Free Fallin' escrita por Anne
Abro meus olhos lentamente, e os raios de sol que entram pela janela fazem-os arder um pouco. Olho pra cima, teto azul e uma lâmpada esquisita. Olho pro lado, e me assusto com.. Um homem sem camisa. Espera. O quê? Esse não é o meu quarto.
– QUEM É VOCÊ? - Grito, assustada, mas a pessoa nem se move e está de costas pra mim. Calma, Marie. Respira. Eu tô de roupa. Mas por que ele está assim? O que eu fiz? Cutuco as costas dele, até que ele se vira, com uma cara preguiçosa e... - JOHN?
– Bom dia.
– Bom dia? Você é louco? O que você fez comigo? Por que eu tô no seu quarto?
– Calma, calma, calma... - Ele se senta. - Relaxa, a gente não fez nada.
– Ha-ha-ha. Faça-me rir, até parece. Olha, o que quer que tenhamos feito, eu não me lembro de nada, eu não estava consciente, então trate de não sair falando pra todo mundo como você faz e...
– Eu juro que a gente não fez nada. - Ele me interrompe.
– Sua palavra não vale de nada pra mim.
– Caralho, por que eu ia me aproveitar de você?
– Porque você é um galinha. - Levanto da cama dele, e vou em direção a porta. Tento abrir. E ótimo, está trancada. - Abre isso aqui e me deixa ir embora.
– Não antes que você ouça tudo o que eu tenho pra falar. - E nessa hora meu coração gela. O que ele tem pra falar? O que será que eu disse pra ele? Será que a gente realmente ficou? Calma, Marie. Respira. - É óbvio que eu quero ficar com você, na primeira oportunidade. Mas não assim.
– E por que não?
– Porque assim não tem graça, você tava ruim pra caralho, prefiro mulheres que consigam mexer a língua direito.
– Eca, seu nojento. Mas mesmo assim, por que me trouxe aqui? Ah, eu não acredito em você. Eu...
– Vai me deixar falar? Por favor. Depois você decide se acredita em mim ou não.
– Ok...
– Você bebeu muito, e vomitou, desmaiou, e quando acordou eu estava por perto. Você me xingou de idiota, e começou a falar de um tal de Ian. - Meu Deus, eu falei do Ian? - Eu perguntei se queria que eu te levasse em casa, aí uma amiga sua disse que seu pai não podia te ver assim. E disse que o pai dela também não, pois ele contaria pro seu. E foi aí que eu te trouxe pra cá. E você dormiu aqui, esse é meu quarto. Eu dormi sem camisa porque tava com calor. E isso é tudo, satisfeita?
– Desculpa, mas eu não posso acreditar. Não consigo... - Exito antes de terminar a frase. - Eu espero mesmo isso seja tudo. Eu me odiaria se...
– Se ficasse comigo? - Posso notar um certo tom de tristeza em sua voz.
– É...
– E por que?
– São tantos motivos..
– Tudo bem.
– Sério?
– É. Pode ir embora agora. - Ele levanta da cama, pega as chaves dentro de uma gaveta e destranca a porta pra mim. - Por mais que você não acredite, e me ache um canalha... Eu nunca abusaria de você nem algo do tipo, e eu não bebi ontem, porque já tava de ressaca. Eu só cuidei de você. Eu gosto da conquista. Mas já vi que com você não tenho chance, então fica tranquila. Amigos?
– Hm... Não. Amizade também é algo que se conquista, e eu mal conheço você. - Deixo as palavras saírem. Eu mal conheço você. Eu mal conheço você, mas o pouco que conheço, odeio. Eu mal conheço você, mas julgo todas as suas atitudes. Por que isso me parece um pouco errado da minha parte?
– Então tá.
– Tchau.
– Tchau. - Diz dando um sorriso de canto, um sorriso triste. E com certeza, falso. Eu não o magoei. Ele não é capaz disso... De ser magoado. Só de magoar, certo? Dou um beijo no rosto dele, e me viro, em direção a saída da casa. Mas não sei onde fica, porque não lembro como entrei aqui. Vejo uma mulher, e creio que seja empregada ou algo do tipo.
– É... Como faço pra sair daqui? - Pergunto meio envergonhada.
– Venha, eu te acompanho até a saída.
– Obrigada.
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