The Reason I Became A Witch escrita por Lady Rakuen, PandoraYuki


Capítulo 5
Hero


Notas iniciais do capítulo

PandoraYuki e Rakuen:
Boa leitura, e espero que gostem.



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Issa

–Os mesmos? – Pergunto novamente

–Não, esse é diferente.

Eu aperto a sua mão, como na noite anterior. Só espero conseguir acalmar qualquer coisa que esteja incomodando o coração da minha irmã.

Caminhamos de volta para nossa pequena cabana, no meio da floresta. A porta ainda está aberta, com folhas pelo chão, um pouco bagunçado, nada demais. Observei os objetos de dentro de casa, enquanto Hali já começa a arrumar algumas coisas, inclusive uma porta provisória. Pego algumas cordas e uma pequena faca, coloco em uma bolsa de pano simples.

- Eu vou caçar algo para o almoço. – digo, saindo. Pego um caminho conhecido, para o interior da floresta. No meio do caminho fui coletando alguns galhos, para montar uma armadilha simples para animais pequenos, talvez um coelho, ou com sorte uma raposa ou, quem sabe um pássaro. A armadilha deixei posicionada perto de um arbusto que dá frutas, acho que morangos. Fui até uma árvore e cavei um buraco raso perto de sua raiz, cobri com algumas folhas secas e me escondi perto dali.

Fiquei esperando que algum animal maior passasse por ali e caísse, para que eu pudesse matá-lo. Demorou muito para algo aparecer, estava a ponto de desistir, mas um urso passou correndo, de forma desajeitada e caiu no buraco. Achei estranho a forma como corria, mas não hesitei em pular sobre ele. Me agarrei ao seu pescoço, posicionando a faca na altura do pescoço. Ele se mexia demais, se chacoalhando para todos os lados, o que dificultava encontrar o ponto certo para matá-lo sem agonia. Depois de alguns segundos de luta, um tiro foi disparado, acertando a cabeça do urso e por pouco não arrancando a minha. O animal caiu. Olhei para trás, de onde o tiro havia sido disparado.

Entre os arbustos que se mexiam um vulto apareceu, com o cano de uma arma apontada em minha direção. Estreitei os olhos, segurando a faca perto de mim. Dependendo de quem fosse, não hesitaria em dar cabo a minha vida.

- Esse urso é meu. – disse a voz. Foi então que percebi que se tratava do caçador, o mesmo que havia nos expulso da taverna.

- Está louco? Quase arranca a minha cabeça e ainda quer o urso? – gritei, levantando de forma desajeitada do buraco.

- Eu o achei primeiro. – falou, gesticulando. – E atirar em você seria um desejo realizado para muitos na cidade. – comentou, olhando com desdém.

- Qual o problema que essa cidade tem comigo? – resmunguei, olhando para o urso e pensando em talvez reparti-lo.

- Bruxas. E nem pense que irei repartir o urso. E se você se mexer, irei atirar sem dó. – sorriu de uma forma sarcástica que causou um misto de sentimentos em mim. Raiva, ódio, vontade de matar e também... Luxúria. Por mais bizarro que fosse a situação. Respirei fundo para me segurar e não arrancar a cabeça do homem.

- Olhe aqui seu...! – foi quando uma explosão nos assustou. Fumaça negra saia da direção da cidade. Seus olhos se arregalaram, sem nem ao menos pensar ele saiu correndo em direção a cidade. Fiz o mesmo, correndo atrás dele, ou tentando correr com o vestido. Chegando à cidade, o caos era visível. Bruxas sobrevoavam a cidade, colocando fogo nos estabelecimentos e explodindo coisas, como se aquilo não passasse de um mero jogo.

O caçador correu em direção à taverna, com um olhar preocupado. Logo Hali e os outros caçadores apareceram. Não deixei de lançar um olhar de desprezo à Hansel pela última noite.

- Vejo que pensou o mesmo que eu. – comento com Hali.

- Temos que fazer algo Issa. – Hali disse, e eu sabia o que ela estava para propor. Hansel e Gretel estavam encerrando uma conversa visual, enquanto pegavam armas e começaram a lutar contra as bruxas que aterrorizavam a cidade. Enquanto eles pareciam distraídos, puxei Issa para um local mais afastado.

- Nos envolver demais pode nos matar. Podemos não passar de hoje se algo acontecer. – digo, apontando para a direção da taverna e dos caçadores.

- Mas... Esse ataque. Com essas proporções não vai sobrar nem cidade para nos odiar. – ela disse, me olhando como se pedisse para cooperar. – Olha... Épocas de crises pedem medidas desesperadas. – foi como uma frase de adeus. Ela tirou a espada da cintura e correu em direção às bruxas. Usou uma pedra de apoio para pular e cortar fora a cabeça de uma delas.

- Droga. – tirei a faca que ainda estava comigo e subi no telhado de uma casa, vendo as bruxas se aproximarem como um enxame de abelhas. Pulei em uma bruxa e cortei sua cabeça, caindo logo em seguida no chão. – Quanta bruxa em um mesmo lugar. – escutei um grito vindo de uma casa que estava pegando fogo. Corri em sua direção, entrando nela e procurando por quem podia estar lá. Vi uma mulher e uma criança em seu colo, chorando. A mulher me olhou de forma desesperada, como se devesse me temer. Isso trouxe a tona aquele incêndio. Fiquei parada, sem saber o que fazer. Talvez um erro matasse todos que estavam ali dentro. A parede em que a suposta mãe e a criança estavam escoradas explodiu e uma bruxa se mostrou, arrancando a criança dos braços da mulher.

A mulher gritou, pedindo para que ela não a levasse. No mesmo instante, em um ato suicida, corri e pulei na bruxa, tirando a criança de seus braços e colocando a faca no seu pescoço. Infelizmente fui lenta demais, então logo estava indo de encontro a uma parede, quase quebrando a minha coluna e sendo consumida pelo fogo. A fumaça começou a me asfixiar e meus olhos lacrimejaram. Levantei, me apoiando na parede. Eu já não enxergava a bruxa, mas senti ela chegando e colocando a mão no meu pescoço.

- Você... Patético. – cuspiu as palavras no meu rosto, fazendo pressão no meu pescoço. Tentei acerta-la de alguma forma, mas não consegui. – Pensa que meros humanos podem lutar contra bruxas! – gritou, rindo. Estava muito tonta quase desmaiando, quando a cabeça da bruxa caiu no chão. Atrás dela estava Hansel, segurando uma espécie de faca, que usou para cortar sua cabeça.

- Obrigada. – digo, me levantando e saindo dali, antes de tudo desmoronar. Saindo dali percebo que não havia mais bruxas, apenas caos e incêndios. Perto dali estava Gretel discutindo com o caçador, e Hali acompanhando a conversa de longe.

- Issa... Você está bem. – a loira disse, sorrindo, enquanto parecia estar aliviada.

- Sim... Graças à ele... – apontei para Hansel, dando um leve sorriso, mas voltando a ficar séria quando o caçador olhou para mim com cara de poucos amigos.

- Apesar de odiar ter de pedir, preciso da ajuda de vocês dois. – o caçador, após o olhar “ódio mortal”, voltou a encarar Gretel. – Elas levaram muitas crianças. Temos que resgatá-la. – ele disse com convicção.

- Resgatar de quem? – Hansel perguntou.

- Das bruxas.

- Mas demoraria dias, ou até semanas para resgatarmos todas. As bruxas podem ter ido a qualquer lugar. – Gretel disse, cruzando os braços.

- Elas levaram as crianças para aquele castelo abandonado. – apontou para um castelo de aparência acabada na direção norte, direção oposta à nossa cabana. – Obedecem a uma única bruxa, Lilith. – ele preparou a arma que segurava, a mesma que usava para caçar e apontou para mim e Hali. – Elas sabem muito bem disso. – falou de forma sugestiva.

- Calma aí garotão. – Hansel entrou entre nós e o caçador. – Eu vi elas ajudarem a matar algumas bruxas e se arriscarem no incêndio. Elas não são bruxas. – o caçador cerrou os olhos abaixando a arma.

- Vou resgatar as crianças. – o moreno disse frio, se virando e indo em direção ao castelo.

- Eu vou junto. – digo, em um impulso. Todos me encararam com espanto. Eu não tinha nada a perder, e eu tinha encontrado meu alvo.


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Notas finais do capítulo

PandoraYuki e Rakuen:
Esperamos vocês nos próximos capítulos.