Never Too Late. escrita por ElizaWest, TheEvilQueen


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bom, Never Too Late está sendo realmente um desafio, porque eu e a TheEvilQueen não estamos acostumadas com essa "troca de papeis" (em questão da Emma, cujas partes na fic eu estou escrevendo, ser menos "fofa" do que a Regina, cujas partes na fic a TEQ está escrevendo). Sempre foi o contrário ;/ hahaha Mas enfim, acho que está ficando bom!

Boa leitura!



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Sem dizer mais nada, pegou o medalhão das mãos de Regina e, depois de tirar algumas fotos, colocou-o em um dos diversos sacos plásticos que se encontravam dentro da bolsa. Saiu do quarto e desceu as escadas com a outra detetive alguns passos atrás dela. Foi Emma quem dirigiu até a delegacia dessa vez. Elas foram em silêncio durante todo o percurso, que pareceu três vezes mais longo do que o normal, dada a raiva e o desentendimento presente entre as duas. Assim que chegaram ao prédio subiram até seu departamento e Emma levou o medalhão para o laboratório de análise. Impressões digitais, um fio de cabelo... Qualquer coisa que eles encontrassem já seria útil. Quando voltou ao escritório, Regina estava sentada à sua mesa analisando as fotos. Emma andou até ela, pegou uma das fotografias e sentou-se à sua mesa. A sala fora tomada por um silêncio absoluto se não fosse pelo tick tack do relógio.

Regina poderia muito bem ter tentado se reconciliar em todo o percurso. Com um pedido mínimo e sincero de desculpas nas escadas ou com um discurso durante o longo trajeto que fizeram até a delegacia, mas não. Mills era orgulhosa demais e, embora soubesse que essa era a pá que cavava todos os dias para a sua tão solitária e amargurada lápide, optara por não fazer absolutamente nada a respeito. Preferia ignorar a vontade de mandar a detetive parar o carro, de segurar suas mãos e... suspirou. O que estava pensando, afinal? Franziu o cenho, ajeitou-se pela décima primeira vez no banco do carro. Sentia-se desconfortável, sufocada, coisas com as quais já deveria estar totalmente acostumada. Mas não estava. E, para a sua total felicidade, ainda tinha aquela sensação incômoda. Ciúmes? Se era disso que tanto falavam, sabia o porque o desdém que havia suprido até então. Ao chegarem ao prédio da delegacia, Regina dirigiu-se diretamente até a sala que dividia com Emma. Parando no meio do caminho "apenas" quando encontrou uma das mesas de café, que eram estrategicamente espalhadas em cada andar. Pegou uma xícara de chá de hortelã morno e preparou um capuccino com um pouco de canela sobre a espuma, para Emma. Sabia que acabaria, inevitavelmente, travando no meio de seu pedido de desculpas e também sabia que a loira adorava essa bebida – nada que bons anos de observação durante o trabalho não rendesse, naturalmente. Ao entrar na sala, colocou a xícara da bebida espumante sobre a mesa de Emma e voltou a sua mesa, logo à frente. Retomou o trabalho, analisando as fotos e bebericando um pouco de seu chá. Passaram-se alguns minutos e ouviu a outra entrando. Sequer desviou o olhar quando esta pegou uma das fotos do arquivo. Continuou ali, esperando que ela notasse o pedido de desculpas e, acima disso, que o aceitasse.

De canto de olho Emma viu o capuccino em cima de sua mesa. Olhou brevemente para Regina que tamborilava nervosamente os dedos na mesa, e um sorriso começou a se formar em seus lábios enquanto ela pegava a xícara e a levava lentamente até seus lábios sem tirar os olhos da morena. Esta sorriu e balançou negativamente a cabeça após uma breve troca de olhares. O dia se passou assim, num clima agradável, por mais improvável que fosse, até que a noite chegou. Quando Emma viu que Regina se preparava para sair, fechou a pasta de arquivos que estava lendo e olhou para a morena.

– Vai fazer o que esta noite, detetive? – perguntou curiosa. Já eram onze horas da noite e elas tinham feito o máximo possível a respeito do caso naquele dia.

Era impossível não ficar nervosa, então não se cobrou muito por demonstrar em demaseio e permaneceu assim, serena, tranquila e até meio feliz com o quadro no geral durante o decorrer daquele agradável dia de trabalho. Claro que voltava a ficar tensa quando seus olhos encontravam os de Emma, mas, talvez pela primeira vez em anos, não se castigou por isso. Quando se deu realmente por si já estava mais do que na hora para voltar pra "casa", embora fosse o que menos gostaria. Guardou os poucos itens que tinha sobre a mesa, demorando-se ao fazê-lo. Quando encostou na fria maçaneta, ouviu a voz de Emma logo atrás.

– Acho que voltar pro Hotel, só, talvez assistir algum filme – respondeu desanimada, já entediada de certa forma, e então olhou por sobre o ombro, de maneira que pudesse encara-la direto. - Por que, Swan?

Emma guardou os arquivos em sua gaveta, trancou-a e se levantou, aproximando-se da morena.

– Eu sei que tá tarde, mas... – ela pigarreou baixinho. Seus lábios estavam curvados em um sorriso envergonhado. – Eu meio que estava afim de comer alguma coisa, e como sei que, assim como eu, você também não pôde usufruir de um belo jantar... Ahn... O que acha de... Ér... Eu conheço um restaurante legal que ainda deve estar aberto, então... – seus olhos estavam fixos no chão.

Regina mordiscou o lábio no momento em que percebeu que estava sorrindo demais. Pigarreou e então deu meia-volta, de maneira que ficasse frente a frente. Um convite, pra um jantar? Realmente, dia estranho... mas maravilhoso.

– Bom, senhorita Swan – a morena, apenas para manter sua habitual pose, pareceu ponderar sobre. - É, acho que pode ser uma boa ideia – concluiu, sentindo o rosto arder, logo desviando o olhar algumas vezes para os lados. E então colocou a mão no bolso esquerdo do sobretudo, retirando ali a chave de seu corvette. – Não sei sobre muitos restaurantes, então, fique à vontade – tentou ser gentil, entregando a chave para a tão constrangida e absurdamente linda Emma Swan.

Emma pegou as chaves do carro de Regina e girou-a uma vez no dedo indicador, fechando sua mão ao redor das chaves logo em seguida. Tocou levemente as costas de Regina enquanto saíam da sala, e então andaram lado a lado até o carro.

Em alguns minutos chegaram a uma rua menos movimentada, com construções antigas que transformavam aquela parte da cidade extremamente aconchegante. Emma iria até lá sempre que podia, ela adorava o clima maravilhoso do local. Estacionou em frente ao restaurante e desceu do carro, dando a volta no mesmo para abrir a porta para Regina. Ofereceu seu braço para a morena que prontamente o aceitou, e então adentraram o estabelecimento. Um rapaz educado surgiu pedindo seus casacos para serem guardados, e depois de terem entregado a ele, Emma guiou Regina até um canto mais isolado do restaurante, e enquanto andavam as pessoas sorriam e cumprimentavam a Detetive que já era bem “familiar” por ali. O Little Owl não era muito grande, o que era bom para certas ocasiões – como aquela, por exemplo. As mesas espalhadas pelo restaurante estavam quase todas vazias, cobertas por toalhas brancas e candelabros com três velas acesas em cima delas. O local estava iluminado com uma luz fraca, e uma música calma preenchia o ambiente. Ao chegarem à mesa, a loira puxou a cadeira para que Regina pudesse se sentar e logo em seguida sentou-se em frente a ela. Um garçom andou até as Detetives.

– Boa noite, Detetive Swan – ele sorriu simpático. – O que gostariam de beber?

– Vinho, por favor – Emma pediu.

– O mesmo de sempre? – Emma assentiu e ele se retirou.

– Você vai amar, é um vinho maravilhoso – a loira disse sorridente. – E a comida daqui é ótima.

Regina não falou muito durante o percurso, algo que já era aguardado; ainda mais numa situação dessas. Estava nervosa, embora não quisesse admitir, tanto que durante a maior parte do decorrer do "passeio" ela fora rodando o antigo anel que trazia em seu dedo médio, uma antiga herança de família. Um antigo "tique" de família. Algo que só foi desaparecendo quando iam se aproximando do restaurante. Já havia estado aqui, uma vez ou outra, quando seu pai ainda era vivo e quando sua mãe ainda era uma mulher sã - ou aceitavelmente insana. Estar ali novamente lhe causava nostalgia, algo que lhe rendia uma boa sensação. Como quando se tira uma farpa.

Ao chegarem, soltou o cinto de segurança, mas então Emma apressadamente deu a volta no carro. Céus, onde ela havia aprendido a ser tão "cavalheira"? Regina franziu o cenho ao descer do carro e então enlaçar seu braço no da loira. Um frio percorreu sua espinha com aquele toque. Seguiram até o restaurante, entregando o sobretudo para o rapaz assim que ali adentraram. Só então pôde ver que sua camisa azul estava meio amarrotada. Suspirou, mas ignorou a pontada de frustração para poder seguir Emma que por sinal já era cliente assídua dali. E, acima disso, querida. Claro, alguns conheciam Regina, mas quem lhe desejaria uma boa noite? Sempre fora uma mulher de personalidade, no mínimo, difícil.

Regina quis fazer algum comentário sobre os modos-surpresa da detetive, mas encontrava-se sem palavras. Algo impossível. Quem diria que alguém era capaz de fazê-lo? Então, após sentar-se, postou-se a observar o ambiente, em silêncio. Captava toda a decoração, que chegava a ser meio rústica.

– Ah? - e então ela voltou a si. Já havia feito o pedido? Concentrou-se, algo sobre vinho. Gostava de vinho. – Imagino que sim – assentiu levemente, dando uma tentativa falha e trêmula de sorriso. - Espero que esteja certa – disse, em tom brincalhão, ou tentando assim soar. Fixou então o olhar no de Emma. - E... Obrigada pelo convite.


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Notas finais do capítulo

Kisses ♥