O Choro Das Ninfas escrita por Pessoana33


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, que demorei bastante tempo para apostar este capítulo, mas eu sofro de um problema que muita gente sofre, esse problema chama-se: P R E G U I Ç A... Eu admito, sou uma pessoa bastante preguiçosa, é um dos meus maiores defeitos. Por isso desculpem-me por deixar vocês esperando. Ainda bem que hoje ganhei vergonha na cara e apostei um capítulo novo.

P.s. queria agradecer Aline Bennet, por ter deixado uma recomendação tão fofa, e obrigada por ler a minha fic, isso deixa-me muito feliz. Por isso quero dedicar este capítulo á Aline e todas as minhas queridas leitoras por acompanharem a minha fic (vocês fazem-me a PESSOA mais feliz do mundo) :$$$

Agora sem mais demoras,
Boa leitura :))



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Juliette

Vou agarrando aquela lembrança que alguém chorava por mim, e pedia-me para que eu não adormecer num sono sem fim. Foi numa vida não muito distante, mas também não muito perto. Eu morri, porque naquele momento eu senti que morrer era mais fácil do que viver, não sei do motivo do morrer ficou fácil, não me lembro, e por mais que tente lembrar-me desse “eu” que se foi, eu não consigo acha-lo em minhas memórias vagas. Então quem sou eu? Ou melhor, quem fui eu? Algo dentro mim, quer que eu encontre a verdade, mas eu não sei que verdade é essa, e enquanto não a encontrar a minha alma nunca terá paz. E vaguearei pelo mundo a procura de um passado que se foi, e não vai voltar mais, mas eu preciso das respostas para as minhas perguntas. Ou talvez de um mero motivo para continuar viva, porque eu sempre quis morrer, mas minha vontade é em vão. Eu nunca morri, ou talvez morri daquela vez, e então nasci de novo, em um ser vácuo, sem nada por dentro. Um ser despromovido de sonhos, e de sentimentos.

Lágrimas quentes caem sobre a minha face fria. São lágrimas triste… alguém chora por mim. “ Não feches os olhos… por favor não vás embora.” – É a voz de uma criança, e eu conheço esta voz, ou pelo menos na outra vida eu conhecia.

A criança esmurra o meu peito. Mais um soco, e outro e assim repetidamente. E mais lágrimas, ou será a chuva que cai sobre mim? Olho para criança, mas ela não tem rosto. Fecho os meus olhos cansados, e não há mais nada além de escuridão.

Acordo, a luz do dia queima em meus olhos, e mal consigo enxergar. Minha cabeça dói, como se eu não dormisse há dias. Sinto-me cansada. Fraca e frágil. Vulnerável. Olho em volta e não conheço este lugar. Os móveis antigos enfeitam o quarto, reluzem com a luz do dia. Os quadros de paisagens cobrem a parede nua, reparo num quadro em particular, num pássaro negro em um céu branco, como eu gostaria de ser esse pássaro e poder abrir as asas e poder voar, para longe dos meus medos, e dos monstros que surgem em torno dos meus dias. Quem me dera, ser livre desta prisão. Deste mundo feito de correntes. Como tenho inveja de ti, pássaro, por poderes ser o que és, e não seres o que os outros querem que sejas.

Deixo o pássaro, porque nunca serei esse pássaro, e observo o resto do quarto. Há livros em uma estante, eu sempre quis ler um livro, mas neste mundo as mulheres não têm privilégio de lerem, mas felizmente o meu avô ensinou-me a juntar as letras, e formar palavras.

Que lugar é este? Será que estou sonhar? Porque nunca tive num lugar tão bonito quanto este. Levanto-me da cama, nunca antes estive deitada numa, sempre dormi no chão frio e duro. Nem nunca tive lençóis de seda, e muito menos cobertores quentes que pudessem esquentar em dias frios de Inverno. Para não morremos no impiedoso Inverno, dormíamos juntas, e o calor que emanava em nossos corpos impedia que morrêssemos congeladas.

Mas como vim parar aqui?

A imagem dos homens perversos passa na minha cabeça. Dor que eles me infligiram, eu ainda consigo sentir, essa dor insuportável, e essa vontade morrer mais uma vez.

– Parem. Não me toquem.- Eu grito, e cubro os meus ouvidos. Corro até porta e não consigo abri-la. Estou trancada aqui dentro com o meu maior pesadelo. Olho em volta e só vejo homens com o rosto coberto por mascaras animalescas. Um grito gutural sai da minha garganta. Soco a porta com as forças que ainda me restam. A minha cabeça lateja, e o medo toma conta de mim.

Os homens dão um passo em frente, e gargalhadas ressoam em meus ouvidos, mil mãos nuas garram-me, todos eles podem tocar-me. As lágrimas enchem os meus olhos, e eu deixo de respirar.

A porta abre e um menino pequeno entra, e os homens desapareceram.

O menino sorri, e não sei porquê, mas eu sinto que o conheço, em minhas memórias apagadas. Os seus enormes olhos verdes brilham intensamente, não há maldades neles, nem tristeza, há algo mais neles, mas não sei o que é. Seus cabelos pretos são tão pretos quantos os meus, e pequenas sardas salpicam em seu rosto. Ele dá-me a mão, mas eu afasto-me dele, porque apesar de ele ser uma criança, ele é um homem.

– Como te chamas? – Pergunto, mas a criança não me responde apenas sorri como só tivesse motivos para sorrir.

Ele corre até um móvel, abre a gaveta, e vasculha lá dentro, aproximo-me dele com pouco de cautela. A criança sorri, e tira um pedaço de pano preto da gaveta.

– O que é isso? – Pergunto-lhe, mas a criança contínua em silêncio. Ela pousa o pedaço de pano em minhas mãos, mas é demasiado pesado para ser só pano. Retiro o pano preto, e vejo um punhal em minhas mãos.

– Eu pensava que ficarias a dormir para sempre, ainda bem que eu estava enganado.- O som da sua voz faz o meu coração acelerar.

Vejo o menino afastar-se. Olho para trás e vejo Warner com um pequeno sorriso zombeteiro em seu rosto. Escondo o punhal atrás das minhas costas. Minhas mãos tremem, minhas pernas fraquejam, meu coração bate descompensado. Eu tenho de fugir, eu preciso fugir dele. Ele dá um passo em frente, e eu dou um passo para trás. -

Estás com medo de mim, Juliette?- O sorriso zombeteiro alarga-se, e ele está satisfeito em ver o medo estampado em meu rosto.

Bato com as costas na parede e não há como fugir.


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Notas finais do capítulo

Ei? O que acharam?
O sonho que Juliette teve, do menino sem rosto, é uma memória dela.
xDDD



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