Depois de algum tempo, Rick acordou Kate:

Kate, eu tenho que ir para o loft. Se tudo é muito novo para nós que nos amamos, imagina para minha filha e para minha mãe. Pois é. Eu acho que a essas horas, elas não estão mais acordadas, contudo se ainda estiverem elas vão querer saber das novidades. E se estiverem dormindo, quando acordarem amanhã, eu contarei a elas. Você me entende? – ele disse e depositou um selinho nos seus lábios.

— Caro. E entendo, mas não quero que você vá embora. - e o puxou para ela, carinhosamente.

— Mas o pior é que eu também não quero ir embora e deixar você. Eu não quero ficar sem você nunca mais. Eu quero dormir com você o resto da minha vida, a partir desta noite, Kate.

— Eu também não quero que você saia daqui, Rick. O que faremos?

— Venha comigo para o loft, Kate.

— Não. – Kate sentou-se na cama assustada - Isso seria um abuso. Martha e Alexis... Não. Você precisa conversar com elas primeiro. Vá. Seja forte – ela brincou com ele - Eu serei forte. – sorriu. – Eu vou pelo menos tentar – sorriu.

— Acho que eu não sou forte não – Rick disse isso fazendo uma cara de menino pidão e manhoso e começaram a dar gargalhadas.

— Tá certo. Vamos fazer igual quando nós éramos crianças. No 3, tá certo? Um, dois, três e já. – disse Kate – E mesmo assim, Rick não levantou da cama.

Novamente mais gargalhadas. Muito divertido. Quando se está amando, qualquer gracinha se transforma em grandes coisas engraçadas.

— Rick – falou Kate controlando a risada e dando um selinho nele – Agora é sério. Já chega. Vá para o loft. Você tem que conversar com a Alexis e com a Marta. Vá. Eu vou ficar bem. – ela piscou para ele e sorriu. E mudando o tom falou bem baixinho – Você telefona para mim quando estiver se deitando para me dar boa noite? – Pediu manhosa?

— Ah, Kate, como é que você diz que eu devo ir para o loft se você faz um pedido desse, com uma voz dessa e com essa linda carinha de pidona? – ele falou se jogando em cima dela e a enchendo de beijos. – Ai é que eu não vou conseguir sair da cama eu quero dizer.

— Eu juro que não foi intencional, Rick – disse entre risos e beijos.

— Kate, jurar em falso é pecado.

— Richard Alexander Rodgers, vá para o loft, agora. Hummm. – Fingiu cara de chateada, mas deu um selinho nele - Por favor, Richard. Você quer que eu entre na sua família sendo rejeitada por sua filha e por sua mãe? – falou Kate fazendo chantagem.

— Tudo bem – disse levantando-se da cama – Você jogou sujo agora, Kate – deu um selinho nela. Com essa chantagem você ganhou. Eu vou tomar um banho e vou para casa.

Tomou banho. Vestiu-se. Despediram-se, muito demoradamente e ele foi para o loft.

Depois que Rick saiu, Kate tomou uma ducha, vestiu uma camisola, foi à geladeira, pegou um copo de leite, sentou-se no sofá da sala, bebeu bem devagar saboreando o delicioso líquido e ficou imaginando a mudança drástica de rumo que sua vida havia tomado nas últimas dez horas. Ainda bem que a transformação acontecera para melhor. Conhecera um grande homem, bonito, inteligente, sensível, generoso, espirituoso e irreverente que a amava na mesma intensidade que ela o amava. Iria casar-se com ele. Inexplicável. Coisas do destino. Coisas de Deus.

...

Ao chegar ao loft, Rick percebeu que estava tudo muito silencioso. Já estava muito tarde. Martha e Alexis estavam dormindo. Foi à geladeira, pegou um copo de leite, sentou-se no sofá da sala, bebeu bem devagar saboreando o delicioso líquido e ficou imaginando a mudança drástica de rumo que sua vida havia tomado nas últimas dez horas. Ainda bem que a transformação ocorrera para melhor. Conhecera uma linda mulher, inteligente, sensível e que o amava na mesma intensidade que ele a amava. Iria casar-se com ela. Seu terceiro casamento. Aliás, seu último casamento. Inexplicável. Coisas do destino. Coisas de Deus,

Assim que Rick deitou na cama, ele pegou o celular para ligar para Kate, mas... Qual o número do telefone dela. Ele não tinha. Oh, não! Acessou a agenda do celular nos locais prováveis que poderia ter colocado o número de Kate e ... Nada. Que ‘tolice’, para não dizer que ‘burrice’! Não estava nem acreditando. Uma coisa tão básica, “pedir o número do telefone de uma mulher”, ainda mais de Kate... E ele passou batido. Se fosse ele quem resolvesse os assuntos do lançamento de seus próprios livros, ele teria o número dela, mas não era ele. Não era ele quem tratava desses problemas, era o Editor dele. Ele comparecia apenas para ler o capítulo e autografar os exemplares. E desta vez, ele comparecera também para pedir a mão da Diretora da livraria em casamento. E ele ia se casar com ela, mesmo que ele não tenha pedido o número do seu telefone. Ah, ele ia. Sem dúvida nenhuma. Tinha plena certeza. Começou a rir sozinho.

Rick pegou o celular para telefonar para Christopher Burgerston, pois com certeza ele teria o numero do celular da Kate. Contudo, consultou o relógio e, rapidamente cancelou a ligação telefônica, pois já estava muito tarde. Não iria acordar o amigo aquela hora. Iria deixar para acordá-lo pela manhã. Sorriu.

No apartamento de Kate, ela esperava na cama a ligação de Rick, quando, um pensamento lhe ocorreu. Ela não se lembrava de ter dado a ele o número do seu telefone. Ai, ai, ai. Mas que coisa... Ela começou a rir sozinha, sabendo que ele devia estar pensando a mesma coisa.

Mesmo sozinhos, cada um no seu apartamento, ambos dormiram sorrindo. Estavam felizes. Estavam apaixonados. True love.