Crônicas Do Olimpo - A Maldição Do Titã escrita por Laís Bohrer


Capítulo 14
E ela se foi...


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta o capitulo, eu ia postar mais cedo, mas o Nyah entrou em manutenção, e vai entrar de novo, o que é uma tristeza pois eu ia postar outro capitulo T.T haha se der, eu posto ainda hoje.

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"Eu pensei estar preparada para as perdas que enfrentaria daqui para frente..."
— Megan



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– Mas o que raios Afrodite queria com você?! - Thalia exclamou.


Era meio irônico ela ser filha do deus dos trovões e ela sai por ai falando "raios" ainda, eu não gosto da palavra "raio". Meus amigos e eu estávamos no meio do ferro-velho, montanhas de metal sucateado espalhadas em todas as direções. Por um simples estalar de dedos do deus da guerra.

– Ah, hum, não tenho certeza – menti. – Ela disse para ser cuidadosa no ferro-velho do marido dela. Disse para não pegar nada.


Zoë estreitou seus olhos para mim.


– A deusa do amor não faria uma viagem especial para contar a ti apenas isso. Sê cuidadosa, Jackson. Afrodite já extraviou muitos heróis.


– Pela primeira vez eu concordo com Zoë. - disse Thalia. - Você não pode simplesmente confiar em Afro...


– Eu não disse que eu confio. - falei cortando-a


Hansel estava me olhando de um jeito estranho. Com a ligação empática e tudo mais, ele podia geralmente ler minhas emoções, e eu percebi que ele sabia exatamente sobre o que Afrodite conversou comigo.


– De qualquer jeito... - começou Bianca. - Temos problemas maiores agora.


Nós havíamos chegado ao topo de uma montanha de sucata. Pilhas de objetos metálicos cintilavam à luz da lua: cabeças quebradas de cavalos de bronze, pernas de metal de estátuas humanas, carruagens destruídas, toneladas de escudos e espadas e outras armas, junto com coisas mais modernas, como carros que cintilavam ouro e prata, refrigeradores, máquinas de lavar e monitores de computador.


– Não sei como isso pode ser um problema. - disse Percy e todos se voltaram para ele, ele riu nervoso. - Qual é, como se uma geladeira assassina fosse nos atacar.


– Então... – eu disse ansiosa para mudar de assunto. – Como saímos daqui?


– Naquela direção – Zöe disse. – É o oeste.


– Como você pode saber?

Na claridade da lua cheia eu fiquei surpresa do quão bem eu podia vê-la rolar os olhos pra mim.

– Ursa maior está ao norte – ela disse, – O que significa que lá é o oeste.

Ela apontou para o oeste, e então para uma constelação ao norte, que era difícil de perceber porque havia muitas outras estrelas.

– Hum, tá. - falei. - A coisa do urso.

Ela me pareceu ofendida.

– Mostrai algum respeito. Era um bom urso. Um oponente digno.

– É só uma constelação, você fala como se fosse real... - falei.

– Parece ouro de verdade... - Disse Bianca examinando o local.

– Incrível... - disse Hansel.

– É. - concordou Thalia severamente. - Mas como disse Megan, não toquem em nada... Isso é sucata do ferro-velho de Hefesto, não pode ser bom.

Sucata? - enfatizou Hansel.

Ele pegou uma bonita coroa feita de ouro, prata e joias. Estava quebrada em um lado, como se tivesse sido partida por um machado.

– Hansel... - chamei.

Tarde demais, ele fez o que eu temia. Ele mordeu uma ponta e começou a mastigar

– É delicioso.

Tirei a coroa de suas mãos e dei um tapa em sua cabeça.

– Ai! Olha, meus chifres são frágeis tá? Trabalhei duro para consegui-los. - disse ele ofendido.

– Pare de brincar... - suspirei.

– Cara! Que irado! - ouvi a voz de Percy.

Ele achara uma guitarra elétrica no formato da lira de Apolo, e começou a fazer um gesto de quem ia toca-la. Thalia tirou-a das mãos de Percy.

– Parem com isso... Existe todo o tipo de coisa amaldiçoada aqui. - disse ela.

– Já tenho um azar que nem Hades suporta. - disse Percy pegando a guitarra de volta. - Não tenho nada a perder.

– Nossa! - ouvi Bianca exclamar. Ela correu colina abaixo tropeçando em rolos de bronze e pratos de ouro. Ela pegou um arco que resplandecia prateado à luz da lua. - Um arco de caçadora!

Ela gritou de surpresa quando o arco começou a encolher, e se tornou um grampo de cabelo com feitio de uma lua crescente.

– É como a espada de Megan! E a Lança de Percy.

A expressão de Zöe era severa.

– Deixa-o, Bianca.

– Mas...

– Está aqui por alguma razão. Qualquer coisa que foi jogada neste ferro-velho deve permanecer nele. É defeituosa. Ou amaldiçoada.

Bianca relutantemente largou o grampo no chão.

– Não gosto desse lugar. - estremeceu Thalia. - Vamos apenas encontrar logo a saída.

Ela apertou a haste de sua lança.

– Como disse Percy... - enfatizei. - Eu também não acho que geladeiras assassinas iram nos atacar ou algo assim.

– Adoro ter razão. - suspirou Percy.

Cala a boca, Percy. - disse Thalia.

As vezes eu esquecia totalmente que Percy era mais velho que Thalia... Só para deixar claro, Percy tem vinte e um o que é muito mais do que a Thalia.

– Vamos logo achar a saída... - disse Zoë.

– Zoë esta certa, quanto mais rápido sairmos daqui, melhor. - disse Thalia.

Me aproximei mais dela e murmurei.

– Já é a segunda vez que você concorda com Zoë. - falei.

Mas Thalia me ignorou completamente...

Nós começamos a trilhar nosso caminho através das colinas e vales de sucata. As coisas pareciam não ter fim, e se não fosse pela Ursa Maior nós ficaríamos perdidos em meio aquele labirinto maluco. Todas as colinas se pareciam. Eu gostaria de dizer que não mexemos em nada, mas tinha muita sucata legal pra não checarmos algumas. Mesmo assim, eu sempre hesitava.

Hansel achou uma árvore quebrada feita de metal. Ela foi fatiada em pedaços, mas alguns dos galhos ainda tinham pássaros dourados, e eles se balançaram quando Hansel os pegava, tentando bater suas asas e fugir dele.

Finalmente, nós vimos o limite do ferro-velho cerca de um quilômetro a nossa frente, as luzes de uma auto-estrada se alongando pelo deserto. Mas entre nós e a estrada...

– O que... - começou Bianca.

– É aquela... - continuou Percy.

– ... Coisa. - fechou Thalia.

Diante de nós estava uma colina muito maior e mais longa do que as outras. Era como um morro de metal com o topo plano, da largura de um campo de futebol americano e tão alto quanto os postes do gol. No final do morro estava uma fileira de dez grossas colunas de metal forçadas hermeticamente juntas.

– Isso é estranho. - disse Bianca. - Parecem até...

– Dedos do pé... - acrescentou Hansel.

Bianca acenou.

– Dedos do pé... - repetiu ela. - Muito, muito grandes.

Zöe e Thalia trocaram olhares nervosos.

– Melhor nos... Darmos a volta. - disse a filha de Zeus. - Bem longe.

– Mas porque? - perguntei. - É mais rápido escalarmos.

Então... PING!

Thalia preparou sua lança e Zöe sacou seu arco, eu coloquei a mão no bolso pronta para tirar Anaklusmos e me preparar para mais uma luta. Mas Percy disse.

– Acalme-se. - disse ele. - É só Hansel.

Então eu percebi. Ele havia jogado um pedaço de metal sucateado nos dedos e acertou um, fazendo um longo eco, como se a coluna fosse oca.

– Por que fizeste isso? – Zöe exigiu irritada.

Hansel se encolheu.

– Eu não sei... - disse ele. - Hum... Pés falsos me deixam nervoso.

Percy suspirou.

– Faz sentido...

– Não faz não. - disse Thalia. - Vamos, vamos dar a volta.

Eu não argumentei. Os dedos estavam começando a me assustar também. Quero dizer, quem esculpe dedos de metal de mais de três metros de altura e depois os crava em um ferro-velho? É algo realmente estranho...

Depois de vários minutos de caminhada, nós finalmente pisamos na autoestrada, uma abandonada, porém bem iluminada linha de asfalto negro.

– Conseguimos... - disse Zoë suspirando aliviada.

Eu realmente não entendia nada do que elas queriam dizer, mas enfim, sim. Tínhamos conseguido. Então meu coração pulou quando eu ouvi um grito, era o grito de Bianca. Rapidamente segurei sua mão quando ela caia de uma pequena colina de terra úmida e escura.

– Obrigada... - disse ela.

– Sem problema. - falei.– Então... Vamos continuar...

Naquele momento, um som parecido com mil compressores de lixo triturando metal cortou minha frase. Lentamente eu me virei. Atrás de nós, a montanha de sucata estava em ebulição, erguendo-se. Os dez dedos se moveram e eu percebi por que eles pareciam dedos. Eles eram dedos. A coisa que se ergueu do metal era um gigante de bronze em uma armadura grega completa. Ele era impossivelmente alto – um arranha-céu com pernas e braços.

Ele brilhou assustadoramente à luz da lua. Ele olhou para nós e sua face estava deformada. O lado esquerdo estava parcialmente derretido. Suas juntas rangeram enferrujadas e no seu peito blindado, escrito em grossa poeira por algum dedo gigante, estavam as palavras LAVE-ME.

Talos!– gritou Zoë.

– Quem? - Perguntei.

– Cuidado! - então eu fui empurrada por Hansel, meus amigos começaram a se espalhar, eu e o menino-jegue estávamos esparramados no chão assim que desviamos de uma gigante mão do tamanho de... Bom... Imagine um prédio de dois andares, então. A Mão era do tamanho desse.

– Uma das criações de Hefesto – Gritou Thalia. – Mas não pode ser o original. É muito pequeno. Um protótipo talvez.

– Ah, Obrigada por avisar! - gritei de volta.

Na verdade o que eu ia dizer era que se aquilo lá era "um protótipo muito pequeno" não queria conhecer o original...

– Como o derrotamos?! - ouvi Percy gritar de algum lugar com sua lança na mão.

Então assistimos enquanto o gigante movia uma mão para o cinturão de sua espada e desembainhou sua arma. O som dela saindo da bainha era horrível, metal chiando contra metal. A lâmina tinha mais de trinta metros de comprimento, fácil. Ela parecia enferrujada e cega, mas eu não imaginei que isso importasse. Ser atingido por aquela coisa seria como ser atingido por um navio de batalha.

– Isso não é bom... - disse Hansel.

– Obrigada por avisar... - eu repeti. - Pule!

Nesse momento em que a outra mão livre quase nos esmagou de novo, Hansel pulou para um lado e eu para o outro, indo parar junto a Bianca que me ajudava a levantar.

– Você esta bem? - ela me perguntei.

– É... Incrivelmente sim. - falei me erguendo do chão.

Meu rosto tinha uns cortes devido eu ter rolado no chão e sim, tinha algumas pedrinhas... Então eu ouvi a voz de Zoë gritar.

– Alguém pegou algo! - disse ela.

Então ela me olhou acusadoramente.

– Ei! Não olha para mim. - gritei.

– É isso ai! - gritou Percy atrás de nos. - Minha irmã é um monte de coisa, mas ela não é ladra

– Sim! - falei, mas depois me voltei para ele de novo. - Epa... O que você quis dizer com isso Perseu Joshua Jackson?!

Bianca não disse nada. Eu poderia jurar que ela parecia culpada, mas eu não tive muito tempo para pensar sobre isso, porque o gigante defeituoso Talos deu um passo na nossa direção, cobrindo metade da distância e fazendo a terra tremer.

– Fujam! - ouvi Hansel gritar do outro lado.

Nossa! Hansel que ideia genial... Exceto porque não faria diferença, um passo daquela coisa eram cinquenta passos nossos. Nós nos separamos do modo como fizemos com o Leão da Neméia. Thalia armou seu escudo e o segurou no alto enquanto corria na direção da autoestrada. O gigante brandiu sua espada e acertou uma fileira de cabos de força, os quais explodiram em faíscas que se espalharam no caminho de Thalia.

As flechas de Zöe assobiaram na direção da face do gigante, mas se despedaçaram inofensivamente contra o metal. Eu sabia que usar Anaklusmos agora era inútil e era provável que Bianca pensasse a mesma coisa a respeito das suas flechas.

Hansel teve sua expectativa de fazer um grito de guerra, mas ele parecia mais um bebê bode com fome, mas fiquei até orgulhosa de sua coragem enquanto ele escalava uma grande montanha de metal.

Bianca e eu acabamos perto uma da outra, escondendo-nos atrás de uma carruagem quebrada.

– Você pegou alguma coisa. - eu falei com a respiração pesada. - ... Aquele arco.

– Não... – ela disse, mas a voz dela estava trêmula.

– Devolva! - falei em desespero. - Jogue fora! Rápido!

– Eu... eu não peguei o arco! De qualquer maneira, é muito tarde agora!

– O que você pegou?

Ela não teve tempo de responder. Ouvi um imenso barulho de rangido, e uma sombra escondeu o céu. Ferrou...

– Se mexa! - gritei.

Eu rasguei colina abaixo, Bianca logo atrás de mim, assim que o pé do gigante estraçalhou uma cratera no lugar onde estávamos nos escondendo.

– Ei! Talos! - Hansel berrou.

O monstro levantou sua espada, olhando para Bianca e para mim.

– Bianca... - falei.

– Sim?

– Nos vamos morrer... - Não era uma pergunta.

– Sim. - mesmo assim ela respondeu.

Hansel tocou uma rápida melodia em sua flauta. Lá na estrada, as linhas de força caídas começaram a dançar. Eu entendi o que Hansel ia fazer um segundo antes de acontecer. Um dos postes com cabos de força ainda atados voou na direção da parte de trás da perna de Talos e se amarrou em sua panturrilha. As linhas faiscaram e mandaram um choque de eletricidade para o traseiro do gigante. Talos rodopiou, faiscando e rangendo. Hansel havia conseguido alguns segundos para nós.

– Rápido! - puxei Bianca, mas ela continuou congelada. Do seu bolso ela tirou uma pequena figura de metal, uma estátua de um deus.

– Era... era para Nico. Era a única estátua que ele ainda não tinha na sua coleção...

– Como é que Hades você pode pensar em Mitomagia em uma hora dessas!? - exclamei.

Havia lágrimas nos olhos dela.

– Acalme-se. - falei. - Mas jogue isso fora, talvez ele nos deixe em paz.

Ela largou a estátua relutantemente, mas nada aconteceu.

O gigante continuava atrás do meu amigo metade Jegue. Ele apunhalou uma colina de sucata, errando Hansel por alguns metros, mas a sucata fez uma avalanche sobre ele, e então eu não pude vê-lo mais, apenas ouvir...

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! - ... Um grito de uma garotinha produzido por ele.

– HANSEL! - berrei.

Em um momento de pânico, tremendo, tirei Anaklusmos do bolso e a destapei lançando-a como uma lança na direção do gigante, como eu deveria ter previsto, sem efeito.

– Ei! Sua lata velha maldita! - Thalia gritou.

Ela apontou sua lança e um arco de relâmpagos azuis foram lançados, acertando o monstro em seu joelho enferrujado, que falhou. O gigante desmoronou, mas imediatamente começou a se levantar novamente. Era difícil dizer se ele podia sentir alguma coisa. Não havia nenhuma emoção em sua cara meio derretida, mas eu tive a impressão de que ele estava tão furioso quanto um guerreiro de metal de vinte andares de altura poderia estar.

– Na Sola! - Bianca apontou para o pé erguido do monstro.

Então eu vi o que ela queria dizer. A sola era igual ao solado de um tênis. Tinha um buraco no calcanhar, como um grande poço de serviço, e havia palavras vermelhas pintadas ao redor, as quais eu só decifrei quando o pé desceu: APENAS PARA MANUTENÇÃO.

– Se tivermos que desativa-lo, não vai ser por fora. - disse ela.

– Hora das ideias malucas... - murmurei. - Talvez haja um modo de controlar a coisa. Botões ou algo do tipo. Eu vou entrar lá.

– Não! Eu causei isso, eu vou. - disse ela.

– Distraia ele, faça-o levantar o pé...

Então eu fui, corri na direção do gigante, uma hora ele previu muito bem meus movimentos, abaixei antes dele me tapear direto para o Peru, ou algo do tipo. Então eu gritei:

– Ei! Lata de sardinha mutante! - chamei enquanto a voz de Bianca tentava me deter.

– Megan, o que você vai fazer?! - ouvi Percy gritar.

– MEGAN! PARE! - Bianca berrou.

Ignorei os dois, eu tinha que fazer isso... Eu só tinha que acertar o tempo...

O Gigante se virou para mim.

– Venha me pegar, robô defeituoso.

Ele com certeza despertou com a palavra defeituoso. E não gostou nada.

– Megan! - Thalia me gritou.

– Idiota! - essa foi Zoë.

Mas o gigante já estava vindo, seu grande e monstruoso pé de metal formava um teto em cima da minha cabeça, eu ia correr para a entrada da coisa quando uma flecha pousou diante do meu pé me impedindo. Bianca vinha a toda velocidade.

– Não vou deixar você fazer isso! - disse ela. - Você já salvou minha vida Megan, ou tento pelo menos...

Eu não tinha muito tempo. A coisa ia fazer panqueca de nos duas agora, eles nos gritavam.

– ... Agora é minha vez de tentar. - então Bianca pegou minha mão e colocou a pequena estátua de deus e apertou contra a minha mão. - Diga a Nico que sinto muito.

Então ela me empurrou pra longe do pé gigante do homem-de-lata, eu apenas a vi desviando de um pisão

– ESPERA! - gritei. - Bianca!

Então eu vi Hansel em algum lugar, fiquei meio aliviada de saber que ele estava vivo, como eu sabia disso? Bom...

– Brilha, brilha estrelinha...

É... Voltando ao caso de Bianca, ela tinha aprendido que o gigante era grande, mas lento. Se você pudesse ficar perto dele e não ser esmagado, poderia correr ao redor e continuar vivo. Pelo menos estava funcionando até agora. Bianca ficou perto do pé do gigante, tentando se equilibrar nas sucatas que balançavam e mexiam com o peso dele.

Zöe gritou.

– O que é que tu estás fazendo?

– Façam com que ele levante o pé! – ela disse.

Eu queria impedi-la, fiz uma promessa a Nico... Então Zoë mandou uma de suas flechas direto para o rosto do homem-de-lata e esta flecha atingiu bem a dentro de uma de suas narinas. Ouvi Percy gritar para o monstro:

– Ei!

O gigante se endireitou e balançou sua cabeça.

– Garoto sucata! - ele gritou. - Aqui embaixo!

Percy correu até o dedão do monstro e o furou com Corta-ondas, a lança. Infelizmente, seu plano estava dando certo. A lâmina mágica fez um corte no bronze. Talos olhou para Percy, pronto para esmaga-lo como uma formiga. Eu não via o que Bianca estava fazendo. Mas Percy apenas correu para não virar pizza de Percy. Mas o homem-de-lata ainda guardara remorso de mim, então Percy correu na minha direção e me arrastou para longe.

O pé desceu cerca de cinco centímetros atrás de nós e fomos jogados no ar em um coro de gritos. Me levantei, era disso o que eu precisava... Anaklusmos voltara para o meu bolso. Mas não daria muito certo usa-la agora.

Hansel tinha a atenção do Tony Stark - Tipo, homem de ferro... Entenderam?... Ah, esquece. - ele cantava:

– Cinco sátiros pulavam na cama, um caiu de cabeça no chão...

O monstro se virou. O monstro levantou sua espada para esmagar meu amigo.

– HANSEL! - eu e Thalia gritamos juntos.

Eu sabia que era tarde demais pra nós. Então ele parou. Talos acertou sua cabeça de um lado como se ele estivesse ouvindo uma estranha nova música. Ele começou a mover seus braços e pernas de maneiras estranhas, fazendo a Galinha Funk. Então ele fechou o punho e se deu um soco na cara.

– Bianca! - gritei.

Zoë me olhou horrorizada.

– Ela esta lá dentro?

O monstro cambaleou, e eu percebi que nós ainda estávamos em perigo. Thalia e eu pegamos Hansel corremos em direção à autoestrada. Zöe já estava à nossa frente. Ela gritou:

– Como ela vai sair?!

... Eu não tinha pensado nessa parte.

– Não... - Percy engoliu seco. - Não vai.

Estremeci, antes de eu dizer qualquer coisa. O gigante se acertou na cabeça mais uma vez e largou sua espada. Uma tremedeira correu por todo o seu corpo e ele cambaleou na direção dos cabos de força.

– BIANCA! - berrei com toda a força dos pulmões.

O tornozelo do gigante se embolou nas linhas e faíscas azuis de eletricidade passaram pelo seu corpo. Torci para que o interior fosse isolado. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo lá. O gigante cambaleou de volta ao ferro-velho, e sua mão direita se soltou, caindo na sucata com um horrível CLANG!

– Não... - Zoë gritava. - ESPERA!

Talos começou a correr. Seu braço esquerdo se desprendeu também. Ele estava se partindo nas juntas. Nós corremos atrás dele, mas não havia como nós acompanharmos. Pedaços do robô continuavam caindo, ficando no nosso caminho.

– BIANCA! - gritávamos, tive a impressão de que minhas cordas vocais se rasgariam a qualquer instante.

O gigante desmontou de cima a baixo: sua cabeça, seu peito e, finalmente, suas pernas desmoronaram.

– Bianca... - chamou Zoë. Mas ela hesitara.

Não procuramos, não chamamos mais, um silêncio medonho preenchia o ar.

– Ela... - Percy que estava na frente se virara para nos. - Ela se foi...

– Não... Isso não é verdade. - disse Thalia. - Nico... Ele vai ficar arrasado...

Zoë sentou-se e começou a chorar.

Eu olhava fixamente para o chão, eu ainda segurava com força a estatueta na minha mão. Eu queria que Bianca entregasse, ela não...

– Ela não... - comecei mordendo o lábio, corri na direção do monte de sucata.

– Megan! - Percy me segurou antes de qualquer coisa, ele me segurou pelos ombros - Ela se foi.

– Ela não pode! - exclamei.

– ELA SE FOI! - ele gritou.

Thalia gritou enfurecida e enfiou sua Lança na face esmagada do gigante.

– Nos podemos procura-la ainda... - comecei.

– Não podemos. - disse Hansel já recuperado. - Tudo aconteceu exatamente como foi dito.

Me virei para ele.

– O que... O que você quer dizer?

Ele olhou pra mim com grandes olhos aquosos.

Um na terra árida se perderá.– o menino-jegue citou. - Olhe ao seu redor... Foi como disse a profecia...

Por que eu não tinha percebido isso? Por que eu a deixei ir em meu lugar? Eu fui tão... tão... Argh!

E era assim? Ali estávamos nos em meio a o deserto. Zoë caindo aos pedaços em um mar de lagrimas, Thalia despejando sua fúria em pedaços de metal, chutando-os e os furando. Percy me olhando com seus olhos verdes e tristes, eu o abracei e enterrei meu rosto em seu casaco de pele de leão de Neméia. Hansel levava sua flauta ate os lábios e tocava uma melancólica musica, que em momento normais pela primeira vez eu a acharia bela. Uma margarida nascia da terra. Eu soltava lagrimas mudas.

Ela morreu.
 

•••

Ponto de Vista

Bianca Di Angelo

Minutos anteriores...


Eu sabia que eu morreria agora, sangue cobria minha testa, mas foi bom ser uma caçadora, me sentir viva e livre, exceto de uma profecia. Desejei sorte para eles, de qualquer modo, eles iriam precisar, eu sei. Eu precisei, mas me fez muita falta. Me pergunto como ele ficará com a noticia... Nico.


Queria pedir perdão para ele, eu apenas queria uma vida sem responsabilidades, eu confiei que eles cuidariam bem dele lá no acampamento, acreditei em Megan, ela foi como uma irmã também, uma boa amiga... Sorte para ela também, o monstro que eu acordara - eu ainda me sinto péssima por isso, mas é bom morrer no lugar deles. - estava despedaçando, e eu despedaçaria junto a ele.


A última coisa eu vi, acima da minha cabeça, brilhando em prata como uma estrela...


Um Elmo.


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Notas finais do capítulo

"... Como sempre, eu estava enganada."
— Megan.