Miracolo escrita por P r i s c a


Capítulo 8
Seu Lado mais Gentil


Notas iniciais do capítulo

xDDDDDDD

Não me batam, pfv..... xPPP



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Por que…?

Não queria ser supersticioso… Não, jamais aceitaria se tornar um desses descerebrados a culpar céus, terra e astros por sua própria incompetência…

Ainda assim...

Apenas… por que…?

Sozinhos na entrada da praia, ele observa a menina se estremecendo enquanto olhava pra ele.

Viva. Inteira. Ok…

Mas ainda muito longe de ter passado por uma situação de vida e morte genuína.

Tsk… Maldição.

Maldita… reputação…

***

Na noite anterior…

A abominação que chamavam praia trazia no mero termo uma forte repulsa para o rapaz. No entanto, com o frio e, talvez, as explosões e outras poucas movimentações afugentando os bandos de pessoas, somado ao clima nada propício para se reunirem do lado de fora acabou por tornar aquela viagem um tanto mais agradável.

Gostava da praia. Especificamente à noite.

O silêncio… a ausência de deveres ou incômodos… os marginais, tão futilmente tentado aprontar…

“P-p-p-por por favor!! Eu-e-eu devolvo o dinheiro! Eu te pago ainda mais!! P-por favor!!!” gritava o come-planta, seu colega a arrastar o corpo nocauteado do líder deles para fora, choramingando.

O brilho da lua sobre o metal da tonfa… O medo estampado na face dos herbivoros…

“Kamikorosu!”

E os três assaltantes desaparecem, deixando para trás mais do que haviam pego na loja de conveniência.

Mas, principalmente, Hibari gostava dos gritos de agonia ao debandar com uma única palavra que dissesse.

Devolveu o dinheiro ao estático dono, contou os trocados extras que deixaram, soltou um insatisfeito “Tch” pela audácia de não lhe proverem mais e comprou seu hamburguer pré-pronto, colocando o dinheiro na frente do vendedor, ainda trêmulo demais pra receber as moedas.

Aqueles bastardos não lhe deram o bastante nem para um hamburguer de picanha… Hibari fez uma nota mental de ir atrás deles por causa disso.

Por bem ou por mal, os poucos dias que estivera naquele lugar já lhe garantiram certo prestígio. Nunca se dera realmente conta daquilo antes, mas justamente por ser o local ideal para atrair manadas de ruminantes, a praia era também um ótimo point de baderneiros e outros aproveitadores dos quais fazia questão de ir atrás.

Não era um confronto. Não era um duelo entre dois poderes semelhantes...E não estava exatamente caçando. Sentia-se como naquele jogo de acerte a toupeira…

Kyouya só estava matando o tempo.

Terminou seu hamburguer ainda com vontade de comer mais e voltou para a habitação. Depois de largar o casaco na cama de seu quarto, saiu pela janela e subiu para o telhado. Precisaria contar estrelas até cair no sono.

Nada acontecera.

Nada.

Estava ficando impaciente. Se continuassem naquela rotina por muito mais tempo, não demoraria muito para o Presidente se ver seguindo a menina de um lado para o outro sempre que o bebê cismasse em levá-la para algum lugar… feito um maldito cãozinho.

Isso era simplesmente inaceitável.

Fechou os olhos, sentindo o cenho latejar, incapaz de relaxar.

Depois de muitas horas, quando percebeu ter algum imbecil tentando falar com ele, seu relógio biológico tocou. Hibari abriu os olhos alarmado. Era já tarde, então dormira demais. Ignorando o loiro insolente a invadir seu território, ele olha para a praia, já mais cheia, completamente desprovida daquele silêncio que quase o cativara.

Tinha esperança de testemunhar algum tumulto além dos causados pelo bando do Sawada e os outros estudantes de Namimori... tinha fé que veria algo minúsculo e roxo no meio de um conflito e aguçou os ouvidos em busca de gritos de desespero.

Mas infelizmente… não encontrou nada disso. Ainda.

Tsk.

A menina não parecia estar lá, pelo menos não numa parte que pudesse avistar do telhado.

Ao que tudo indicava… Chrome o estava obedecendo.

Não sabia se reconhecia a sensatez dela por seguir suas instruções ou se revoltava ainda mais. O que custava a ela ter um pouco de ousadia?… Em casos normais custaria a vida, mas no dela, significaria muito, muito pouco e seria o ingresso para a liberdade do Skylark. Entrar no mar, se afastar… qualquer coisa que a pusesse em perigo servia. Mas não. Ao que tudo indicava, a tal Chrome era submissa o bastante para, sem entender, sem concordar e sem sequer querer, seguir qualquer comando que jogasse sobre ela.

E aquilo era... estranho. Louvável, de certo modo, pois obediência é sempre o objetivo de qualquer disciplina… mas também irritante.

Bem, convenhamos… na dada situação, não era como se ela pudesse respirar sem aborrecê-lo de alguma forma.

Era para os estudantes de Namimori serem submissos daquele jeito! Não a pessoa à que lhe fora confiada a segurança. Apesar de irônico, não achou graça. Suspirou.

No momento, aquilo queria dizer que precisava saber a localização dela. O loiro continuava a falar. Porque estava ali, afinal? Hibari continuou a ignorar. O morderia até a morte dali há alguns segundos, assim que se certificasse de onde estava a…

“Não se preocupe… Chrome deve estar no vestuário se trocando.”

Diante de tal informação, o Skylark parou.

“Oh…” deixou escapar.

E aquele fora um ‘oh’, muito difícil para o Cavallone interpretar. Havia realização, como quando acontece depois de acordarmos de um sonho e percebemos estar no nosso quarto… e havia também decepção. Como se o sonho estivesse realmente muito bom.

E depois disso… Dino viu… ânimo?... interesse?...

Não.

Irritação.

“Então já posso mordê-lo até a morte.” disse sorrindo. Sacou a tonfa.

“N-não, espera, Kyouya! Eu vim pra falar da-”

“Não me interessa.” disse, partindo para o ataque no mesmo segundo.

Pouco tempo depois que começaram, cerca de umas duas horas, pra ser mais preciso, Hibari vê, rápido, de relance, a bolha humana de cabelo roxo.

Estava cercada por três herbívoros. Seria agora! Seria livre agora!

Sentiu os olhos se abrindo e conteve um sorriso ansioso. O Cavallone parou de atacar do nada, parecendo desnecessáriamente chocado. Aproveitou a abertura para acertá-lo na boca do estômago e saltou, dirigindo-se á entrada da praia.

A chave que o soltaria de seus grilhões se revelava. E Hibari estaria lá para pegá-la.

Mas, ah, maldita sina… não eram três herbivoros qualquer os que cercavam a menina…

Tão logo se aproximou, os olhos deles se arregalaram. O próprio Hibari, no entanto, não tinha ideia de quem eram até ver umas familiares marcas de tonfas em seus braços e rostos.

“V-v-v-você!!” grita o primeiro apontando-lhe o dedo e tremendo a boca, revelando a falta de alguns dentes.

Os caras que estavam na loja de conveniência à noite.

E lá ele estava agora.

Tão logo perceberam-no, os garotos fogem, sem que nem um e nem outro tenha agido. Quando a menina está prestes a lhe dizer algo, é surpreendida por um forte e alto palmface que atingiu o rapaz.

Patético.

Ele… era patético.

O olhar dela estava fixo em si. Não via, mas podia sentir: Aquela garota estava em conflito interno.

“Hi-hibari-san...” ela começa a dizer. Urgh, o guardião sentia o sangue ferver só de ouvi-la falhar em falar, tão frustante era estar tão perto de sua chance só para deixá-la escapar à sombra de sua reputação. “Você… me salvou...” e o pequeno cenho se franze, revelando muito mais inquietação do que alivio ou gratidão.

Ah, quem dera… quem dera ele tivesse sido sagaz o suficiente para deixá-la pelo menos entrar em perigo antes de aparecer… do jeito que a coisa aconteceu, só a tola para ver qualquer salvamento na situação.

Basta. Iria voltar para dormir.

Mas antes, precisaria se certificar de que se prevenira contra a possibilidade de outro vexame desses. Hibari se recusava a cair na mesma ilusão mais de uma vez. Com a mão ainda segurando a testa, escondendo os olhos e dedos apertando as têmporas mais que massageando ele balbucia:

“Faça um favor a si mesma…” devagar, mas com muita agilidade, ele tira a leve blusa branca de capuz, com o emblema de Nami-chuu no lado esquerdo e lhe joga. Então volta a esfregar os olhos. “Use isso.”

Chrome não entendera direito, mas quando aquela mão frustrada abaixou e revelou os olhos de um furioso lilás, em meio segundo estava vestindo a blusa.

A olhou… estreitou os olhos percebendo os pensamentos mil correndo tão claramente naquela cabeça roxa que quase os ouvia perguntando, questionando, lamentando… Então ele se virou e saiu.

“A-aonde você vai… Hibari-san?...”

“Dormir.” foi a resposta que grunhiu entredentes, torcendo para que da próxima vez a menina fosse acometida por um perigo de verdade.



***

Os guardiões treinavam. Todos, menos Hibari. Cada vez que alguém vinha lhe perguntar algo, Chrome não sabia se se preocupava mais por ser o fato de procurarem saber do Skylark com dela, ou se por realmente ser capaz de responder.

Ele era um dos grandes motivos de consternação dela! Como então ousava continuar… protegendo-a?!

As palavras de Dino ecoam em sua mente, Chrome sentiu a cabeça girar e dificuldades em respirar.

Embaixo do guarda-sol (prestes a se converter em guarda-chuva se o tempo não mudasse) que armaram especialmente para as meninas, ela suspira e abraça as próprias pernas.

Aquela blusa que lhe emprestara (se é que podia chamar assim)... tinha o cheiro dele. Um cheiro bom. Não de perfume ou colônia… cheiro que emana de gente muito limpa e muito cuidadosa. E pensar que momentos antes estivera lutando tão avidamente com o Cavallone…

Significava que sequer suara.

Assustador…

Um fino feixe de sol atravessou as nuvens e tocou sua perna. De repente, se lembrou que não passara o protetor solar. Abriu a bolsa que trouxera consigo em busca do frasco e tratou de passar por todo o corpo antes que tivesse problemas. Quando terminou, Ipin corria em sua direção com o que parecia ser uma vuvuzela e a bonequinha dela…

A bonequinha, na verdade um bonequinho… tinha a cara do Hibari.

“Protetor?” pergunta a pequena. Chrome sorri e concorda com a cabeça. depois pergunta se ela quer ajuda pra passar.

E os olhos daquela boneca pareciam segui-la...

Era pior do que assistir “Dora, a Aventureira!”...

A chinezinha pareceu perceber o interesse da mais velha em seu brinquedo, e, sem demora, o ergue à altura dos olhos de Chrome, sorrindo cheia de orgulho.

“Mestre Fon!!”

Ah! Era verdade! Finalmente percebeu a longa trancinha de cabelo de mentira e lembrou que não era o Guardião… mas o arcobaleno, mestre da pequena.

A semelhança entre eles chegava a ser desconcertante. Perguntou-se se seriam parentes.

Não. Não era bem assim…

Parando agora para se lembrar, apesar de todas as similaridades físicas, não havia absolutamente nada parecido entre Hibari e Mestre Fon. Em se tratando das personalidades, eram inclusive opostos, sendo o primeiro a encarnação da violência e o segundo, da pacificidade!

A doce menininha sorria, balançando a boneca e imitando os movimentos do bebê amaldiçoado. Era tão bonitinha.

“Você gosta muito do seu mestre, não é?”

“Hai!” diz, sem hesitar… mas ficando imensamente vermelha em seguida “Hibari-san… igual ao Mestre”

Seu olho quase pulou pra fora da órbita com a surpresa.

“A-ah, sim! Eles tem o mesmo rosto, não é?”

“Hai!” concorda a pequena. Mas completa “Rosto e jeito!”

Só se fosse só com ela. Só podia ser.

“Ano… Ipin não tem… medo… de Hibari-san...?”

“HÃN?! Não! Hibari-san muito, muito gentil!”

Oh, céus, Kyouya tinha um irmão gêmeo bonzinho e não sabiam ainda…

“Ele é forte, bonito e quando fiz chocolates ele aceitou!”

Seu cérebro devia ter perdido algumas sinapses… Não conseguia de maneira alguma associar o que ouvia com a pessoa que conhecia por Hibari Kyouya.

Se bem que… bom… ele andava mesmo com aqueles bichinhos pequenos e amarelinhos… e nunca fizera nada agressivo perto das crianças…

Talvez… e era um talvez bem grande… ele não fosse tão ruim…

Ao menos não com todo mundo.



Hm…. uma ideia bem estranha se conjurava em seus neurônios, provavelmente porque eram regados com dose limitada de nutrientes.

Afinal, por qual outro motivo, razão ou circunstância, ela se decidiria por conferir se existia em Hibari um lado gentil?

***

Deixara de vigiá-la um dia inteiro.

Não conseguia ficar em paz, por mais que fingisse. Ele esperava que ela se encrencasse. Pegava-se ansiando, desejando vê-la correr perigo, não um sustinho qualquer, mas risco de morte real, para quitar logo a divida, mas a garota era tão patetica que a maior ameaça era seu próprio ser.

Então ouviu… um espirro.

Abriu um olho para confirmar que não precisava sacar a tonfa e lá estava.

Dokuro Chrome. A bolha humana.

Bocejou. Já podia adivinhar que subira até ali só para vpedir-lhe explicações.

“Hibari-san...” começa a dizer. Hoho… não gaguejara dessa vez. quem sabe não estivera treinando na frente de um espelho? “Eu… vim pedir umas explicações… por favor.”

Hmph. fechou os olhos um segundo, buscando dentro de si toda a boa vontade que podia reunir para dar-lhe uma resposta.

Nope. Vontade alguma estava disponível.

Virou-se de costas e voltou a tentar um cochilo.

“Suma. Ou vou mordê-la até a morte.”

Pronto. Submissa como era ela certamente…

!!!

“Por favor, Hibari-san!”

Ela estava… estava chacoalhando-o?!

Abriu os olhos incrédulo e deu uma leve espiada. Com a expressão de alguém que enfia a mão no ninho de cobras, a estranha herbívora se mantinha ajoelhada perto de si, mexendo em seu braço com ambas as mãos enquanto pedia para escutá-la.

Franziu o cenho deixando aquele fato afundar em seu interior.

Ela estava chacoalhando-o!!

Ou melhor, estava falhando em chacoalhá-lo. Quando mais tentava movê-lo, mais parecida ficava a bolha com a qual a comparava, sendo agitada na mão de alguém. Devagar ele vira a cabeça, olhos arregalados com tamanha imprudência. Assim que os olhos se encontraram, no entanto, ela recuou.

Segurou-a pelo pulso e quando ela abafou um grito, soltou, no mesmo segundo.

Parecia ter ossos de plástico cobertos por carne e pele macios e frios, pois tão logo firmara o aperto, percebeu que porderia tê-lo quebrado mesmo não sendo a intenção.

Em silêncio, ela massageia o pulso, sacudindo-o um pouco antes de voltar a falar.

“S-sinto muito incomodar.” literalmente ela sentia, ele tinha plena noção disso. “Mas isso tudo é…” parou, pensou, reformulou. “Hi-hibari-san… está...” mas não terminava a maldita frase. Parecia tão determinada a não desperdiçar palavras que não escolhia nenhuma e assim desperdiçava o próprio tempo que lhe dera. Já descobrira sobre a divida, com certeza. Ela queria saber do ilusionista, queria perguntar o que ele sabia e queria fazê-lo de um jeito que obtivesse resposta.

Mas por mais ágil que fosse o cérebro, a come-planta simplesmente não tinha a competência necessária para…

“Dino-san acha que Hibari-san gosta de mim!”

Choque.

Hibari piscou... bem devagar.

A suposição era claramente obra da cabeça do loiro. Não esperava coisa melhor vinda dele. Mas o fato dela ousar pronunciar aquele absurdo. Em voz alta.

Na sua cara.

Sentando-se para ficar no nível do olho dela, o Skylark aproxima o rosto até tomar por completo seu campo de visão. Pela segunda vez naquela viagem, Chrome se vê encurralada entre o próprio guardião em carne e osso e toda a aura assassina que parecia dominar qualquer espaço por onde quisesse fugir.

“O que você acha?”

Tão próximo… a espessa franja lhe tocava a testa e sentia o ar que respirava tocando o rosto… Mas a voz… e o olhar…

Poderia lhe beijar naquele segundo e ainda assim nada a faria crer que sentia alguma coisa. Não havia nada no mundo mais distante do que conhecia por afeição.

“Não.” responde. Séria. O olho púrpura se fecha, o cenho franze e ela parece resgatar dentro de si a outra possibilidade disponível, uma que gostava ainda menos do que tê-lo apaixonado por si “Mukuro-sama te pediu isso...”

“Ele me obrigou a isso.”

E uma boa dose de espanto surgiu no pequeno rosto.

“Como ele coseguiu?!”

“Não é da sua conta.”

“E porque está obedecendo?”

“Eu realmente não espero que alguém como você compreenda o motivo, ainda que quisesse.”

Ela se ofendeu. Mas não muito. E também não retrucou.

“Muito bem… Eu vou tentar… não te dar tanto trabalho.”

“Não preciso que me ajude em coisa algu-”

“Se isso fosse verdade, não teria me dado instruções assim que chegamos.”

Touchè.

Chrome se afasta um pouco e se curva.

“Sei que fez isso porque quis… só estou dizendo que vou colaborar… pelo menos até… até...” após um único segundo em que o olhos perdeu o foco no chão. “Por quanto tempo eu tenho que ser vigiada por você?”

Muitas respostas podiam ser ofereciadas.

‘Pouco’...

‘Até salvar sua vida’...

Qualquer uma servia. Mas Hibari não escolheu nenhuma delas.

Olhando fundo no olho púrpura repleto de dúvida, mas com uma centelha de determinação lutando para virar uma chama, o Skylark sorri. Um sorriso mal, tenebroso, de quem se compraz com o sofrimento alheio. Devagar e confiante ele se reaproxima dela, deliciando-se com o modo como parecia se desmanchar só de insistir em teimar com ele.

“Quem sabe…?” ele pergunta com timbre rouco, sonolento e terrivelmente ameaçador. “Oh… Está pertubada? Confusa?” ele pergunta, apreciando cada arrepio aterrorizado que suas palavras provocavam nela “Não tem qualquer... ideia do que pode acontecer?”

Sem ela querer, sua cabeça vai de cima a baixo, confessando o óbvio.

“Ótimo.” e saiu de lá, deixando-a só com seu tormento.

Por alguma razão.. a falta de paz dela lhe trazia um pouco de alívio.

Porque talvez, só talvez.. aquilo significasse que, em algum lugar bem longe dali, aquele maldito ilusionista também sofria.

Para Chrome, estava mais do que confirmado… que não havia nada naquele rapaz além de fúria, violência e um prazer no sofrimento alheio que muito se assemelhava ao de Mukuro.

Talvez fosse pela semelhança que eram ambos incapazes de se entenderem.

Nem um com o outro…. nem Hibari com Chrome.

...

Ao descer a escadaria e se dirigir para o dormitório, o rapaz cruza caminho com uma conhecida menininha de cabeça ovalada e sorriso gentil.

Assim que cruzam olhares, percebe a criança se encolhendo, vermelha como a roupinha tradicional. Estranhos desenhos de círculos se formavam em sua testa e mudavam.

O Skylark permanecera lá alguns segundos, apenas observando-a. Depois se aproximou, se apoiou em um dos joelhos e com as costas da mão conferiu a temperatura da testa da criança.

“Está frio. Volte para dentro e se aqueça.”

Ordens. Secas. Cruas…

…E ainda assim… tão… gentis.

Dito isso ele se levanta e entra na casa, exatamente um segundo antes da menina explodir de alegria, tal qual sempre fazia, quando quer que o Guardião ou seu Mestre arcobaleno lhe surpreendessem com tamanho cuidado.

Ao testemunhar tudo aquilo, Chrome entendeu que uma coisa era certa…

…até quando manifestava seu lado gentil, Hibari acabava por explodir alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

a tia ta trabalhando, estudando e tentando retomar as fics.....
vai levar um tempinho....... mas não desistam!!!

kissus!!!



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