“And one day (E um dia)
I’ll have you beggin’ on your knees for me (Eu vou ter você implorando de joelhos por mim)
Yeah, one day (Sim, um dia)
I’ll have crawlin’ like a centipede (Eu vou ter você rastejando como uma centopeia)
You mess with me (Você mexeu comigo)
And mess with her (Você mexeu  com ela)
So I’ll make sure you get what you deserve (Então, eu vou ter certeza de que você tenha o que merece)
Yeah, one day (Sim, um dia)
You’ll be beggin’ on you knees for me (Você vai estar implorando de joelhos por mim)”

Eu estava cantando loucamente “Begging On Your Knees” da Victoria Justice quando meu querido pai invade meu quarto aos berros.
– Helena, eu exijo me explique o que acabou de acontecer agora mesmo! – gritava Tony loucamente enquanto ia invadindo meu quarto.
– Como assim você “exige”? Você não tem esse direito! – eu gritava de volta.
– Helena, eu só quero entender, conversar, apenas me esclareça as coisas que a deixo em paz. – pediu Tony.
– O Steve é metido demais Tony, ele não tinha esse direito de se intrometer no meu trabalho nem nada isso...
– Nós dois sabemos que esse não foi o único motivo, então, me fale o real motivo, por favor. – disse Tony me interrompendo e me olhando nos olhos.
Eu empalideci. Como ele sabia disso? Ah Helena, deve ser porque ele é seu pai, obviamente.
Eu sou estúpida.
– Eu não quero falar sobre isso Tony, entenda! – tentei fugir de seu olhar desaprovador.
– Helena, eu conheço você, vamos, ande, converse comigo, eu sou seu pai... – começou Tony.
– Não me leve a mal Tony, mas você passou tanto tempo tentando não ser que eu não confio em você para falar sobre isso. – fui sincera.
– Nunca é tarde para recomeçar Helena, confie em mim... – pediu Tony sentando-se ao meu lado na minha cama e me arrastando para seu colo.
Me aninhei em seu peito enquanto ele acariciava meus longos e negros cabelos, e logo a queimação e ardência nos olhos voltaram, e minhas lágrimas que queriam ser derramas não puderam ser contidas, Tony pareceu perceber e me abraçou mais forte.
– Você gosta dele, não é Helena? – perguntou-me Tony.
– Sim... – eu não poderia negar, não mais, não para ele.
– E vê-lo acompanhado destruiu você... – não era uma pergunta, era uma dedução.
– Ele me beijou... – sentei-me e o encarei. – Ele me fez sentir algo novo e depois me descartou, como se eu nada fosse. – continue encarando-o, e ao dizer aquelas palavras em alto e bom som foi como se eu tivesse sofrido um chute no estômago.
– Eu não vou me meter Helena, nem opinar, fiz isso tantas vezes que nada posso falar, mas quero que saiba que você tem a mim, minha pequena Helena. – disse-me Tony sorrindo e afagando meus cabelos.
E ali eu vi que em meio a dor sufocante, ele havia mudado tudo, eu senti que era especial, que eu era importante, e principalmente, que eu era amada.
– Eu amo você Helena, nunca duvide disso... – ele sorria para mim, com seus olhos escuros e  brilhantes que sempre foram tão distantes para mim, agora me passavam uma luz, uma luz contagiante, que me fazia sorrir também, um daqueles sorrisos sinceros.
– Eu também amo você, pai. – retribui suas palavras com um sorriso, o que o fez sorrir também, e logo ele apressou-se em sair, ele não fica confortável em situações que envolvem sentimentos, e cá entre nós, nem eu.
Nós havíamos conversado. Ou melhor, nós estávamos nos entendendo, e isso era um avanço. Ele me amava, eu o amava, bem, isso poderia ser um bom recomeço.
Tony estava disposto a investir na relação de “pai e filha” e eu, eu confesso que estava adorando.
Tony estava em minha lista de “sorrisos verdadeiros” e para mim, isso era de extrema importância...