My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 14
Tigre


Notas iniciais do capítulo

Então, foram, se não me engano, onze capítulos mostrando o cotidiano de Kelsey e suas relações de amizade ^^ Esse capítulo é a entrada para a história e como tudo agora vai se desenrolar. O ritmo vai continuar o mesmo calmo, com tudo no seu tempo *w*.
Acho que vou ficar eternamente agradecida as pessoas que estão comentando, isso é muito motivador



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Já estava de noite quando passaram em frente à casa de Ren para se despedir de Nilima e Kishan. Tifany não tinha mais energias suficientes para gritar e dizer o que tanto que estava cansado por ter brigado com Kishan durante todo o caminho. A mansão estava com as luzes apagadas, deixando somente os refletores do jardim acesos.

―Tifany, espero te ver mais e Kelsey me diverti bastante, quero que venha aqui para pegar alguns livros se quiser.

―Obrigada Nilima, isso seria muito bom. Achei muito interessante as histórias que você me contou.

―Tifany qualquer dia desses a gente marca de ir à sorveteria para você me pagar outra taça de sorvete – Kishan disse zombando da garota que estava calada por que não conseguia mais falar.

―Você vai à festa da Ambre? – Kelsey perguntou para ele.

―Sim. Parece que vai ter muita comida. – ele riu ao ver o olhar de Nilima o condenando por passado a imagem de guloso – Você vai?

―Não, acho melhor não aparecer lá – ela respondeu baixo com vergonha de dizer que não foi convidada.

―Então te vejo na escola – Kishan abriu o portão da mansão e entrou passando pelas luzes, que fizeram um contraste com a pele dele o deixando mais bonito e atraente.

―Bom garotas, vocês querem que eu peça para alguém acompanhá-las? Está tarde acho perigoso andar vocês andarem sozinhas.  – Nilima falou.

―Não se preocupe, vou acompanhar Fany até na casa dela – disse percebendo que a amiga estava distraída e cansada – Acho que pela primeira vez desde que nos conhecemos ela está calma e sem conversar.

―Eu escutei Kells – Tifany respondeu bocejando – Tchau Nilima, te vejo depois, acho que não consigo mais raciocinar direito, Kishan me cansou demais.

―Tchau se cuida – Nilima abraçou Tifany e Kelsey e entrou na mansão fazendo o mesmo caminho que Kishan.

Tifany se apoiou em Kelsey, pois estava com sono e começou a andar com dificuldade por que queria ficar com os olhos fechados. Kelsey achou tudo muito estranho, Tifany não parecia o tipo de pessoa que dorme cedo ou fica com tanta vontade de dormir que não consegue andar.

― Tifany à que horas você dormiu ontem e acordou hoje?

―Eu?

―Sim, você.

―Dormi era quatro da madrugada e acordei cinco. – disse ainda bocejando.

―Nossa, para que isso tudo? Estava fazendo o que?

―Vendo o último episódio da minha série favorita. Eu sempre baixo para não ter que ficar acordada desse tanto esperando passar na televisão, mas ontem minha internet não pegava sinal e tive que esperar até quatro horas para matar a curiosidade.

― Nossa não dava para baixar amanhã ou no final de semana?

―Não. Não. É a melhor série do mundo – Tifany falou sonolenta.

Caminharam por meia hora e chegaram em frente a casa de Tifany, o carro da mãe dela estava na garagem e o do pai na porta da rua, mostrando que os dois estavam presentes. As duas se despediram e Kelsey esperou a amiga entrar para então ir para a casa.

Olhou no relógio do celular e eram seis e meia, seus pais voltariam do serviço às oito horas, então daria tempo de antes deles chegarem estar em casa. Kelsey decidiu ir pela rua da escola, pois parecia mais seguro e conhecia o caminho. Tifany havia lhe ensinado outro só que não queria ter infelicidade de encontrar algum meliante. Passou em frente à escola e as luzes também estavam apagadas, mas o carro do Sr. Kadam estava estacionado em frente ao portão.

Lembrou que antes de chegar em casa passaria pelo bosque e talvez com o dinheiro que lhe sobrara pudesse comprar algum salgado lanchonete para ir comendo. Começou a andar um pouco mais rápido, pois estava com fome. Depois de virar uma esquina em que a rua dava direto ao lugar que se acalmou.

Kelsey pensou em contar o dinheiro, e assim fez antes de chegar à lanchonete. Como estava na calçada não se importou com o fato de andar e olhar para baixo, tirou a conclusão que não haveria ninguém ali àquela hora. Tinha o tanto certo para comprar um salgado e um refrigerante. Guardou as notas no bolso e deixara o resto na mão.

Quando levantou o rosto para ver se já tinha chegado em frente ao local, sentiu o seu corpo bater em algo e perdeu o equilíbrio, caiu no chão sentada e junto com ela todas as moedas que estava segurando. Após o barulho de tilintar de sinos parou percebeu que estava com os olhos fechados e segundos depois os abriu, para ver o que tinha acontecido.

―Desculpa – falou baixou olhando somente para uma calça de moletom preta.

―Você é desastrada mesmo. – escutou a pessoa falar e sentiu seu coração se acelerar fazendo as borboletas que estavam adormecidas levantarem voo em sua barriga.

―De-desculpa – olhou mais para cima e encontrou os olhos azuis a encarando.

―Levanta daí – Ren colocou as mãos no rumo do rosto de Kelsey para que ela pudesse se levantar e continuou a falar com um tom irônico quando ela não teve reação – Anda se não desisto de te ajudar e te deixo sentada até amanhã!

Kelsey colocou sua mão na palma dele sentindo um choque ao ter o contato. Dhiren a apertou e puxou de forma delicada, para não machucá-la. Os dois se olharam, não entendendo muito bem a situação.

―Essas moedas que estão no chão são suas? – ele perguntou olhando para baixo.

Ela somente assentiu com a cabeça.

―Vou te ajudar a pegá-las, se não vai se atrasar para a festa.

―Festa? – interrogou Kelsey em um tom baixo e tímido.

―Sim. Da Ambre. Não vai?

Ren se abaixou e começou a pegar as moedas, Kelsey ficou paralisado o vendo pegar uma por uma. Não conseguia se mexer enquanto procurava alguma resposta para falar.

―Não vai ajudar? – Dhiren falou.

―Si-sim.

Kelsey se abaixou e começou a apegar as que sobravam, por fim só faltava uma, o rapaz a pegou e se levantaram. Ren entregou para ela, eram todas de um valor grande deixando a mão dela desconfortável para segurar todas. Por fim Kelsey pegou a barra da camiseta e colocou todas as moedas nela, pressionando um pedaço do tecido como se fosse uma bolsinha.

―Esperta você – ele disse sorrindo vendo o que a garota fizera.

―Obrigada – ela falou olhando para baixo.

―Você vai à festa da Ambre? –perguntou novamente.

―Não. Ela não me convidou.

―Então, por isso você não vai? – Ren falou com a expressão séria, como se Kelsey tivesse respondido errado.

―Logicamente sim – respondeu ainda mais tímida.

―Olha, se eu fosse você eu ia. Não para implicar com a Ambre, mas para conhecer o pessoal. Percebi que a única pessoa com quem conversa é a Tifany, isso não é muito bom, às vezes precisamos ser sociáveis.

―Você acha? – ela levantou a cabeça o olhando diretamente e vendo o quanto o azul dos seus olhos brilhava.

―Sim. Só estou um pouco preocupado, uma garota como você ter feito somente uma amiga é realmente preocupante.

―Co-como eu? – perguntou engasgando nas palavras.

―É, como você: jovem, bonita e parece ser alegre, mas às vezes tímida demais para demonstrar isso. – ele desviou o olhar para a rua por ter dito aquilo e sentir vergonha.

―Ren – Kelsey disse baixo depois de os dois ficarem em silêncio -, obrigada por falar isso, porém não vou. Acho que Ambre não gosta de mim e é melhor não aparecer lá como penetra. Obrigada.

Kelsey o olhou novamente e sorriu por ver que ele a analisava com uma expressão mais calma e sem aquela tensão de quando se esbarraram. Dhiren a olhava pensando que ela não era como as garotas que conheceu até agora, pelo tom de Kelsey dava para saber que não se importava com a tal festa.

―Você está sozinha? –perguntou – Está tarde é perigoso.

―Minha casa é daqui duas quadras, não acho que seja assim tão perigoso – sorriu tímida para ele.

―Se quiser eu posso te acompanhar. É o mínimo que posso fazer por ter feito você cair e derrubado todas as suas moedas, apesar de ter sido falta de atenção sua por andar e olhar para baixo.

―Acompanhar? – perguntou baixo – Não precisa, você deve estar ocupado. Eu vou sozinha.

Ele suspirou por causa da resposta lembrando-se de quando quis ajudá-la e a “cabeça-dura” não quis.

―Dessa vez vou te deixar passar. Acredito que duas quadras seja pouco para andar, mas da próxima se estiver mais longe – ele hesitou em falar o que pensava e pareceu que por um instante Kelsey o viu corar, por fim com conclui a frase em um tom seco – chame seu pai!.

―O-obrigada, novamente, não precisa se preocupar – ela falou e seguiu passando por Ren, que estava indo para o lado contrário, e sentiu seu perfume.

Kelsey ficou pensando que deveria ter dito algo, mas seu corpo reagira a contrariando fazendo nada do que imaginou. Quando estava a um metro se virou com a intenção de perguntar se ele iria à festa, já que disse para ela ir mesmo não sendo convidada. Entretanto, ao olhar para trás não viu mais ninguém. Dhiren havia ido embora.

*******

A sua direita estava o bosque com grandes árvores, fazendo a luz do poste não ter uma iluminação ampla e a esquerda a lanchonete, onde queria ter ido antes de se esbarrar em Ren e cair no chão. Agora, com o sentimento que estava sentido por tê-lo encontrado quando menos imaginara, só queria chegar em casa e ligar para Tifany pra contar para ela com todas as palavras, que realmente estava sentindo algo a mais que o simples sentimento de amizade por Ren.

Andou o mais apressada que pode com um sorriso no rosto, sem se preocupar com o que seus pais falariam sobre esse desaparecimento repentino que durara toda a tarde. Passou pelo bosque e quando chegou na esquina esperou para ver se vinha algum carro. Olhou para os dois lados, já que achava aquele pedaço da rua um pouco agitado. Atravessou com a consciência de que chegaria em casa o mais breve possível.

Ter visto Dhiren e chegado perto dele, era como se uma barreira tivesse sido tirada de frente de seus olhos para que pudesse encarar de verdade que estava... Apaixonada. Lutaria para pelo menos conseguir ser amiga dele e poder dividir seus sentimentos.

Quando chegou na porta de sua casa, sentiu um alivio. Colocou as moedas que ainda estava segurando, na trouxinha que fez com a blusa, na calçada e tocou a campanhia, depois as pegou enquanto esperou sua mãe abrir e quando a senhora Hayes abriu foi correndo para o quarto ligar para Tifany.

―Filha o que aconteceu? Demorou tanto, pensei que tinha se perdido!

―Não mãe, depois a gente conversa! – disse subindo as escadas.

Ao entrar colocou as moedas em cima da escrivaninha e foi tomar um banho, estava feliz e queria muito dividir isso com Tifany. Falar que valera a pena ter ido à sorveteria conhecido melhor Nilima, Kishan e depois na hora de ir embora ter encontrado Ren. Após o banho, pegou o celular e sentou no beiral da janela, olhando diretamente para rua.

Discou número de Tifany. Na primeira tentativa a ligação caiu por ter chamado várias vezes e ninguém atender. Ligou novamente esperando a amigar desconfiar que o celular estava tocando. Kelsey estava ansiosa para contar para ela.

―Alô? – falou Tifany ainda sonolenta.

―Sou eu Kelsey. Estava dormindo?

―Sim. Aconteceu alguma coisa? – perguntou.

―Aconteceu – Kelsey quis gritar como Fany pela primeira vez - , eu encontrei Dhiren enquanto voltava de casa. Eu...

―Você o que? – Tifany ao escutar a frase se levantou com a energia de uma pessoa que tinha acabado de tomar uma caneca de café.

―Eu encontrei o Dhiren – ela falou calmamente – acho que ele estava correndo, como Nilima disse.

―Como foi? – Tifany gritava.

―Bem, eu estava andando distraída – pausou para pensar se diria ou não que caiu no chão – esbarrei nele, cai, ele me ajudou a levantar depois a pegar as moedas. Perguntou se eu ia a festa da Ambre e eu disse que ela não tinha me convidado.

―E depois?

―Calma, vou contar. Ele perguntou se queria que ele me acompanhasse até em casa, só que eu recusei porque eu estava bem perto, só duas quadras de distancia.

―Você o que? Não acredito que falou isso! Era o momento para ficar perto dele, por mais de cinco segundos. E em relação a festa da Ambre, talvez ele estivesse curioso para ver se te veria lá.

―Será?! Acho... – interrogou a si mesma tímida e olhou para a porta da rua se paralisando com o que viu.

―Amiga? Kells? Está ai? – Tifany perguntou ao escutar um barulho, como se o telefone tivesse caído.

Kelsey ficou em silêncio quando reparou que na calçada de casa tinha um felino. Não. Não era um animal pequeno. Parecia ser maior, contudo estava de longe não podendo dizer se era o que estava pensando.

Olhou para a entrada de sua casa e viu a luz se acender. Queria gritar para que quem fosse não saísse. Não era seguro ir à rua com um... Tigre na calçada analisando cada centímetro para atacar. Bateu a mão na janela do quarto, e tentou com todas suas forças gritar. A voz não saia. Fechou os olhos fazendo uma prece para que aquilo fosse uma mentira ou sonho. Pensou que talvez estivesse vendo coisas imaginárias. Que a sorveteria pelo seu ambiente supostamente mágica pudesse ter confundido a sua realidade psicológica.

Não aguentava mais a aflição da visão negra. Abriu os olhos. Sentiu o coração se acelerar. Sua respiração fez uma longa pausa. Analisou os olhos azuis que a encarava e o sorriso. Era Dhiren, parado em frente sua casa cumprimentando sua mãe.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Espero que tenha agradado ^^



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