I Love You? escrita por More Dreams


Capítulo 30
The simple fact of life be like this


Notas iniciais do capítulo

HÁ. Capítulo novo :3 Que eu fiz com muito carinho e dedicação, e pensando em vocês, claro, meus amores! Não consegui tempo de responder os reviews (nem sei como estou aqui, postando hoje, então se tiverem muitos erros, me avisem, porque eu só consegui revisar uma vez), mas amanhã mesmo retornarei os lindos e maravilhosos comentários de vocês pessoas lindas! Muito orgulhosa de todo apoio e carinho de vocês!


Espero que aproveitem o capítulo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/400575/chapter/30

POV Ally

– Mãe?

Abri a porta – destrancada - de casa e coloquei minha bolsa no sofá junto com a jaqueta do Austin, que ainda não a tinha devolvido. Escutei risadas na cozinha e fui até lá, deparando-me com três pessoas.

– Filha! – Minha mãe veio rapidinho ao meu alcance e me deu um longo e bem apertado abraço. – Como você está?

– Bem... E você?

– O suficiente. – Ela pôs um enorme sorriso – falso – no rosto e se virou para o Elliot e sua mãe. – Os dois vieram aqui a um tempinho e trouxeram uma linda torta de bacon e queijo.

– Querida, nós soubemos o que aconteceu e... Pode contar conosco a qualquer momento, tudo bem? – A mãe de Elliot segurou minhas mãos e as apertou levemente, transmitindo um conforto materno. Acenei para a mesma que sorriu deliberadamente.

– Obrigado. – Encarei agora meu amigo, que pareceu não me notar e continuava a encarar o chão, dando a entender que o piso estava mais interessante que eu, deixando-me frustrada.

– Que tal irmos jantar e depois compartilhamos alguns sorvetes? – Minha mãe deu a ideia enquanto todos concordavam e pegavam os pratos e talheres, sentando-se na mesa calmamente.

As duas senhoras conversavam tranquilamente e eu não aguentava mais aquele tratamento do silêncio que certo moreno estava me dando, então logo que acabei minha comida, o chamei.

– Elliot, você poderia vir comigo rapidinho? – Ele encarou-me por longos segundos e em seguida confirmou. Pedi licença para as duas e fui em direção ao meu quarto. Quando entramos, fechei a porta e o observei.

– O que foi? – O mesmo perguntou-me friamente. Estranhei seu jeito e me pronunciei.

– O que foi? Eu é que te pergunto “o que foi”?

– Você que me chamou aqui em cima, e é você que deve explicar o que quer. – Minha raiva tomou conta de minha mente.

– Você não olhou para mim em nenhum momento do jantar ou prestou nenhuma compaixão em nome de meu pai e ainda quer alguma explicação? Qual é Elliot!

– Você acha que o seu mundinho gira em torno de você Ally? Eu também perdi uma pessoa querida a menos de um ano e eu não fiquei esperando que as pessoas sentissem pena de mim.

– Eu não quero que sinta pena de mim! Eu só quero meu amigo aqui comigo! – Gritei enfurecida enquanto ele semicerrava os olhos para mim.

– Eu também queria minha amiga aqui comigo mais cedo, mas sabe onde ela estava? Andando por ai com não sei quem, enquanto eu estava na casa ao lado, preocupado, sem nenhuma notícia da mesma, já que não atendia a porcaria do celular! – Ele gritou enquanto socava a parede com força. Quando voltou sua atenção para mim, eu tentei me aproximar, mas o mesmo se distanciou. – Esses dias, a única coisa que eu tenho feito é me preocupar com você Ally. Preocupado que você não comesse por causa da escola, preocupado com sua saúde e preocupado que você fizesse alguma burrada por causa da morte de seu pai!

– Elliot...

– Não! Agora você vai me deixar falar. – O moreno não gritou, mas falou em um tom alto e autoritário. – Cadê a minha melhor amiga de antigamente? Aquela que amava colecionar bichinhos de pelúcia e que não sumia de uma hora para outra. Aquela que odiava o fato de não conseguir odiar o seu pai. Aquela que colocava uma música bem alto e começava a dançar com um esfregão pela casa ao invés de limpá-la. Eu sinto falta daquela garota, sabe por quê? Porque eu era apaixonado por ela. Louco de amores. – Fiquei em choque com sua declaração tão crua que não consegui pronunciar nenhuma palavra. – Agora, essa que está aqui na minha frente, é só uma vizinha qualquer, a qual eu não conheço. – O mesmo sorriu sombriamente, enquanto colocava o braço atrás da cabeça, sinal claro de conforto. – Mas foi um prazer te conhecer de qualquer jeito. Talvez um dia nos veremos novamente, quando eu tiver de férias da minha faculdade e você da sua. – Ele deu as costas para mim, porém eu não pude de notar uma “pista” que o mesmo havia dado...

– Faculdade? – O moreno, que estava já a um passo de sair do quarto, se virou para mim.

– Isso ai. Olheiros vão estar no jogo de amanhã, e meu professor me recomendou para alguns deles. Mas bem, você não sabia disso e com tal informação não vai se importar mesmo, então, para que saber, certo? – Só consegui escutar seus passos na escada e em seguida a porta da frente sendo fechada com força.

Desci e fui até a mesa, ainda meio extasiada, e encarei as duas mulheres a minha frente, que também continham expressões surpresas no rosto.

– Escutei alguns gritos no andar de cima. O que aconteceu? – Minha mãe perguntou preocupada.

– Tivemos uma pequena discussão.

– Meu filho está bem? – Acenei com a cabeça, tentando não preocupá-la.

– Melhor que eu. – E aquilo, literalmente, não era mentira.

...oOo...

– O que, realmente, aconteceu ontem filha? – Minha mãe, que estava arrumando seu cabelo em um rabo de cavalo bem apertado, olhou-me pelo reflexo do espelho.

Depois do que ocorreu na noite anterior, eu acabei meu sorvete e deitei-me, encarando o teto por longas e agonizantes horas. Tentei escutar música, contar carneirinho, ou ler, mas nada adiantou, e quando percebi, era cedo da manhã. Levantei-me, arrumei-me e fiz um ótimo café para mim e a senhorita Penny, que preferiu não tocar no assunto da pequena discussão. Mas agora, quase onze da manhã, perto do funeral de meu pai, ela decidiu que seria uma boa hora para retomarmos nossa conversa.

– Nada mãe, é só que o Elliot... Ele... – Não sabia exatamente o que responder e respirei fundo.

– Ele é apaixonado por você, mas o sentimento não é recíproco? – Virei-me para encará-la com um pequeno sorriso no rosto.

– Você sabia?

– Eu sou mãe, sei de tudo e mais um pouco. – A mesma piscou e eu ri de seu comentário. – Você é apaixonada por outra pessoa. Um garoto alto e loiro, com um jeito carinhoso, engraçado e meio estranho de demonstrar o que sente, mas com um enorme coração. – Abaixei minha cabeça e concordei, meio envergonhada.

– Sim.

– Filha, não há com o que se constranger. Seu coração escolheu, dentre tantas opções, gostar dele. Sua mente não pode mudar nada. E você não pode se multiplicar e fazer com que cada uma delas se apaixone pelos dois. – Acenei, mais aliviada com suas palavras. – Mas não se preocupe, tudo ficará bem. O Elliot vai achar alguém que o faça bem, mesmo que minha filha seja uma ótima opção. Ele vai perceber que o que sente por você, não é nada mais que anos de amizade misturados a uma grande carga de afeição. Vocês são melhores amigos, e não há nada que vá mudar isso. – A abracei fortemente. – Agora vamos. Temos coisas importantes a fazer minha flor.

Observei meu vestido preto pelo espelho e não acreditei que aquilo estava acontecendo. A vida era daquele jeito, mas... Eu não queria ir. Contudo, aquilo era necessário e seria minha chance de ver meu pai pela última vez.

...oOo...

O funeral ocorreu tranquilamente, com pessoas que conheciam o pai de algum tempo, amigos de longa data, minha tia (que fez questão de passar aquela semana em nossa casa com sua filha Grace, assim que a buscasse na escolinha aquela tarde), as Irmãs do hospital e mais algumas pessoas que mamãe conhecia. Perto do final, quando minha bexiga resolveu se mostrar presente em meu corpo, vi o Elliot (apenas de costas) entrando em seu automóvel e percebi o buquê nas mãos de minha mãe. Sabia que o mesmo estava furioso comigo, mas não esperava que as flores que estavam em sua mão eram para mim. Quando me aproximei da mesma, ela me entregou os gerânios vermelhos, dizendo que o moreno havia trazido para mim. Fiquei surpresa, mas não demonstrei, e continuei prestando atenção no velório.

Recebi algumas mensagens da Trish, informando que o pessoal não pode estar presente decorrente das aulas e que a culpa tinha sido minha por eu dar uma carga extra de preocupação a todos, já que eu os tinha forçado no dia anterior a ir para escola. A latina ainda me ligou na hora do intervalo e todos conversaram um pouco comigo, mandando pêsames a mais para minha mãe, que ficou ao lado escutando minha conversa. Recebi ainda um convite do Aus, para o jogo da noite, mas logo eu recusei. O que claro, não o deixou triste, pois disse que de qualquer maneira iria passar na minha casa e levar alguns filmes e uma pizza para nós.

Quando desliguei, e estávamos perto de ir, vi minha mãe correr para o banheiro, e sabia que a mesma havia desmoronado.

– Nós vamos ficar bem. – Agora, aqui estava eu, tentando consolá-la, no sofá de nossa casa.

Eu tive que dirigir o veículo para a mesma não sair batendo nos postes por ai.

– Por que eu tive que passar todo esse tempo longe? Eu queria ter aproveitado mais o tempo com vocês... Como a família ótima que éramos.

– Ainda somos mãe. Ainda somos. – Coloquei sua cabeça em meu colo e fiz um cafuné nela, enquanto a deixava se livrar de toda dor. Odiava vê-la naquele estado, mas cada um lida com o seu luto de uma forma.

Depois de um longo tempo, ela parou o choro e sentou-se. Pareceu me observar por um tempo e depois passou a mão pelo meu rosto.

– Quando você mudou tanto e se tornou essa moça forte que é hoje? – Eu sorri e a mesma acompanhou-me. – Você cresceu tão rápido que eu mal pisquei e você já estava com a mente formada. Te amo tanto querida que eu não sei o que faria sem você. – A abracei novamente, e eu sabia que, enquanto tivéssemos uma à outra, iríamos ficar bem. – Como eu vou conseguir viver sem minha pequena quando for para faculdade?

– Você poderia se mudar comigo para Nova Iorque, e nos finais de semana eu poderia te visitar já que, ficaria mais perto.

– Gostei da ideia. – Ela riu como se fosse à coisa mais simples do mundo. – Poderíamos elaborar esse plano, até porque, meu livro já foi publicado e eu poderia escrever outro sem problema nenhum.

A encarei sorridente. Ela pensava como uma criança; sempre alto e sem medo de que a realidade a derrubasse. Corria atrás do que tinha que correr para alcançar seus objetivos. E conseguia o realizar com perfeição. Literalmente, minha mãe era minha heroína.

– Eu também mãe.

...oOo...

Depois de nosso momento, a tia Carol chegou com a Grace e começou a preparar algo para nos alimentar com minha mãe já que estava tarde e eu e ela não havíamos nem mesmo almoçado.

Brinquei com a pequena das mais diversas brincadeiras, até a mesma resolver que queria assistir televisão, o que nos levou ao sofá novamente, assistir Phineas e Ferb.

Após o desenho, comemos um delicioso espaguete e nos sentamos na sala para assistir Frozen, uma pedido – mais parecido com uma ordem – da Grace.

Lá perto das seis, o Aus me ligou novamente e disse que o Dallas insistia que fosse lhe ver antes de começar o jogo, e o mesmo cancelou nossa noite, que tinha sido marcada para a seguinte, o que eu aceitei um tanto chateada.

Quando eu larguei o celular ao meu lado, minha mãe percebeu o suspiro que escapou de meus lábios.

– O que foi querida? – A olhei de lado e sorri.

– Nada.

– Pode falar.

– Hoje vai ter o jogo dos meninos, e eles haviam me convidado, mas...

– Pode ir filha. – A observei sorrir e eu neguei, deletando sua proposta.

– Não mãe, eu...

– Eu vou ficar bem. – A mesma sabia que eu não queria ir por causa da mesma, e decidiu colocar um jogo de futebol a sua frente.

– Mas...

– Se divirta. Ah, e pegue um dos carros de seu pai, que tenho certeza que agora eles te pertencem. – A encarei durante um bom tempo, até sentir sua mão quente em cima da minha um tanto fria. – Querida, vá. Eu sei que você quer ir, e aproveitar com seus amigos. Além do mais, se distrair é bom. – Ela acenou com a cabeça e eu sabia que a Penny estava fazendo de tudo para eu não me afligir.

Levantei-me do sofá devagar e fui ao andar de cima, trocar minha calça de moletom por uma jeans, e meu top por uma blusa preta básica. Coloquei uma jaqueta azul de meu armário e minhas botas e desci as escadas já com minha bolsa, colocando meu aparelho telefônico dentro de meu bolso.

– Não se preocupe com o tempo. Mas peço que, de preferência, chegue sóbria. – Sorri com o seu comentário, deslocando-me a cozinha.

Fui em direção ao chaveiro que ficava ao lado da porta e vi minha tia ali, segurando um jarro.

– De quem são essas flores?

– Um amigo me deu hoje cedo. – Ela acenou enquanto o colocava em cima da mesa.

– Esse amigo deve ser muito querido, e pensou muito bem antes de te entregar tal presente. – Franzi o cenho.

– Como assim?

– Essas flores possuem diversos significados, mas as vermelhas são especiais, pois significam consolo. Provavelmente decorrente a morte de seu pai, doce. – A encarei enquanto a mesma sorria e voltava para sala, deixando-me sozinha e atordoada decorrente a sua fala.

O Elliot não estava zangado comigo.

E com isso, eu sai de casa, com uma carga de alívio bem grande plantada em meu peito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Mandem reviews do que acharam!


Ps¹.: Dei uma olhada nos comentários do capítulo passado e vi que vocês continuam respondendo as perguntas e deixando-me super animada. Então terá mais, ok? Próxima pergunta é: Qual o hobbie favorito de vocês?


Ps².: Love you people sooo much! Beijocas gelatinosas e até a próxima!


XOXO