– Ei Toto.... –Uma voz disse.

– Toto...acorde logo! –A mesma voz disse.

– Francamente...dá pra levantar logo? –A voz insistia.

Toto abriu os olhos e viu que quem o estava chamando era Lisa.

– Finalmente...vamos, já é de manhã. –Disse Lisa.

Ele olhou com uma cara ainda sonolenta ao redor do quarto e fixou os olhos na cama.

– Mais...5 minutinhos... –Disse enfiando a cabeça no travesseiro.

– Levanta....o café da manhã já está até pronto... –Disse Lisa.

Toto então se levantou e correu para o andar de baixo o mais rápido que pode.

– E não é que funcionou mesmo Lil. –Disse Lisa.

– Eu disse não foi? Ele tem um fraco por comidas...creio que seja pior do que um fraco... –Disse Lil.

– Ei Lisa, desça ou quando chegar não vai ter mais nada pra você! –Gritou Toto.

– Mas vocês já estão comendo, esperem! –Gritou Lisa se apressando para ir comer.

– Eu não achei que aprendiz pudessem ser tão convenientes...O que vai ter pro almoço? –Disse Toto de boa cheia.

– Nós só fizemos porque também temos que comer...não pense que somos escravos! –Disse Bud.

– Calma calma...de qualquer jeito o Toto não faria, então alguém tem que fazer a comida. –Disse Lisa.

– Sim sim, e é por isso que vocês se encarregarão disso de agora em diante! –Disse Toto com um sorriso no rosto.

– Ta...mas não vá se acostumando tanto. –Disse Lisa.

– Bom, agora eu vou dar uma voltar por ai, até depois! –Disse Toto correndo para fora da casa.

– Me pergunto de onde ele tira tanta energia...bem, não faz mal. –Disse Lisa.

– Mas Lisa, mesmo sendo desse jeito, ele é uma pessoa bem forte! –Disse Bud.

– Sim ele é...e provavelmente também será um bom mestre. –Disse Lisa.

– Mal posso esperar para ele nos ensinar algo! –Disse Bud.

– Vá com calma né...agora vamos começar a limpar esses pratos não é? –Disse Lisa.

– Certo! –Disse Bud.

– Hum...eu já sabia que não conseguiria matar meu tédio aqui em Domina... –Disse Toto soltando um leve suspiro.

Domina continuava no mesmo ritmo de sempre, até que Toto pode observar Daena entrando no hotel da cidade.

– Aquela não é a...talvez ela saiba de algo interessante pra se fazer! –Disse correndo atrás dela.

Assim que adentrou no hotel, Toto se deparou com um pássaro, muito grande que conseguia andar feito um humano e vestia roupas comuns. Mais a frente estava o atendente do hotel, que tinha um grande pano na cabeça com uma pedra no meio, além de roupas de pano comuns, ele também estava com as mãos para o alto e mexendo de um lado para o outro. Também viu um ovo com asas e bico perambulando mais ao fundo.

– Com licença. –Disse Toto se dirigindo ao atendente.

– Pois não? Gostaria de alugar um quarto? –Disse o atendente juntando as mãos.

– Err...não...eu só queria saber onde fica o quarto de uma mulher que tem aparência de gato, e orelhas de gato...enfim, uma mulher gato. –Explicou Toto.

– Hum...por acaso você é namorado dela? Ou só a está observando o tempo todo? –Perguntou o atendente.

– Não é nada disso! Eu só preciso falar com ela. –Disse Toto.

– Falar não é...tudo bem então, o quarto dela é esse logo a direita. –Disse o atendente apontando em direção ao quarto.

– Obrigado...mas, me responda uma coisa...porque você fica balançando o corpo pra lá e pra cá assim? Isso é uma dança? Isso é uma espécie de ritual? –Perguntou Toto.

– Não é nada disso...é apenas a minha vontade se manifestando. –Respondeu o atendente.

– Vontade? Como assim? –Perguntou Toto.

– Eu quero ficar fazendo isso, não enche! –Disse o atendente.

– Estranho! E também, porque você deixa essa ave à solta por aqui? –Perguntou Toto.

– Ela não é uma ave...é uma chocobo, e o nome dela é Yuka. Ela é a vigia daqui. –Disse o atendente.

– Vigia? Uma chocobo? E também, ela não está um pouco gorda? Eu achei que ela fosse um pássaro, ela tem bico e asas. –Disse Toto.

– Eu estou ouvindo tudo. Você sabe que eu não sou chocobo, e sim uma canária. E por favor, se refira a mim como Senhorita Yuka. –Disse Yuka.

– Eu não sei mais o que está acontecendo aqui...mas é melhor concordar antes que fique pior. –Disse Toto para si mesmo.

Toto então se dirigiu para o quarto onde Daena estava, mas quando estava prestes a entrar, ele fixou o olhar no ovo que estava perambulando mais ao fundo. Ele então se aproximou do ovo.

– Não toque nele! É o meu precioso, ele é frágil, então deixe ele quieto! –Gritou Yuka.

– Como você...percebeu que eu estava perto dele? –Perguntou Toto espantado.

– Instinto maternal. –Disse Yuka.

– Acho melhor sair daqui o mais rápido possível, antes que eu acabe igual a eles. –Disse Toto se dirigindo ao quarto de Daena.

Ao entrar, Daena estava pensativa andando de um lado para o outro não percebendo a chegada do mesmo.

– Com licença. –Disse Toto.

– Ah...você é aquele do outro dia. Desculpe, não te vi entrar. –Disse Daena.

– Você não se lembra do meu nome? –Perguntou Toto.

– Me desculpe...eu ando tão pensativa que não estou conseguindo gravar nada direito. –Disse Daena.

– Não tem problema. Me apresentarei novamente! Meu nome é Toto. –Disse Toto.

– Hehe...então Toto...o que te traz aqui? –Perguntou Daena.

– Eu estava entediado andando pela cidade...te vi passando e me perguntei se você não sabe de algo interessante para se fazer. –Perguntou Toto.

– Toto... você sabe sobre a Árvore de Mana? –Perguntou Daena.

– Eu não sei como mas...sinto que sei. –Disse Toto.

– Você não precisa mentir. Não existe tal coisa, eu sei disso. –Disse Daena.

Toto então permaneceu em silêncio.

– Então...o que acontece com sua alma depois que você morre? –Perguntou Daena.

– Eu creio que ela vive para sempre... –Disse Toto.

– Eu também acho. Eu já me machuquei várias vezes, mas ninguém nunca machucou minha alma. Eu não acredito que algo possa acontecer com minha alma. –Disse Daena.

– Entendo... –Disse Toto.

– Sabe...eu me decidi! Eu quero me encontrar com Gaeus. –Disse Daena.

– Então vamos! –Disse Toto.

– Você vai ir comigo? –Perguntou Daena.

– Sim! Não tenho nada melhor pra fazer. E também, você estava insegura sobre encontrar com ele não era? Irei com você para garantir que você não desista mais uma vez! –Disse Toto.

– Obrigada...eu já esperava que você dissesse isso...então vamos! –Disse Daena se dirigindo à saída.

Daena então sentiu um puxão na sua cabeça. Toto estava atrás dela apertando suas orelhas.

– E-Ei, o que você está fazendo. –Gritou Daena.

– Ah desculpe...eu só queria saber se eram reais. –Disse Toto.

– Mas é claro que elas são reias. O que você acha que eu sou? Uma maníaca de fantasia? –Gritou Daena.

– Não é nada disso. Elas pareciam fofinhas, então eu quis apertar. –Respondeu Toto.

– De qualquer jeito, vamos logo! –Disse Daena com uma expressão meio furiosa meio envergonhada.

Os dois então se dirigiram a Luon Highway. Assim que chegaram lá, Toto notou um estranho animal que não estava ali da última vez. Ele era rosa e parecia a mistura de vários animais. Tinha duas pequenas asinhas, um grande corpo e várias pernas, além de um rabo com uma folha na ponta.

– Mas o que é isso...? –Disse Toto um pouco perplexo.

– Você não sabe? É um Boink. Ele é capaz de teletransportar você para outros lugares. –Disse Daena.

– Sério? Que incrível! E como se faz para ele teletransportar algo? –Perguntou Toto.

– Ah, é bem fácil. Você só precisa tocar nele. –Explicou Daena.

– Assim? –Disse Toto pegando no boink.

Logo em seguida, um "boink" foi ouvido, e Toto imediatamente sentiu seu corpo ser comprimido sendo então teletransportado para mais adentro da região.

– Francamente...ele é idiota ou o que? –Disse Daena tocando no boink para ir atrás de Toto.

Assim como Toto, ela foi teletransportada.

– Tch..eu não achei que fosse tão desconfortável assim teletransportar.... –Resmungou Toto.

– É o que você ganha por ser descuidado! –Afirmou Daena.

– Tá que seja...mas onde estamos mesmo? –Perguntou Toto.

– Fomos sortudos...ele nos teletransportou para nosso destino. Gaeus fica logo a frente. –Disse Daena.

– Mas continuamos em Luon Highway...a vegetação continua a mesma e o cenário também...isso é bem conveniente na verdade. –Disse Toto.

– Vamos indo não é mesmo? –Disse Daena.

– Ah sim, vamos. –Disse Toto.

Eles seguiram em frente. Haviam alguns monstros no caminho, mas nada que as facas de Toto e os nunchakus de Daena não pudessem resolver. Logo eles se viram em frente a uma grande pedra. No chão havia uma área que parecia uma pequena plataforma, e um grande rosto podia ser visto a frente.

– Então...ele é Gaeus... –Disse Daena fascinada.

– Ele parece uma pedra gigante com olhos e boca fechados. –Disse Toto.

– Calado! Tenha mais respeito! –Disse Daena.

– Ah, desculpe. –Disse Toto.

– Gaeus...eu preciso muito falar com você! –Disse Daena se aproximando junto com Toto para a área próxima ao rosto.

Então, Gaeus que estava adormecido, despertou e começou a falar.

– Bem vindos minhas crianças...cheguem mais perto. –Disse Gaeus.

A terra começou a tremer, e o lugar onde Toto e Daena se encontravam começou a se elevar, mostrando ser a mão de Gaeus. Ele então aproximou a mão do seu rosto, para que pudessem conversar melhor.

– Olá...o que posso fazer por vocês? –Disse Gaeus com um tom calmo e lento.

– Minha amiga está prestes a morrer devido a uma maldição de um demônio. O que eu posso fazer para ajudá-la? –Perguntou Daena.

– Faça o que sua amiga quer que você faça. –Respondeu Gaeus com o mesmo tom de voz.

– Ela não me pede para fazer nada para ela. Ela só irá aceitar o que irá acontecer! –Disse Daena.

– Então você precisa aceitar isso. Você entendeu o que essa pessoa disse a você? –Respondeu Gaeus.

– Não, eu não entendi! Ela estava tão determinada! Um demônio a enfraqueceu, tanto o corpo como o espírito. Eu só quero ajudá-la a voltar ao normal, recuperar sua forma original. –Disse Daena.

– Pessoas tem o poder de mudar a si próprios. É isso que ela está tentando te ensinar. Escute as palavras dela. –Disse Gaeus.

– ...Obrigada. Tentarei pensar sobre isso calmamente. –Disse Daena.

– Falando nisso...Toto, deve ter uma árvore anciã perto de sua casa. Ele irá te ajudar com muitas coisas. –Disse Gaeus.

– Sério? Como eu não percebi isso antes? Obrigado por me avisar! –Disse Toto.

– Visitem novamente crianças. –Disse Gaeus abaixando a sua mão.

Toto e Daena então se prepararam para voltar para Domina. Caminhando um pouco, Toto percebeu que Daena não estava acompanhando-o, embora ele não estivesse correndo.

– Daena...? –Disse Toto.

– Bom, muito obrigada. Eu me sinto muito melhor agora. Por favor, aceite isso. –Disse Daena colocando um anel na mão de Toto e correndo para longe logo em seguida.

– Ei, espera... –Disse Toto, porém Daena não estava mais a vista.

Confuso, Toto decidiu voltar pra casa. Chegando lá, Bud e Lisa já haviam preparado o jantar.

– Bem vindo de volta Toto. –Disse Lisa.

– Boa noite, o que tem para o jantar? –Perguntou Toto.

– Não seja rude, vá lavar suas mãos, e depois você poderá comer! –Disse Lisa.

– Certo, certo. –Disse Toto.

– Ei, que anel é esse no seu dedo? –Perguntou Bud.

– Ah, isso? Foi o presente de uma amiga. –Disse Toto.

– Ela é sua namorada é? –Disse Bud num tom provocativo.

– Não diga besteiras! É só...que ela deve estar passando por momentos difíceis. –Disse Toto soltando um suspiro.

– Entendo, desculpe, não fiz por mal. –Disse Bud.

– Não precisa se preocupar. Mais importante, ande antes que a comida esfrie. –Disse Toto.

– Como você chegou ai tão rápido? –Disse Bud se dirigindo à mesa.

– Quando o assunto é comida, não tem como ser mais rápido que eu! –Disse Toto.

– Andem e comam logo! –Disse Lisa.

– Certo! –Disse Bud.

– Toto, algum problema? Você quase não comeu muito... –Disse Lisa.

– Você considera dois pratos cheios pouco? –Disse Bud.

– Não, mas ele come no mínimo o dobro disso... –Disse Lisa.

– Não se preocupem, só não estou com tanta fome assim...e acho que irei me deitar, então boa noite pra vocês. –Disse Toto.

– Boa noite. –Disseram Bud e Lisa.

– Não se esqueça de me contar sobre o que você fez hoje! –Disse Lil.

– Eu sei, eu sei, eu irei contar! –Disse Toto subindo as escadas.

Logo após ter contado tudo que houve no dia para Lil, Toto deitou-se e ficou olhando para o teto pensativo.

– Espero que fique tudo bem com ela... –Disse Toto fechando os olhos logo em seguida.