De Volta escrita por Porcoelho


Capítulo 5
Caramelo




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CAPÍTULO 4

Caramelo

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– Então filha, se divertiu ontem à noite? – perguntou Mebuki, assim que a filha se juntou a ela e seu marido na mesa de café da manhã.

– Sim – respondeu uma Sakura sorridente, enquanto pegava uma torrada. – Encontrei Hinata.

– Que bom, Sakura – falou Mebuki, enquanto colocava café na xícara da filha. – E como foi? – questionou ela, curiosa.

– Ótimo mãe – disse, empolgada. – Parece que nossa amizade continua a mesma, parece que os anos não passaram. Mas, ao mesmo tempo, temos tanto o que conversar...Entende?

– Claro, querida. A amizade de vocês é muito forte...Mas entendo que tenham que colocar a fofoca em dia – falou rindo.

– Sim mãe, - falou rindo. – por isso convidei Hinata e Naruto para o almoço de manhã. Não tem problema né?

– Claro que não Sakura, o almoço é para comemorar sua volta minha filha. Além disso, gostaria muito de ver HInata....

– Mãe! – chamou Sakura, como se tivesse lembrado de algo muito importante. – Sabia que Hinata vai casar? Com Naruto?

– O quê? Como assim, casar? Quando?

Kizashi apenas escutava a conversa, observando as duas mulheres de sua vida enquanto comia um pedaço de bolo de laranja – especialidade da senhora Haruno. Ele gostava de ver como a esposa e Sakura se davam bem. Era bom ter sua filhinha em casa outra vez.

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Pouco antes da hora do almoço, Sakura resolveu subir até seu quarto e ligar pra Sasori; não podia deixa-lo sem notícias.

Oi amor – falou Sasori, logo depois do segundo toque.

– Oi, tudo bem? – perguntou ela.

– Tudo sim. Te liguei ontem à noite, mas você não atendeu... – disse ele, mas sem nenhum tom de ressentimento na voz.

– Saí e esqueci de levar o celular...

Ok. Como andam as coisas por aí?

– Ah, tudo ótimo. Lembra da Hinata?

Não, quem é?

– Minha amiga de infância, lembra? Te falei dela há algum tempo...

Devo ter esquecido, amor. Mas, o que tem ela?

– A reencontrei ontem à noite.

Hum, fico feliz. Você está bem?

– Sim, aproveitando minhas férias.

– Que bom...Estou com saudades.

– Eu também.

– Não vejo a hora de você voltar pra cá...

Sakura entendia isso como um: “Não vejo a hora de você aceitar meu pedido”.

– Faz pouco tempo que cheguei Sasori, e você já quer que eu volte?

– Eu sei, eu sei...Aproveite esse tempo com sua família.

– Estou fazendo isso, obrigada. Daqui a pouco já vou estar aí com você.

– Vou contar os minutos...

– Até parece...Bom, vou desligar. Nos falamos amanhã?

– Sim, pode deixar que te ligo. Beijo. Te amo.

– Eu também. Beijo.

Depois de desligar, Sakura resolveu telefonar para Ino também.

As duas conversaram mais tempo do que a rosada havia falado com o namorado. Falaram sobre as férias de Sakura; sobre Sai – namorado de Ino; sobre o novo apartamento; sobre o último casal de celebridades que havia se divorciado...

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O dia estava lindo. Então, depois de descansar após o almoço, Sakura resolveu aproveitar o sol que estava fazendo e ir cavalgar.

Não sabia se ainda levava jeito para isso; mas resolveu arriscar. Foi até o estábulo com o pai. Pegou seu cavalo favorito, Caramelo. Com a ajuda de Kizashi, o selou e o montou.

– Tenha cuidado, filha. Já faz um tempo que você não cavalga – disse o Senhor Haruno, preocupado.

– Não se preocupe pai – disse para acalmar o pai, enquanto acariciava Caramelo. – Eu posso ter me mudado para a Capital, mas ainda sou a garota que cresceu em uma fazenda. – E dizendo isso, se pôs a cavalgar pelo campos da propriedade dos Haruno.

É, ela ainda tinha jeito.

Como era bom sentir o vento no rosto, enquanto observava as lindas paisagens de Konoha. Adorava fazer isso antes, e a sensação era a mesma agora.

Parecia que assim, Sakura podia esquecer dos problemas. Podia não pensar em nada. Se concentrava apenas em como era bom se sentir livre.

Mas, após algum tempo cavalgando, Sakura começou a perceber que algo estava errado. Caramelo estava indo rápido demais. É, talvez ela não tivesse mais tanto jeito.

O cavalo continuou acelerando. Sakura se assustou, e resolveu pará-lo.

Assim que fez isso, desceu. Mas parecia que Caramelo não queria parar; e, em um descuido de da garota, o cavalo se pôs a correr novamente.

Sakura se desesperou, mas viu que havia uma pessoa longe o suficiente pra que a garota não conseguisse distinguir de quem se tratava, e perto o suficiente do cavalo, para conseguir pará-lo.

Sakura gritou para que a tal pessoa, que ela imaginou ser algum dos homens que trabalhavam na fazenda, parasse Caramelo. E saiu correndo, na direção do cavalo.

Um pouco mais perto, Sakura podia ver que Caramelo havia parado. E também pode constatar que quem tinha o domado não era nenhum dos empregados de seu pai.

– Ei, calma garoto – falou Sasuke com jeito, pegando a corda amarrada ao cavalo e fazendo com que o animal se acalmasse.

– Obrigada, Sasuke – disse, ofegante pela corrida; mas tranquila agora que Caramelo estava bem.

– Está tudo bem com você? – perguntou ele, preocupado.

Sakura assentiu.

– Foi só um susto – falou ela. – Acho que eu não levo mais jeito pra isso.

– Não, ele deve ter se assustado com alguma coisa.

– É, pode ser...

– Está tudo bem mesmo com você? – questionou ele, novamente.

– Sim, eu consegui pará-lo para poder descer.

– E ainda diz que não leva mais jeito... – falou ele, sorrindo de canto.

Sakura sorriu também.

Depois, voltou-se para Caramelo.

– Você me assustou - falou ela, o acariciando. - Acho que é melhor te levar de volta.

– Posso te acompanhar até em casa...

– Ah, não precisa Sasuke...Ele já parece bem mais calmo.

– Eu insisto. É só para garantir...

Não, ela não queria ficar na presença de Sasuke. Mas ele a tinha ajudado; Sakura não podia ser mal educada.

– Tudo bem então.

Começaram a andar. Sasuke ia guiando Caramelo, enquanto ele e Sakura ficavam mais à frente.

– Então Sakura, como estão as férias? – perguntou ele. É, ultimamente Sasuke gostava de puxar assunto com ela, pensou a rosada.

– Ótimas – respondeu. Pela primeira vez desde que havia voltado, se sentia à vontade para falar com o Uchiha. Talvez porque ele tinha acabado de ajudá-la. – Sabe, depois que cheguei é que me dei conta de como sentia falta daqui.

– Duvido que sinta saudades de Konoha morando na Capital...

– É claro que sinto Sasuke – respondeu. Este era o Sasuke que ele conhecia. Um de seus adjetivos mais notáveis: ele era sarcástico. – É como dizem, não há lugar como nosso lar.

– Mas agora sua vida é em Tóquio.

– É, o destino me levou até lá. Mas sempre vou pertencer a Konoha – falou, encarando a paisagem à sua frente. – Não virei uma patricinha, apesar de não saber mais cavalgar... – falou, olhando para Sasuke agora, e rindo.

– Nunca achei que você fosse virar uma patricinha, Sakura – disse, também a encarando.

– Mas, e você? Como está sua vida? – perguntou ela.

– Bem, eu ajudo meu pai e Itachi na fazenda. E, sabe? Não me imagino fazendo outra coisa. Adoro viver aqui – falou. – E mesmo se não gostasse, acho que não teria a coragem que você teve para ir embora.

– Não é que eu tenha sido corajosa; é que ser médica foi tudo o que eu sempre quis. Então, só fui atrás do meu sonho – disse, feliz. Era a primeira vez na vida que ela recebia algo parecido com um elogio de Sasuke.

– Mas não é todo mundo que tem a coragem de correr atrás de um sonho – disse ele.

É, Sasuke tinha mudado mesmo. No passado ele nunca a elogiaria, pensou Sakura. Mas, ela não se sentia à vontade com esses elogios, então resolveu mudar de assunto:

– Você já deve saber que Hinata e Naruto vão casar...

– Sim. Finalmente o dobe tomou jeito.

– Estou tão feliz por eles – falou ela. – Hinata sempre foi apaixonada pelo Naruto.

– É, eu sei. Eu lembro que a Hinata quase passava mal quando o Naruto falava com ela.

– É verdade...Ainda bem que ela já superou isso – disse Sakura, sorrindo.

– Eu espero que sim...Um casamento precisa ter algum diálogo – falou ele, sorrindo também e encarando-a.

Seus olhares se encontraram enquanto ambos sorriam um para outro.

Os sorrisos foram murchando devagar, mas os olhares continuaram.

O vento balançava os cabelos dos dois, mas não fez com que encanto se quebrasse.

E, de repente, Sakura sentiu como se não houvesse mais nada; como se naquele momento no mundo inteiro não existisse ninguém mais além dela e Sasuke.

O problema é que ela não queria se sentir assim. Não queria se sentir tão vulnerável na presença dele. Sakura não queria e nem devia sentir nada quando estivesse com ele.

Porque ela não sentia nada por ele. Não mais.

Tratou de acabar com o clima, e virou o rosto, voltando a olhar para frente.

– Vocês vão vir no almoço amanhã? – perguntou.

– Sim – respondeu ele, disfarçando os sentimentos que haviam surgido com a troca de olhares. – Minha mãe avisou Itachi e Konan também.

– Que bom, estou ansiosa para ver Dona Mikoto...

– Ela também quer te ver. Disse que sente saudades da época que você ia lá em casa atrás de... – Ele não terminou a frase, mas Sakura sabia o que ele ia dizer.

– Pode falar Sasuke. Eu vivia te perseguindo mesmo – falou, completando a ideia da frase por ele. – Mas não se preocupe, não vou mais fazer isso. Já superei a quedinha que tinha por você.

Por alguns segundos, o silêncio se fez presente.

– Convidei Hinata e Naruto para virem amanhã também – disse ela, mudando se assunto. – Acho que eles virão...

A essa altura os dois já estavam perto do estábulo.

– Você acha, Sakura? – perguntou, retoricamente. – Pois eu tenho certeza. O dobe não ia perder uma boca livre dessas – falou, rindo.

Sakura riu também. E ajudou Sasuke a colocar Caramelo no guichê.

Ainda estavam rindo quando a querida prima de Sakura adentrou o local...

– Sakura querida, estava te procurando...O padrinho disse que talvez você pudesse estar aqui – falou Karin.

– É, eu estava caval...

– Sasuke! Oi, tudo bem? – perguntou Karin, ignorando Sakura e se aproximando do Uchiha.

– Oi, Karin – falou, já irritado com a ruiva, que, ao contrário de Sakura, o perseguia até hoje.

– Bom, eu já vou indo – falou Sakura, sentindo que estava sobrando na conversa. Karin não tinha mudado nada. – De novo, obrigada pela ajuda, Sasuke.

– Não foi nada – falou, olhando para a rosada e ignorando Karin.

– Você pode ir prima – disse Karin, sem ser questionada. – Eu vou falar com o Sasuke.

– Claro – falou a Haruno, seguindo para a saída do celeiro.

Se Karin achava que dar em cima de Sasuke na frente dela a atingiria, estava muito enganada.

– Sasukezinho, que tal se a gente fosse dar uma volta por aí? – Sakura ouviu a ruiva perguntar a Sasuke.

– Não Karin, eu estou com pressa. Vou pra casa – respondeu ele.

Sakura revirou os olhos, enquanto seguia para casa e constatava que sua prima não tinha amadurecido nada nesses oito anos.

– Espera prima, eu vou com você – falou a ruiva, seguindo Sakura.

A rosada só pôde lamentar em silêncio.

E lamentou-se ainda mais ao lembrar que teria de aturar Karin no almoço de amanhã também.

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..

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Enquanto seguia para a fazenda Uchiha, Sasuke pensava em muitas coisas. O almoço de domingo era uma delas.

Também se perguntava quando Karin ia parar de correr atrás dele.

Mas havia uma frase que não saia de sua cabeça:

Já superei a quedinha que tinha por você.

Sasuke deu um sorriso irônico. Pena que ele ainda não havia superado a queda que tinha por ela.

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Sentada na área de casa ao entardecer, Sakura imaginava como seria o almoço de amanhã. Lembrava que antigamente esses almoços de família sempre rendiam algumas risadas. Também haviam as provocações. As de Karin já não iriam afetá-la mais, porém ela não garantia nada que as provocações de sua tia Sayaki, mãe de Karin e irmã de Kizashi, não iriam afetar Mebuki.

Talvez esse almoço fosse ser mesmo divertido.

Naruto também poderia render boas risadas, pensou Sakura. E, além de tudo, Hinata estaria ali, e elas poderiam conversar sobre o casamento da morena. A rosada também pretendia pedir conselhos sobre o pedido que Sasori havia feito a ela.

E ainda tinha os Uchiha...

Bom, talvez devesse estar preocupada com Itachi e seus comentários ácidos e inconvenientes. Porém, agora, ver Sasuke não a preocupava mais.

Talvez toda a educação que ele estava demostrando ultimamente não fosse atuação. Talvez ele tivesse mudado mesmo. As pessoas mudam né? Tirando Karin, é claro. Riu ao pensar nisso.

Sakura concluiu que talvez ela estivesse sendo imatura em relação a Sasuke. Talvez devesse esquecer os desentendimentos do passado. Quem sabe, eles pudessem até ser amigos durante sua estadia em Konoha.

– Preocupada com o almoço de amanhã, filha? – perguntou Kizashi, se aproximando da filha.

– Não, só estou ansiosa para ver todos reunidos – disse ela ao pai.

– Não se preocupe, vou tentar manter sua mãe e Sayaki afastadas – falou o senhor Haruno, brincalhão.

Sakura riu.

– Kizashi, Sakura, venham jantar – chamou Mebuki.

– É melhor entrarmos logo...Sabe, não é bom estressa-la na véspera do encontro com sua tia - falou, enquanto passava o braço pelos ombros da filha. E assim os dois entraram na cozinha.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!



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