The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo é o famoso capítulo ponte. Necessário para entender acontecimentos futuros. O próximo capítulo, eu sei, vai agradar alguns ;)
Não fora fácil Soluço chegar a conclusão que chegara. Mas ficar preso em uma sala perturbadoramente vazia o deixava sem escolhas a não ser pensar.
Enquanto era levado de volta para seu quarto, Soluço pôde ouvir uma conversa entre os guardas – um da Terra, outro da Água – sobre o “Palácio Breu” que estaria sendo construído no topo da montanha. Havia vários montes, mas montanha havia apenas uma, que ficava no lado da Água. Foi então que as coisas começaram a fazer sentido: Breu os atraíram até a grande nuvem, ou quartel general, e o lugar mais seguro era o castelo, onde estava seu pai. Eles só precisavam passar até o arsenal e pegar algumas armas – ou melhor, suas armas. As armas dadas de presente a eles pelos deuses.
– Como vamos achar o arsenal? – perguntou Merida que se aproximara de Soluço e colocara sua mão no ombro do garoto. Ele se sentiu confortável com o toque.
– Minha ideia é conseguir algum traidor como refém e persuadi-lo a nos levar até nossas armas.
– Tá. Mas e se ele nos trair? – perguntou Jack que mancava e procurava perigo pelos lados.
– É por isso que precisamos persuadi-lo. Mostrar algo mais tentador do que ficar sendo usado como escravo para Breu, que só está usando-os, é óbvio.
– Certo, entendi. Alguma ideia de como achá-los?
– Vamos sair daqui e ir por aquele outro corredor. Provavelmente tem alguém guardando aquela porta.
– Todas as portas tem alguém guardando. Não imaginava que havia tantos traidores. – comentou Jack quando Soluço pôs um braço envolta dele para ajuda-lo a andar.
– Eu vou na frente. Jack, está doendo tanto assim? – perguntou Merida que tirava o cabelo da frente do rosto marcado de sofrimento e se preparava para o próximo passo da missão.
– Daqui a pouco eu acostumo com a dor, eu acho. Soluço, não se preocupe, se eu precisar de sua ajuda eu imito uma gazela ferida e grito.
Soluço soltou uma risada leve com a piadinha idiota de Jack e o soltou.
Merida foi na frente dando passos leves. Como Jack estava barulhento, ele esperou-a dar algum sinal de perigo. Ao chegarem até a porta, Merida sussurrou:
– Eu arrebato quem estiver ali e você tampa a boca dele para que não grite ou peça reforços. – disse Merida se referindo a Soluço.
– Certo. Jack espere aqui, tudo bem? Nós já voltamos.
Jack concordou relutante, mas não havia saída. Merida abriu a porta levemente e avistou o guarda.
– Tem um ali. – ela disse, voltando a olhar para Soluço. – Seja rápido.
Então ela saiu e deu um golpe rápido, chutando a barriga do guarda. Soluço correu ao seu lado e colocou sua mão em cima da boca do guarda para ele se calar. Juntos o levaram para onde estavam.
Soluço tirou a mão da boca dele quando o sentaram no canto da sala, prendendo-o enquanto Merida o desarmava.
– Informações ou sua vida. – disse Jack que havia se aproximado também. – Você é quem escolhe.
– O que querem? – ele tremia diante da espada que Merida segurava e apontava em seu coração. – Falo qualquer coisa.
– Como saberemos que não nos trairá? – perguntou Jack com raiva estampada no rosto.
– Como eu saberei que não me traíram? – o guarda retrucou o que fez Merida apertar mais um pouco a ponta da espada.
– Porque você é da minha Legião. – disse Soluço. – E eu estou tentando salvar nossa família.
O homem riu debochado. Ele olhou com ferocidade para Soluço e berrou:
– Sua legião; não minha. Eu escolhi Breu, o deus da liberdade! Eu posso ser quem eu quiser com ele e não há nenhuma barreira que me proíba de estar entre outros legionários inimigos. Aliás, vejo que cada um daqui é de uma Legião. O que acontece que não estou sabendo?
– Breu nem ao menos liga para seus seguidores. Se ele subir ao poder, não sobrará ninguém. Apenas espaço e vácuo. É isso que você quer? Quer que todos, inclusive você, não existam? – era Soluço quem dizia.
– Vocês não entendem.
– Você é que não entende! O que te levou a vir aqui?
– Estou tentando salvar minha família. – disse o guarda. Dor passou em seu rosto e Soluço não conseguiu entender porque ele dizia sobre algo tão pessoal a eles. – Breu me prometeu que com ele não existiria mais doença nem dor. Eu quero isso.
– Breu é quem trás dor. Epidemia do Breu matou minha mãe. Acredite, ele está mentindo.
– O fato é – interrompeu Jack. – Precisamos acabar com Breu e essa guerra autodestrutiva que está tendo embaixo de nós. Você só precisa nos levar até a sala de armas.
– Eu não farei isso. – respondeu o homem.
– Teremos que te matar? – Merida falou com dureza na voz. – Quer deixar sua família sem o pai?
O homem pareceu estar sem saída. Com um suspiro ele disse:
– Eu os levo até as armas. – disse ele olhando diretamente para Merida. – Pela minha família.
***
Soluço ficou pensando enquanto seguiam o homem para a sala de armas o que Breu havia dito a eles para eles acreditarem que o mundo melhoria com ele. Apenas pela aparência e voz de Breu era possível notar a maldade nele.
Mas como Soluço, o homem só embarcara nesse perigo apenas pela sua família.
Cada vez que passavam por um novo corredor, os guardas olhavam para eles assustados. O guarda que eles mantinham de refém então dizia: “Ordens de Breu” e todos se calavam. Até agora estava tudo certo e ele ainda não tentara fugir. Provavelmente tinha medo do dragão de Soluço que dizia muito.
Em frente ao arsenal, o homem disse:
– Há o guardião das armas ali dentro. Eu preciso que vocês esperem aqui, pois prisioneiros não entram.
– Não podemos confiar em você para isso. Vamos todos juntos e se ele achar estranho ele morre. – disse Jack com convicção.
– Já que insistem... – o homem parecia desapontado.
Em frente ao arsenal, o homem bateu na porta. Alguns segundos depois ela se abriu apenas uma fresta. O homem disse:
– Guarda Alabaster. Em ordem de Breu preciso pegar as armas dos quatro grandes.
– Por que Breu pediu que você, um imprestável, pegasse? - disse uma voz grossa e mandona de trás da porta.
Soluço se virou e viu que Merida tinha uma expressão estranha, como um enjoo. Ele não entendia porquê.
– Griflet, pare de reclamar. Você fracassou em sua missão passada, a única coisa que precisa fazer é calar essa sua boca nojenta e abrir a porta.
Griflet abriu toda a porta, mas antes que Alabaster passasse, Merida ficou na frente. Ela disse:
– Oi, maridinho. Eu acho que você tem algumas coisas para explicar. – Merida apontava a espada no pescoço de Griflet, trêmula de raiva.
Soluço ficou perplexo ao notar que o ex-noivo de Merida era um seguidor de Breu. Merida acenou para que todos entrassem no arsenal e ela fechou a porta.
– Exijo uma explicação.
Griflet sorriu ironicamente enquanto tateava a calça para pegar também sua espada. Antes que fizesse alguma coisa, Soluço a pegou.
– Acho que está desarmado. – Merida disse, olhando para ele com fúria. – Vamos, se explique.
– Não devo explicação para você.
– Ah, mas claro que deve! O que era aquilo? Eu achei que você queria apenas o trono da família para você, não que quisesse destruir todos!
– Os seguidores de Breu serão parte da nova era. Eu fui dado de oferenda a Breu ainda bebê e fui criado para ser o melhor cavaleiro, o melhor lutador e com charme suficiente para poder conseguir o que eu quisesse. Minha missão era destruir a família real do Fogo. Pena que não pude fazer o que eu tanto queria fazer com você. Estraçalhar a princesinha rebelde após o casamento.
O rosto de Merida estava tão vermelho que se misturava com o cabelo.
– Você não é só idiota. É pior: Você foi criado para ser um monstro! – Merida se apertasse mais um pouco poderia matar Griflet.
– Me mate logo e tudo ficará bem! Vamos, princesinha, pare de ser fraca.
– Merida, não. – foi Soluço quem falou. Merida olhou para ele com absoluta incompreensão. – Precisamos dele para pegar nossas armas.
– Vocês são realmente idiotas, não é mesmo? As armas não estão aqui! Não a de vocês, quero dizer. Se quiserem pegá-las, terão que ir até o palácio.
– Qualquer arma serve por enquanto. Estamos indo para o palácio mesmo. – disse Jack que olhava para as prateleiras de armas na parede.
Griflet soltou uma risada azeda. Ele olhou para Jack com deboche:
– Porque, claro, é super fácil invadir o palácio, pegar as armas e sair ileso.
– Esqueceu de acrescentar que mataremos Breu e pegaremos as pessoas que ele roubou de nós. – debochou também Jack.
– Vocês só podem ser muito ingênuos. Poucas pessoas tem acesso lá.
– E vejo que você não tem acesso, porque está aqui. – ironizou Jack. Ambos tinham personalidade difícil, no qual, ao se juntar, não era bonito de se ver.
– É óbvio que tenho acesso! Estou aqui por missão. Eu entro lá quando eu quiser.
Jack sorriu de modo cafajeste e olhou para Merida.
– Esse imbecil acaba de ficar no lugar do outro guarda como refém, pois invadiremos o palácio por ele.
– Fala sério! – Merida odiava a ideia de ter que aturar Griflet.
– É o único jeito. Se não fosse sua boca grande! – Jack falou para Griflet. – Mas obrigado.
– Eu não vou levar vocês para lugar nenhum.
– Então prefere morrer. Olha que a Merida não tem piedade. – disse Jack com azedume. – Soluço, pegue uma espada para mim, um arco para a Merida e sei lá o que você usa para você.
– Na mão. – disse Soluço voltando com todos os equipamentos. – Só precisamos achar a saída.
– Não há saída. – disse Griflet. – Pelo menos nenhuma em que vocês consigam sair com vida.
– O que você está falando? – Jack parecia ter gostado de discutir com Griflet.
– Está infestado de guardas. Se quiserem sair e ainda chegar mais rápido até o palácio, aconselho-os em ir por um portal.
– Como saberemos que não estará nos levando ao caminho errado?
– Eu não vou morrer. Breu zombou de mim quando não completei a missão. Agora quero zombar dele quando sua vigilância for quebrada.
– Então é assim que você trata seu chefe.
– Eu não tenho chefe. Eu trabalho no que bem me convir. E olha: estou afim de agitar aquele castelo e ver se Breu é tudo isso que ele diz ser para mim. Merida, dá para você tirar a droga dessa espada de perto de mim e me amarrarem em uma corda?
– Você está mandando a gente te prender? – Merida perguntou enquanto Soluço corria buscar uma corda.
– Tenho outra opção a não ser ficar preso? Não. E se for para estar assim, prefiso ficar preso em uma corda do que ter uma espada apontada no meu rosto perfeito.
– Eu não estou entendendo nada. – sussurrou Merida no ouvido de Soluço que passava ao seu lado.
– Não temos outra escolha, mas aconselho ficarmos de olho. Ele está aceitando com muita boa vontade.
Merida assentiu com a cabeça.
– Se vermos que está planejando algo, saiba que deceparei sua cabeça.
Griflet sorriu com sarcasmo para ela.
– Também estava com saudades.
***
Griflet fora amarrado com os braços na costa e uma corda fora posta eu seu pescoço, como uma coleira em que Jack o levaria. Griflet mostrava-se insatisfeito, mas ria ironicamente quase todo momento, como se zombasse dos três. Soluço terminava de prender o guarda anterior no canto da sala para poderem partir sem que ninguém os dedurasse.
Com um golpe rápido, o guarda desmaiou temporariamente, assim se calaria por um tempo.
– Estão prontos agora para invadir o palácio, amigos da princesinha? – perguntou Griflet que estava preso ao lado de Jack.
– Vamos logo, nos mostre onde fica esse portal.
– A sala principal tem um que leva diretamente ao palácio. Breu normalmente usa aquele. Não fica longe, mas os guardas notarão. Estão a fim de criar um pandemônio?
– Agora estamos armados. Não vai haver problema. – disse Merida mais para si mesma. – Vamos logo, Griflet, estamos bem atrás de você.
Em cada corredor que havia um guarda, Merida atirava uma flecha imediatamente e em um golpe mortal e instantâneo, para que assim eles não sofressem. Após um cinco ou seis corredores, chegaram em uma grande sala, a sala em que Soluço já estivera antes para falar com Breu.
– Ali naquela mesinha há vários frascos. Apenas precisa quebrar uma no chão que a fumaça o teletransporta para o palácio.
Soluço pegou uma e segurou com força. Todos se juntaram o máximo possível e com um braço na cintura de Merida e outra segurando o frasco, Soluço jogou no chão e uma fumaça negra atingiu todos, deixando-os cegos e quando menos notaram, estavam se dissolvendo juntos com a fumaça.
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Quem diria do Griflet, hein? Confesso que antes ele seria apenas um cavaleiro badass inimiguinho do Elliot, mas seu papel na história cresceu para noivo e agora ele foi promovido para super vilão! Griflet no fim, por mais que seja um idiota, ganhou um espacinho no meu coração hauhauha
Ah, e espere uma amizade estranha dele com alguém aí....
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