se ergueu da cadeira e xingou em grego antigo.

– Megan tem razão. Olhai!

As janelas da lanchonete envolviam todo o andar de observação, o que nos dava uma linda visão panorâmica do exército de esqueletos que viera nos matar. Eu até tiraria umas fotos e... Ah não é hora para palhaçadas!

Contei dois no lado leste da estrada da represa, bloqueando o caminho para o Arizona. Mais três no lado oeste, guardando Nevada. Todos estavam armados com cassetetes e pistolas. Mas nosso problema imediato estava bem mais próximo. Os três guerreiros esqueleto que estiveram me perseguindo na sala das turbinas apareciam agora nas escadas. Eles me viram do outro lado da lanchonete e rangeram seus dentes.

– Problema. – murmurei.

– Para o Elevador! – exclamou Hansel.

Disparamos naquela direção, mas as portas se abriram com um agradável ding, e mais três guerreiros pisaram para fora. Todos os guerreiros foram contabilizados, menos o que Bianca tinha explodido em chamas no Novo México. Então eram onze ao todo.

Estávamos completamente ferrados. Então tipo, aconteceu uma coisa muito doida. Percy teve uma ideia brilhante... Muito... Percy!

Ele subiu em cima da mesa e ergueu um burrito como quem declara a independência.

– GUERRA DE BURRITOS! – então ele pulou da mesa e tacou um burrito bem na cara de um dos seguranças.

É claro que eu fiz o mesmo, mas o guerreiro esqueleto desviou e o burrito foi parar bem na cabeça de Thalia. Todos entraram na onda é claro. Thalia me olhava com ódio, então ela pegou a lança... Ah... Na verdade foi um burrito e tacou na minha direção. E este caira bem na minha cabeça!

Agora, se você nunca foi atingido por um burrito voador, considere-se sortudo. Em termos de projéteis letais, está no topo da lista junto com granadas e balas de canhão. Hansel arremessou seu Guacamole Grande no esqueleto mais próximo. O lanche dele acertou o esqueleto e derrubou completamente seu crânio de seus ombros. Não tenho certeza do que as outras crianças na lanchonete viram, mas elas enlouqueceram e começaram a jogar seus burritos e cestas de batatas fritas e refrigerantes umas nas outras, guinchando e gritando.

Os esqueletos tentaram mirar suas armas, mas foi inútil. Corpos e comidas e bebidas estavam voando por toda parte. No caos, Thalia e eu derrubamos os outros dois esqueletos nas escadas e os mandamos voando para a mesa de condimentos. Então nós todos corremos escada abaixo, Guacamoles Grandes zunindo pelas nossas cabeças.

– E agora? – Hansel perguntou assim que disparamos em direção ao ar livre cheirando a burritos.

Eu não tinha uma resposta. Os guerreiros na estrada estavam se aproximando por ambos os lados. Atravessamos a rua correndo para o pavilhão com as estátuas aladas de bronze, mas isso apenas colocou nossas costas contra a montanha.

– Isso... – começou Percy.

– “Isso é mal”, é... Sabemos. – disse Thalia.

Os esqueletos se adiantaram, formando um semicírculo à nossa volta. Seus irmãos da lanchonete estavam correndo para se juntar a eles. Um ainda estava colocando seu crânio de volta sobre os ombros. Outro estava coberto de catchup e mostarda. Mais dois tinham burritos alojados entre as suas costelas. Eles não pareciam felizes com isso. Sacaram seus cassetetes e avançaram.

– Quatro contra onze. – disse Zoë. – E eles não podem ser derrotados.

– Tecnicamente já estão mortos. – falei.

– É a mesma coisa. – disse Zoë.

– Foi legal me aventurar com vocês. – Gemeu Hansel em sua voz fina de Pânico.

Então algo brilhante chamou minha atenção. Olhei às minhas costas, para o pé da estátua.

– Nossa... – falei.

– O que foi? – perguntou Thalia.

– Os dedos deles realmente brilham... São estatuas e tanto...

– Megan, não é hora!

Mas não consegui parar de encarar os dois caras gigantes de bronze com altas asas cortantes como abridores de cartas. Eles estavam marrons por sua exposição ao clima, exceto pelos dedos dos pés, que brilhavam como moedas novas por causa de todas as vezes que as pessoas os esfregaram para ter sorte.

Sorte. A Benção de Zeus.

– Não... – murmurei, chamei a atenção de Thalia. – Acho que é essa exatamente a hora.

– O que quer dizer? – perguntou ela.

Pensei sobre a guia turística no elevador. Seus olhos cinzentos e seu sorriso. O que ela dissera? Existe sempre uma saída para aqueles inteligentes o bastante para encontrá-la.

– É isso... Thalia reze para o seu pai. – falei.

Ela me olhou fixamente.

– Ele não vai me responder.

– Apenas esta vez – pedi. – Peça ajuda. Acho... acho que as estátuas podem nos dar alguma sorte.

Seis esqueletos ergueram suas armas. Os outros cinco avançaram com cassetetes. Quinze metros de distância. Dez metros.

– Thalia...

– Ele não vai me responder.

– Dessa vez é diferente! – insisti.

– Quem disse?!

Eu hesitei por um instante.

– Atena... Eu acho. – falei.

Agora sim, ela me olhava como quem tinha realmente enlouquecido.

– Tente, por favor... – Hansel gemeu.

Thalia fechou os olhos. Seus lábios se mexeram em uma prece silenciosa. Até eu fiz minha prece para que tenha sido Atena nos ajudando no elevador, que ela queria nos ajudar a salvar seu sobrinho. E nada aconteceu.

Os esqueletos se aproximaram.

Ergui Anaklusmos. Thalia ergueu seu escudo. Zöe empurrou Hansel para trás dela e mirou uma flecha na cabeça de um esqueleto. Percy sacou sua lança.

Uma sombra caiu sobre mim. Pensei que talvez fosse a sombra da morte. Então percebi que era a sombra de uma asa enorme. Os esqueletos olharam para cima tarde demais. Um lampejo de bronze, e todos os cinco carregando cassetetes foram varridos para o lado.

Os outros esqueletos abriram fogo. Levantei meu casaco de leão para me proteger, mas nem precisava. Os anjos de bronze passaram à nossa frente e entrelaçaram suas asas como escudos. Balas retiniam nelas como chuva em teto ondulado. Ambos os anjos golpearam para fora, e os esqueletos saíram voando pela estrada. Foi uma cena EPICA, adorei fazer parte dela... Thalia parecia até surpresa demais. Hansel se recuperava de um ataque cardíaco.

– Velho, é tão bom levantar de novo. - o primeiro anjo disse. Sua voz soava metálica e rústica, como se ele não tivesse bebido nada desde que fora construído. – Minhas asas já estavam ficando dormentes depois de séculos!

– ‘Cê’ vai olhar pros meus dedos? – o outro falou. – Santo Zeus, o que esses turistas estavam pensando?

Por mais atordoada que eu estivesse com os anjos, eu estava mais preocupada com os esqueletos. Alguns deles estavam se levantando de novo, reagrupando-se, mãos ossudas tateando por suas armas.

– Isso é mal... Isso é mal, isso é mal. – eu falava.

– TIREM-NOS DAQUI! – Thalia gritou.

Os dois anjos olharam para ela.

– Filha de Zeus?

– Sim!

– Posso ter um por favor, Senhorita Filha de Zeus? – um anjo perguntou.

– Por favor!

Os anjos olharam um para o outro e encolheram os ombros.

– Tava mesmo a fim de me espreguiçar um pouco... – disse o outro.

De repente um deles agarrou Thalia e a mim, o outro agarrou Percy, Zoë e Hansel.

E nós voamos direto para cima, sobre a represa e o rio, os guerreiros esqueleto diminuindo até serem minúsculos pontos abaixo de nós e o som de tiros ecoando nas laterais das montanhas. Mas nenhum deles chegaria até nos... Não há tempo.

– Nossaaa Zeuza... – disse Thalia quase escorregando ao olhar para baixo, mas eu a segurei antes disso. Ela fechou os olhos. – Me avise quando acabar.

– Tudo bem... – falei, pensei em Jake naquela situação, eu ri pensando o quanto aprendi com ele e aqui coloco em pratica. – UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAh – gritava Thalia, antes essa fala era minha.

– UHUHUUUUU – ouvi Percy Gritar.

– Ah, dá para vocês calarem a boca? – perguntou um dos Anjos. – Estou ficando com dor de ouvido.

– Foi mal. – gritei para ele.

– Estamos… nós estamos muito alto? – perguntou Thalia.

Eu olhei para baixo. Abaixo de nós, uma cordilheira de montanhas nevadas ziguezagueava. Eu estiquei meu pé e chutei a neve de um dos picos.

– Não. - Respondi. – Não tão alto.

– Nós estamos nas Sierras. – Zöe gritou. - Eu cacei aqui antes. A essa velocidade, nós devemos estar em São Francisco em algumas horas.

– Hei, hei, Frisco! – nosso anjo disse. – Ei, Chuck! Nós podemos visitar aqueles caras do Monumento Mechanics de novo! Eles sabem como fazer uma festa!

– Ah, cara – o outro anjo disse. – Eu já estou lá!

– Vocês já visitaram São Francisco? – perguntei.

– Nós autômatos precisamos nos divertir de vez em quando, certo? – nossa estátua disse. – Aquelas máquinas nos levaram para o Museu Young e nos apresentaram para essas damas estátuas de mármore, sabe. E então...

– Hank! – a outra estátua Chuck cortou. – Eles são crianças, cara.

– Ah, certo. – Eu não sabia se estatuas coravam, mas Hank corou. – De volta ao voo.

Nós aceleramos então eu podia dizer que os anjos estavam animados. As montanhas se tornaram morros, e então estávamos ziguezagueando sobre propriedades agrícolas e cidades e rodovias.

Hansel tocava sua flauta para passar o tempo. Zöe ficou entediada e começou a atirar flechas a esmo em painéis conforme voávamos por eles. Toda vez que ela via uma loja de departamento alvo – e nós passamos por várias delas – ela cravava o letreiro da loja com alguns olhos de touro a cento e sessenta quilômetros por hora. Percy conversava com a sua estátua... É...

Thalia manteve seus olhos fechados o tempo todo. Ela murmurava para si mesma um bocado, como se estivesse rezando.

– Zeus te ouvir, Thalia. – falei.

Era difícil dizer o que ela estava pensando com os olhos dela fechados.

– Talvez...

– Talvez... – bufei. – Tá, bom.

– Como você escapou dos esqueletos na sala do gerador, de qualquer forma? – ela mudou de assunto. - Você disse que eles a encurralaram.

Contei a ele sobre Daniel Kane e sua habilidade estranha d ver através da névoa. Eu pensei que Thalia ia me chamar de louca, mas ela apenas assentiu.

– Alguns mortais são assim... – disse ela. – Ninguém sabe o porquê disso.

Aquilo amadureceu na minha cabeça.

– Bem... – falei. – Ele era legal, mas falava demais. Fico feliz de não ter vaporizado-o, isso seria um problema.

Ela assentiu.

– Espera só até eu contar sobre ele há Jake.

– Por que você contaria? – perguntei confusa.

– O que o Kane disse?

– Hum... – me forcei a lembrar. – Eu pedi para ele esquecer o que aconteceu e ele disse... Ele disse “Esquecer de uma garota bonita que tentou me matar...”

Thalia deu uma risada marota.

– Aham... É Jake vai gostar de sabe dele.

– Por que? – perguntei.

– Deixa para lá. – disse ela.

Mas eu continuava confusa em relação a isso, mas eu esqueci.

– Deve ser bom ser uma simples mortal. – Ela disse isso como se tivesse pensado muito sobre o assunto.

– Onde vocês querem pousar? – Hank perguntou.

Eu olhei para baixo e disse:

– Wow.

Nunca tinha visto São Francisco, nem mesmo em fotos, mas creio que nada se compara ao “ao vivo” e em cores. Era provavelmente a cidade mais bonita que eu já tinha visto: um tipo menor, e mais limpo de Manhattan, se Manhattan fosse cercada de colinas verdes e neblina. Havia uma enorme baía e navios, ilhas e veleiros, e a Ponte Golden Gate projetando-se da neblina. Eu me sentia como se devesse tirar uma foto ou algo assim.

– Lá – Zöe sugeriu. – No Embarcadero Building.

– Bem pensado – Chuck disse. – Eu e Hank podemos nos misturar com os pombos.

Nós todos olhamos para ele.

– Tô brincando – ele disse. – Nossa, estátuas não podem ter senso de humor?

– Para começo de conversa... – disse Percy. – Estatuas nem deveriam falar!

Como ficou demonstrado, não havia necessidade de se misturar. Era cedo pela manhã e não havia muitas pessoas ao redor. Nós assustamos um sem-teto na doca quando pousamos. Ele berrou quando viu Hank e Chuck e fugiu gritando algo sobre anjos de metal de Marte.

Nós dissemos adeus aos anjos, que voaram para farrear com seus amigos estátuas. Foi aí que eu percebi que não tinha ideia sobre o que iríamos fazer em seguida.

Nós havíamos chegado à Costa Oeste. Ártemis estava aqui em algum lugar. E Jake também, eu acho... E amanhã seria o solstício de inverno. E eu também não tinha nenhuma pista sobre qual monstro Ártemis estava caçando. Imaginava-se que iria nos encontrar durante a missão. Supostamente iria ‘mostrar a trilha’, mas nunca o fez. Agora estávamos empacados na doca das balsas com pouco dinheiro e sem sorte.

Depois de uma breve discussão, nós concordamos que precisávamos descobrir quem era o misterioso monstro.

– Nereu, é claro. – disse Hansel.

– O que? – perguntei.

– Não foi isso que Apolo te disse? Para encontrar Nereu? – perguntou ele.

Eu assenti. Havia esquecido completamente minha última conversa com o deus do sol.

– Apolo falou com você? – Percy e Thalia perguntaram ao mesmo tempo.

– Nereu, ah? – Zoë cuspiu o nome do cara. – O Velho do mar?

– Velho do mar? – Thalia e Percy em seu coro. – Ei! Para de me imitar!

– Para você! – eles falaram olhando um para o outro.

– Eu?! Para você! – eles repetiram.

– Parem os dois! – Zoë exclamou e depois se voltou para mim. – Nereu não é tão difícil de ser encontrado... É só seguir pelo cheiro.

– Oi? – falei.

– Vamos – ela disse sem entusiasmo. – Eu vos mostrarei.

Eu sabia que estava com problemas quando nós paramos na caixa de doações. Cinco minutos depois, Zöe me vestiu com uma esfarrapada camisa de flanela e jeans três vezes o meu tamanho, tênis vermelhos brilhantes, e uma toca desleixada em qual meu cabelo estava dentro.

– Eu estou me sentindo... – comecei, Percy e Hansel se seguravam para não rir. – A Lasanha mais velha do olimpo.

– Cheira como uma também. – disse Thalia.

Zöe acenou com satisfação.

– Uma típica mendiga.

– Obrigada? – perguntei. – Novamente, por que estou fazendo isso?

– Eu disse a ti. Para se misturar.

– Você parece completamente imperceptível agora. – disse Hansel nem se segruando para não rir.

– Cala a boca, Menino-jegue.

– É bode.

– Não interessa. – falei rude, mas ele continuava a rir.

– Relaxa maninha. – disse Percy, mas o idiota também ria! – Lasanhas são legais.

– Quando isso tudo acabar, eu juro que mato vocês... – falei.

Mas eles continuavam rindo de minha pessoa... Ai, ai, ai...

Zoë foi na frente no caminho de volta para a margem. Depois de um longo tempo procurando nas docas, Zöe finalmente parou de rastrear. Ela apontou para um píer onde vários sem-teto estavam amontoados com cobertores, esperando pela cozinha da sopa abrir para o almoço.

– Ele vai estar lá embaixo em algum lugar – Zöe disse. – Ele nunca viaja muito longe da água. Ele gosta de se aquecer durante o dia.

– Qual deles?

– Você vai saber. – disse ela. - Age como sem-teto. Vais reconhecê-lo. Ele vai cheirar… diferente.

– Ótimo. – Eu não quis perguntar por detalhes. – E quando eu o encontrar?

– Agarra-o – ela disse. – E segura firme. Ele vai tentar qualquer coisa para se livrar de ti. Independente do que ele faça, não o deixa ir. Força-o a dizer-te sobre o monstro.

– Nós protegeremos as suas costas – Thalia disse.

Então ela pegou um troço estranho no capuz do meu casaco. – O de Jake estava por baixo desse, desculpe Jake... – um grande monte de fiapos que veio sabe-se-lá-de-onde.

– Hãã. Pensando melhor… Vamos apenas ficar firmes por você.

– Obrigada... – suspirei.

Hansel me deu um sinal de aprovação.

Me virei de cara amarrada.

– Como é bom ter amigos super-poderosos. – resmunguei.

Então fui para a doca.

Eu subi a gola do meu casaco e cambaleei como se estivesse prestes a desmaiar, o que não era difícil considerando o quão cansada eu estava. Eu passei pelo nosso amigo sem-teto do Embarcadero, o qual ainda estava tentando avisar os outros sobre os anjos de metal de Marte.

Ele não cheirava bem, mas não cheirava… diferente. Eu continuei caminhando.

Um par de caras encardidos que usavam sacolas de plástico de supermercado como chapéus me checaram quando me aproximei.

– Cai, fora! Nanica!

– Ah! Qual é! – eu disparei. – Eu cresci muito desde o último verão! Pega seu Pégaso e voa para bem longe daqui e vai ver se Caribdis quer sua opinião.

Acho que peguei pesado, mas eu tava irritada... Oh, não... Será que é o segundo estágio da TPM?

– Maluca! – ele gritou para mim.

Eu me afastei. Eles cheiravam realmente mal, mas somente o ruim usual. Nada fora do comum.

Havia uma senhora com um bando de flamingos de plástico saindo de um carrinho de compras. Ela me olhou como se eu fosse roubar seus pássaros.

No final do píer, um cara que parecia ter um milhão de anos passou por uma faixa de luz. Ele usava pijamas e um roupão esfiapado que provavelmente devia ter sido branco. Ele era gordo, com uma barba branca que havia se tornado amarela como uma espécie de Papai Noel, se Noel tivesse rolado da cama e se arrastado por um aterro. E o cheiro dele?

Conforme eu cheguei perto, eu congelei. Ele cheirava mal, certo – mas oceano mal. Como algas marinhas quentes e peixe morto e salmoura. Se o oceano tinha um lado feio… este cara era esse lado.

Então eu soube... Era ele.


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Notas finais do capítulo

E agora............... CORTA PRA 18!

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"PELOS PODERES DE GREYSKULL! EU TENHO A FORÇA!"

"RI-MEN! papapapapambabababam RÍ-MEN"

Cafeina ou Flor dy Lórus?
Eis a questão;;;
^^ T.T Papai noel do mal...