Os Dois Lados Da Moeda escrita por Sameen Shaw


Capítulo 1
Os Dois Lados da Moeda




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04:30 AM.

Sherlock como de costume estava sentado em uma cadeira próximo a cama de Watson esperando um momento oportuno para acordá-la em gritos.

Watson. Watson, acorde!

Joan puxou a coberta do rosto e inclinou-se olhando para Sherlock, a fim de que fizesse com que ele parasse de gritar.

— Droga! Odeio quando você faz isso. Não vai me dizer que em plena 04h30 da madrugada nós temos mais um daqueles casos horripilantes e esquisitos?

— Nossa Watson, você é boa mesmo! Dessa vez não tem nada de extraordinário nesse caso, pelo menos até agora. O Capitão Gregson requisitou nossa presença na cena de um crime. Além disso, acho que as pessoas não escolhem a hora em que vão morrer, mas é claro que você já sabia disso. – Sherlock falava sarcasticamente.

— Não seja ridículo, saia vou me vestir.

— Você tem 20 minutos, vou te esperar na porta!

Sherlock estava esperando na porta com o casaco dela nas mãos e após decorridos 15 minutos, Joan desceu e o vestiu, e, logo em seguida, foram para o local da cena do crime.

05:20 A.M.

O crime ocorrera em um beco pouco iluminado e de longe conseguia-se ver o corpo, aparentemente não havia nada de excepcional ao redor que chamasse a atenção de Joan e Sherlock, até Joan notar que uma das portas dos galpões ao lado da cena do crime demonstrava sinal de arrombamento. Ao abrir a porta e se deparar com um antigo depósito e dois barris preenchidos com gasolina, o que era mais que o suficiente para explodir tudo que estivesse por perto.

Enquanto ainda analisava o corpo, Sherlock a perdeu de vista, mas logo ouviu sua voz vindo do galpão indo de encontro a ela junto com Detetive Bell e Capitão Gregson.

— Gasolina. – Disse Sherlock olhando para eles como se não tivessem sentido o cheiro exalando de um dos barris.

Juntando uma força policial com todos os que estavam ali, Capitão Gregson deu a ordem de evacuar e se distanciar.  "Ninguém deve se arriscar a chegar perto, até que eu chame alguém que possa lidar com isso de maneira em que todos fiquem bem".

— Capitão não podemos deixar o corpo, é uma evidência! – Bell alertava o Capitão.

— Por hora eu tenho que assegurar que todo mundo que está ao redor daqui esteja a salvo, vamos lidar com uma coisa de cada vez. – Capitão Gregson replicou de modo a demonstrar que as coisas só estariam sob seu controle caso não houvesse pânico.

Os policiais que estavam ali procuraram colher as digitais e amostras de DNA antes da evacuação, para complementar o trabalho em campo que iria ficar intocável até que o local e estivesse seguro novamente.

À essa altura, Joan e Sherlock procuravam analisar ao máximo o depósito e a cena antes de a evacuação começar, enquanto Joan analisava o corpo, Sherlock tirava fotos e analisava a entrada do galpão e suas particularidades.

— Isso está longe de ser aleatório, mesmo com uma pessoa morta e um galpão com dois barris de gasolina. Não tem indícios de que algo ou alguém esteve nesse depósito e agora temos um corpo cuja as digitais provavelmente devem estar nessa maçaneta. Se houve alguém aqui, era só para terminar o trabalho que no caso seria este homem.

— Concordo com você Watson. Algo parece muito errado. –  Complementou Sherlock.

— Nós devemos ir. – Disse Watson olhando fixamente para ele enquanto Sherlock passava a analisar o corpo.

— Você primeiro, eu estarei logo atrás.

— Ok. Vou conversar com o Capitão e Marcus. Não demore muito.

Joan andava em direção às viaturas que estavam sendo realocadas por motivo de segurança, Bell e o Capitão encontravam-se juntamente numa das viaturas que já haviam sido realocadas para um ponto distante do galpão, sendo assim, decidiu ir pelo outro lado da rua para evitar o trânsito de pessoas na calçada. No meio do caminho até eles uma van da polícia com dois homens fardados com o uniforme da NYPD, interceptaram Watson fingindo coletar informações sobre o caso e enquanto um fazia perguntas sobre a cena, o outro tirou do bolso um pano e imediatamente colocou sobre a boca e nariz dela, fazendo-a desmaiar rapidamente.

Ninguém iria desconfiar de homens fardados com o uniforme do departamento, o sumiço de Watson passou despercebido.

— Acho que é isso que consigo por hora – Sherlock pensou alto consigo mesmo se afastando da cena do crime. – Oi. Você pode me apontar onde está o Capitão, Watson e Detetive Bell? – Perguntou Sherlock para o policial que tomava notas sobre o local.

— Estão perto das viaturas que já foram realocadas. Por ali, é só seguir o fluxo. – Respondeu o policial.

Sherlock acenou com a cabeça em forma de agradecimento e seguiu na direção apontada. Quando estava a caminho ele olhou para trás e avistou um homem alto na entrada do beco, presumiu que o mesmo estaria indo em direção ao galpão. Desesperadamente gritou para os policiais ali presente que evacuassem rapidamente, pois o galpão estava prestes a explodir. As pessoas começaram a correr na direção contrária e mesmo que o caos estivesse instalado, todos conseguiram sair das proximidades do local ilesos.

Todos que estavam ali assistiram o galpão explodir com um estrondo enorme e em seguida, ouviram as sirenes dos bombeiros que haviam sido chamados pelo Capitão Gregson assim que identificaram os barris de gasolina.

Após o ocorrido Sherlock se perdeu de Watson pois estavam todos ajudando a evacuar as pessoas curiosas em volta para mantê-las seguras, procurou em volta várias vezes e por um tempo achou que ela havia se direcionado à delegacia para acelerar o trabalho, então tomou a decisão de ir para lá. Chegando na delegacia perguntou se alguém havia visto Watson desde o ocorrido e a resposta que recebia era um simples e direto "não". Mandou diversas mensagens, mas não obteve respostas o que o deixou mais apreensivo pelo seu paradeiro. Pensou consigo mesmo o porquê de ela não ter voltado e começou a ficar inquieto, pois não encontrava resposta para sua pergunta, dado que, até o Detetive Bell encontrava-se lá. Sherlock tentava não deixar transparecer sua apreensão, mas era inevitável, só de pensar o que poderia ter acontecido com ela dava-lhe medo. Medo é uma palavra que há muito tempo não se encaixava na sua vida.

— Marcus, você viu a Watson ou falou com ela após deixarmos o galpão?

— Não, não a vejo desde que nos separamos na cena do crime. Estive com o Capitão o tempo todo até ele me pedir para coordenar as coisas daqui da delegacia. Está tudo bem? Você parece um pouco fora de si. – Indagou Marcus.

— Estou preocupado, ela não responde minhas mensagens e ninguém a viu até agora.

— Vou ligar para o Capitão, talvez ela tenha encontrado com ele e estejam a caminho daqui.

— Vou estar na sala olhando as anotações dos policiais esperando por notícias. – Sherlock respondeu sem acreditar nas suas próprias palavras, pois sabia que pretendia rever seus passos até o momento em que houve a separação dos dois.

A delegacia encontrava-se um caos, tudo que Sherlock necessitava era de um local calmo onde pudesse pensar claramente sem interrupções, refazer os passos e talvez encontrar respostas para suas perguntas.

Capitão Gregson após um tempo chegou na delegacia sem Watson, andando em direção a sua sala onde iria realizar algumas ligações e começar a investigação a partir de outro viés além do assassinato. Sherlock ao vê-lo não hesitou em bater na porta e bombardeá-lo de perguntas sobre a situação de Watson.

— Capitão acredito que temos um problema. Watson não foi vista por ninguém aqui na delegacia de polícia e também não estava perto do galpão após a explosão, o Detetive Bell chegou a cogitar que talvez ela estivesse vindo para delegacia com você, mas não tínhamos como saber já que devido o ocorrido você não tenha tido tempo de olhar seu celular. – Disparou Sherlock ofegante e nervoso.

— Calma. Não a vi desde que deixei vocês na cena do crime, tem certeza que ela não foi para casa ou está a caminho com um de nossos policiais para cá? É incomum ela vir com alguém além de nós, mas acontece.

— Tenho certeza! Odeio me basear em intuição para determinar uma situação, mas sinto que não é um bom sinal.

— Eu tenho que esperar 72h para declarar Joan como desaparecida. Antes disso, poderíamos colocar alguns policiais a disposição para encontrá-la. – O Capitão transparecia uma certa preocupação depois da explicação de Sherlock. Ele sentia que esperar não era a solução, mas não podia ir contra as regras do departamento.

— Agradeço. Não conseguirei me concentrar estando aqui então vou trabalhar do sobrado, com a sua permissão é claro. – Disse Sherlock se direcionando à porta.

— Claro. Me envie os detalhes. Farei o mesmo. – Respondeu Capitão Gregson.

12:10 P.M.

Watson acordou em um quarto onde só havia uma porta e a julgar pela aparência dele, provavelmente abandonado ou mau cuidado devido o estado em que ele estava. Joan olhava o local em volta, mas não havia como escapar só havia a porta na qual entrara e nem sabe se de lá conseguiria sair. Se aproximando da porta ouviu os capangas conversando e escutou um deles falando "o que ele quer que façamos com ela?", a resposta que escutou não foi tão agradável, escutara que "o intocável" se referindo à Sherlock tinha um prazo para encontrá-la antes que Moriarty a matasse.

Batendo na porta com força para chamar a atenção de um dos capangas, notou que eles ficaram em silêncio imediatamente. “Será que ela deveria ter ouvido parte do plano? Será que eles não sabiam que ela tinha entendimento sobre a existência de Moriarty?”.— Joan se perguntava o motivo dela ter silenciado ou pelo menos, assustado eles.

Tudo ficou quieto por um tempo até um deles abrir a porta e trazer comida para Watson, o homem calado estava e calado ficou. Ele tinha 1.84m de altura e era forte, não havia chances de um confronto, ainda mais sabendo que tinha o outro capanga do lado de fora e sabe-se lá quantos poderiam estar ali vigiando o local. Confronto não era uma opção.

Sherlock havia chegado no sobrado fazia um tempo, tinha trazido da delegacia as anotações sobre o local e algumas considerações feita pelo Detetive Bell, o qual também se voluntariou para ajudar na busca por Watson. Ele estava sentado em frente a lareira e já havia repassado os passos diversas vezes. O celular tocando havia interrompido seus pensamentos, embora ele já tivesse perdido a linha de raciocínio ao olhar o decorrer do tempo no seu celular, e após o quinto toque atendeu a chamada do Capitão.

— Estou aqui. Alguma notícia? – Disse Sherlock.

— Não, nenhuma além do corpo. Já verificamos na nossa base de dados e não há nenhum documento que alegasse quem a vítima era. Basicamente, o consideramos um Jhon Doe até que alguém o procure pelo retrato que faremos agora para ver se alguém sabe quem ele é ou está procurando por ele. – Explicou o Capitão.

— Hm, interessante. Por que iriam matar um cara no meio da madrugada que não tem identificação alguma? A não ser que o tenham roubado ou quisessem simular desse jeito, mas a julgar pela aparência dele não me parece que ele tinha algo de valor que alguém poderia estar procurando. Não faz sentido.

No meio da sua conversa com o Capitão, Sherlock recebe uma mensagem escrita "estou com ela, você já deveria saber a essa altura que vir atrás de mim tem um preço alto, sou eu que dito as regras deste jogo".

Sherlock após ler a mensagem falou com a voz trêmula para o Capitão "Ele está com ela, eu já deveria saber disso".

— Quem está com ela? Sherlock? – Perguntava Capitão Gregson.

“Eu tenho te vigiado, sei que está conversando com o seu Capitão e que ele sabe sobre mim. Desligue agora, em breve entrarei em contato.” — A outra mensagem que recebera de Moriarty fez com que Sherlock cortasse contato por hora com o Capitão, queria evitar um mal-entendido, sabia que qualquer movimento errado seu poderia custar a vida da pessoa que ele mais amava no mundo. Moriarty gostava de brincar com a vida das pessoas e não se importava em quem ia passar por cima para alcançar seus objetivos, Joan aparecia como um empecilho a ser descartado.


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Notas finais do capítulo

Essa é apenas uma história fictícia. Irei desenvolver o capítulo conforme tiver tempo e pretendo finalizar a fanfic. Agradeço desde já o apoio de quem vêm comentando e me mantendo motivada a continuar. Até a próxima!



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