The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 1 escrita por Ana Katz


Capítulo 39
Capítulo 35 - Lancelot du Lac


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou bem grande, né? É a história do Lancelot, Lancelot du Lac, baseada no seu episódio.
Espero que gostem!
Boa Leitura!!!



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Ah, olhe ali tem mais. - disse, apontando para os cogumelos.

Eu e Merlin tínhamos saído para pegar uns cogumelos na floresta. Na verdade, Merlin vinha sozinho, mas já que o meu dia estava totalmente sem graça e eu não tinha nada para fazer, eu decidi vir com ele.

Ah, sim. - falou Merlin, se ajoelhando no chão para pegar os cogumelos.

De repente, ouvimos um barulho. Algum animal. Uma ave, com certeza uma ave.

O que foi isso? - disse, olhando para trás.

Assim, Merlin rapidamente se levantou, e do meio da floresta surgiu um bicharoco enorme, correndo na nossa direção (para variar). Respirando fundo, nós dois saímos correndo, sorte que eu não estava de vestido.

O bicho ficava grunhindo pra gente, e parecia que ele era o predador e nós a presa, porque ele não parava de nos perseguir. Até que, em um momento, Merlin tropeçou, e acabou me levando ao chão junto.

Nos viramos rapidamente para a criatura, e rastejávamos para trás o mais rápido que podíamos, procurando fugir dela.

Eu estava mais perto dela do que Merlin, então ela atacou, e eu tentei me defender da melhor maneira. Ela me fez um grande rasgo na cara e na blusa, mas eu lhe dei um belo chute na barriga que a fez recuar. Estava machucada, e fraca. Tentei pegar a adaga no meu cinto, mas estava difícil.

Então, quando ela foi me atacar de novo, e Merlin já estava de olhos fechados, um homem apareceu. Segurando uma espada, ele atacou a fera.

Merlin abriu os olhos, surpreso. Quem era aquele homem?, ele parecia se perguntar.

O homem tentava acertar o bicho, mas não conhecia. Usando sua pata, a fera tirou a espada da mão do homem, e este só veio na nossa direção gritando:

Corram! Corram!

Ele se aproximou de nós e me ajudou a se levantar, já que estava machucada.

Assim, nós três começamos a correr. Em um ponto do caminho vimos um largo tronco, e embaixo dele nos escondemos. Assim, a fera desistiu e saiu voando (viu, eu disse que devia ser uma ave) com suas largas asas.

Foi embora. - disse Merlin. -Você salvou nossas vidas. - disse, se virando para o homem e estendendo a mão. - Sou Merlin.

Lancelot. - disse o homem, apertando a mão do jovem mago.

E eu sou Ana. - disse apertando a mão dele também. - Obrigada.

Então aquele era ninguém mais ninguém menos que...LANCELOT! O grande Lancelot, cavaleiro da Távola Redonda, de Camelot. Tenho que admitir que tive que segurar um leve gritinho quando descobri quem ele era.

Após segurar minha mão, Lancelot, virou a cabeça, levemente fechando os olhos, ele também estava ferido.

Então somos dois. - disse.

Merlin foi segurando Lancelot, que estava inconsciente, até a casa de Gaius, e eu tive que pegar um galho de madeira pra fingir de bengala e conseguir me apoiar.

Ao chegar na casa de Gaius, que estava lendo uns livros, Merlin rapidamente colocou Lancelot em uma cama, e eu mal conseguia andar, já estava quase desmaiando. E, por isso, ao perceber a minha situação, Merlin foi correndo me ajudar assim que deitou o homem.

Por algum tempo eu fiquei inconsciente, mas logo acordei.

O ferimento é superficial, a febre vai passar. - disse Gaius. - Ele deverá estar bem pela manhã. - Quanto a você. - começou Gaius indo na minha direção. - Tem que ter mais cuidado. - disse, mexendo os dedos. - Já veio umas três vezes aqui essa semana.

Por que será que todo tipo de pessoa ou criatura viva quer me machucar?

Eu não sei, mas tem que tomar cuidado com isso.

***

A noite passou, e assim, começou uma bela manhã em Camelot.

Hora de acordar, Bela Adormecida.

Hm, o que? Merlin?

Sim. Eu acho melhor você lavar o seu rosto e aí você devia tomar um desjejum.

Assim fiz. Limpei o meu rosto que estava sujo da nossa pequena aventura do dia anterior e assim, fui a mesa, com o estômago pronto para uma refeição.

Desde criança eu sonho em vir até aqui. - continuou Lancelot, que parecia estar conversando com Merlin. - Minha ambição é ingressar aos cavaleiros de Camelot. - disse, recebendo uma expressão complexada de Merlin. - Sei o que está pensando. Estou querendo demais. Afinal, quem sou? Eles escolhem os melhores e mais corajosos daqui.

Lancelot.

Sim.

Eles irão adorá lo.

Irão?

Pode acreditar, você é sim alguém corajoso. - completei.

Já lhe vi em ação. Poderia envergonhar até mesmo Arthur.

Acho difícil. - disse Lancelot.

Se você fizer isso eu vou gostar ainda mais de você. - falei.

Na verdade... - começou Merlin. - Sabe o que vou fazer? Vou falar com ele agora mesmo.

Conhece Arthur?

Se conheço!

Acho melhor eu ir. - disse, me retirando.

Fui correndo para o castelo. Troquei de roupa e ajeitei o cabelo o mais rápido que pude, e fui correndo para o campo de treinamento.

Certo, seu estrume pretensioso. - começou Arthur, recebendo uns risos da plateia de cavaleiros. - Esse é o teste final. Passe o, e será um cavaleiro de Camelot. Falhe, e não será. - disse Arthur (com eu no fundo quase gritando um No shit, Sherlock!). - Enfrentará o mais temido dos oponentes, a suprema máquina mortífera. Enfrentará a min.

Gente convencida é outra coisa. - murmurei.

Seu desafio: durar um minuto, combate livre. Grimond, segundo filho de Wessex. - disse, desembainhando a espada e olhando para a ampulheta, fazendo um sinal para que a virassem. - Seu tempo começa agora.

O tal Grimond fazia movimentos seguidos com as duas espadas que segurava na mão, tentando se exibir, e Arthur observava, parado. Quando fez que ia atacar, Arthur rapidamente se esgueirou por baixo dos braços do adversário, dando lhe um golpe na barriga, seguido de um na cabeça, fazendo o homem cair.

Ele nem durou uns 10 segundos. - falei.

Assim que o homem caiu no chão, todos aplaudiram, menos eu, Lancelot e Merlin, que só observávamos, e a expressão no rosto de Lancelot podia ser diretamente traduzida para Esse daí vai ser casca grossa, já que tinha um olhar sério e mordia os lábios.

Levem no daqui. - falou Arthur, após tirar a faixa azul que jazia no corpo do homem caído.

Depois isso, nós nos retiramos. Merlin carregava a parte da armadura de Arthur e ia seguindo ele, enquanto eu seguia os dois.

Grimond é o terceiro a falhar este mês. - começou Arthur. - Como posso defender Camelot com entulhos como ele?

Eu tenho certeza que ele e os outros dois perderam pois não conseguiram resistir ao seu charme de Sou o maioral e por causa disso você vai perder.

Haha.

Foi você que se chamou de máquina mortífera. Se você é uma máquina mortífera eu tenho medo de saber o que as pessoas que ganham de você são...

Eu acho que posso ajudar... - começou Merlin.

Você? Não faz ideia do que precisa para ser um cavaleiro. Coragem, bravura, disciplina. - disse, colocando a espada nos braços de Merlin.

Um pouco de humildade se possível. - murmurei.

Não, claro que não sei. Mas conheço alguém que sabe.

É?

Salvou minha vida.

Nossas vidas. - completei, recebendo um olhar de Merlin.

Sorte de principiante.

Não, ele é ótimo, honestamente.

Tenho certeza que sim. Mas e o Primeiro Código de Camelot?

O que?

O Primeiro Código.

Infelizmente, somente aqueles com sangue nobre podem ser cavaleiros. - eu disse.

Então, a menos que esse amigo de vocês seja um nobre...

Espera, ele é um nobre. - disse Merlin.

É mesmo?

Com certeza.

Muito bem, leve o ao campo de treinamento amanhã. E peça que leve um selo de nobreza.

Obrigado, Arthur. Não irá se arrepender. - disse Merlin.

Assim que se virou, ele só pode ver uma Ana preocupada, batendo o pé no chão e de braços cruzados.

Um nobre? Um selo de nobreza? Ah, Merlin, em que confusão você vai se meter dessa vez?!

Calma, tudo vai dar certo.

Ao entrarmos na casa de Gaius, encontramos um Lancelot nervoso vindo na nossa direção.

Então, falou com ele?

Falei.

E?

E... - disse Merlin, fazendo uma expressão de como se nada tivesse dado certo. Mas assim, soltou um grande sorriso. - Ele quer conhecê -lo.

Isso! Obrigado! Obrigado!

Sem problemas. Não foi nada. - disse Merlin. - Por acaso, você é um nobre?

Ele por acaso tem cara de nobre, Merlin?! - falei, irônica.

Um nobre? - perguntou Lancelot. - Não. Por Deus, não. Por que pergunta?

É que... - Merlin disse, tentando enrolar o assunto.

O Primeiro Código de Camelot estabelece que apenas aqueles com sangue nobre podem ser cavaleiros. - começou Gaius, criando uma cara de surpresa em Lancelot. - Uther criou os cavaleiros para proteger o reino daqueles que queriam destruí lo. Ele sabia que teria que confiar em cada um deles com sua vida. Então escolhe aqueles cujas famílias juraram lealdade a ele.

A nobreza. - completou Merlin.

E assim o Código nasceu. E desde aquele dia, apenas os filhos de famílias nobres serviram de cavaleiros.

Isso não é justo. - disse Merlin.

Justo ou injusto, é assim que é. - respondeu Gaius. - Sinto muito, Lancelot. De verdade. - disse, voltando aos seus afazeres.

Lancelot, simplesmente colocou as mãos na cabeça, frustado.

***

No dia seguinte estávamos nós quatro no campo de treinamento, eu, Merlin, Lancelot e Gwen, que tinha gentilmente ajudado a fazer uma roupa para Lancelot se parecer com um nobre.

Eu espero que dê tudo certo. - murmurei para Merlin.

Irá, só veja.

Os que treinavam para serem cavaleiros estavam fazendo a sequencia dos golpes Um, dois, três, quatro seguidamente, enquanto Lancelot acabava de ser preparado.

Você certamente está vestido apropriadamente. - disse Merlin.

Não é mesmo? - falou Gwen.

Perfeitamente. - disse.

Parece que não. - comentou Lancelot.

Já basta por hoje. - disse Arthur. - Muito bem.

Aqui está a sua chance. Vai fundo. - falou Merlin.

Pensamentos positivos. - disse.

Sim? - perguntou Arthur à Lancelot.

Lancelot, quinto filho de Lorde Eldred de Northumbria.

Lance a lot? - perguntou Arthur, pausadamente. - Meu servente mencionou você. Conseguiu seu selo.

Majestade. - disse Lancelot, fazendo uma reverência e mostrando o pergaminho que continha o selo à Arthur, o qual lhe deu um soco, fazendo o cair no chão.

Reações lentas. - disse Arthur. - Que nem a nossa amiga Ana ali.

Haha, muito engraçado. - comentei.

Em um campo de batalha você já estaria morto. - falou, virando se. - Volte quando estiver pronto.

Estou pronto, majestade. - disse Lancelot, se levantando.

Está mesmo? - disse Arthur, se virando, recebendo de resposta um mexer de cabeça positivo. - Ótimo, pode começar limpando os estábulos.

Assim, os presentes lá começaram a rir, e Lancelot parecia confuso, e por isso olhou para Merlin, que lhe mostrou os dois dedões de forma positiva e soltou um sorriso largo.

***

No dia seguinte, enquanto Lancelot estava no seu trabalho de limpar os estábulos, eu decidi lhe fazer uma visita.

Tudo bem aí? - perguntei, me apoiando em uma pilastra.

Não é muito exatamente o que eu esperava.

Arthur é um grande idiota por fora, acha sempre que só porque é o herdeiro do trono que tem o poder de fazer com que todos obedeçam suas ordens, mas lá no fundo, com um pouco de dificuldade, dá para achar um homem gentil, amigável e com honra. Mas isso é muito raro. - disse, me afastando da pilastra.

Me desculpe, eu não quero me entrometer, mas por que vocês são assim...brigados, um com o outro?

Digamos que um dia eu desafiei ele e por isso ele ficou estressado com isso. E...no final tudo tem suas consequências, certo? Ainda vou provar para ele que eu estou certa.

Foi nesse momento que percebi que Arthur e seus homens se aproximavam. Rapidamente me virei para trás e os vi.

Num ato rápido, Arthur pegou uma vassoura e jogou a para Lancelot, que rapidamente a pegou, sem vacilar.

Nada mal. - disse Arthur.

Gostaria que eu limpasse o quartel novamente, majestade?

Realmente precisa de uma limpeza. - falou Arthur, tirando o cabo de outra pessoa. - Mas, primeiro, eu gostaria que me matasse.

Majestade?

Vamos lá, não finja que não quer. Se eu fosse você eu iria querer. - disse Arthur, enquanto Lancelot também tirava o cabo da vassoura. - Vamos. - disse.

Lancelot, então, começou a tentar acertar Arthur, fazendo uma bela sequência de golpes, defendidos por Arthur, que tentou acertá lo, mas este recuou.

Vamos, Lancelot. Você não está batendo em um tapete.

Continuaram a luta. Arthur tentava acertar Lancelot, e sempre que faltava pouco para isso, Lancelot rapidamente escapava. Era perceptível que Arthur estava começando a ficar nervoso. Havia uma plateia ao redor que assistia a luta, até que, finalmente, Arthur parou.

Parabéns, Lancelot. - disse Arthur, jogando o pau de vassoura para ele. - Você acabou de passar no treinamento básico.

De repente, enquanto Arthur ia embora, os sinos da cidade começaram a tocar, e todos começaram a correr. O que estava acontecendo?

Pelos portões da cidade várias pessoas feridas entravam.

O que aconteceu com essas pessoas? - perguntou Lancelot à Merlin.

O vilarejo deles foi atacado por um monstro alado. - respondeu Gaius.

Assim, eu, Merlin e Lancelot, nos entreolhamos, seria o monstro do qual escapamos na floresta?

***

Bem, aqui estamos, seu desafio final. - começou Arthur.

Lá vamos nós com todo aquele discurso novamente. - resmunguei.

Tenha sucesso e se juntará a elite. Falhe, e sua jornada termina aqui.

No shit Sherlock. - dessa vez eu falei, só que baixinho.

Lancelot, quinto filho de Lorde Eldred de Northumbria. Seu tempo começa agora.

Ambos colocaram seus elmos e prepararam suas espadas, ao fundo, os cavaleiros aplaudiam.

A luta começou. Lancelot desferia golpes rápidos e fortes. Teve um momento que Arthur, invés de defender, ele desviou, causando um leve nervosismo em Gwen. O combate continuou. Estava tudo indo bem, até que Arthur deu um soco forte na cabeça de Lancelot, e esse caiu no chão, deixando o elmo cair para trás.

Arthur enfiou a espada no chão e tirou o elmo.

Que vergonha. - disse Arthur, indo pegar a faixa do corpo de Lancelot.

Em uma questão de segundos, Lancelot acertou a perna do príncipe, fazendo o cair, e se levantou, apontando a espada para tal.

Você se rende, Majestade?

Eu, Gwen e Merlin ficamos aliviados, e, por um momento, segurando um sorriso. Os guardas seguraram Lancelot para trás, e, frustado, Arthur se levantou e pegou sua espada.

De joelhos.

***

Levante se, Senhor Lancelot, cavaleiro de Camelot. - dizia Uther, e todos aplaudiram.

Quem é esse homem? - perguntou Morgana. - Parece que veio do nada.

Eu sei, ele tem sido uma surpresa para todos nós. - respondeu Gwen.

Agora Lancelot era oficialmente um cavaleiro de Camelot. Mas não por muito tempo, estávamos em Camelot, certo? Tinha que dar alguma coisa errada.

***

Assim que desci para o banquete, parecia que quase todos os olhos olhavam para mim, algo que ao mesmo tempo que gostava não gostava. ...eu estava usando um vestido cor de cobre, colado ao copro, sem muitos detalhes na região do tórax, mas embaixo era todo enfeitado com detalhes em um bege brilhante. Usava uma tiara também cobre, e um coque. Enquanto isso, Morgana usava a mesma roupa que estava usando no banquete em que esta Lady Helen, só mudava o cabelo.

Assim que entrei, Arthur se levantou no banco em que estava.

Juntem se a mim em um brinde ao novo recruta. - começou, fazendo Lancelot se levantar também. - Nosso novo Cavaleiro de Camelot, Sir Lancelot.

Assim, todos aplaudiram e brindaram à Lancelot.

Parece que alguém aqui foi derrotado. - falei, para Arthur.

É, e não foi por você.

Pode esperar que um dia serei eu ganhando.

***

Estava realmente inconformada com o fato de Lancelot ter sido preso. Sim, ele tinha sido preso, descobriram da fraude. Mas, isso não era o caso agora.

As asas de uma águia, e o corpo de um leão. - repetia Gaius, em sua casa, olhando um velho livro.

É um grifo. - disse, fazendo com que Gaius olhasse para mim, surpreso, já que não tinha percebido a minha chegada. - Um monstro que tem as asas de uma águia e o corpo de um leão. É um grifo, eu já o vi antes, foi disso que Lancelot nos salvou na floresta.

Mas é só um mito...Espere um minuto.

Assim, Gaius saiu correndo atrás de um livro procurando uma parte específica dele. Nesse momento entrou Merlin.

Nem me venha dizer algo como Eu te disse...

Não vou. - disse, finalmente localizando a página. - É claro! Brilhante , Ana! Merlin, venha aqui e dê uma olhada nisso. Percebi o meu erro pelo acerto de Ana! Eu estava procurando a criatura no lugar errado, essa criatura é, supostamente, um mito! - disse, mostrando a página do livro para Merlin.

É isso! Esse é o monstro. - falou Merlin, apontando para o desenho do livro.

De repente, os sinos tocaram novamente, mas dessa vez, era porque o grifo estava atacando. Fui correndo para o meu quarto, Sabia que não tinha o poder de matar o monstro, mas podia fazê lo sair dali por um tempo.

Coloquei aquela roupa que usava quando treinava. Uma túnica verde escura, com uma calça marrom por baixo e uma armadura leve, típica dos elfos. Me armei e desci para o pátio.

Comigo! - Arthur gritava para os seus cavaleiros, os quais entraram em posição de combate. - Defesa!

O grifo, sinceramente, só faltava falar Eu vou realmente ter que lutar com isso?, porque os cavaleiros e Arthur não demonstravam ameaça alguma para aquele tipo de monstro.

O bicho passou por cima deles, derrubando os todos. Eu realmente não ia ficar ali parada assistindo eles levando uma de um pássaro.

Hey! Você aí! - gritei, dando uma flechada no bicho, só para irritá lo e chamar sua atenção.

Ele veio na minha direção, e eu rapidamente escapei da sua fúria, dando lhe um golpe forte na asa, porém não saiu sangue.

É só isso que consegue fazer? - disse, correndo para o centro do pátio. - Eu estou aqui!

O grifo veio na minha direção, dei uma cambalhota e escapei de seu golpe novamente, acertando o de novo. Irado, ele foi na minha direção, mas eu era mais rápida.

Assim, os cavaleiros de Camelot se levantaram, voltando a posição de combate. Eu tive a cortesia de não desmerecê los, colocando o capuz da túnica.

Ataque! - gritou Arthur, indo na direção do bicho, ignorando totalmente a minha existência.

Arthur deu um golpe super inútil com uma lança, que rapidamente se quebrou em duas. Por que minha espada estava inteira ainda? Porque era élfica, mágica, e digamos que tinha prevenção contra esse tipo de coisa, assim como as flechas. Não tinha como matá lo, mas ela não iria quebrar. Obviamente, eu não sabia disso naquela época, então foi bem uma surpresa a espada ficar inteira.

Arthur caiu no chão, prestes a ser morto pela criatura. Guardas vinham com fogo, mas não daria tempo. Rapidamente, peguei um graveto e o fiz pegar fogo (com magia), e me joguei na frente do bicho, fazendo o recuar. Assim, a criatura voou para longe, deixando a cidade.

Arthur parecia sem fôlego, e por isso lhe dei a mão ajudando o a levantar.

Você. Usou magia. - disse Arthur, pausadamente, enquanto se levantava.

Naquele momento, meu coração começou a bater rápido. Eu ia morrer se ele visse o meu rosto, que sorte que estava com o capuz e um pano por cima, então, tive que fugir, antes que me pegassem.

Pessoal ingrato, né? Você salva a vida deles e só porque usou magia querem te matar. Tinha sido uma decisão idiota, fazer isso na frente dele, mas foi mais um instinto natural, involuntário, que me fez fazer aquilo.

Então, saí correndo, o mais rápido que pude. Arthur nem precisou comandar nada, porque os cavaleiros já estavam correndo atrás de mim. Corri, até que vi uma carroça cheia de feno, e lá me joguei. Fiquei imóvel, sem piscar ou respirar. Os guardas não me viram e continuaram correndo, assim, eu saí, e, disfarçadamente, voltei à meus aposentos.

***

Você disse que seus cavaleiros eram os melhores da região. Provou isso hoje. - disse Uther.

A única coisa que sei é que ainda está por aí. - disse Arthur.

Não vamos esperá la. O reino vem sendo ameaçado por essa a criatura por muito tempo. Acabaremos com isso agora.

Majestade? Se me permite.

Gaius.

Pesquisei sobre essa criatura. Acredito que seja um grifo. - disse Gaius, avançando comigo e com Merlin.

Um grifo? Que nome é esse?

Grifo é uma criatura de magia.

Não tenho tempo para isso, médico.

É nascido da magia, Majestade, e só pode ser morto pela mesma.

Está enganado. - insistiu Uther. - É uma criatura de carne e sangue como qualquer outra! Arthur provou isso hoje.

Não tenho tanta certeza, pai. Acho que deve haver alguma verdade no que ele diz.

Que verdade?

O grifo estava ileso. Nossas armas foram inúteis contra ele.

Inúteis? Acho que não. - falou, fazendo uma pausa. - Não, experimentou nosso aço uma vez. A próxima será a última. Quando nossos cavaleiros estarão prontos para cavalgar de novo?

Em uma hora, talvez duas.

Ótimo, terminamos isso hoje.

Assim, todos deixaram a sala, e eu, Merlin, Arthur e Gaius trocamos um olhar preocupado.

***

Olhei pela janela. Era de noite, e os cavaleiros de Camelot, liderados por Arthur, saíam na caça ao grifo.

Eu não posso deixar eles irem sozinhos assim. Eles não tem chance contra aquele bicho... - disse, quando me veio uma ideia. - Mas...e se? Não, seria suicídio...Mas vale a tentativa...certo? Eu tenho que tentar.

A pedra! - exclamei.

Saí correndo para pegar a diolgartyr, e tirei ela do cordão prateado. Peguei o meu bracelete e vi que a pedra se encaixava perfeitamente nele, e, assim, coloquei ela lá, vestindo o bracelete.

Me certifiquei de trancar a porta, e, depois disso, fui correndo para a frente do espelho e me concentrei. Pensei fundo, e quando abri os olhos, não era meu reflexo que via no espelho. Via uma mulher de cabelo castanho claro, olhos verde, pele tão branca quanto a minha e com o nariz um pouco mais pontudo.

Você vai se chamar...Jane. Jane Rogers. Isso aí.

Coloquei a mesma roupa que tinha colocado antes para atacar o grifo, cobrindo a roupa com uma capa longa e marrom. Refiz o meu reflexo e sai do quarto, escondida. Ao chegar no lado de fora, peguei um cavalo nos estábulos, e saí correndo com ele, sem que os guardas tivessem tempo de me parar.

Sim, eu sabia que Lancelot e Merlin parariam o grifo, mas eu não queria que alguém se machucasse. Nós já tínhamos poucos bons cavaleiros, e não podíamos perdê los.

Então, saí correndo na direção da floresta, ativando o meu disfarce.

Quando cheguei na floresta, vi os cavaleiros. O grifo se aproximava. Vagarosamente, desci do cavalo e me escondi atrás de uma pedra, esperando o momento certo para aparecer.

Por Camelot! - gritou Arthur.

Por Camelot! - gritaram os cavaleiros, erguendo suas espadas.

Assim, a batalha começou. Na verdade foi uma batalha com grandes aspas em volta, porque os homens de Arthur não lutaram, já que o grifo só chegou derrubando a todos.

Pare! - gritei, aparecendo.

O bicho só olhou na minha direção, e eu saí correndo. Soltei uma bela bola de fogo nele, o que o deixou um pouco desorientado por alguns minutos.

Arthur! - disse, me aproximando do corpo caído do príncipe. - Sou eu! A garota da floresta.

De repente, um cavaleiro metido a corajoso se levantou e foi correndo na direção do bicho, com a lança levantada.

Pare! Você não conseguirá matar ele! - exclamei, mas o homem me ignorou totalmente, sendo zunido pela fera ao se aproximar.

De repente, vi duas pessoas se aproximando: Merlin e Lancelot.

Arthur! - disse Merlin, ao ver o amigo no chão.

Então? - perguntou Lancelot, enquanto Merlin checava o estado de Arthur.

Ele está vivo.

Obviamente, eu me escondi atrás da pedra novamente, não queria olhos curiosos. Ouvimos o barulho do Grifo, ele estava se aproximando. Vimos o monstro sair da névoa, olhando para a gente. Lancelot foi correndo ao cavalo, para se preparar para atacar o grifo.

Fechou o elmo, com a lança na mão, respirou fundo e, indo na direção do grifo, Lancelot apontou a lança para frente.

É agora ou nunca, Merlin. - disse Merlin, baixo, para si mesmo.

Nesse momento, Merlin começou a sussurrar umas estranhas palavras, um feitiço. Estava sussurrando na certa para que Lancelot não percebesse que ele usava magia.

Tentou outra vez, e na terceira tentativa, levado a emoção do momento e à necessidade, Merlin começou a falar o feitiço em alto e bom som, e funcionou.

Em volta da lança surgiu um fogo azul, o qual, ao tocar no grifo, combinado com a lança, fez o bicho tombar no chão, morto.

Merlin parecia estar no dia mais feliz de sua vida. Soltou um grande sorriso, comemorando.

Isso! - disse Merlin, à Lancelot, que acabara de tirar o capacete.

Nesse exato momento, Arthur começou a levantar se. Merlin, para dar a glória à Lancelot, saiu de perto, correndo.

Lancelot? - falou Arthur.

Majestade.

Você conseguiu! Você o matou, Lancelot!

Não devia ficar mais tempo ali, então saí correndo também, pegando o cavalo e indo em direção à Camelot.

***

Tinha trocado de roupa e não estava mais de Jane (claro), parecia uma pessoa comum passeando pelo castelo, como geralmente.

O que aconteceu? - perguntei, ao ver Lancelot e Merlin no corredor.

Lancelot destruiu o grifo.

Que ótimo...mas, o que está acontecendo lá dentro? - perguntei, apontando para as portas da sala ao nosso lado.

Uther está decidindo o que fará comigo.

Acredito que ele deve estar bem estressado...mas vocês são os certos aqui.

Que bom que acha isso, Ana. - disse Merlin. - O que vai fazer Lancelot?

A única coisa que posso fazer. - disse Lancelot, abrindo as portas da sala, sendo agarrado pelos guardas.

O que é isso?

Deixem me falar!

Espere! Quero ouví lo. - falou Uther, e os guardas o soltaram.

Me perdoe, Majestade. - começou Lancelot. - Vim lhe fazer uma proposta.

O que é isso, Lancelot? - perguntou Arthur.

Menti para ambos, e agora há conflitos entre vocês. Não posso carregar esse fardo, assim como vocês não devem carregar o meu. Devo recomeçar, longe daqui. Então, quem sabe o destino me dará outra chance, para me provar merecedor do título de cavaleiro de Camelot.

Mas, Lancelot, você já provou isso para todos nós. - disse Arthur.

Mas preciso provar para mim mesmo. - disse, fazendo uma reverência. - Alteza. Príncipe Arthur.

Assim, ele saiu da sala, deixando todos em um silêncio profundo.

***

Na manhã seguinte, a partida de Lancelot deixou a maioria de nós abalados. Eu observava ele dos muros, sumindo pela estrada, só pensando comigo mesma:

Ai se eles soubessem o que tem para vir.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Viu, como eu expliquei, aos poucos ela vai se envolvendo mais na história, causando mais efeito.
Sugestões? Opiniões?
Comentem! Vocês andam sumidos!
Beijos e abraços!
Espero vocês no próximo capítulo!



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