Demons escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Ai meu Deus, nem sei como se explicar pra vcs.
Sei que demorei pra caramba pra postar esse capítulo (e peço milhões de perdões por isso), mas sério, eu estava em mês de prova, e to nessa escola nova como já disse pra vcs...e digamos que a situação ta complicada kkkk
Não que eu esteja indo mal nas provas (graças ao pai), mas digamos que eu nao sabia como era estudar de verdade ate agr. Minha cabeça ate chegava a doer dps das provas (medo desses sintomas serem permanentes).
MAS ENTAO, to de volta, cheia de ideias e histórias malucas. Então se puderem, pfvr, me aguardem, que eu sempre volto, seus sabem disso não? kkkk



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O céu já estava começando a ficar escuro, e enquanto ela corria, a sensação de que tudo estava ficando cada vez mais silencioso começava a se apoderar dela. Katherine tropeçou nos próprios pés e ralou uma das mãos quando se jogou na direção de uma das pedras altas na hora de dar uma curva. Ela não diminuíra o ritmo desde que saíra correndo de perto da Besta, e a cada passo que dava, sentia como se a risada fria do monstro escorresse pela sua pele, arrepiando-a da cabeça aos pés.

Katherine virou mais uma curva derrapando, tendo que pôr todas as suas forças nas pernas para que não desabasse no chão. Ela se perdera das próprias indicações do caminho certo que marcara na parede, não seguindo as flechas que ela própria desenhara de tanta era a pressa com que corria. Ela não sabia onde Rose estava, e tinha a sensação de que seu senso de direção ficava ainda pior naquele lugar, principalmente no meio de um labirinto de rochas.

Mas o que realmente a assustava era o fato de não ter ouvido nenhum grito de uma voz masculina chamando por Rose. Ou Jaime não conseguira ouvir o grito, ou...

Ela balançou a cabeça tentando espantar o pensamento enquanto corria ainda mais desesperada e sem noção de direção. Ela parou por um segundo, apoiando as mãos nas coxas para recuperar fôlego, e tirou as mexas de cabelo do rosto enquanto olhava ao redor.

A paisagem era exatamente igual, não havia nenhuma mudança significativa nas pedras ou ao menos familiares. Ela não fazia ideia de onde estava ou de para onde estava indo. Katherine estava quase cogitando a ideia de gritar o nome de Rose e esperar uma resposta quando ouviu um espantar de folhas.

Foi apenas um leve murmúrio do ar, como uma súbita mudança no vento, que provocara o levantamento de folhas secas no chão. Mas não haviam folhas secas no chão, apenas terra, mato, sujeira e mais pedras. Katherine apurou os ouvidos, atenta à qualquer outro ruído e se manteve concentrada nisso, até que o som se repetiu. Ela virou para trás. O ruído vinha da entrada à sua direita.

Ela começou a seguir o caminho lenta e silenciosamente, tentando ao máximo não fazer ela própria ruído algum, tendo a consciência de que o que causou o grito de Rose poderia não ser algo agradável.

Mais um passo. Então outro.

Aquele meio metro que a separava do ponto em que se encontrava para o lugar que ouvira o ruído não poderia parecer mais longo. O tempo parecia ter parado, todos atentos àquele breve momento da vida da garota, como se fosse um de seus mais preciosos. Ela tentou controlar o ritmo dos batimentos de seu coração, percebendo que eles estavam tão altos que alguém ao seu lado poderia ouvi-los.

Katherine finalmente dobrou a esquina que a separava de seu destino, e levou vários minutos até que a cena à sua frente se desembaralhasse, e permitisse que ela a compreendesse. A garota abriu e fechou a boca várias vezes, não encontrando palavras para descrever o que via, ou o tamanho de sua surpresa, que quase se comparava à onda de seu alívio.

Na sua frente se encontrava Rose. Ela estava de pé segurando uma outra pessoa - uma garotinha mais baixa que ela -, tapando sua boca. A garotinha presa em suas garras se debatia, enfurecida, e parecia prestes a explodir, e Rose a ignorava, prensando a garota cada vez mais.

Mas seu choque não se deveu ao fato de que Rose estava prestes a matar a pequena garota, mas sim pelo fato de quem a garotinha era.

***

– Então quer dizer que você mantém monstros presos aqui como escravos também? Eu não sei porque isso não me surpreende.

Niah fez a pergunta enquanto entrava com um baque no escritório de Lane. A bruxa em si se encontrava no meio do recinto, com os braços cruzados e de frente para Melinda, que parecia frustrada. Como se tentasse explicar algo impossível, cujo sentido, obviamente, sua ouvinte não compreendia. As duas se viraram para Niah quando essa cruzou o batente da porta feita com uma madeira reluzente que se estendia esplendorosa no fim de um dos corredores da Basílica.

O servo mutante de Lane se chamava Anatole, e segundo ele, era mantido preso no castelo há mais tempo do que podia se lembrar, e que fora oferecido às bruxas como uma oferta de paz entre a raça dele e elas. Niah conhecia esse tipo de pacto, ela própria participara de um deles uma vez com Leda - o que não gerou resultados -, e tivera que ceder um dos Filhos do Diabo em troca. Pelo o que sabia, ele se matara dois dias depois de chegar na Catedral.

Lane se virou para ela ainda de braços cruzados.

– E por que não te surpreende?

– Eu sempre me perguntei porque Edén se matou quando chegou aqui. Ele era um dos pouco que prezava a própria vida. Um desperdiço, eu ouso dizer.

– Bom - começou a bruxa com um suspiro - Nós não estamos aqui para julgar uma a outra, não é mesmo? Porque se fosse, tenho certeza que eu ganharia a discussão.

– Eu posso até ser o "cara mal" aqui, mas eu pelo menos admito isso. E quanto a você, hein? Pode dizer que faz o mesmo? - Niah havia se aproximado dela, e agora a encarava de frente. Lane engoliu em seco - O que adianta você sair por aí espalhando o boato de que o que você faz é por um bem maior, quando você tem ainda mais sangue nas mãos do que eu? - a bruxa ficou em silêncio, olhando para o chão. Niah sorriu - Você me enoja.

A fúria brotou nos olhos dela, pronta para explodir em cima da Filha do Diabo. As marcas em seus braços já começavam a se acender, como fogo em brasa; mas antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, Melinda se pôs entre elas e gritou:

– Já chega, vocês duas - nenhuma delas parou de fitar a outra - Eu não vim até aqui para assistir uma matando a outra, vim exatamente para impedir que alguém morra. Katherine continua desaparecida, lembram disso?

– E por que se importa, Desprovida? – Niah cuspiu em seu rosto - Me explique por que me parece que Katherine é muito importante para você.

Melinda sorriu. Sua expressão era um misto de auto-confiança e mistério. Como sempre, ela sabia de algo que o mundo inteiro desconhecia, e só de vez em quando, ela tinha o prazer de exibir isso com orgulho. Mas só de vez em quando.

– Isso não vêm ao caso, Filha do Diabo – ela contornou o tópico – Temos assuntos mais importas para tratar.

– Como por exemplo?

– O bem estar de sua irmã, quem sabe.

Lane se cansou de olhar para as duas e revirou os olhos.

– Sei que devo confiar em você, Melinda – ela se dirigiu a vidente – Podemos não ser irmãs de sangue, mas partilhamos da mesma crença, e isso faz de você muito mais do que um membro de minha família – ela contraiu a mandíbula, claramente estava se controlando. Suas palavras eram muito mais do ensaiadas, eram mágicas. Pelo menos era o que acreditava – Mas da última vez que a ouvi, acabei perdendo minhas duas e únicas filhas.

Niah riu.

– Como se você lamentasse a perda.

Lane a ignorou.

– Sei que as vezes o que prevejo pode ser...doloroso, mas acredite, tudo o que vejo é real – a bruxa tentou se defender – Nada do que vi pode ter acontecido ainda, mas no momento que as vejo, tenho certeza que acontecerão cedo ou tarde.

– Você tem tanta auto confiança assim? – provocou Niah.

– Isso não tem nada a ver com confiança, criança. Eu poderia deixar de acreditar em mim mesma a cada nova visão que tenho, mas do que adiantaria? Já me foi comprovado que nada do que vejo pode ser contido. Nós iremos encontrar Katherine, eu tenho certeza disso.

– Mas como nós podemos ter certeza disso, minha irmã?

– Tudo o que peço é que confiem em mim – ela engoliu em seco – E me ouçam com atenção.

***

No momento que a porta se fechou atrás de Niah, o silêncio se apoderou pela sala.

Chris continuava ajoelhado no chão, meio caído meio tentando se levantar, e todos os olhares, menos os de Finn e Blake, estavam em sua direção.

– O que estão esperando? – gritou ele assim que percebeu que ninguém se moveria – Venham me ajudar logo, seus imbecis.

Os únicos Filhos do Diabo presentes na sala viraram sua atenção para ele, seus olhos vermelhos brilhando daquele jeito frio. Finn deixou um sorriso estampar-se em seus lábios, um daqueles que ele muito usava antes de conhecer Katherine, falso e predatório.

– E me parece que mais uma vez ela te deixou no chinelo, Christian – provocou ele.

Chris teve que se levantar com a ajuda de mais dois Caçadores, mas mesmo assim, o olhar que ele lançou em sua direção não era nada formidável, e não mostrava nenhum indício de fraqueza ou muito menos de dor.

– Você por acaso sabe com quem está falando, Filho do Diabo?

O garoto havia se aproximado de Finn mancando, mas sem tirar os olhos de seu adversário. E quando estavam de frente para o outro, tão próximos que um quase poderia ouvir os pensamentos do outro, Finn tamborilou os dedos para não ter que cerrar os punhos, enquanto Chris percebia pela primeira vez que era praticamente da mesma altura que seu oponente, não podendo assim olhá-lo por cima como geralmente fazia com seu bando de Caçadores.

– Com uma criança mimada qualquer, talvez – rebateu ele sem alterar a voz.

– Você não faz ideia de com quem está mexendo, garoto das sombras – disse Chris – Tenho certeza que sai amiguinha Katherine, ou até mesmo sua querida Niah conseguiriam se conter. Elas sabem quem manda aqui.

Finn deu um passo para frente. Não se deu mais ao trabalho de esconder seus punhos cerrados, queria que Christian percebesse com quem ele estava mexendo.

– E o mais engraçado de tudo é que você realmente acredita nisso.

– Acha que estou errado? – riu ele – Pergunte para Katherine então..., mas ah, é verdade, você não pode te responder não é mesmo? – ele fez uma falsa careta de dó – Está muito ocupada estando morta.

Aquela foi a gota d’água. Finn pulou para cima do pescoço de Chris o empurrando até a estante de livro mais próxima, massacrando suas costas no processo. Chis mal se aguentava em pé, e mesmo não estando surpreso com o golpe, cambaleou no ar, fazendo com que Finn praticamente o levasse pela gola de sua camisa até a estante. Todos os outros presentes na sala deram um passo para a frente, mas ninguém além de Blake teve coragem de pronunciar uma só palavra:

– Finn! – alertou ele – Você não pode ataca-lo, pelo menos não aqui, não quando estamos em desvantagem numérica.

Finn não o escutou, continuando a pressionar o corpo de seu adversário contra a parede com força e brutalidade.

– Quem se importa se eu morrer aqui? – perguntou ele com um sorriso doentio no rosto – Quantos deles, incluindo esse aqui, será que eu consigo matar antes que qualquer um deles chegue a encostar um dedo em mim?

Finn – ele chamou mais uma vez. Agora com mais urgência – Como você espera salvar Katherine se morrer aqui?

A pressão dos dedos dele sobre o pescoço do garoto afrouxou levemente, quase imperceptível; mas Chris notou sua reação, e isso fez com que ele sorrisse tão doentiamente quando o outro. Sendo que agora uma fina linha escarlate escorria de uma de suas narinas, marcando seu rosto pálido como na mancha de um desenho.

– Ah, por favor, a vida daquela vadia não pode valer mais do que o triunfo de tirar algumas nossas – riu ele – Sabe, eu já namorei com ela – Finn quase rosnou, apertando a garganta do outro com ainda mais força do que antes. As palavras saíam agora arrastadas da boca dele, ficando parcialmente presas em sua garganta – Foi apenas por alguns meses, mas... – tosse – Valeu o esforço, ela até que beijava bem. S-só me arrependo de nunca ter conseguido leva-la para a c-cama.

Finn largou seu corpo no chão, mas antes que ele pudesse se recuperar, o pegou novamente pela gola da camisa e o jogou no outro lado da sala, em cima de cinco outros Caçadores. Os garotos caíram um por cima do outro e derrubaram mais alguns no processo, que tropeçaram uns nos outros como peças de dominó.

– Se você tocar nela mais uma vez...se ao menos pensar sobre ela...eu juro que te mato.

Ele não esperou uma resposta. Se virou logo após pronunciar suas palavras, saindo da sala tão rápido quanto um furacão, deixando o grupo de Caçadores que conseguiram permanecer em pé atordoados e petrificados com a cena que se desenrolara na frente deles. Blake veio logo atrás dele, já sacando suas espadas caso alguém desejasse vir atrás deles.

– Temos que encontrar Niah e dar o fora daqui!

Finn não o ouvia. Chutou a primeira a parede que viu em sua frente e jogou um vaso que anteriormente se encontrava em cima de um pila com brutalidade em outra. Pedaços de porcelana voaram por todos os lados, e o barulho de seu choque contra a parede ecoou pelos corredores mais próximos, fazendo com que toda a Basílica se agitasse em surpresa, acordando-se.

Ele urrou.

– Quem ele pensa que é? – gritou ele – Quem ele pensa que é pra falar daquele jeito? Katherine não é um objeto pra ele descrever ela como...como se ele pudesse...

As palavras se enroscaram em sua garganta, sem que ele conseguisse encontrar palavras para descrever a raiva que sentia. Tudo em que conseguia pensar era mil maneiras de como ele poderia acabar com a vida daquele desgraçado.

Blake deixou seus ombros penderem para a frente, e mesmo que Finn não conseguisse deixar que seus pensamentos vagassem para algo que não fosse Katherine, ele conseguiu perceber o quão cansado seu parceiro parecia estar. Cansado de tudo.

– Olha – começou ele naquele sua voz ou-você-se-controla-ou-eu-te-dou-um-soco-na-cara-até-que-isso-aconteça – Eu sei que você gosta dela, okay? Sei que provavelmente a ama, mas...você tem que aprender a se controlar em público. Somos Filhos do Diabo, não deveríamos ter sentimentos, você tem que parar de agir como se tivesse voltado a ser um ser humano normal, beleza?

– Como assim?

Mas Blake não teve a chance de se explicar. Porque no momento que ele abriu sua boca, um visitante inesperado apareceu de um dos corredores, parando na frente deles com a expressão mais parecida com uma de desespero que qualquer um dos dois já a viram fazer na vida.

– Vocês não vão acreditar no que Melinda acabou de me contar – disse Niah – Nós sabemos onde Katherine está.


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Notas finais do capítulo

Tanta demora pra essa coisinha curta.........
Pois é não levo jeito.
bjs, ninsa



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