My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 51
Linha


Notas iniciais do capítulo

OIE! Estou, novamente, postando em um sábado. Entretanto, por enquanto não mudarei o dia de postagem para sábado. Eu acho que meus antigos leitores - aqueles que estavam acompanhando desde as primeiras postagens - abandonaram-me. Não estão mais comentando e muito menos dando algum sinal de vida. Em compensação os novos leitores estão comentando e isso me deixa muitooooooooo feliz. Acho que vocês já cansaram de ler a palavra feliz em minhas notas, mas é a pura verdade. Felicidade é a única coisa que consigo sentir quando vejo os comentários. Bem-vindos novos leitores e não fiquem com vergonha de comentar, eu leio todos os comentários. Só não respondo quando não tenho tempo. Bom, já falei muita lorota, então....
BOA LEITURA!



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— Olá, querido – uma voz doce e suave chegou até a sua audição com a brisa – Há quanto tempo. Não esperava uma chegada tão hilária como essa. Não viu a árvore, não?

Yesubai estava em pé na sua frente com um sorriso irônico no rosto. Sua expressão, tal como as de Dhiren, havia sido congelada no tempo. A mulher usava uma calça jeans que delineava suas pernas como se fosse uma segunda pele. Para esquentar os braços usava uma jaqueta de couro preto em cima de uma blusa de seda fosca vermelha. Os olhos doces de Yesubai que vira há muito tempo, não existiam mais e no lugar deles, ele só conseguia ver uma nuvem negra de rancor e detestação . Estava tão diferente que se Dhiren, não sentisse o seu perfume, cítrico e amadeirado, diria que não era a mesma pessoa que conhecera há 300 anos.

— Não vai responder? – ela perguntou com naturalidade – Deve estar doendo não?

Apontou para o tornozelo de Ren que sangrava. Naquele momento ele percebera que batera na árvore com muito mais força do que imaginara. Um rastro carmesim formou-se entre a neve e o cimento frio da calçada. A sensação de fadiga aumentava a cada inspiração de pulmões e com isso sua pulsação acelerara mais do que o normal. A energia que antes lhe era presente, estava em falta e Ren reconhecia isso.

— Querido, amado Dhiren – Yesubai pronunciou depois de ter estralado a língua -, se eu fosse você ficaria imóvel. Sabe…Quando se tira a essência e dom de Durga com magia negra a chance de vida no corpo do inquilino onde foi feito o feitiço diminui bastante – agachou para ver o rosto do rapaz de perto. – Ao ponto de em poucos minutos a pessoa estra morta.

— Você – Dhiren disse com dificuldade, pois começava a sentir falta de ar -, me dê a pedra… E te deixo sair da cidade ilesa.

Yesubai podia identificar a raiva e desgosto na voz de Dhiren e isso lhe dava prazer, ao ponto de querer mais e mais escutar palavras tão ruins como aquelas. Ela abriu ainda mais o sorriso ao ver que Ren a encarava com desprezo e menospreço. As orbes azuis cobalto dos olhos dele estavam rodeadas de linhas vermelhas bulbosas que se dilatavam a cada segundo. Com a ponto do dedo indicador a mulher contornou o queixo de Ren até chegar em seus lábios. O príncipe estava com a pele quente e molhada, como o dia em que fez o teatro de sua morte.

— Querido, há quanto tempo eu esperei por isso. Por nosso encontro. Creio que esse será mais interessante que o último, não acha? – Yesubai olhou para os lados a procura de alguém além de Dhiren – Para melhorar só falta uma pessoa. – Seu humor mudara de repente e sua voz tornou-se áspera e severa. - Cade sua namoradinha? Já contou para os pais dela que você é um príncipe? Não… Espera… Você não tem reino, não é?

A mulher se levantou lentamente, esperando alguma reação de Dhiren. Todavia ele continuou no chão imóvel, como caíra depois de colidir com a árvore. Ela sabia o porque daquilo, Ren estava sem forças para se levantar, por ter passado pelo campo que criara, em forma de Tigre. Era como se a essência de Durga fosse sido tirada do seu corpo contra a vontade do mesmo e da Deusa. De acordo, com os seus cálculos se ele continuasse ali naquele lugar morreria antes mesmo de atravessar a adaga em seu coração.

Yesubai não imaginava que seria tão fácil assim, então preparara algumas coisinhas para se divertir. Pronunciou algumas palavras em hindi e um feixe de luz róseo surgiu ao seu lado clareando todo o lugar em que estavam. Aos poucos o brilho foi se apagando e dando lugar a uma foice de ouro com pedras de cristal nas extremidades. Como ela amava invocar objetos místicos, pensou passando a unha do corte da arma.

— Para o caso de mais alguém aparecer nessa nossa festinha. – sorriu vendo o seu reflexo auricolor embranquecido por causa da neve. – O que achou? – Pausou esperando alguma resposta de Dhiren, mas o mesmo estava colocando todas as forças em prol de se levantar – Se eu fosse você continuaria jogado no chão.

— Sua bruxa – Ren murmurou entredentes.

— Bruxa, insolente, inteligente, anjo e tudo o que você pensar. Você não acha que o fato de estar vivo se deve a mim e minha piedade? Lokesh já teria o que queria há muito tempo se não fosse pelo meu coração mole. Então agradeça, por naquele dia eu ter poupado a sua misera vida.

O silêncio entre os dois tomou o lugar deixando somente a som das árvores e do vento serem escutados. Ren não queria mais ouvir qualquer palavra que viesse dela, somente pensava em se levantar e pegar a pedra que poderia desfazer a maldição sobre ele e seu irmão. Na ocasião, o seu maior e único medo era de Kelsey aparecer ali e passar pela barreira que Yesubai tinha colocado. Ele odiava o fato dela ter pensado em todas as formas para embosca-lo, odiava ter sido idiota o bastante por ter deixado a raiva o domar e o conduzir até ela.

— Eu queria muito voltar no tempo – Yesubai disse desfazendo toda sua expressão anterior. – Seria tudo muito melhor se naquele dia eu tivesse te matado, não seria? Depois era só acabar com Kishan e pronto… Minha vida estaria bem melhor – descansou sua fala e retomou com um tom indiferente. - Tem uma coisa que eu ainda não entendi: por que ela? Precisava ser alguém tão tola. Ela não tem o que realmente precisa para estar ao seu lado.

— Não fale da Kelsey, sua… – Ren gritou sentindo a fúria se espalhar por sua alma e corpo – Kelsey tem tudo o que eu preciso.

— Você a ama? – Yesubai gargalhou quando viu que Ren conseguira ficar em pé – Eu sabia que o amor fazia coisas além do possível acontecer, mas isso… Ter feito o poderoso e astuto príncipe se tornar alguém tão…

Inopinadamente ela sentiu um aperto em sua garganta, fazendo com que sua fala fosse dificultada. Os olhos azuis antes, tão distantes estavam agora na sua frente observando e afrontando cada movimento seu. Tudo estava indo de acordo com seu plano.

— Tão…O que? – Dhiren sussurrou percebendo, pelo reflexo da foice, que sua expressão tornara medonha. – Não vai terminar a frase? Algum gato comeu sua língua?

Yesubai ficou paralisada, sabia que qualquer movimento seu poderia resultar em seu próprio fim, já que Ren não estava de brincadeira. Ela podia sentir os dedos dele apertando sua artéria, logo concluiu que ele não tinha forças para lutar então optara por fazer com que ela desmalhasse. Não seria assim fácil, pensou sorrindo ironicamente para Dhiren. Em sua cabeça passava várias maneiras de acabar com a vida dele de forma lenta e dolorosa. Ele por outro lado, ainda continuava com o plano de pegar a pedra e sair dali a deixando para que saísse da cidade e nunca mais voltasse.

Com um único movimento Yesubai deu uma joelhada no abdómen dele, fazendo-o cair rapidamente no chão. Aquele único golpe foi o bastante para que alguns órgãos de Dhiren fossem machucados por dentro, motivando uma tosse com pigmento vermelho. Sua respiração estava ainda mais falha e o seu corpo começara a tremer pedindo alguma energia.

— Eu deveria lhe matar agora depois dessa brincadeirinha nada agradável – ela disse empurrando Ren com a ponta do coturno – Mas vou esperar Kells, para poder fazer tudo de uma vez só e ir para um lugar bem quente, sem essa neve ridícula de Lokesh.

— Ren! – Kelsey gritou por entre os arbustos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo! Comentem e opinem!
Capítulo ainda não revisado.



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