Como Seguir A Vida?? escrita por Amanda Amaral Pretula Silva


Capítulo 6
Capítulo 6




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Meu corpo ainda estava imóvel, minha respiração ofegante e meu coração acelerado. Com o arco ainda em posição pra atirar, não conseguia me mexer e eu sabia que ele ainda não tinha saído do seu lugar também. Não sei por quanto tempo ficamos assim, mas pra mim pareceu horas, escutei que ele deu um passo pra frente e então aquele pressentimento que estava sentindo mais cedo voltou com toda força, aquela sensação de perigo, de que algo ruim estava pra acontecer, ainda não entendia o porquê estava sentindo isso, na verdade agora estava ficando meio claro, mas ainda não fazia sentido, o perigo que eu estava sentindo era ele, todo o tempo esse algo ruim era ele, não sei como, mas eu senti que ele tava ali, mas por que isso era ruim? Por que ele era a “ameaça”? Quando senti que ele estava apenas alguns passos atrás de mim, só me veio uma explicação na minha cabeça: “Ele matou minha irmã”. Ele é o perigo e então sem nem pensar virei em posição pra atacar com o arco encaixado e já com a flecha puxada pronta pra ser solta em direção ao alvo.
Quando virei minhas bochechas estavam vermelhas e minhas pernas tremiam um pouco, mas em momento nenhum meu braço saiu do lugar, olhei bem na direção de seus olhos que estavam arregalados com a minha atitude, ele estava sem ação já que nunca passou por sua cabeça que um dia teria uma flecha minha apontada em sua direção, éramos melhores amigos antes de tudo, éramos por que não somos mais nada agora. Reparei que depois de alguns segundos assim ele desviou seus olhos dos meus e posou sobre minha barriga o que me fez dar um passo pra trás como se isso fosse escondê-la, por varias vezes ele revezava o olhar pra minha barriga e pros meus olhos, eu sabia o que ele estava pensando, eu sabia que ele estava perguntando o que aquilo significava, e também sabia que só com meus olhos eu respondi, ele sabia que um dia isso iria acontecer talvez ele soubesse antes mesmo que eu, mas mesmo assim parecia não estar acreditando no que estava vendo, eu ali grávida, com um vestido bem feminino que acentuava ainda mais minha barriga, com os cabelos soltos e uma flor atrás da orelha, aliança na mãe esquerda, essa não era a sua Catnip com toda certeza, essa era a Katniss do Peeta. Depois de muitas trocas de olhares Gale levantou os braços em forma de rendimento, vendo que não foi o suficiente já que não abaixei o arco ele deu três passos a trás encostando-se a uma arvore ainda com as mãos pra cima, ergueu os ombros em sinal de que não sabia mais o que fazer.
- Me desculpe se te assustei, não era minha intenção. – Disse ainda com as mãos levantadas. 
- Você nunca tem a intenção não é mesmo? – Retruquei sabendo que ele entenderia o duplo sentindo da frase.
- Me perdoe de novo - À tristeza estava estampada em seu rosto agora, então ele abaixou as mãos e sentou no tronco da arvore com a cabeça abaixada.
Eu senti um nó em minha garganta, o que eu estava fazendo afinal? Era o Gale, mas mesmo assim continuei com o arco pronto pra acerta-lo, quando escutei passos pesados na floresta, agora as lagrimas que estavam presas em meus olhos escorreram pelo meus rosto, Peeta estava ali e eu me sentia aliviada por que só ele era capaz de me tirar dali antes de fazer uma besteira.
- Katniss o que você está fazendo? - Pergunta Peeta com um olhar assustado em minha direção, quando ele chega mais perto e olha pra direção que eu estava apontando a flecha suas mãos fecham no mesmo instante, ele teve a mesma postura que eu como se Gale fosse uma ameaça. Então Gale levantou novamente e vi que tinha lagrimas presas em seus olhos, e quando ele viu que meu rosto já estava banhado de lagrimas virou pro Peeta e pediu desculpas novamente. Por que ele se desculpa tanto? Peeta se virou pra mim chegando perto com calma.
- Katniss está tudo bem, me perdoe ter demorado estava colhendo algumas flores pra levar pra casa, está tudo bem agora você pode abaixar o arco. – Peeta falava encostando as mãos na ponta da flecha, um ato que pra qualquer um seria arriscado, mas não pra ele. Fui abaixando à medida que ouvia sua voz calma, isso me surpreendeu já que vi como ele ficou quando viu o Gale, mas entendi que naquele momento ele ficou mais preocupado comigo do que com raiva, então abaixei o arco que imediatamente cai no chão, Peeta me abraçou forte o que fez com que eu fechasse meus olhos já que eu não queria que o Gale participasse daquilo.
- Vamos pra casa agora ok. Eu concordei com a cabeça, mas me soltei de seus braços e fui caminhando na direção de Gale que agora já estava de pé e recomposto, fiquei a apenas três passos de distancia, conseguia sentir seu cheiro e ele certamente conseguia sentir o meu misturado com o de Peeta o que fez suas sobrancelhas se estreitarem.
- Vou pedir pro Peeta fazer um jantar pra nos hoje, apareça as 20:00 em ponto. Não se atrase, não aguento mais ouvir suas desculpas por tudo. – Eu disse com tom de ordem o que fez ele olhar dentro dos meus olhos pra tentar entender se eu realmente queria que ele fosse.
- Sim senhora - respondeu ele não com tom de deboche, mas sim como se não tivesse outra escolha de resposta.
Peeta chegou ao meu lado os dois apenas se cumprimentaram com a cabeça e então saímos deixando Gale sozinho na floresta, quando estávamos quase o perdendo de vista eu olhei por trás dos meus ombros e consegui o ver pegando meu arco e guardando na minha arvore, aquilo fez com que minha mandíbula se fechasse firme como se ele estivesse invadindo minha área, mas então relaxei ao pensar que querendo ou não aquela também era a sua área, mesmo ele tendo abandonado ainda era seu Distrito, sua família, sua floresta. Agora estava pensando como conseguir dividir novamente tudo isso com ele. Olhei pro Peeta e ele estava me cuidando com os olhos e então deu um sorriso, beijou meus lábios com carinho e continuamos nossa caminhada até em casa. Ele parecia estar tranquilo, mas nos dois sabíamos que o pior ainda estava por vir, aquele jantar estava com tudo pra ser muito indigesto pra todos nos. Por que eu o convidei? No que eu estava pensando? Do jeito que as coisas foram na floresta eu poderia muito bem tentar matá-lo com uma faca de cozinha ou até mesmo com um abridor de garrafa. “Katniss ele era seu melhor amigo e por algum tempo você o amou não apenas como um amigo, pra onde foi todo esse sentimento?” Fiquei com aquele pensamento durante todo o caminho, mas não conseguia responder aquilo, não agora, não antes desse jantar.


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