– Papai? - As lágrimas eram inevitáveis neste momento. O garotinho nunca tinha chorado tanto quanto agora e tudo estava começando a ficar embaçado a medida que o tempo passava e suas lágrimas aumentavam. Deveria ser crime fazer uma criança chorar tanto...

– Para o seu quarto, agora! - O homem que estava ali, irritado e apontando para a escada não queria gritar daquele jeito com seu filho, mas foi a única maneira que ele encontrou para o menino escutar e em seguida ir chorando a caminho da escada. A dor que o homem podia ver nos olhos de seu filho era muito maior que a dele, quebrando ainda mais o seu coração que já estava esmagado.

O loirinho com seu ursinho de pelúcia foi mais esperto e não subiu toda a escadaria até seu quarto e ficou ali em um degrau escondidinho onde pudesse ver tudo que estava acontecendo.

Choros, gritos, tentativas de pedidos de desculpas e nada. O homem que estava ali na sala não iria aceitar nada que viesse da mulher a sua frente e isso fez com que o garotinho se sentisse mais triste. O silêncio se propagou na sala, e soluços começaram a ser escutados. O homem tentava controlar seu orgulho e a frase que saiu da boca de sua, talvez futura ex-mulher o surpreendeu um pouco.

– Eu te amo. - Talvez ele sentisse o mesmo, mas não conseguia superar a dor em seu peito e apenas deu-lhe as costas indo embora. O loirinho guardou aquelas palavras em sua mente para nunca mais usar, mesmo sabendo que aquilo era um enorme peso para apenas simples letras e não sabendo ao certo o que seu futuro esperava.

.....

– Eu te amo. - É verdade, as pessoas nunca aprendem as coisas as vendo, acredito que é preciso testá-las. Lembrando que erros as vezes não acontecem duas vezes, e que todos aprendem com ele na primeira vez não o cometendo uma segunda vez...

A garota que estava em sua frente o olhou surpresa, mas ao mesmo tempo abriu um sorriso tão diferente que ele deveria ter notado. Alguma coisa em seus olhos mudou, mas ele permitiu-se pensar que era apenas a felicidade que a encobria por ele ter dito aquelas palavras que nem mesmo esperava usar.

– Eu também. - Ela o abraçou aconchegando-se nele, e o mesmo ficou pensando no que a garota que estava em sua frente respondeu. "Eu também" não tinha o mesmo peso, a mesma carga de sentimentos que o "Eu te amo" original possuía, nem mesmo os sentimentos que ele tentou expressar a ela, mas preferiu aproveitar aquele momento.

Ele deveria ter suspeitado de algo...