Trabalhos Do Amor escrita por Leitora compulsiva
Notas iniciais do capítulo
Voltei!
Eu estava isolada em um canto na escola. Desde que mudei de escola é sempre a mesma coisa, eu chego vou pra arquibanca e então um livro e meu fone são meus melhores amigos.
– Isso é A culpa é das estrelas!??? - perguntou um garoto entusiasmado.
– É sim.
– Puxa! É meu livro preferido!
– Sério!?
– Juro. Qual seu nome!?
– Maria Luisa, - disse fazendo careta - mas pode me chamar de Malu.
– Oi Malu eu sou o Lucas. Prazer em conhecê-la.
Sorri. Parece que eu fiz um amigo. O sinal tocou.
– Ei, Malu temos que ir... Hum... Sempre te vejo sozinha... hum... Você não quer sentar comigo hoje!?
Parecia uma boa idéia, topei. Entramos na sala e o Lucas logo me arrumou uma carteira, me sentei entre ele e um outro garoto. O outro garoto pareceu não ter gostado muito de perder o amigo que sentava onde eu estava, mas ignorei, e fiquei conversando com o Lucas até o professor chegar e mandar todo mundo calar a boca. Fiquei estudando e me senti observada, na verdade me senti muito observada pelo garoto ao lado. Ele realmente não parava de me encarar e fazia isso descaradamente. Reparei nele também, tinha cabelos lisos castanhos e olhos verdes e um sorriso lindo, mas no momento ele não sorria, apenas me encarava. Quando as aulas acabaram e o sinal do recreio tocou fiquei falando com Lucas sobre divergente e descobri que tinha quase o mesmo gosto musical que o meu, só que ele era louco por Green Day.
– COMO ASSIM VOCÊ NÃO GOSTA DE GREEN DAY!?
– Não é isso... É só que eu não escuto muito... Eu prefiro Imagine Dragons, Legião Urbana, Coldplay e tals.
– Só perdoou porque você tem bom gosto musical... Isso me lembra... LIPE VEM AQUI!
O garoto que ficou me encarando apareceu pouco tempo depois.
– O que você quer Lucas!?
– Ela gosta de Legião Urbana.
– E...!?
– Felipe larga de ser idiota! Você escutou o que eu falei!?
– Você sabe cantar Eduardo e Mônica inteiro, Analu!?
– Primeiramente é MALU, M.A.L.U! E em segundo lugar sim eu sei.
– Ok... ok... Desculpa Ana... Malu. É que eu não gosto quando o Lucas me chama assim do nada.
– Ah não fala assim priminho.
– Desculpa Malu... Não estou me sentindo muito bem hoje...
Ele saiu andando e fiquei encarando.
– Gostou é!? Só pra você saber ele está solteiro, e quando não esta de mal humor e um excelente partido.
– Mas... Não... - balbuciei.
Lucas piscou e saiu andando.
O sinal tocou e fui para a sala, mas que menino abusado! Mal me conhecia e já queria me dizer com quem eu devia ficar, ou adivinhar meus pensamentos. Peguei minhas coisas e voltei pro meu lugar solitário do lado da parede. O professor entrou na sala e não estava com paciência para escutar filosofia, então comecei a escrever Eduardo e Mônica na última folha do meu caderno, quando recebi um bilhete.
"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração. E quem irá fizer que não existe razão?
– Eduardo e Mônica "
Sorri com o bilhete e procurei o remetente, nada. Continuei
"Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar, ficou deitado e viu que horas eram. Enquanto Mônica tomava um conhaque no outro canto da cidade como eles disseram"
Enviei, fiquei procurando o remetente. E continuamos "jogando" o complete a música... Mas sem conseguir descobrir quem enviava
"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração. E quem irá fizer que não existe razão?"
Enviei triste esse último porque era a última estrofe da música, mas para minha surpresa recebi uma resposta.
"Ei o que vai fazer depois da aula?"
"Depende de quem é você."
"Felipe"
"Então estou muito ocupada"
"Para de ser fresca menina! Você é aluna nova e esse colégio é pesado"
Parei de responder, o garoto além de ser grosso comigo ainda me chama de fresca!
"Ok, desculpa. Fui grosso com você antes e estou sendo dnv... Estou meio tenso hoje e acabei descontando em você"
"Ok."
"Ei, quer almoçar e depois estudar pra prova de matemática de sexta?"
Era quarta feira, a prova seria dali dois dias e eu não tinha entendido a matéria. Não tinha porque não aceitar.
"Você é bom de matemática?"
"Um perfeito matemático!"
"Quanta humildade... Ok, nos vemos depois da aula, e vamos parar com os bilhetes porque a D. já está percebendo e não quero me dar mal Emoticon smile"
Enviei e tentei prestar atenção na aula, mas estava meio aflita do que esperar daquela tarde de estudos. O sinal tocou dando fim as aulas. Demorei para arrumar o material e Felipe ficou me esperando.
– Onde você quer almoçar!? - perguntou ele.
– Não sei... Podemos almoçar aqui perto e voltar pra escola logo, realmente preciso estudar.
– Por mim tudo bem. Conheço um lugar ótimo.
Andamos alguns quarteirões até um restaurante.
– Pode ser aqui!?
– Hum... Pode.
Nos sentamos em uma mesa, e pedimos nossos pratos.
– Malu... Queria pedir desculpas...
– Não precisa - interrompi.
– Precisa sim! Eu fui indelicado com você, juro que não foi minha intenção... É que...
– Não precisa... Sério!
Ele pareceu pensativo e triste.
– Quer desabafar!?
– Posso?!
– Claro.
– Eu acabei de sair de um relacionamento difícil. Eu a amava muito, e ainda a amo, mas Kriss foi uma idiota! Ela me traiu com meu melhor amigo! Eu estou evitando qualquer garota que se aproxime, e acabei descontando em você a minha raiva... Desculpa. - percebi que ele estava triste e até parecia se segurar pra não chorar.
Eu sabia como ele se sentia, e percebi que a situação dele era pior que a minha. O melhor amigo!
– Er... Não sei se isso vai te fazer melhor ou não, mas sei como se sente... - Contei tudo, desde quando ele tentava me conquistar, ate quando encontrei ele com Anne na festa de formatura, contei como tinha escapado, mudando de escola, contei absolutamente tudo. Comecei a chorar. Ele veio ao meu lado e me abraçou.
– Maria Luisa! Eu não te conheço direito, mas nunca mais quero ver você chorando, beleza?! Não por conta de um babaca desse!
– Felipe... Eu não quero te ver triste por conta de uma vadia igual essa tal de Kriss... Que tal fazer um trato?!
– Um trato?!
– Sei que não nos conhecemos direito, mas dizem que é bom contar as coisas para desconhecidos e com o tempo poderemos ser grandes amigos... O trato consiste em eu te ajudo e você me ajuda! Você pode contar tudo para mim e eu conto tudo para você, mas isso fica só entre nos dois....
– Hum... Isso parece um bom trato! Feito!
Sentamos sorrindo e fui ao banheiro lavar o rosto. Parece que eu tinha feito um amigo, mas não só um amigo, tinha arrumado um confidente. Sai sorrindo do banheiro e fui em direção a mesa. Encontrei uma loira oxigenada, que mais parecia uma Barbie conversando com o Felipe, me aproximei devagar.
– Oi... - eu disse.
– Oi fofinha! Não vai me apresentar a sua amiguinha, Flipe!? - disse ela falsa.
Felipe parecia atordoado.
– Essa é a Kriss. - disse ele com desprezo na voz.
– Oi Kriss...
– Nossa Flipe! Você era mais educado quando éramos namorados! Ainda bem que acabou! Eu e o Ted estamos tão bem! Acho que foi o melhor pra nos dois.
Não ia deixar aquela biscate falar daquele jeito com meu novo amigo.
– Amor, ela é a sua ex?! Agora eu entendi porque você terminou.
Ela fez cara de afetada e ele fez cara de "Eu não estou entendendo onde você quer chegar", mas entrou no jogo.
– É sim, amor.
– O Lipe me falou de você, Kriss, né?! Nossa! O que você passa no cabelo?! É água oxigenada!? Tá meio esquisito...
– Ei! Não fala assim comigo não garotinha! Flipe você vai deixar deixar ela falar assim comigo?!
Ele deu os ombros e me aproximei dele, segurando sua mão. Felipe estava trêmulo... Argh! Vadia! Fiquei com raiva dela como fiquei de Annie.
– Eu posso falar com você do jeito que eu quiser, sai de perto do meu namorado, queridinha.
– Você não sabe o que nos vivemos juntos, lindinha, fica a dica. - ela piscou pra mim com deboche.
– Não sei o que vocês viveram, isso é verdade, mas sei o que estamos vivendo.
E eu beijei Felipe... Não foi um beijinho qualquer, foi um beijo daqueles de tirar o fôlego, na verdade foi muito bom. Quando paramos ela já tinha ido. Eu estava ferrada!
– Felipe, desculpa! Eu não devia ter feito isso! Ai meu Deus! Desculpa! Desculpa!
– Malu...
– Por favor! Eu só fiquei com raiva dela porque ela me lembrou a Annie. Me desculpa por favor...
– Ei... Para de se desculpar... Você me ajudou e eu devo te agradecer e não ficar bravo com você.
– Mas... Mas... Eu passei dos limites! Quer dizer... Eu nem te conheço e eu te beijei... Desculpa...
– Malu para de se culpar, se você não parar de pedir desculpas...
Fiquei quieta... Estava arrependida pra caramba! Eu NUNCA devia tê-lo beijado! Eu não sou o tipo de garota que beija um cara que eu nem conheço!
– No que você está pensando? - disse Felipe interrompendo meus pensamentos.
– Em nada...
– Malu não minta pra mim... E o nosso pacto?!
Droga! Por que eu fui propor aquele pacto!? Tudo bem que eu estava precisando de alguém pra desabafar e vi nele um potencial pra isso, afinal ele dividiu o que sentia comigo, mas eu me precipitei um pouco, quer dizer MUITO!
– Matemática. - menti.
– Acho melhor almoçarmos e irmos logo, tenho muita matéria pra te explicar...
Comemos em silêncio. Eu estava com tanta vergonha que não conseguia encará-lo. Terminamos de comer, pagamos e fomos embora. No caminho ele tentou puxar assunto, em vão, porém quando chegamos na sala de estudos não pude evitá-lo.
– Malu... Eu sei que você está culpada! Mas não quero que fique assim! Eu beijo tão mal assim a ponto de você estar tão arrependida!? - Felipe disse tentando me animar.
– Não... Quer dizer... Não foi ruim, é só que eu não pensei que fosse tão irracional!
– Vai me dizer que não costuma beijar os caras que acabou de conhecer!? - disse ele com tom de brincadeira.
– Ei! Eu não uma vadia igual a sua ex, aquela Barbie plastificada! - respondi com tom de irritação! Odiava que me comparassem, principalmente com uma vadia qualquer.
– Você parece diferente, se você parar de se sentir culpada eu vou acreditar cegamente nisso. Você beija muito bem, aliás...
– Idiota.
– Me conhece em menos de 24 horas e já me ama. Nossa como eu sou demais.
– Você é sempre tão irritante e convencido assim?!
– Só quando estou perto de garotas bonitas.
Eu ri. Ele estava realmente me cantando?!
– Você não tem chance.
– Um dia eu consigo, você vai ver só!
– Só nos seus sonhos. Agora me ajuda a estudar! Não entendo nada de fatorial!
Então ele começou a me explicar a matéria, e passamos a tarde estudando, ele era um ótimo professor e tinha entendido muita coisa. Quando terminamos de estudar eu ainda estava insegura, mas achava que ia conseguir não pegar recuperação.
– Felipe... Não tenho palavras pra te agradecer.
– Não precisa me agradecer, é que os namorados fazem! - disse Felipe sorrindo.
Eu o encarei séria, aquele assunto tinha que morrer antes que eu virasse 'a vadia da escola' por ter "ficado" com um garoto que não conhecia nem a um dia. O sorriso saiu do rosto dele
– Felipe... Quero que isso fique só entre nós.
– Hum... Sem problemas, amor.
– Sério! Promete!?
– Prometo, Maria Luisa.
Sorri feliz e me despedi com um beijo na bochecha e um abraço, ele era mais alto que eu, a ponto de eu me esticar um pouquinho e ficar quase na ponta dos pés para me despedir. Sai andando e peguei o metrô até em casa. Não queria me envolver com ninguém, mas Felipe já era um grande amigo. Ainda amava Rodrigo, mas quem sabe ele não poderia me ajudar a esquecer!? Não, Malu! Esse é um pensamento egoísta e Felipe não merece isso! Mas... e se...!?
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Decidi melhorar e tals :D