Burajiru - a Epopéia de Aoyama-senpai no Ocidente escrita por Europeu


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Aqui está décimo capítulo, que será a primeira parte de uma fase da fic... Leiam e depois comentem...



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CAPÍTULO 10  

- Olhe para o céu... Veja isto, nenhuma nuvem, apenas este azul maravilhoso e o sol mostrando toda a sua força... Não é uma linda imagem, minha samurai?

- Sim. Roberto. Realmente é uma belíssima imagem... – E Motoko deu um beijo apaixonante nos lábios de seu namorado, enquanto esperava o vôo que estava trazendo as suas amigas e ex-companheiras da Hinatasou para o Brasil. Apesar do frio de 16 graus centígrados, o dia estava maravilhoso no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, aonde o avião vindo do Japão iria pousar. Motoko esperava este momento há duas semanas, desde que a sua amiga, Naru Urashima (ex-Narusegawa), ligara para a sua casa avisando que ela e seu marido, além das ex-moradoras da extinta pensão, iriam passar quinze dias em Vale Verde para uma reunião entre todas as pessoas que viveram em Hinatasou no período em que ela foi comandada pelo jovem Keitaro Urashima.

 

Fazia cerca de uma hora que o casal estava esperando o jato no pátio do movimentado aeroporto campineiro. Para passar o tempo, eles ficavam observando a incrível movimentação de aviões cargueiros de vários países, além de assistir ao pouso e a decolagem de cada um deles, seguindo para lugares tão distantes como Manaus, Munique, Xangai, Cairo e Memphis. Já no terminal de passageiros, o tráfego de passageiros era baixo: durante todo o tempo de espera, assistiram somente a uma partida de um vôo para Santiago do Chile.

 

- Motoko, ela falou que hora o avião vai chegar aqui? – perguntou Roberto, enquanto assistia a decolagem de um MD-11 da Fedex na pista de Viracopos.

- Bom, a última vez que ela ligou para mim foi há quatro horas. Eles estavam em uma cidade chamada Recife, onde aguardavam o reabastecimento da aeronave. Quando ela me ligou, o avião estava pronto para partir.

- Hum, então eles já devem estar chegando... Recife fica a, mais ou menos, 3000 quilômetros daqui, Motoko. Não é muito longe... – Roberto aproveitou a brecha e deu uma rápida aula de geografia do Brasil para a sua namorada.

 

Alguns minutos depois, uma aeronave prateada apareceu no céu de Campinas, se preparando para pousar em Viracopos. O jovem ocidental rapidamente reconheceu o trijato que se aproximava em uma velocidade excessiva.

 

- É um 727... Mas está muito rápido para pousar... Deve ter algo errado lá.

 

À medida que se aproximava da pista, o jato parecia aumentar cada vez mais de velocidade. Ao tocar o solo com extrema violência, o avião deu um “pulo”, como acontecia em aeronaves antigas. O Boeing 727 prateado que acabara de pousar tinha uma imagem gigantesca de uma tartaruga na sua cauda e as seguintes inscrições em cima das janelas: THE KINGDOM OF MORU MORU. A aeronave não diminuiu a velocidade e decolou novamente, fazendo logo depois uma violenta e fortíssima curva à direita, seguindo em direção à cidade de Campinas.

 

- Meu Deus! Como é que não quebrou a asa? Esse piloto deve ter bebido – disse um comandante da companhia aérea alemã Lufthansa Cargo, que estava ao lado de Roberto e Motoko, e falava um português com carregado sotaque germânico.

 

Alguns minutos depois, o 727 voltou a aparecer na cabeceira da pista, após ter sobrevoado Campinas e dado uma volta em círculo. Desta vez, a aeronave estava quase na vertical, descendo como uma flecha, mas logo se estabilizou e deu outro pouso violento no asfalto. Após percorrer cerca de 2000 metros da pista, o avião freou loucamente, com os pneus soltando uma densa fumaça derivada da queima da borracha pelo atrito, e parou na outra cabeceira, onde taxiou até o pátio do aeroporto. Ao ver o aparelho se aproximando do terminal de passageiros de Viracopos, Motoko olhou para as janelas da cabine de comando e reconheceu a pessoa sentada no assento do co-piloto, uma jovem de cabelos louros, pele um pouco escura e traços orientais, lembrando mais uma índia brasileira.

 

- Ah, tinha que ser a Su... – disse, enquanto ajeitava o zíper da sua jaqueta preta de couro.

- Su? – perguntou Roberto – Quem é ela?

- Kaolla Su, uma amiga da época da Hinatasou... Ela é princesa de um reino do Pacífico chamado Moru Moru e morou comigo na pensão durante alguns anos. Era é uma pessoa carinhosa, mas às vezes é um pouco maluca. Você vai gostar dela, Roberto.

 

O trijato parou bem na frente dos dois jovens e suas três turbinas diminuíram de rotação. A jovem sentada na cadeira do co-piloto abriu a janela e acenou para Motoko, que, abraçada a Roberto, respondeu com um sorriso. A seguir, a porta traseira, localizada na cauda da aeronave, se abriu e logo um casal começou a descer as escadas da porta do avião.

 

- Oh, a Kaolla foi louca de ter assumido o comando do avião durante o pouso... Nunca fiquei tão assustado na minha vida; parecia que daquela vez eu iria morrer... – disse um jovem nipônico, de estatura média, cabelos curtos lisos, óculos com lentes pequenas e bastante assustado com o pouso.

- Não se preocupe com isso, Keitaro. Você é imortal; se o avião tivesse caído, você iria sair dos destroços sorrindo – completou a garota ao seu lado, uma japonesa ruiva de cabelos longos, medindo 1.68 metro de altura e com peitos avantajados.

 

Motoko imediatamente reconheceu o casal que colocou os pés no asfalto do pátio de Viracopos: era Keitaro Urashima, ex-gerente da Hinatasou e recém-formado na Universidade de Tóquio, acompanhado pela sua esposa, Naru Urashima.

 

- Naru! Urashima! Eu estou aqui! – a samurai gritou o mais alto que pôde e acenou com uma mão, enquanto a outra mão estava abraçando Roberto.

- Hã?... Motoko-chan? É você? – Keitaro virou a cabeça e reconheceu a sua amiga – Motoko! Que saudades de você!!! – e correu em direção a jovem, abraçando-a fortemente.

- Urashima, que bom que está tudo bem com você! – Motoko estava emocionada, pois fazia oito meses que os dois não se viam – Naru! Vem cá também! Estou com mais saudades de você ainda! – e abraçou fortemente a ruiva, que não parava de chorar de emoção.

- Oh, Motoko... Eu que digo... Estava morrendo de saudades de você... – Naru olhou para a sua amiga e percebeu que ela estava vestindo uma jaqueta preta de couro, semelhante ao de motociclista, calça jeans e sapato preto com salto alto, além de portar um belo penteado – Motoko, com este penteado, me lembrei perfeitamente daquela vez que você lutou contra a Mecha-Tama que a Kaolla inventou... Foi aquela vez que você vestiu uma roupa da Haruka e você dizia que estava fraca por causa dela. Você está com o penteado igualzinho daquele dia.

- Bom, é que me preparei para receber vocês. Afinal, mudei muito nos últimos meses e agora estou bem mais feminina. Não lembro em nada aquela menina medrosa da época da Hinatasou – Motoko olhou para o ocidental ao seu lado – Urashima, Naru, este é meu namorado, Roberto.

- NAMORADO?!? – gritou o casal oriental em coro.

 

De repente, os dois casais ouviram a voz doce de uma jovem se aproximando.

 

- Motoko! Como vai? Que saudades! – e a pequena jovem de cabelos negros curtos a abraçou.

- Ah, oi, Shinobu... Você cresceu, hein? Tudo bem com você?

- Tudo... Melhor ainda porque estou te revendo... E a Kitsune, ela veio?

- A Kitsune está na loja da minha irmã. Ela não pôde vir, mas iremos vê-la daqui a pouco...

 

Em seguida, apareceu Kaolla Su, vestida com um uniforme de comandante de linha aérea. Com a sua alegria contagiante, correu e logo tratou-se de beijar o rosto de sua amiga.

 

- Oie, Motoko! Que bom que está bem! Você viu o meu pouso com o avião da minha família?

- Vi sim, Su – Motoko passou a mão nos cabelos louros da garota, enquanto sorria – Deve ter sido o seu primeiro pouso, né?

- Sim; tirei o meu brevê semana passada nos Estados Unidos, onde estou estudando – Kaolla virou-se para esquerda – Keitaro, gostou do meu pouso?

- Ah, foi muito bom, Su-chan. Nunca vi um pouso tão emocionante – Keitaro deu um sorriso meio sem-vergonha e virou-se para Roberto – Então você é o namorado da Motoko? Muito prazer, me chamo Keitaro Urashima e fui o gerente da pensão onde ela morou.

- Prazer, Keitaro. Meu nome é Roberto José Antunes – disse em japonês – Primeiramente, sejam bem-vindos ao Brasil e espero que goste do meu país. Motoko falou muito de você para mim; me parece ser um rapaz muito responsável.

- Eh... Você fala japonês muito bem... Onde aprendeu?

- Tive aulas de nihongo quando criança em uma escola de Vale Verde, mas sou descendente direto de europeus.

 

Uma outra voz feminina interrompeu a conversa entre os dois homens.

 

- Ora, ora, Keitaro... Então este é o Brasil? Lugar muito bonito... – era Mutsumi Otohime, uma das ex-moradoras da Hinatasou e amiga de infância do ex-gerente da pensão.

- Sim, Mutsumi, mas ainda estamos no aeroporto. Você ainda não viu nada... – e sem querer, Keitaro passou a mão de leve nos peitos da Mutsumi.

 

Ao ver a cena, os olhos de Naru pegaram fogo.

 

- Keitaro, seu tarado!!! – e deu um poderoso soco no coitado do rapaz, que voou alguns metros e só foi parar do lado de fora do aeroporto, no estacionamento.

 

Roberto arregalou os olhos ao ver o vôo de Keitaro.

 

- Nossa, Naru! Não, o cara deve ter morrido com a queda... Ele simplesmente voou!

- Roberto, não se preocupe. Ele já está acostumado; aliás, ele é imortal, sobrevive a tudo – Naru sorriu para o ocidental e virou-se para Su – E nossas malas, já estão sendo desembarcadas?

- Sim, elas já estão fora do avião – Kaolla apontou para um pequeno carrinho onde estava um funcionário do aeroporto – Com licença, vou dar uma palavrinha com o piloto, tudo bem? – e correu para a aeronave. Depois de alguns minutos, voltou para perto das suas amigas e o avião voltou a taxiar para a pista, de onde decolou rumo à Brasília para deixar o seu pai, o Rei de Moru Moru, em visita oficial ao Brasil.

 

As garotas começaram a caminhar pelo pátio do aeroporto, carregando suas malas, e entraram no prédio do terminal de passageiros, onde passaram pela Polícia Federal para realizar os procedimentos de entrada ao território brasileiro. Após a liberação, caminharam até o saguão, onde Keitaro, ainda inteiro, estava à espera delas.

 

- Nosso Senhor Jesus Cristo! Você ainda está vivo, Keitaro? – Roberto se espantou ao ver o seu novo amigo inteiro depois de ter voado uns duzentos metros.

- Claro, Roberto. Isso são anos de experiência em receber porradas de mulheres – Keitaro deu uma risada e abraçou Naru – Apesar de tudo, eu a amo muito. Ela é uma pessoa maravilhosa.

- Hum... – Roberto fez o mesmo com a Motoko – Então, vamos indo?

Ao ver que todos estavam presentes, Keitaro concordou e a turma saiu do terminal de passageiros, se dirigindo ao estacionamento. Lá, Roberto desligou o alarme da van de Seta Noriyasu, que a emprestou gentilmente para o jovem poder buscar as garotas no aeroporto.

 

- Ih, o Setamóvel ainda está inteiro? – disse Naru, ao ver a van amarela, com direção do lado direito e uma autorização do Detran paulista para a sua circulação nas ruas e estradas de São Paulo.

- Setamóvel? – indagou Roberto, enquanto abria a porta dianteira do carro.

- Sim. Este carro é resistente a tudo. Seta-san já se arrebentou várias vezes com ele lá no Japão... – e Naru começou a colocar as pesadas malas no bagageiro existente no teto da van, enquanto as meninas embarcavam no veículo.

 

Todas as malas foram rapidamente acomodadas e Roberto as amarraram para que elas não caíssem na estrada. Logo depois, sentou no banco do motorista, com Motoko ao seu lado e ligou o automóvel. Em seguida, colocou um CD no aparelho de som da minúscula van japonesa, e a música Welcome to The Jungle, da banda norte-americana Guns n’ Roses, começou a incendiar as caixas de som do veículo.

 

- E então, pessoal? Bem-vindos ao Brasil! – gritou de forma bem-humorada e descontraída, enquanto sorria para todos. E Roberto manobrou a van para fora do Aeroporto Internacional de Viracopos, levando-a para a rodovia Santos Dumont, onde pegou a pista em direção à cidade de Sorocaba, seguindo para a bela e rica cidade de Vale Verde.


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Notas finais do capítulo

Amigos, este foi o décimo capítulo. Esta parte vai ser um pouquinho longo; por isso mesmo, decidi colocar aqui apenas o desembarque das meninas da Hinatasou no Brasil. Claro, faltou a Kanako, pois ela estava administrando o hotel da sua avó, no prédio onde era a pensão. Espero que tenham gostado desta parte, pois procurei fazer o capítulo de forma bem-humorada, bem ao estilo das histórias originais de Ken Akamatsu. Então, em breve continuarei a história, hein? Espero os comentários para saber se estão gostando da história, OK? Abraços e até mais! Capítulo terminado ao som de “Milk and Toast and Honey”, de Roxette.



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