My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 57
Reverso


Notas iniciais do capítulo

OIE! Esse capítulo está minúsculo, eu sei. Mas é que estou tendo que estudar muito e para a fic não entrar em hiatos, vou ter que estende-la mais um pouquinho, por conta do menor número de palavras que vou postar. Bom, espero que vocês gostem desse capítulo e ainda não revisei os anteriores... Deve ter uns 10 capítulos para revisar.
Vou largar de ladainha e...
BOA LEITURA!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/397849/chapter/57

Dhiren estava sentado na cadeira de sua escrivaninha. Pegou o caderno de anotações, que estava mais para diário, e escreveu o que sentia no momento. Por instante, aquilo lhe pareceu dar paz, todavia quando lembrou de Yesubai e de tudo o que ela lhe fez, o choque da realidade deixou uma avalanche de sentimentos bons e ruins tomarem conta de si. As palavras da mulher ainda pareciam ecoar em seus ouvidos. Kishan estava envenenado, Kelsey sabia onde estava o amuleto que poderia acabar com a maldição. Era só uma questão de tempo para tudo voltar a ser como antes. Ou melhor, a ele voltar a ser humano.

Levantou da cadeira e olhou para o relógio. Era quase hora do sinal da escola bater. Vestiu o uniforme e colocou e colocou a mochila na costa. Mesmo Kelsey tendo visitando-o todos os dias durante sua recuperação, ele sentia que ela estava distante. Talvez, o fato de Manuela ter vindo passar alguns dias com ela a fazia querer ser ainda mais cautelosa em relação aos dois.

— Dhiren – escutou Kishan bater na porta -, você me da uma carona?

— Claro – falou pegando a chave que estava no criado mudo.

Kells tinha dito que não necessitava mais de suas caronas, já que seu pai insistiu para levá-la. Kishan era o única que não sabia o que estava acontecendo de verdade e isso começava a corroê-lo por dentro. Sempre contou tudo para seu irmão e não queria que agora, quando Kishan mais precisava, guardar segredos. É agora ou nunca, pensou quando desceu as escadas. Não tinha mais como esconder, não tinha mais como proteger a única pessoa que saberia dizer o que sentia.

— Bom, já que tudo voltou ao normal e você não está mais doente – começou o rapaz de olhos dourados -, bem que eu podia começar a dirigir o seu carro.

— Nunca. Você vai conseguir destruí-lo nos primeiros cinco segundos – Dhiren falou um pouco distante e tentando evitar ao máximo parecer preocupado.

— Isso não é verdade. Eu só…

— Não, Kishan – Ren cortou o que falaria, da forma mais rude possível.

Ficaram em silêncio. Kishan percebeu que o Dhiren não estava muito bem, parecia descontente com alguma coisa. O mesmo estranhava isso, porque Ren não era o tipo de cara que ficava triste atoa. Somente quando a situação estava muito ruim, que ele começava a demostrar os seus sentimentos.

Entraram no carro e a primeiro coisa que puderam analisar, era o cheiro do perfume de Kelsey, uma mistura de creme com pêssego. Até mesmo Kishan, não era muito amigo dela e mal percebera isso, teve uma sensação nostálgica. Dhiren queria chorar. Estava dando tudo errado. Como que falaria para Kishan que ele estava envenenado? Como diria isso sem que o irmão saísse correndo querendo destruir o primeiro objeto? Em sua mente somente se passava imagens dantescas e obscuras. Não queria que as pessoas sofressem por sua causa. Não tinha mais um reino e se não tomasse cuidado, perderia a sanidade antes mesmo que percebesse.

— Podemos conversar, sem brincadeiras ou perguntas idiotas? – interrogou Kishan, enquanto dirigia devagar.

— Já que você está me dando uma carona… Sim.

— Ótimo – ironizou e fez uma pausa para começar a dizer tudo que estava lhe engasgando. – Sabe aquele dia?

— Humm – Kishan olhou para frente, fazendo pouco caso.

— Yesubai me falou algumas coisas… Coisas que não gostei nem um pouco.

Não era novidade nenhuma para Kishan que Ren não gostasse de algo que outra pessoa tivesse falado. Todavia, quando ouviu a palavra Yesubai, acabou se obrigando a prestar o mínimo de atenção possível. Não que fosse infantil ou coisa parecida, porém não queria tocar em um assunto tão delicado. A imagem dela, praticamente, se desintegrando na neve branca. Os cabelos sendo tomados por um cinza, quase branco, e a pele ficando enrugada e por fim, com aquela aparência de couro anoso, que lhe lembrava as roupas das estátuas dos templos hindus. Notoriamente, era desapontador vê-la naquela situação e imaginar-se no lugar.

— O que ela te disse? – perguntou só para não deixar a conversa monótona.

— Ela me contou algumas coisas e sinceramente, estou com medo agora.

— Você com medo? – Kishan bufou.

— Pra de graça – Ren respondeu seriamente e murmurou: – Preciso saber em qual hotel ela estava hospedada… Você sabe qual é o melhor hotel da cidade?

Kishan o olhou incrédulo. Em momento Dhiren falava da Yesubai e em outro de hotel, verdadeiramente, ele não estava muito bem da cabeça.

— Claro que sei. Mas o que isso tem a ver com a Yesubai? Eu sei que você está cansado, fez a maior parte do trabalho… Foi atrás dela. Mas o que isso tem a ver com nós? Você só vai piorar as coisas indo até lá, talvez até tenha alguém do pessoal dela…

No mesmo instante Dhiren virou bruscamente o carro, fazendo com que os pneus gritassem no asfalto. Ele lembrou perfeitamente qual era o melhor hotel da cidade. Não podia perder tempo, teria que ir sem explicar para Kishan ou para qualquer outra pessoa. Kishan o olhava com ainda mais espanto. Não tinha sido assim que pensou que seria sua carona e se pudesse voltar no tempo, teria ido para a escola a pé. Não se importaria, de não ter um ferimento na cabeça, se chegasse mais tarde um pouco. Ninguém importaria se ele chegasse mais tarde um pouco, porém vivo. O carro quase escorregou pela rua ainda úmida. As casas passavam por eles como borrões.

— Você está louco! – Kishan gritou, passando o dedo no pequeno ferimento que havia em sua testa. – Dá próxima vez que quiser se envolver em um acidente de carro é só me falar que posso ir dirigindo.

— Cala a boca – majestosamente Dhiren o respondeu.

— Você deve estar com algum problema, sabia? Ninguém é louco de fazer o que você fez agora. Nem eu.

Ren queria socar Kishan. Ele estava tentando salvar a vida do irmão, mas o mesmo, por conta do espirito acriançado, não era capaz de ver o que acontecia. Ficou imaginando se Kishan, não sentia dores ou se não tivera pesadelos, pois de acordo com o que escutou de Nilima o veneno era bem forte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Bom, pessoal estou com 99 leitores e sabe quantas pessoas comentam? 6 no máximo. Isso me deixa triste, mas não posso fazer nada ( a não ser ficar triste).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Tiger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.