Depois Do Quadribol | Jilly escrita por Rocker


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu adoro o James e essa fic veio num surto de criatividade, enquanto eu lia várias partes fofas falando deles nos livros. E por isso peço que quem ler, arrume alguns segundinhos para comentar, não curta nada.



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Depois do Quadribol. | Jilly

Capítulo Único

Written by Rocker

Lilly Evans, você deveria se matar.

Não antes de eu fazer o que deveria fazer há anos!

E é por isso que você deve se jogar da torre de astronomia!

Sim, eu discuto com minha própria consciência, algum problema?! Nenhum? Ótimo, melhor assim. Enfim, não é esse o ponto alto do meu dia. Podem estar curiosas para saber qual foi - e acredite, até agora ainda não acredite que farei o que pretendo, mesmo minha louca consciência dizendo que não -, mas ainda tenho muitas coisas para contar antes disso. Não foi lá uma decisão de se tomar, mas acho que, até o exato momento, foi a mais correta em toda a minha vida.

~*~

Eu ando apressadamente pelo corredores em direção ao Salão Comunal da Grifinória, tentando a todo chegar rápido o suficiente para tomar um banho, colocar uma roupa confortável e ir ao jogo de Quadribol. Seria um clássico: Grifinória contra Sonserina. E eu, como uma boa grifinória que sou, vou perder meu tempo de estudos, para ir torcer pelo time da minha casa. Veria James provavelmente - ai dele se não for - pegar o pomo de ouro, garantindo a vitória e, mais uma vez, dedicando-a a mim.

Acho isso bastante irritante sim, mas me faz sentir bem. A cada cantada, a cada sorriso, a cada apelido, a cada advérbio de possessão, a cada pedido para sair eu me sentia bem, me sentia renovada, com um aperto no coração e um festival de borboletas no estômago. E eu tentava, a todo custo, reprimir isso para mim, mas parecia que era impossível. Afinal, eu não posso gostar de James, ops Potter. Por mais que ele tenha mudado ao longo dos anos, continua sendo o mesmo galinha que usa as garotas e depois as dispensa. E eu não quero ser mais uma na sua listinha.

E foi nessa hora que meu dia - poxa, minha vida– mudou completamente.

Pois eu o vejo vindo em minha direção, com um olhar sofrido e cansado e sem o habitual brilho maroto nos olhos. Sento o impulso de parar e consolá-lo, mas por alguma razão não o faço. Até que ele me para.

"Evans". Ele me chama e eu paro, sentindo algo se remecher em meu peito. Ele nunca me chamara antes pelo sobrenome.

"O que é, Potter?". Pergunto, sentindo meu tom de voz saindo mais rude do que pretendo.

"Só quero te entregar isso." Ele diz, entregando-me um pedaço de pergaminho. E depois se vai.

Sem cantada. Sem sorriso. Sem apelido. Sem advérbio de possessão. Sem pedido para sair. Havia algo errado nisso tudo, pois ele não me perseguira, e depois eu não gritara com ele. Olho intrigada para a carta endereçada a mim. Não sabia o que pensar, ninguém jamais havia me mandado uma carta. Como não sei se devo ler aquilo no meio do corredor, com grandes possibilidades de alguém pegar a carta, sair correndo e ler também, então simplesmento olho em volta, sem encontrar nenhum sinal de James e vou enfim para a Torre da Grifinória.

Passo por todos que lá estão, olhando apenas para a carta em minhas mãos e subo para meu dormitório. Entro furiosamente ali, querendo ler a carta o mais rapidamente possível, mas sempre há algo que impede.

"Que cara é essa? Qual o problema dessa vez?". Pergunta Dorcas de sua cama, abaixando o livro que lia sobre o colo.

"Querida Dorcas" Marlene começa, saindo banheiro com toalha em mãos. "Você sabe muito bem que o problema da nossa amiga aqui tem nome, sobrenome, um rosto lindo e é apanhador da Grifinória"

Sinto-me tentada a rebater à altura, mas a carta dava uma sensação de peso em minha mão e eu sento cada vez mais a necessidade de lê-la o mais urgentemente possível. Ignorando-a totalmente, jogo minha mochila em qualquer canto perto da minha cômoda e sento na minha cama.

"Mas não parece ser esse o problema da vez". Diz Lene, vendo como me sento e se sentando ao meu lado.

"O que foi Lils, por quê essa cara?". Pergunta Dorcas, sentando do meu outro lado. Ao ver que olho fixamente para a carta em minhas mãos, com meu nome escrito em uma caligrafia torta e claramente masculina, pergunta novamente. "O que é isso, Lilly?"

"Uma carta do James". Respondo.

"Agora ele é James, huh?" Brinca Lene.

"Agora não, Lene", repreendo. "E-ele nunca me mandara uma carta antes".

Ao ver que realmente isso nunca acontecera, ela diz em tom de desculpas "Então o lance é sério".

"Abre logo." Insiste Dorcas e assim eu o faço.

Encontro algo que eu realmente não esperava.




Evans,

Com toda a certeza deve estar achando um pouco estranho eu não começar com os apelidos que geralmente uso. Lírio, Lils, minha ruiva. Mas acho que pelo objetivo desta carta não há necessidade disso. Primeiramente eu nem havia cogitado a ideia de realmente te entregar essa carta, era mais como um desabafo que eu precisava desde o terceiro ano. Escrevi e reescrevi essa mesma carta ao menos seis vezes na noite passada e depois de muito pergaminho e xingamentos por parte ds marotos por deixar a luz acesa finalmente saiu esta que você está lendo - e provavelmente as meninas estão lendo com você.

Mas isso não vem ao caso. Sinto muito por estar te pedindo para ler isso, mas eu realmente precisava muito dizer o que quero. NÃO PARE DE LER! Eu sinto muito por todos esses anos em que fiquei insistindo por uma chance para sair com a ruiva mais esquentadinha que Hogwarts já viu. CONTINUE A LER E RESPIRE FUNDO PARA NÃO ME PROCURAR E COMEÇAR A ME XINGAR! Sinto muito por todos esses anos em que bati em cada menino que saia com você. Sinto muito por todos esses anos em que sempre te importunava, apenas pedindo uma chance. Sinto muito por todos esses anos em que sei que você teve que aguentar suas amigas tentando te convencer a sair comigo. DORCAS E LENE, OBRIGADO, MAS PARECE QUE NÃO FUNCIONOU MUITO BEM.

Sabe por que eu me desculpo por tudo isso e muito mais que não consigo me lembrar em plenas três da manhã, Evans? Por que eu cansei e estou desistindo.

Cansei de me sentir tonto e com o coração a mil por hora cada vez que te vejo. A cada vez que consigo ficar próximo o suficiente para sentir esse perfume de cerejeira inebriando meus sentidos. Cansei de me sentir vidrado em sua boca a cada vez que você morde o lábio inferior quando está nervosa. Ou quando você cora - e eu sei que nesse instante suas bochechas estão extremamente vermelhas ao ler tudo isso - e começa a mexer na bainha da blusa quando está envergonhada. Cansei de me sentir enfeitiçado ao olhar nesses lindos olhos verdes. Cansei de ficar sorrindo como bobo a cada vez que temos uma conversa em que você não grita comigo, me xinga ou me bate. Cansei de ficar olhando fixamente para o teto a noite, apenas pensando em você e imaginando se um dia poderia te chamar de minha. Cansei de ficar com o monstro verde do ciúme se remexendo dentro de mim a cada vez que você sai com alguém. Cansei de sentir meu coração apertar a cada fora que você me dá - posso não deixar transparecer, mas me magoa bastante. Cansei, principalmente, de chorar a noite, quando sei que os outros marotos estão dormindo, sabendo que você provavelmente me odeia com todas as suas forças e jamais me dará uma chance.

Posso tentar dizer que foi perda de tempo e tudo o mais, mas eu estaria mentindo não só para você - e Dorcas e Lene -, mas para mim mesmo. Pois foi os melhores anos da minha vida. Você me mudou. Não saio mais com cinco garotas por semana, parei de sempre azarar os sonserinos e primeiranistas. Mas eu te deixarei em paz e tentar esquecer que um dia me apaixonei por você. Sim, Evans, eu te amo. E essa foi a verdade mais absoluta que já admiti a mim mesmo ou a alguém - e eu ainda não entendo como não acredita em mim quando grito isso aos quatro ventos. Saiba que jamais disse essas três palavras para qualquer outra garota. Se existe uma coisa que meu pai me ensinou de verdade é que eu só deveria dizer isso a única garota a quem pertencer meu coração. E é com toda a certeza que eu tenho na minha vida que eu digo que te amo.

E é por isso que eu te deixarei em paz. Se eu a amo, tenho que deixá-la livre, não posso te obrigar a sair comigo ou a gostar de mim. Então é isso: eu desisto; e farei o possível para arrancar esse sentimento de mim, mesmo que não será nada fácil.

Sem despedidas,

Potter.




"Lils, você está bem?" Lene pergunta quando terminamos de ler a carta juntas e eu deixo o pergaminho cair aos meu pés.

"Ele me ama". Eu digo, sentindo um grande bolo se formar em minha garganta.

"Você está bem?" Dorcas repete a pergunta de Lene, envolvendo braço em meus ombros.

"Eu não sei". Digo com uma voz chorosa.

"Você quer chorar?" Pergunta Lene.

"Eu não sei". Digo ainda mais chorosa, sentindo as lágrimas turvarem minha visão.

"Você vai chorar". Afirma Dorcas.

"Eu sei". Confirmo, deitando em seu ombro e sentindo grossas lágrimas escorrendo por meu rosto.

"O que fará agora?" Pergunta Lene.

E é nessa hora que eu decido e é nessa hora que tenho a discussão comigo mesma. Levantei minha cabeça do ombro de Dorcas e seco as lágrimas. "Fazer o que devia ter feito a muito tempo".

"Que seria...?" Insentiva Dorcas curiosamente.

"Acho que está na hora de dizer um 'sim' ao James, mesmo que ele não o aceite".

~*~

O jogo de Quadribol está quase no fim e eu ainda tento me decidir se é o certo a fazer. CONSCIÊNCIA, CALA A BOCA! Ah, agora ela decide ficar quietinha!

O jogo estava quase acabando e eu tentava criar coragem para fazer isso. James olhava de um lado para o outro, procurando o pomo de ouro, mas as vezes em que ele lançava um olhar para a arquibancada da grifinória, eu sabia que ele estava confuso por eu não estar ali. Ele sabia que eu jamais perderia um jogo da Grifinória, ainda mais sendo contra as minhocas - apelido carinhoso dado por mim, que rapidamente se espalhou entre os leões. Eu jamais perderia um jogo, e ele sabia que provavelmente - certamente - a carta dele teve muito mais impacto em mim do que ele cogitou.

Mas eu não estava perdendo o jogo. Tinha uma visão provilegiada, onde eu me escondia perto das tendas que levavam ao vestiário, onde ninguém poderia me ver. Na verdade, não sabia se com os olhos vermelhos eu conseguiria aparecer na frente de todos, ainda mais dele, mas isso não faz diferença no final das contas. Com certeza eu não conseguiria olhar para ele durante as três horas de jogo, quando ele finalmente pega o pomo, garantindo vitória de 300 a 210. Desta vez ele não dedica-o a ninguém.

Todos gritam e comemoram e James rapidamente desce da vassoura, claramente abatido, mesmo que os colegas insistem em carregá-lo nos ombros. Ele nega e vem vagarosamente e de cabeça baixa em direção ao vestiário. É minha única chance e eu saio do meu esconderijo, sentindo os olhares de toda a Hogwarts sobre mim, enquanto caminho até o moreno. Ele olha-me confuso e eu sorrio para ele.

"O que...?" Ele tenta falar, mas eu rapidamente o interrompo com um beijo. Inicialmente ele parece confuso, mas logo retribui de bom grado, envolvendo-me pela cintura e aprofundando o beijo.

Jamais pensei que sentiria algo tão bom assim. Claro, já saí com outros caras, mas me arrependo imensamente de nunca ter provado antes desses lábios que sempre me foram uma tentação. Levo meus dedos até seus cabelos, percebendo que por mais desgrenhados que sejam, são extremamente macios e sedosos. Ele me puxa pela cintura para mais perto de si, bambeando minhas pernas e arrancando gritos, palmas e assobios de todos - eu digo TODOS - ao nosso redor. Mas não ligamos, pois era isso que realmente queríamos há anos e se eu esperasse mais um segundo sequer eu o perderia para sempre. Infelizmente, existe uma gás que necessitamos para respirar chamado oxigênio e eu o amaldiçoo neste momento por nos obrigar a nos afastar.

"Vamos sair daqui". Eu digo, sorrindo, e lhe dou um selinho antes de abrir meus olhos finalmente e encontrar duas orbes castanhas-esverdeadas me olhando com um brilho único que eu sentira falta quando me entregou a carta.

"Só se for agora". Ele diz, montando em sua vassoura novamente e me ajuda a montar em sua garupa. Sinto meu corpo empinando levemente para trás e me seguro fortemente em sua cintura, sentindo um choque elétrico passar de seu corpo ao meu. "Se segura, ruiva".

Ao ouvir a palavra ruiva saindo de sua boca, sinto um alívio imenso preenchendo meu ser; e eu sei que posso estar perdoada. Ele levanta voo e voamos para fora do campo, ainda ouvindo a algazarra atrás de nós. Quando dou por mim, já estamos pousando perto de Lago Negro e James me ajuda a descer.

"Pode me dizer o que foi aquilo?". Ele pede, claramente tentando esconder o sorriso.

"Li sua carta". Ele arqueia uma sobrancelha, insentivando-me a continuar. "E como eu não sei como me expressar em um sentimento tão novo para mim, eu quero te entregar isso".

E então eu lhe entreguei um pedaço rasgado de pergaminho, com uma simples frase: P.S. I S2 YOU.

Ele lê e abre o meu sorriso favorito, aquele que eu sei que é só meu. "Depois de anos... Depois de eu desisti...". Ele diz, mas eu interrompo.

"Eu sei e sinto muito." Digo. "Não dá para simplesmente aproveitar, não?"

"Não". Ele diz com tanta confiança que me parece uma facada no peito e quando ameaço me virar para voltar ao castelo, ele me puxa pelo pulso, toca meu rosto com os dedos e me beija apaixonadamente, causando-me as mesmas sensações de entorpecimento. Quando o ar se faz necessário - maldito seja! -, nos separamos e sorrimos. "Não, pois não é apenas isso que quero. Lilly Evans, quer namorar comigo?"

Olho-o incrédula, mas sei a resposta que devo dar, mesmo que não seja apenas um sim. É ao menos aquela que ele merece. "Como nunca quis nada antes".

"Pena que eu ainda tenho não tenho um anel para colocar no seu dedo e mostrar ao mundo que você é minha. Mas sua declaração me pegou de surpresa, então terei que adiar o momento." Ele diz e eu rio, enquanto beija meus lábios mais uma vez e, me segurando pela cintura, me gira no ar.

Anteriormente, eu acharia que ele disse isso como se me exibisse como troféu, mas após ler a carta que eu guardei no fundo do malão para sempre a estar relendo - foi ela que mudou nossa vida - eu sei que para ele sou muito mais valiosa que isso. Pois o que temos é um sentimento verdadeiro e profundo que nos mudou completamente.

"Eu te amo, James Potter." Digo finalmente e sinto seus lábios formando um sorriso sobre os meus.

"Eu te amo, Lilly Evans."




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Notas finais do capítulo

*http://i1273.photobucket.com/albums/y404/Ribelle_Rocker/james_zps17d5e470.jpg