4 meses depois:

– Sai seu bocó. – Disse chutando o Pierre pra fora do sofá.

– Delicada como uma mula né amor?– Ele disse se levantando.

– Claro. – Falei irônica enquanto ele pegava seu celular.

– Se arruma que vamos sair com a May e o Jake. – Ele falou vindo perto de mim.

– Mas eu já estou pronta. – Disse.

– Só se for pra dormir né? Vai levanta e coloca uma roupa descente. – Disse me erguendo do sofá. Eu estava tão confortável ali com o meu pijaminha, já ia voltar a dormir.

– É bom a gente ir comer. – Falei me levantando e empurrando o Pierre.

– Gorda. – Ouvi-o gritar da sala enquanto ia para o quarto.

– Palito de dente. – Gritei de volta rindo.

Coloquei uma roupa “descente” e confortável, fui para sala e Pierre estava quase dormindo, parecia até um anjo quietinho do jeito que estava.

– Vamos fedo. – Disse cutucando a cabeça dele e indo para a porta.

– Você demora muito pra se arrumar. – Ele resmungou indo até o carro.

– Cala a boca, você é quase pior que eu. – Falei ligando o radio.

– Isso mesmo, QUASE. – Ele disse e me roubou um selinho.

Estava tocando Bruno Mars no radio e como somos um casal de imbecis fomos até o shopping cantando/berrando.

“Girls, hit your, "Hallelujah"

Girls, hit your, "Hallelujah"

Girls, hit your, "Hallelujah"

'Cause Uptown Funk gon' give it to you

'Cause Uptown Funk gon' give it to you

'Cause Uptown Funk gon' give it to you

Saturday night and we're in the spot

Don't believe me, just watch (come on)”

Chegamos ao shopping e fomos atrás do novo casal do momento, May e Jake. Lembram quando disse que iria juntar os dois? Pois é, deu certo e foi mais rápido do que eu pensava que seria, a vaca da May já gostava dele a um tempo e o Jake não é bobo nem nada, foi só um empurrãozinho meu e do Pierre que tudo deu certo.

– SAM. – Ouvi a May gritar e logo depois quase fui para no chão com o abraço dela.

– Oi May. Me solta se não eu vou morrer. – Disse fingindo estar sufocada.

– Você deveria ser atriz. – May disse me dando um soco no braço.

– Também acho, sou muita gata e talentosa. – Falei fazendo pose.

– Modesta também. – Jake disse e eu dei um soco no braço dele.

– To com fome. – Reclamei olhando para o Pierre.

– Novidade. – Ele disse e eu o empurrei.

– Idiota. Vamos ver esse filme logo. Quero uma pipoca tamanho família e coca também.

– Falei e fui entrando na fila enquanto eles me seguiam.

O filme até que era legal, mas a minha comida estava bem mais interessante que ele, então não me perguntem sobre o que era. May e Jake logo após o filme foram embora pra fazer sabe-se lá o que (todo mundo sabe, mas fingi que não). Pierre e eu ficamos no shopping por mais um tempo, fomos em algumas lojas e uma delas foi a de brinquedos e é claro que eu sai de lá com um urso gigante que era um panda muito lindo com lacinho rosa na orelha, e sai com muitos micos para serem contados também, mas isso é normal.

Algum tempo depois:

Adivinhem onde eu estou. Não é na Inglaterra, nem no Brasil. Não é no Canadá, nem no Japão.

Eu estou em NEW YORK.

Estou com o Pierre, como sempre. Viemos morar em aqui. Meu deus isso é tão surreal eu e o Pierre em New York, morando juntos ainda. Meu deus estou amando isso.

Enfim, deixem me explicar. Viemos estudar aqui Pierre esta fazendo arquitetura e eu artes cênicas, pois é, segui o caminho da arte minha gente.

Minha mãe se casou a um tempo e a tia Cat esta namorando, e o Pierre não para de falar que não estava gostando nem um pouco disso. May e Jake vão ter uma filhinha (tenho certeza que será uma menina), é algo que não foi planejado, mas eles são um casal tão perfeito que uma filhinha só irá torna-los mais perfeitos ainda.

Eu e Pierre estamos como sempre, um casal maluco que sai por ai fazer compras vestidos de pijamas e com um gato nos braços (sim, agora temos um gato o Juju).

Talvez estejamos menos loucos.

– PIERRE SOCORRO, O JUJU TA EM CIMA DAS BANANAS.- Gritei no meio do supermercado com o meu modelito sensacional de panda e toda descabelada.

– MEU DEUS SAMANTHA, PEGA ELE.- Ele gritou de volta avaliando a situação do gato no meio das bananas mais altas do supermercado.

– NÃO DA. - Gritei de novo e olhei para trás e vi um moço, que parecia mais uma muralha vindo até nós gritando alguma coisa que eu não entendi.

– PIERRE VAMOS LOGO. - Falei e ele puxou o gato de qualquer jeito e saímos correndo do supermercado enquanto a muralha dava a volta para alcançar a gente.

– Ufa, escapamos. - Pierre disse enquanto ligava o carro.

– Graças a Deus, quase fomos presos e ficamos sem gato. - Falei olhando para ele.

Começamos a rir depois de um tempo e decidimos passar em outro supermercado, dessa vez é claro sem o gato e sem muralhas correndo atrás de nós.

É talvez estejamos mais loucos. Talvez.