Fairies Never Die. escrita por KoushiiHime


Capítulo 20
Dança Mortal e o Grand Finale




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O tempo pareceu parar por um instante. Aquela é mesmo a marca da Fairy Tail? Em um leão enorme, que deveria ser nosso inimigo? Enquanto Dean e os outros estavam em uma batalha, eu aqui, parada olhando para um animal enorme com tentativas frustadas de se levantar novamente. Era como se alguém abrisse um espaço na minha memória e tirasse de lá de dentro partes do meu passado. Era alguém, alguém que eu já conheci, alguém da qual eu não conseguia me lembrar. Por que eu não conseguia me lembrar? Meu transe duraria horas se alguém não tivesse jogado um enorme pedaço de gelo por cima de mim em direção ao animal.

— O quê? Mizore! Não atinja ele! Ele tem a marca da Fairy Tai! — Eu gritei, enquanto bloqueava mais um pedaço de gelo, dessa vez, menor.

— Nashi! Só porque ele tem a marca da nossa guilda, não quer dizer que ele seja nosso amigo! Pode ser mais um truque dessa ilha!

— Qualquer um que tenha a marca dessa guilda é nosso amigo.

Corri em direção ao leão, que ainda em baixo do bloco de gelo, se contorcia. Raven, D'Artagan e Dean ainda lutavam com a serpente. O leão estava quase perdendo a consciência. Derreti o gelo com um soco, um daqueles que se dá em alguém que você odeia ou que realmente é chato. O leão parecia tentar se levantar novamente e se recuperar, mas ainda não movia as patas dianteiras. Três grandes pedaços de terra e alguns blocos de gelo vieram na nossa direção, mas consegui quebrá-os a tempo, apesar de alguns pequenos destroços conseguirem passar. Enquanto isso, na batalha contra a serpente, Raven e Gale trabalhavam juntos. Os pedaços de ferro que caíam Gale conseguia comer, coisa que nós Dragon Slayers podemos fazer muito bem. Mizore e D'Artgan também trabalhavam bem. Mizore segurava duas clássicas espadas de gelo, que quando encostavam na serpente gigante, graças ao choque, vários pedaços pequenos caíam no chão.

A batalha ia bem, a serpente contava com vários arranhões e estava sem equilíbrio, então perdeu a precisão e a velocidade no ataque, o que favorecia Raven, porque velocidade é sua especialidade. A cauda da serpente passava por perto muitas vezes, então não deixei de aproveitar a oportunidade para queimá-la. A cada queimadura nova, a serpente se contorcia e mudava sua cauda de posição, o que era completamente inútil, já que perdida no meio da luta, sempre trazia sua cauda para perto novamente.

O leão ainda tentava se levantar, com uma pata presa embaixo do bloco pesado. Me aproximei para retirá-lo, mas o leão apenas rosnou, então o deixei lá. Egoísta, não deixou eu o ajudar, então me voltei para ajudar Mizore e os outros. Mas um cheiro diferente estava no ar. Um cheiro de algo podre, morto, talvez o cheiro da própria morte.

— Nashi! Atrás de você! — Reed atirou uma de suas várias espadas na minha direção, e me abaixei na hora exata.

Atrás de mim estava uma criatura asquerosa, com o corpo de um caranguejo enorme e vermelho, mas as patas, maiores do que o normal, o davam a impressão de que eram agulhas. Quatro olhos escuros e redondos fixados em mim ainda brilhavam, e as patas se contorciam para cima e para baixo, implorando para se levantar. Outras dessas criaturas estavam atacando a todos, inclusive a própria serpente. Cada vez que um caía no chão, desaparecia em uma luz dourada e reaparecia outro novo, como se fossem imortais. Milhares deles me rodeavam, mas nenhum chegava perto do leão, que agora, em agonia, tentava se soltar com ainda mais força. Por que nenhum desses bichos nojentos chega perto dele? São aliados? Sem tempo para perguntas mentais, mais um rugido, e logo todos queimaram e se transformaram na luz dourada. Não fiquei livre por muito tempo, porque logo um líquido preto saía do chão e dava forma a outros.

A serpente, que antes estava em uma batalha empatada, agora estava no chão se contorcendo, com vários dos caranguejos lhe furando com as patas em forma de agulha. Acertei vários com socos e chamas, mas eles sempre voltavam. Sete se foram com apenas três chutes. Outros seis voltavam do líquido escuro. Dez foram com socos. Outros nove reapareceram. A mesma coisa com todos os outros. A cada caranguejo morto, apenas um não voltava. Ótimo, agora falta ficarmos aqui por um bom tempo até todos se esgotarem, isso é, se eles esgotarem uma hora. Charllote conseguia destruir mais do que nós, com o lançamento de apenas um laser, destruía todos que estivessem no caminho.

No alto da tenda, os últimos holofotes eram cortados por caranguejos que subiam e roíam as cordas com duas de suas seis patas de agulha. Um holofote caiu e matou três caranguejos que estavam embaixo, mas logo outros dois saíram de lá. O último holofote preso no alto da tenta, era inalcançável. Estava preso à gaiola suspensa, que balançava, ameaçando cair. Vários dos caranguejos tentavam chegar até lá, mas a barreira anti magia os impedia e os derrubava, matando-os na hora. No escuro, seus quatro olhos enormes brilhavam em uma coloração dourada avermelhada, e suas patas de agulha também. Eles pareciam bem mais agitados no escuro. E bem maiores também. Um caranguejo gigante, bem maior do que os outros, talvez de dois metros, agarrou Charllote com duas patas e a ergueu no ar. Charllote tentava atirar nele, mas como balançava demais, o errava.

— Charllote! — Reed tentava passar pela barreira de caranguejos, que pareciam ficar bem maiores. Apesar disso, seu tempo de morte e o tempo de recuperação continuavam os mesmos.

Destruí novamente todos que estavam no caminho com uma pequena rajada de fogo. Todos queimaram e voltaram à luz dourada, enquanto eu passava pelo corredor pegajoso que se formava. O caranguejo gigante, ao ver que eu me aproximava, jogou Charllote para outro lado, que caiu no chão e ficou inconsciente por alguns minutos. Agora era eu, e ele. O som dos outros dizendo para eu não o enfrentar sozinha vieram, mas estavam no fundo. Não quero ser salva o tempo todo, não quero que eles me ajudam a derrotar ele. Ainda tem a maluca da ilha para enfrentar, e quem seria eu para derrotá-la com as próprias mãos, se não consigo derrotar um simples caranguejo de dois metros e meio com patas afiadas e pontiagudas que seriam capazes de me cortar ao meio com um só golpe? O carangueijo levantou sua pata dianteira enorme e desceu sobre mim.

Um único rápido desvio, para sair do caminho e a agulha gigante bater com força no chão. A pata traseira passou por baixo, e novamente, um salto. Como se fosse uma brincadeira de pular corda. Outra pata por cima, dessa vez, basta apenas se abaixar na hora certa. Uma rajada de fogo precisa na parte de baixo do corpo e ele começa a cambalear para trás. Duas patas, cortando ao mesmo tempp como espadas. Um passo para trás e você está livre, mas não totalmente, porque você sempre fica com cortes no rosto e filetes de sangue. Dois passos rápidos para a frente e um soco na parte queimada de baixo, e ele cairá no chão. Suas patas ficarão na sua direção, e com toda precisão que suas patas possuem, deixará mais três cortes nos braços. Você deve ignorar a dor e o fritar agora mesmo. Agora ele estava morto, sua luz dourada brilhou e ele desapareceu. Não há sinal de líquido preto e ele não vai voltar. Você concluiu com sucesso uma verdadeira dança mortal.

O brilho dos outros caranguejos se intensificou e mudou para uma cor azulada. O líquido preto não estava mais no chão e eles não pareciam mais estar voltando depois de serem destruídos. Caí de joelhos no chão, ao lado do lugar onde a carcaça da criatura deveria estar, mas não estava. Eu o derrotei. O primeiro monstro de verdade que eu destruí com a técnica de luta que aprendi.

Com um suspiro, notei que os outros caranguejos não se aproximavam de mim. Charllote levantava com dificuldade e com a ajuda de Reed, que mantinha os caranguejos restantes longe. Do local onde o leão estava, agora restava apenas o bloco de gelo caído, derretendo sozinho. O leão havia desaparecido. Com um som nojento de um inseto sendo esmagado, Gale acabou com o último dos carangueijos. O único som agora eram os de nossa respiração, ofegante, depois de tantas lutas em um único dia.

Parece perfeito, você acorda com o céu avermelhado e a temperatura infernal, logo depois enfrenta uma serpente gigante, é sequestrada, acorda com roupas ridículas de palhaço, enfrenta um leão gigante, caranguejos mutantes que brilham no escuro e para encerrar a noite com chave de ouro, uma maga maluca apaixonada por sangue que usa roupa de palhaço. Parece um sonho maluco da qual você tem depois de estar em uma festa da qual se fica bêbado.

Meus cortes estavam parando de sangrar, mas ainda doíam muito. Charllote estava com um arranhão enorme cobrindo o olho esquerdo, e parecia uma segunda marca vermelha idêntica a do lado direito. Reed estava com a cabeça de cavalo da fantasia cortada fora e Raven reclamava sobre sua cabeça doer.

— O que acha que vai acontecer agora, Nashi? — Dean perguntava, enquanto procurava algum pedaço da tenta rasgada para fazer curativos.

— Talvez a batalha final contra a maluca da roupa de palhaço colorida? — Charllote cantarolou enquanto saltitava de entusiasmo com a ideia. Reed aparentava uma cara de nojo para a resposta (que também era pergunta?).

Está certíssima minha coleguinha azul! Vocês conseguiram derrotar meus mascotes, então como prometido, eu estou aqui. Preparem-se para o Grand Finale!

Um grande buraco se abriu no meio do chão da tenta e um grande palco redondo com um trono dourado apareceu em cima. Nele, sentada com as pernas cruzadas e uma máscara risonha branca se destacavam. E em suas mão, com a cabeça apoiada, treze chaves douradas.


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