The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 40
|Hiccup| Alliance with enemies


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é o famoso capítulo ponte. Necessário para entender acontecimentos futuros. O próximo capítulo, eu sei, vai agradar alguns ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399440/chapter/40

Não fora fácil Soluço chegar a conclusão que chegara. Mas ficar preso em uma sala perturbadoramente vazia o deixava sem escolhas a não ser pensar.

Enquanto era levado de volta para seu quarto, Soluço pôde ouvir uma conversa entre os guardas – um da Terra, outro da Água – sobre o “Palácio Breu” que estaria sendo construído no topo da montanha. Havia vários montes, mas montanha havia apenas uma, que ficava no lado da Água. Foi então que as coisas começaram a fazer sentido: Breu os atraíram até a grande nuvem, ou quartel general, e o lugar mais seguro era o castelo, onde estava seu pai. Eles só precisavam passar até o arsenal e pegar algumas armas – ou melhor, suas armas. As armas dadas de presente a eles pelos deuses.

– Como vamos achar o arsenal? – perguntou Merida que se aproximara de Soluço e colocara sua mão no ombro do garoto. Ele se sentiu confortável com o toque.

– Minha ideia é conseguir algum traidor como refém e persuadi-lo a nos levar até nossas armas.

– Tá. Mas e se ele nos trair? – perguntou Jack que mancava e procurava perigo pelos lados.

– É por isso que precisamos persuadi-lo. Mostrar algo mais tentador do que ficar sendo usado como escravo para Breu, que só está usando-os, é óbvio.

– Certo, entendi. Alguma ideia de como achá-los?

– Vamos sair daqui e ir por aquele outro corredor. Provavelmente tem alguém guardando aquela porta.

– Todas as portas tem alguém guardando. Não imaginava que havia tantos traidores. – comentou Jack quando Soluço pôs um braço envolta dele para ajuda-lo a andar.

– Eu vou na frente. Jack, está doendo tanto assim? – perguntou Merida que tirava o cabelo da frente do rosto marcado de sofrimento e se preparava para o próximo passo da missão.

– Daqui a pouco eu acostumo com a dor, eu acho. Soluço, não se preocupe, se eu precisar de sua ajuda eu imito uma gazela ferida e grito.

Soluço soltou uma risada leve com a piadinha idiota de Jack e o soltou.

Merida foi na frente dando passos leves. Como Jack estava barulhento, ele esperou-a dar algum sinal de perigo. Ao chegarem até a porta, Merida sussurrou:

– Eu arrebato quem estiver ali e você tampa a boca dele para que não grite ou peça reforços. – disse Merida se referindo a Soluço.

– Certo. Jack espere aqui, tudo bem? Nós já voltamos.

Jack concordou relutante, mas não havia saída. Merida abriu a porta levemente e avistou o guarda.

– Tem um ali. – ela disse, voltando a olhar para Soluço. – Seja rápido.

Então ela saiu e deu um golpe rápido, chutando a barriga do guarda. Soluço correu ao seu lado e colocou sua mão em cima da boca do guarda para ele se calar. Juntos o levaram para onde estavam.

Soluço tirou a mão da boca dele quando o sentaram no canto da sala, prendendo-o enquanto Merida o desarmava.

– Informações ou sua vida. – disse Jack que havia se aproximado também. – Você é quem escolhe.

– O que querem? – ele tremia diante da espada que Merida segurava e apontava em seu coração. – Falo qualquer coisa.

– Como saberemos que não nos trairá? – perguntou Jack com raiva estampada no rosto.

– Como eu saberei que não me traíram? – o guarda retrucou o que fez Merida apertar mais um pouco a ponta da espada.

– Porque você é da minha Legião. – disse Soluço. – E eu estou tentando salvar nossa família.

O homem riu debochado. Ele olhou com ferocidade para Soluço e berrou:

Sua legião; não minha. Eu escolhi Breu, o deus da liberdade! Eu posso ser quem eu quiser com ele e não há nenhuma barreira que me proíba de estar entre outros legionários inimigos. Aliás, vejo que cada um daqui é de uma Legião. O que acontece que não estou sabendo?

– Breu nem ao menos liga para seus seguidores. Se ele subir ao poder, não sobrará ninguém. Apenas espaço e vácuo. É isso que você quer? Quer que todos, inclusive você, não existam? – era Soluço quem dizia.

– Vocês não entendem.

– Você é que não entende! O que te levou a vir aqui?

– Estou tentando salvar minha família. – disse o guarda. Dor passou em seu rosto e Soluço não conseguiu entender porque ele dizia sobre algo tão pessoal a eles. – Breu me prometeu que com ele não existiria mais doença nem dor. Eu quero isso.

– Breu é quem trás dor. Epidemia do Breu matou minha mãe. Acredite, ele está mentindo.

– O fato é – interrompeu Jack. – Precisamos acabar com Breu e essa guerra autodestrutiva que está tendo embaixo de nós. Você só precisa nos levar até a sala de armas.

– Eu não farei isso. – respondeu o homem.

– Teremos que te matar? – Merida falou com dureza na voz. – Quer deixar sua família sem o pai?

O homem pareceu estar sem saída. Com um suspiro ele disse:

– Eu os levo até as armas. – disse ele olhando diretamente para Merida. – Pela minha família.

***

Soluço ficou pensando enquanto seguiam o homem para a sala de armas o que Breu havia dito a eles para eles acreditarem que o mundo melhoria com ele. Apenas pela aparência e voz de Breu era possível notar a maldade nele.

Mas como Soluço, o homem só embarcara nesse perigo apenas pela sua família.

Cada vez que passavam por um novo corredor, os guardas olhavam para eles assustados. O guarda que eles mantinham de refém então dizia: “Ordens de Breu” e todos se calavam. Até agora estava tudo certo e ele ainda não tentara fugir. Provavelmente tinha medo do dragão de Soluço que dizia muito.

Em frente ao arsenal, o homem disse:

– Há o guardião das armas ali dentro. Eu preciso que vocês esperem aqui, pois prisioneiros não entram.

– Não podemos confiar em você para isso. Vamos todos juntos e se ele achar estranho ele morre. – disse Jack com convicção.

– Já que insistem... – o homem parecia desapontado.

Em frente ao arsenal, o homem bateu na porta. Alguns segundos depois ela se abriu apenas uma fresta. O homem disse:

– Guarda Alabaster. Em ordem de Breu preciso pegar as armas dos quatro grandes.

– Por que Breu pediu que você, um imprestável, pegasse? - disse uma voz grossa e mandona de trás da porta.

Soluço se virou e viu que Merida tinha uma expressão estranha, como um enjoo. Ele não entendia porquê.

– Griflet, pare de reclamar. Você fracassou em sua missão passada, a única coisa que precisa fazer é calar essa sua boca nojenta e abrir a porta.

Griflet abriu toda a porta, mas antes que Alabaster passasse, Merida ficou na frente. Ela disse:

– Oi, maridinho. Eu acho que você tem algumas coisas para explicar. – Merida apontava a espada no pescoço de Griflet, trêmula de raiva.

Soluço ficou perplexo ao notar que o ex-noivo de Merida era um seguidor de Breu. Merida acenou para que todos entrassem no arsenal e ela fechou a porta.

– Exijo uma explicação.

Griflet sorriu ironicamente enquanto tateava a calça para pegar também sua espada. Antes que fizesse alguma coisa, Soluço a pegou.

– Acho que está desarmado. – Merida disse, olhando para ele com fúria. – Vamos, se explique.

– Não devo explicação para você.

– Ah, mas claro que deve! O que era aquilo? Eu achei que você queria apenas o trono da família para você, não que quisesse destruir todos!

– Os seguidores de Breu serão parte da nova era. Eu fui dado de oferenda a Breu ainda bebê e fui criado para ser o melhor cavaleiro, o melhor lutador e com charme suficiente para poder conseguir o que eu quisesse. Minha missão era destruir a família real do Fogo. Pena que não pude fazer o que eu tanto queria fazer com você. Estraçalhar a princesinha rebelde após o casamento.

O rosto de Merida estava tão vermelho que se misturava com o cabelo.

– Você não é só idiota. É pior: Você foi criado para ser um monstro! – Merida se apertasse mais um pouco poderia matar Griflet.

– Me mate logo e tudo ficará bem! Vamos, princesinha, pare de ser fraca.

– Merida, não. – foi Soluço quem falou. Merida olhou para ele com absoluta incompreensão. – Precisamos dele para pegar nossas armas.

– Vocês são realmente idiotas, não é mesmo? As armas não estão aqui! Não a de vocês, quero dizer. Se quiserem pegá-las, terão que ir até o palácio.

– Qualquer arma serve por enquanto. Estamos indo para o palácio mesmo. – disse Jack que olhava para as prateleiras de armas na parede.

Griflet soltou uma risada azeda. Ele olhou para Jack com deboche:

– Porque, claro, é super fácil invadir o palácio, pegar as armas e sair ileso.

– Esqueceu de acrescentar que mataremos Breu e pegaremos as pessoas que ele roubou de nós. – debochou também Jack.

– Vocês só podem ser muito ingênuos. Poucas pessoas tem acesso lá.

– E vejo que você não tem acesso, porque está aqui. – ironizou Jack. Ambos tinham personalidade difícil, no qual, ao se juntar, não era bonito de se ver.

– É óbvio que tenho acesso! Estou aqui por missão. Eu entro lá quando eu quiser.

Jack sorriu de modo cafajeste e olhou para Merida.

– Esse imbecil acaba de ficar no lugar do outro guarda como refém, pois invadiremos o palácio por ele.

– Fala sério! – Merida odiava a ideia de ter que aturar Griflet.

– É o único jeito. Se não fosse sua boca grande! – Jack falou para Griflet. – Mas obrigado.

– Eu não vou levar vocês para lugar nenhum.

– Então prefere morrer. Olha que a Merida não tem piedade. – disse Jack com azedume. – Soluço, pegue uma espada para mim, um arco para a Merida e sei lá o que você usa para você.

– Na mão. – disse Soluço voltando com todos os equipamentos. – Só precisamos achar a saída.

– Não há saída. – disse Griflet. – Pelo menos nenhuma em que vocês consigam sair com vida.

– O que você está falando? – Jack parecia ter gostado de discutir com Griflet.

– Está infestado de guardas. Se quiserem sair e ainda chegar mais rápido até o palácio, aconselho-os em ir por um portal.

– Como saberemos que não estará nos levando ao caminho errado?

– Eu não vou morrer. Breu zombou de mim quando não completei a missão. Agora quero zombar dele quando sua vigilância for quebrada.

– Então é assim que você trata seu chefe.

– Eu não tenho chefe. Eu trabalho no que bem me convir. E olha: estou afim de agitar aquele castelo e ver se Breu é tudo isso que ele diz ser para mim. Merida, dá para você tirar a droga dessa espada de perto de mim e me amarrarem em uma corda?

– Você está mandando a gente te prender? – Merida perguntou enquanto Soluço corria buscar uma corda.

– Tenho outra opção a não ser ficar preso? Não. E se for para estar assim, prefiso ficar preso em uma corda do que ter uma espada apontada no meu rosto perfeito.

– Eu não estou entendendo nada. – sussurrou Merida no ouvido de Soluço que passava ao seu lado.

– Não temos outra escolha, mas aconselho ficarmos de olho. Ele está aceitando com muita boa vontade.

Merida assentiu com a cabeça.

– Se vermos que está planejando algo, saiba que deceparei sua cabeça.

Griflet sorriu com sarcasmo para ela.

– Também estava com saudades.

***

Griflet fora amarrado com os braços na costa e uma corda fora posta eu seu pescoço, como uma coleira em que Jack o levaria. Griflet mostrava-se insatisfeito, mas ria ironicamente quase todo momento, como se zombasse dos três. Soluço terminava de prender o guarda anterior no canto da sala para poderem partir sem que ninguém os dedurasse.

Com um golpe rápido, o guarda desmaiou temporariamente, assim se calaria por um tempo.

– Estão prontos agora para invadir o palácio, amigos da princesinha? – perguntou Griflet que estava preso ao lado de Jack.

– Vamos logo, nos mostre onde fica esse portal.

– A sala principal tem um que leva diretamente ao palácio. Breu normalmente usa aquele. Não fica longe, mas os guardas notarão. Estão a fim de criar um pandemônio?

– Agora estamos armados. Não vai haver problema. – disse Merida mais para si mesma. – Vamos logo, Griflet, estamos bem atrás de você.

Em cada corredor que havia um guarda, Merida atirava uma flecha imediatamente e em um golpe mortal e instantâneo, para que assim eles não sofressem. Após um cinco ou seis corredores, chegaram em uma grande sala, a sala em que Soluço já estivera antes para falar com Breu.

– Ali naquela mesinha há vários frascos. Apenas precisa quebrar uma no chão que a fumaça o teletransporta para o palácio.

Soluço pegou uma e segurou com força. Todos se juntaram o máximo possível e com um braço na cintura de Merida e outra segurando o frasco, Soluço jogou no chão e uma fumaça negra atingiu todos, deixando-os cegos e quando menos notaram, estavam se dissolvendo juntos com a fumaça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem diria do Griflet, hein? Confesso que antes ele seria apenas um cavaleiro badass inimiguinho do Elliot, mas seu papel na história cresceu para noivo e agora ele foi promovido para super vilão! Griflet no fim, por mais que seja um idiota, ganhou um espacinho no meu coração hauhauha
Ah, e espere uma amizade estranha dele com alguém aí....
Reviews? Mereço, né? (ou recomendação, se você tiver um coração bom, rç)