Kate era adolescente, ainda tinha 16 anos. Havia acabado de perder sua mãe e seu pai estava se entregador as bebidas. Ela sentia que só podia observar tudo dos bastidores, já fez de tudo para que ele largasse o vicio, mas todas as tentativas foram um fracasso e aos poucos sentia que estava o perdendo para o vicio.

Sentia-se sozinha no mundo, não tinha muitos amigos e afastou praticamente todos quando sua mãe morreu, os únicos que firam ao lado dela foram Esposito, Lanie e Ryan, às vezes também podia contar com Rick.

Kate se sentia inútil por estar tão só, por ter afastado seus amigos e por não poder ajudar seu pai, no fundo sabia que a culpa não era dela e sim dele, por agir feito um covarde e se deixar vencer tão facilmente, sabia que ele não tinha o direito de fazer isso com ela e muito menos com ele, mas também sabia que poderia ser pior, como era no começo, ele era agressivo e a culpava pela morte de sua mãe, Kate sabia que ele estava errado, mas essas palavras feriam mais do que às vezes em que ele a feria fisicamente. Isso não aconteceu muitas vezes, mas foram o suficiente para que deixassem cicatrizes nela, cicatrizes que nem o tempo faria cicatrizar.

Já Rick era totalmente o oposto de Kate, não tinha toda essa bagagem e vivia com a mãe em New York, sua mãe era rica e isso fazia dele um rapaz esnobe que fazia parte da turma popular do colégio. Quando era menor era o melhor amigo de Kate e tinha uma paixão secreta por ela, Kate nunca chegou, a saber, disso. Eles foram se afastando conforme iam crescendo, Kate era a nerd da turma e ele só se importava em ser popular.

Voltaram a ser ver quando Johanna morreu, mesmo estando muito tempo afastados ele sabia que ela iria precisa de um amigo. Ele a visitava em sua casa sempre que podia, Kate nunca o chamava para entrar por conta do pai bêbado que estava caído no chão da sala e isso fez com que ele notasse que algo estava errado, Kate tentava enganá-lo dizendo que tudo estava bem mas isso não era o suficiente para convencê-lo disso. Um dia foi visitá-la e percebeu que ela tinha um machucado feio na boca.

- Kate, o que houve? – disse ele demonstrando certa preocupação que era desnecessária para ela.

- Não foi nada. – mentiu ela, mas ele sabia reconhecer quando ela estava mentindo.

- E como uma simples batida causaria um estrago desses?

- Eu apenas bati, ok? O que você quer?

- Vim saber como você está.

- Eu estou bem, mais alguma coisa?

- Podemos conversar?

- Tudo bem, mas tem que ser rápido. Venha – ela o puxou até um banco que era uma espécie de balanço que tinha nos fundos da casa, esperou que ele se sentasse e dissesse alguma coisa.

- Como tem sido os últimos dias?

- Difícil, não vou negar. Mas com o tempo a gente se acostuma e aprende a lidar com a dor da perda.

- E esse machucado na sua boca?

- Rick...

- Foi ele não foi? – perguntou a interrompendo.

- Como?

- Todo mundo sabe Kate, ele tem bebido feito louco e não faz questão de pelo menos fingir que está tudo bem.

- Não foi culpa dele.

- E nem sua.

- Eu sei. – ela o abraçou e se aconchegou no colo dele que retribuiu o abraço.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo.