POV CARLISLE.

Quando a vi, sentir meu coração bater forte e  simplesmente não consegui tirar os olhos dela. Era uma sensação boa, que nunca havia sentido em minha vida.

Acabava de chegar em Trindade e já tinha muitas coisas para resolver, porém no momento não conseguia me concentrar em nada. Apenas queria vê-la novamente.

Tinha acabado de herdar uma fortuna de meu pai, que me reconheceu como filho no seu último suspiro de vida. Ele era um infeliz que abusou de minha mãe, uma pobre camponesa. Eu era um bastardo e para sociedade era isso que contava. Possuir dinheiro agora não mudava quem eu era. Para a elite eu seria sempre o pobre rico abastardo.

Não me incomodo com isso. Eu tenho orgulho de ser quem sou. Apesar de agora ser dono de muitas terras e negócios, não deixei a medicina de lado. Amo exercer essa profissão e atendo as pessoas que mais precisam de um médico e que não tem dinheiro para ir até um.

Ultimamente, tenho pensado muito em me casar. Sonho com uma esposa e com muitos filhos ao redor. Para alguns isso é o mais importante: ter uma família, uma família de verdade com que se possa contar.

POV JASPER.

Minha mãe não estava bem do juízo. Como ela podia deixar Esme escolher seu marido. Resolvi intervir antes que fosse tarde demais e que minha irmã fizesse alguma besteira.

- Mamãe, sabe quem está na cidade? Perguntei fingindo uma inocencia.

- Não filho, quem?

- Carlisle Cullen. Filho do falecido Sr. Cullen.

- Não sabia que o Sr. Cullen tinha um filho.

- Eu também não. Mas não é isso que vem ao caso. É jovem e acabou de herdar uma fortuna incalculável. Seria um excelente partido para Esme.

- Tem toda razão. Jasper você acabou de me dar uma ideia. Vou dar uma reuniãozinha, um baile à nossos amigos e vou convidá-lo. Assim ele poderá conhecer Esme e quem sabe ele não se interesse por sua irmã. Ele poderia salvar nossa família da ruína.

- Excelente ideia mãe!

POV CARLISLE.

Não estava acostumado a ir nesses tipos de evento. Essas pessoas só sabiam falar de dinheiro e isso não me agradava muito, mas mesmo assim resolvi ir. Seria bom conhecer as pessoas daqui.

Assim que cheguei fui muito bem recebido por Augusta Platt. Ela procurou puxar assunto comigo e tentei ao máximo ser simpático, mas perdi a atenção da conversa quando “ELA” desceu as escadas.

Estava mais linda do que me lembrava. Meu coração batia rápido e descompassado. Ela tinha um forte efeito sobre mim.

- Filha venha. Deixa eu te apresentar o Sr. Cullen. Sr. Cullen esta é minha filha Esme.

- Encantado. Respondi e lhe beijei a mão.

- É um prazer Sr. Cullen.

- Converse um pouco com o Sr.Cullen filha. Disse deixando-os a sós.

POV ESME.

Fiquei um pouco incomodada com aquela atitude de minha mãe. Eu nem o conhecia, o que iria conversar com ele? Respirei fundo e começei a puxar assunto com o Sr.Cullen.

- O senhor é novo aqui em Trindade? Está gostando da cidade?

- Sim Esme. Aqui me parece um lugar bem agradável. Mas sou um homem que prefere o campo ao invés da cidade. Você não gostaria de dançar?

- Está bem.

POV CARLISLE.

A voz de Esme era doce e suave. Sua pele era macia. Eu estava ainda mais encantado com ela. Dançamos uma valsa e pude perceber que ela era tímida e que estava incomodada diante de mim. Isso só me fez gostar mais ainda dela.

POV ESME.

O Sr. Cullen é um homem bonito, rico e todas as moças da festa estavam avoroçadas com ele. Tirando eu, claro. Só Charles me interessava. Dancei apenas uma música com ele e me pediu licença, talvez ele tenha percebido que eu me sentia desconfortável com aquela situação.

- O Sr. Cullen é jovem, bonito, educado, rico...

- Pode parar mamãe. Já sei aonde quer chegar. Então foi para isso que deu esse baile?

- Esme, precisa entender que está na hora de se casar minha filha. Só você pode nos salvar. O Sr. Cullen...

- Não quero mais lhe ouvir mamãe.

POV JASPER.

Gosto muito de beber e jogar. São meus passatempos favoritos, é claro que também tem as mulheres. Infelizmente não estou tendo muita sorte com os jogos. Estou devendo muito dinheiro e como garantia fui obrigado a entregar a escritura de minha casa como empréstimo para o contador Edward.

POV CARLISLE.

Vim a cidade resolver negócios de minha fazenda. Fui com Emmett, meu melhor amigo, visitar o contador para ver se tudo estava de acordo. Emmett tinha um bom entedimento sobre gestão e comércio e percebeu que houve um rombo nas contas. Soube que com esse dinheiro, ele concedia empréstimos as pessoas e depois cobrava juros altissímos delas.  Exigi a ele que devolvesse meu dinheiro ou o entregaria as autoridades. Edward me pediu um prazo de dois dias para devolver tudo que me faltava. Não gostei muito da ideia, mas acabei dando-lhe o prazo.

POV JASPER.

Estava me divertindo muito hoje. Bebendo, jogando e paquerando uma mulher que estava encostada na parede do bar e que de vez em quando dava umas piscadas para mim.

- Jasper, precisamos conversar. Falou Edward atordoado.

- Não dá para esperar o jogo acabar?

- Não senhor. É melhor vir comigo.

Edward parecia transtornado com alguma coisa. Como lhe devia muito dinheiro, achei melhor ir com ele.

- O que houve?

- Preciso que me devolva o dinheiro do empréstimo que lhe fiz hoje mesmo.

- Por acaso enlouqueceste? Não posso te devolver tudo hoje.

- Acontece que estão me cobrando e se não me pagar vou dar a escritura da sua casa no lugar.

- Não vou lhe pagar. Não tenho condição no momento.  É muito dinheiro e você não pode dar a escritura da minha casa.

- Desculpa Jasper.

Voltei ao bar transtornado. Eu estava perdido. Meus pais iriam me matar. Como já estava perdido mesmo, resolvi me desestresar no bar mesmo.

POV CARLISLE.

Estava tomando um vinho antes de ir para cama. Estava pensando em Esme. Porque será que ela não saia da minha cabeça? Sai de meus desvaneios quando alguém bateu na porta.

- Aqui está seu pagamento Sr. Cullen. Disse Edward nervoso, me entregando um papel.

            Recebi o papel e fiquei muito surpreso com o conteúdo dele. Era a escritura da casa dos Platt. Da casa da Esme. A casa dela me pertencia agora. O que eu iria fazer com isso?