Era de manhã. Um novo dia começa na casa  dos Bracho. Paulina e Carlos Daniel estavam descendo as escada quando Paulina deixa cair uma foto de sua bolsa. Ela a apanha e olha a foto, era de suas filhas quando tinham nascido, algumas horas antes de terem sido levadas embora de si.

- Meu amor, venha, não fique olhando essa foto e lembrando desses momentos.

- Carlos Daniel, é difícil pra mim superar essa perda, tenho esperanças que estejam vivas, mas por que não tem pistas? Nunca acham essas pistas que podem nos levar a achar as meninas, semana que vem seria o aniversário delas de onze anos, já devem ser quase duas mocinhas e nós não estamos com elas para ver elas crescerem, meu coração se parte só de pensar que elas estejam mortas, eu sei que elas esão vivas Carlos Daniel, eu sei...

- Tudo bem minha vida, acalme-se, elas estão vivas sim, temos que acreditar, vamos achar elas, mas procure ficar calma, eu prometo pra você que pra te ver feliz posso correr o mundo para achar nossas filhas, vamos encontrá-las, você vai ver, mas precisamos ter um pouco de paciência.

- Paciência eu tive por onze anos Carlos Daniel, onze anos de agonia sem encontrar elas, eu não mais suporto, temos que achá-las!

- Mamãe, não fique triste, vamos achá-las sim, acredite.

Paulinha desceu as escadas e abraçou a mãe, que estava desolada. Depois disse assim:

- A Gaby e a Bia devem estar felizes, eu acho que sim, pois se não acreditarmos, daí sim que elas vão estar tristes.

Paulinha era uma menina muito sapeca, adorava cantar e dançar, brincar, mas o que ela mais gostava de fazer era desenhar. Tinha muita aptidão para a pintura, era um hobby.

O dia foi passando normalmente na mansão. No outro dia, na casa de Gabriela:

- Gabriela, quem que deixou você sair pra brincar na rua?

- Mas eu não estou na rua, estou dentro do pátio!

- Eu não quero que fique fora de casa! Já pra dentro e vai para seu quarto. De lá não sai até que aprenda a obedecer!

Gabriela foi correndo para seu quarto e trancou a porta. Ela chorava muito.

- Quando isso vai acabar? Eu quero muito poder sair de casa nem que fosse no pátio, mas quero ver o sol, eu não aguento mais essa prisão, só saio para ir na escola e depois tenho que ficar no quarto! Eu não quero mais isso...!

No orfanato em Madri:

- Gente, com qual tiara eu vou?

- Ah não sei Bia, quem sabe vai com rabo de cavalo?

- Boa ideia!

- É verdade, você sempre fica bonita de rabo de cavalo.

- Valeu meninas, não sei o que seria de mim sem vocês.

As quatro meninas se abraçam e depois descem para brincar no pátio, passam o dia brincando de patins, bicicleta, bola, boneca... Acabam o dia cansadas e vão se deitar.

O dia das meninas gêmeas são bem diferentes. Gabriela sonha muito, Beatriz vive a vida. Isso um dia vai mudar.