Continuo...

As coisas não param

Não há um botão de pausa para o presente.

E se tivesse eu apertaria.

Naquele momento onde nossos lábios se tocaram, minha mão escorregou por sua cintura, ou mais adiante quando ela me olhou antes do elevador descer.

Tanto faz o tempo não para, os segundos se arrastaram e os meses se foram...O tempo futuro e o tempo passado.

Mas ainda há tempo.

Ela vai voltar.

No primeiro ano, tivemos contato todos os dias.

No segundo ano, poucos recados nas redes sociais.

Agora com minha vida prestes a acabar

Não me importo realmente com o amanhã. Só que ninguém sabe disso. A não ser minha mãe , mas essa sabe de tudo até quantas vezes vou ao banheiro.

“Tenho esse encontro com essa garota!” Spencer dizia, mas quer saber nem me importo.

“Diga” – insisti. Estava parado na soleira do meu apartamento observando Spencer algemado no cano do aquecedor do nosso corredor.

“Só que é no Alasca!”

“Boa sorte, precisa de ajuda com a algema?”

“Não a menina que saiu comigo ontem a noite está no apartamento quando sair vou pedir a chave...”

“Spencer acho que não tem ninguém no apartamento” estiquei o pescoço para olhar o apartamento do vizinho com a porta aberta.

“Tem certeza?”

“Não na sala pelo menos”

“Certo vou precisar de ajuda” – suspirei derrotado, entrei peguei um grampo e fui até meu amigo.

“Sabe esse encontro às cegas”

“Sei”

“Foi a Carly quem arranjou” – apenas engoli o seco, e ouvi o estralar quando consegui abrir a algema.

“Como você ?”

“Namorar com a Sam tem suas vantagens” – comentei o ajudando a levantar.

“Bela vantagem” - Spencer fez polichinelos do nada apenas observei. – “entãoo, nnão, vaii , perguntar sobre a Carly? ” – Spencer ofegou.

“Claro, e a Carly?”

“Vou encontra-la no Alasca, vamos passar as férias de inverno!”

Por algum motivo meu coração parou. Deixei de respirar por alguns segundos.

“Tudo bem?”

“Claro, por que não estaria bem? Né? Sabe a Carly minha amiga que não vejo há um tempão, estou ótimo!”– disparei com meu jeito sem-jeito.

“Que bom, então você vai?”

“Qual horário do voo?” – perguntei sem pestanejar, segurando a gola da minha própria camisa, tentando me enforcar. - VOU VER A CARLY! FALTA SINTIA TANTA FALTA DA MORENA!

“Amanhã”

“Vou arrumar a mala” – disse e corri para meu apartamento.