The Open Door escrita por Pevensie


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

HappyBDay atrasado para o Skandar lindo e maravilhoso! ♥
Aqui está o capítulo novo com o Edmundo e a Lúcia.
Fiz o melhor que pude então,espero que gostem!
Enjoy it!
P.S. :Capítulo dedicada à Larice, que favoritou a Fic e à Tricya Pevensie que me deixou vários coments fofos que eu adorei viu?



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Capítulo IV

Um Sonho,Um Mundo

Ouvia o barulho do quebrar das ondas na praia,olhou assustada ao redor,reconhecia aquele lugar.Cair Paravel,pensou ela num misto de susto e alegria.Ouviu um grito,olhou ao redor mais uma vez.Uma garota com longos e cacheados cabelos castanhos corria deseperada pela praia num vestido vermelho que farfalhava ao seu redor,a garota desconhecida olhou para trás e soltou um grito mudo antes de cair no chão.

De repente a cena mudou,se encontrava agora parada no meio de uma floresta.Tudo parecia estranhamente quieto,então ouviu o farfalhar de folhas pelo chão.Sentiu um frio repentino e viu aparecer à alguns metros de distância uma outra garota.A outra garota era absurdamente pálida,com um cabelo loiro platinado e olhava para algo na distãncia.Uzava um vestido azul-gelo,que arrastava as folhas pelo chão.Pequenos flocos de neve caiam ao seu redor,deixando um rastro branco por onde passava.A garota pálida olhou para ela com cruéis olhos cinzas que a fizeram sentir como se gelo tivesse sido injetado em suas veias.

A cena mudou outra vez,estava em frente ao que restava do Monte de Aslam.Mais uma vez parecia estar sozinha.Observou o lugar e viu corpos no chão.Levou as duas mãos à boca contendo um grito de desespero.Eram narnianos.Anões,centauros,faunos,ninfas e até mesmo alguns animais falantes.Correu assustada até a orla da floresta mas não conseguiu entrar.A menina pálida estava lá outra vez,lhe lançando um sorriso maligno.Tentou o outro lado,a menina com o cabelo castanho apareceu de repente e gritou algo para ela com um desespero visível.Olhou para sua direita,nada a impedia de sair.Tentou correr mas a menina pálida investiu contra ela com uma adaga na mão e então...

Lúcia acordou ofegante,a última coisa de que se lembrava era um rugido alto e estrondoso e então...nada.Não conseguia se lembrar dos detalhes do sonho.Lembrava com certeza de que estava em Nárnia,viu Cair Paravel e o Monte de Aslam.Lembrava também de duas garotas,uma morena e outra incrivelmente loira...

À muito tempo não sonhava com Nárnia,e se sentia extremamente feliz por ter conseguido sonhar uma outra vez,mesmo que fosse um sonho totalmente sem sentido e que não podia entender seu significado.A menina se sentia um pouco tonta,e decidiu continuar deitada por um tempo.Por uma brecha na cortina,podia ver que o sol apenas começava a dar seus primeiros sinais de luminosidade no horizonte.Lúcia recostou uma vez mais sua cabeça no travesseiro e ficou ali,refletindo sobre o seu estranho sonho.

...

Edmundo abriu os olhos com certa dificuldade,a luminosidade fraca de mais uma manhã de outuno preenchia o quarto que dividia com Eustáquio na casa da tia Alberta,onde continuava morando junto com Lúcia.A Guerra havia finalmente acabado,à menos de cinco meses atrás,seus pais ainda não haviam voltado dos Estados Unidos,porém prometiam voltar em breve.

Virou preguiçosamente a cabeça para o lado,e viu Eustáquio na cama na parede oposta do quarto,continuava dormindo,ressonando no que parecia ser um sono profundo.Edmundo sentia inveja do primo,mais uma noite havia se passado e ele mal havia pregado o olho,faziam dias que não dormia direito.O motivo era um sonho.Mas não um simples sonho,era um sonho que insistia em invadir sua mente todas as noites.Um sonho sempre igual.Sempre a mesma garota com o vestido vermelho e cabelos castanhos correndo na praia de Cair Paravel,sempre a mesma outra garota com o vestido azul e olhos gélidos que tentava matá-lo com uma adaga.E ele sempre acordava com o som retumbante de um rugido de leão.Não sabia o que fazer.Ele não conseguia mais dormir,não conseguia pensar,não conseguia entender o sonho.Estava total e completamente confuso.Geralmente era Lúcia quem tinha esses sonhos estranhos,não ele.

Levantou da cama soltando um longo bocejo e olhou para o seu relógio de pulso.Eram quase sete e trinta da manhã.Se arrumou mecanicamente,enquanto sua mente o levava outra vez a pensar no sonho e em seu estranho significado que ainda não conseguira decifrar.

Quando terminava de abotoar a camisa,alguém bateu na porta.

-Posso entrar?-A voz abafada de Lúcia perguntou do outro lado da porta.

-Entre,Lúcia.-Respondeu ele se sentando na cama.

A menina se esgueirou pela fresta da porta aberta e ficou em pé,em frente à Edmundo.Lúcia estava realmente diferente agora com quinze anos.Havia se tornado uma garota extremamente bela,embora ainda não pudesse enxergar isso.

-Bom Dia,Edmundo.Dormiu bem?-Ela perguntou um pouco alto demais,fazendo com que Eustáquio se revirasse em sua cama e cobrisse acabeça com o cobertor murmurando sobre pessoas que não deixam as outras dormirem em paz.

-Na verdade,eu nem mesmo dormi.-Edmundo respondeu sonolento.

-Insônia?-Lúcia perguntou se sentando ao lado do irmão.

Edmundo encarou o vazio por um momento,antes de se levantar e caminhar até á porta arrastando Lúcia atrás de si.

-Vamos até à padaria?Logo todos os outros levantam e acho que podemos ir comprar os pães hoje.-Ele disse parecendo um pouco nervoso,fechando a porta do quarto atrás de si.

-Ed,me solta.Está louco?E você sequer respondeu minha pergunta!-Protestou Lúcia enquanto descia as escadas sendo guiada por Edmundo que a segurava pelo pulso.

O rapaz não a respondeu,tampouco a soltou.Somente quando já estavam na calçada se encaminhado até à paderia mais próxima, ele voltou a falar.

-Desculpe,Lu.Era só uma desculpa para conversar com você longe dos outros.-Ele respondeu baixo,com as mãos nos bolsos da calça.

Lúcia logo percebeu que havia algo de errado com o irmão.

-O que foi,Ed?

-Eu achei que seria melhor falar com você,já que foi quem sempre lidou melhor com essas coisas.-O rapaz respondeu,parecendo um pouco nervoso.

-Que coisas?

-Sonhos.-Disse ele simplesmente.-Com Nárnia.E é sempre a mesma coisa e eu nunca consigo entender.

-Me explique melhor.

E então Edmundo contou a irmã menor tudo sobre o sonho com as duas garotas e sobre os corpos no pé do Monte de Aslam e sobre todas as outras coisas de que conseguia se lembrar do sonho.A menina ouvia tudo prestando muita atenção,colocando os "oh" nas horas certas.

-Isso é muito estranho.-Ela disse baixinho quando ele terminou.

-O que disse,Lúcia?-Ele perguntou confuso.

-Ou talvez nem tanto assim.-Disse Lúcia depois de parecer pensar mais um pouco.

-Sobre o que você está falando?-Perguntou Edmundo ansioso.

A menina olhou para ele com uma cara de quem estava realmente muito concentrada.

-Sobre o sonho,oras.É estranho porque eu tive o mesmo sonho essa noite.E talvez não seja tão estranho assim,talvez Aslam esteja tentando nos mostrar algo.-Ela completou com um brilho de esperança nos olhos.

-Mas,Lu,ele mesmo nos disse que não voltaríamos mais.Já fazem três anos.Por que tentaria logo agora nos dizer algo através deste sonho?

-Eu não sei.-O brilho se esvaiu rapidamente de seus olhos.-Temos somente que esperar.

Edmundo refletiu por um momento sobre as palavras da irmã e concordou com a ideia da mesma.Afinal,o que poderiam fazer?Só o tempo poderia mostrar o que aconteceria dali para a frente.

...

-Xeque.-Edmundo disse contendo um bocejo,enquanto movia sua peça,caminhando para a vitória sobre seu primo.

A tarde de domingo acabou sendo extremamente entediante.Lúcia estava aconchegada no sofá,lendo um livro e Edmundo e Eustáquio jogava xadrez em cima do tapete felpudo da sala de estar da tia Alberta.Nenhum dos dois estava realmente concentrado no jogo,portanto,as chances de ganhar estavam bem altas.

-Legal.Agora vamos inventar outra coisa para fazer.Você já ganhou quatro vezes de mim e estou cansado de xadrez.-Eustáquio disse desmontando o tabuleiro e o guardando na estante.

-Vamos brincar de esconder?-Lúcia se manifestou sorrindo.

Edmundo e Eustáquio a encararam,como se não acreditassem no que ela havia dito.

-Lúcia,eu vou fingir que não ouvi isso.-Edmundo disse soltando um longo suspiro.

-Que foi?Foi só uma ideia.-A menina disse voltando ao seu livro.

Ed e Eustáquio se entrolharam revirando os olhos.Era incrível ver como o primo havia mudado desde Nárnia,quem diria que ele era o mesmo carrancudo e mal humorado de antes!

-Eu vou até à sorveteria.Alguém quer ir também?-Eustáquio perguntou já com a mão na maçaneta da porta.

-Não.-Responderam Lúcia e Edmundo em uníssono.

-Tudo bem,até mais tarde.-Ele saiu fechando a porta.

Mais um longo tempo de silêncio se passou,onde só o tique-taque do relógio era ouvido.Lúcia fechou o livro abruptamente fazendo Edmundo se assustar.

-Edmundo!-Ela disse de repente.

-Que foi,Lúcia?-Ed perguntou pensando se talvez a irmã fosse bipolar.

-Quase me esqueci!Recebemos hoje de manhã uma carta de Pedro.

-Onde ela está?-Perguntou o rapaz,parecendo interessado.

-Está no meu quarto,venha.

Lúcia deixou o livro em cima do sofá e disparou escada acima,sendo seguida por Edmundo até o seu quarto.

A garota foi até sua mesinha de cabeceira e pegou um pesado envelope pardo com alguns selos,ainda lacrado, que estava ali em cima.

Edmundo ficou analisando o quarto distraídamente,passando seus olhos por uma velha pintura na parede.Por um momento,Edmundo encarou com nostalgia o quadro com o barco narniano,que continuava pendurado lá.Nenhum dos três,Edmundo,Eustáqui ou Lúcia,quisera retirá-lo dali,decidiram conservá-lo como algo para que pudessem se lembrar da última visita à Nárnia.Ele olhou ao redor e encarou o espelho,que refletia sua imagem com algumas ondulações.

-Aqui está a carta.Eu não a li ainda,queria que lessemos juntos e...-A menina foi interrompida pelo irmão que encarava abismado o espelho.

-Lu,venha até aqui.-Ele chamou a irmã quando sua imagem no espelho foi desparecendo aos poucos.

Em seu lugar,ele agora podia ver uma paisagem encantadora.Era uma praia com a areia fina e branca,a água de um azul cristalino.As ondas quebravam suavemente ao se encontrarem na areia.

-Pensei que quisesse ler a carta.-Ela disse se aproximando,encarando junto com ele a praia no espelho.-Oh,você acha...

-Eu não sei.-Edmundo disse chegando mais perto do espelho.

Lúcia contornou o irmão e parou à sua frente,estendendo a mão até a superfície de vidro.Quando os dedos da garota se encontraram com a imagem,eles simplesmente atravessaram e, com um som de sucção,Lúcia foi puxada para dentro do espelho.

-Lúcia!-Edmundo gritou enquanto tocava no espelho.

O resto que se seguiu foi de súbito.Ele sentiu como se seu corpo inteiro tivesse sido banhado em água extremamente fria.Sentiu sua respiração pesar enquanto caia no chão de areia clara e macia da praia.

-Ed,levante!Olhe!-Ele ouviu Lúcia gritar ao longe.

O rapaz obedeceu,se levantou e sacudiu rapidamente a areia da camisa.Quando levantou o olhar e viu onde se encontrava não pode conter,por mais que quisesse,seu riso de espanto e alegria.

-É Cair Paravel.




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Notas finais do capítulo

Gostaram,amaram,odiaram?
Dúvidas,sugestões,críticas,ou qualquer outra coisa deixem nos coments okay?
Não demoro muito para o capítulo 5.
Beijoooos.



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