Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 22
Pequena Revelação


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Bella

Edward estava com o Jasper conversando com os rapazes da banda que haviam chegado, Alice e eu permanecemos no mesmo lugar também conversando e rindo quando um homem começou a se aproximar de nós. Pensei que ele estava se aproximando por causa de Alice, mas seus olhos estavam fixos nos meus e de repente me senti insegura.

– Com licença. - Levantei meu rosto em sua direção. - É Bella Swan? - Nossa, pelo visto a minha fama está alcançando proporções imensas aqui na cidade.

– Sim.

– Ah, nossa! Bella, pensei que nunca mais a veria. - Seu sorriso estava de orelha a orelha e eu não estava entendendo nada. Alice e eu trocamos um olhar indagador.
Eu o cumprimentei mesmo não o reconhecendo.

– Você a conhece James? - Alice perguntou, parecia que pelo menos ela conhecia ele.

– Sim. Tem mais ou menos um ano que nos conhecemos. Eu estava de férias. - Um ano? Ele me conheceu antes da amnésia. Alice levantou parecendo interessada e me fez levantar também.

– Bella, você o reconhece?

Fitei o lindo homem a minha frente, seus cabelos louros cortados bem baixinho, seus olhos azuis, seu nariz reto e lábios bem definidos, sua barba dava os primeiros sinais de desleixo. Eu já o tinha visto? Não me lembrava. Ele parecia não entender o que estava acontecendo. Seus olhos confusos passavam de mim para Alice buscando respostas.

– E então Bella, lembra-se de algo? - Ela insistiu.
Forcei minha mente, focalizando o rosto do desconhecido a minha frente.

– O que está acontecendo? - Ele perguntou.
De repente como se fosse um sonho, uma imagem veio a minha mente. Não sei se era uma lembrança ou fruto da minha imaginação, mas eu vi rapidamente a entrada de um estabelecimento, não sei bem se era um bar ou uma boate.
Aquilo me fez ficar com dor de cabeça. Eu comecei a massagear as minhas têmporas para aliviar a dor.

– Bella? - Alice pareceu preocupada.

– Eu estou bem. - Afirmei parando de fazer os movimentos. - Mas eu não me lembro de conhecê-lo.

– Nossa isso é péssimo. - Ele sorriu sem graça.

– James, isso é muito importante. Você sabe alguma coisa sobre ela? - Agora ele não estava confuso nem sem graça, estava assustado.

– Não entendo... James pareceu sem jeito.

– Bella está desmemoriada. - Ela explicou.

– O quê?

– Ela sofreu um acidente quando chegou à cidade.

– Ela é a garota que foi atropelada. - Ele concluiu.

– Suas memórias de antes de chegar à cidade foram apagadas.
Eu não gostava daquela conversa. Todo o pânico que senti ao ficar consciente pela primeira vez depois do acidente me tomou novamente. Era horrível tentar lembrar de algo e não conseguir. E era ainda mais horrível não ter certeza de querer lembrar. James, pegou delicadamente a minha mão e a segurou entre as suas.

– Bella, o meu nome é James Giffin. Sou dentista aqui da cidade. A um ano estive na Califórnia em férias. Conhecemo-nos em uma boate. Lembra-se?

Era claro que eu não lembrava. Os olhos azuis de James não desviavam dos meus. Uma expectativa crescente era percebida em suas pupilas. Mas eu não me lembrava, e a minha cabeça doía o que dificultava mais a minha tentativa inútil de lembrar algo.

Novamente foi citada a Califórnia. Provavelmente estive mesmo nessa cidade. Califórnia. Emmet Gilbert. James Giffin. Boate? Nada disso fazia sentido para mim. Nada era importante, nada antes daqui. Tentar lembrar era doloroso e porque eu tinha que lembrar então?

Tirei a minha mão das dele decidida ao não me lembrar de coisa alguma. James me olhou assustado com a minha atitude ríspida. Ele não tinha culpa, é claro, mas eu não queria mais forçar a minha mente.

– Desculpe, eu não me lembro. - Falei seca. Virei querendo sair o mais rápido dali. Senti duas mãos me detendo pelos ombros. Edward estava parado a minha frente.

– Ei!

– Edward! - O abracei forte como se em seus braços eu pudesse ficar protegida de tudo até mesmo do meu passado. Ele me envolveu em seus braços como se realmente me protegesse.

– O que houve?

Edward

Quando vi o dentista indo em direção as garotas, pensei que ele iria apenas cumprimentar Alice. Mas eu estava enganado, de onde estava dava para ver que ele não tirava os olhos de Bella. Meu sangue subiu para a minha cabeça quando o vi segurando a sua mão, estava vendo tudo vermelho. Mas o que era aquilo afinal? Caminhei em passos largos até onde eles estavam, quando cheguei Bella quase esbarra em mim, eu a segurei pelos ombros, seu rosto estava angustiado, quando ela se deu conta de que era eu quem a segurava, me abraçou.

– Edward, James a conheceu antes. - O quê? Do que Alice estava falando. Encarei James por cima dos cabelos de Bella e ele fez o mesmo.

– Olá xerife.

– Como vai, James?

– Bem.

– Alice, você pode me explicar o que está acontecendo? - Perguntei, mas meus olhos estavam fixos no dentista.

– James conheceu Bella a um ano. - Senti meus olhos cerrarem. Por que eu achava que aquilo não era nada bom? Instintivamente a apertei mais contra o meu peito.

– Isso pode ajudar. - Jasper que estava agora ao meu lado se pronunciou.

– Onde foi isso? - Perguntei para ele.

– Na Califórnia. - Califórnia. Agora eu tinha quase certeza de que ela era de lá.

– Continue James. - Pedi.

– Estava de férias, sai com um amigo. Decidimos ir a uma boate. Bella estava sozinha, começamos a conversar, nos conhecemos assim. - Uma boate? Estava cada vez pior. Bella e James, juntos? Será que aconteceu algo entre os dois? Ele fazia o tipo dela? Não dá para acreditar. Ótimo, em vez de me preocupar em descobrir algo sobre ela estou preocupado se eles tiveram um caso.

– Sabe que ela está desmemoriada?

– Acabei de saber.

– Pode nos dizer algo sobre ela, alguma informação?

– Na verdade não. Bella pareceu ser muito reservada, diria até que misteriosa. - Ele olhou para ela e eu vi o olhar de predador nele. Legal! Agora eu teria que espantar você também? Mas era melhor ele nem se atrever a pensar nisso. Ela é minha.

– Então, ela não disse nada, nem onde morava? - Tentei ignorar a raiva que me consumia.

– Perguntei se ela morava na cidade, mas ela disse que não morava em lugar nenhum. - Bella gemeu em meus braços e eu a afastei um pouco para vê-la acariciando seus cabelos.

– Bella, olhe para mim. - Pedi e ela o fez. - Lembra-se dele? Lembra-se de tê-lo conhecido?

– Não. - Ela balançou a cabeça negativamente.

– Olhe para ele novamente e tente se lembrar. - Bella me olhou como se implorasse para não fazer isso, mas eu mesmo queria saber se ela lembraria dele. Queria saber o que ele significou para ela. - Só um pouco. - Insisti e lentamente ela virou para ele. Eu também olhei para o sujeito e realmente não gostei do brilho de esperança em seus olhos.

– Não lembro Edward. Segundos depois ela respondeu e James pareceu decepcionado. Não evitei o suspiro que soltei, não era de alívio, era de conformismo.

– Tudo bem, talvez depois lembre algo.

– Bom, é mesmo uma pena não lembrar. Ah sim! Na época você disse que tinha acabado de voltar de viagem. Você visitou algumas cidades, mas não me lembro de quais foram.

– Talvez eu realmente não seja de lugar algum. - Bella murmurou.

– Espero que lembre logo de tudo. - Olha aquele olhar novamente.

– Obrigada... James.

– Nos falamos depois. Se precisar de mim, estarei por aqui. - Isso foi realmente péssimo.

– Obrigada.

– Até logo. Até logo para vocês também.

– Até logo. - Alice e Jasper responderam e ele começou a se afastar. Se eu me conhecia bem, não iria sossegar até saber o que tinha acontecido entre eles. Sem falar nada me afastei de Bella e os outros e alcancei James.

– Espere um minuto! - Pedi e ele se virou.

– Sim.

– Por quanto tempo manteve contato com ela? - Fui direto.

– Algumas horas. - Ele hesitou?

– Algumas horas?

– Um dia, na verdade.

– E ela não comentou nada mesmo sobre ela, nem mesmo citou o nome de alguém?

– Na verdade, ela falou sim sobre um cara. - Ele falou depois de pensar um pouco.

– Um cara? - Ergui uma sobrancelha totalmente atento agora.

– Sim, ela disse que esse tal cara estava pegando muito no pé dela e queria ficar longe dele por um tempo.

– Namorado dela?

– Não, pelo menos foi o que ela me disse, que não namorava. - Isso parecia melhor.

– E... - Pigarreei. - vocês se envolveram? - James abaixou a cabeça e riu sem graça.

– Bella é irresistível e garanto que inesquecível. - Não era bem o que eu queria ouvir, minha vontade era de bater no sujeito. - Desculpe pelo comentário. Vocês estão juntos, não? - Ele não me pareceu realmente sentido. - Ficamos juntos naquele dia, mas ela me deixou logo em seguida, simplesmente sumiu.

– Simplesmente sumiu? - Repeti.

– Ela é escorregadia. Deixou-me no hotel sem ao menos se despedir. Terá que ter cuidado, xerife. A qualquer momento ela poderá ir embora. - Ele bateu em meu ombro e saiu, deixando-me estático no lugar. Ele tinha conseguido tudo o que queria, me deixar com ciúmes e inseguro com relação a ela. Porque ela tinha ficado com ele e comigo ela tinha tido tanta resistência?

Bella era escorregadia, já sabia disso. Mas deixar-me assim, depois de tudo o que eu lhe disse. Será que ela seria capaz? Oh, droga! Ela seria capaz.

Voltei para perto dela e tentamos juntar as peças. Para mim, era quase certo de que realmente ela vinha da Califórnia. Mas ela ficou ruminando a história de não ser de lugar algum. Notei que ela estava ficando nervosa e desviei a conversa para outras coisas. Rosie e os gêmeos foram buscar Elizabeth para irem para casa. A banda começou a tocar e Alice e Jasper foram dançar, as músicas eram agradáveis de ouvir, eles tocavam muitas músicas românticas.

– Quer dançar comigo? - Bella ficou desconcertada e sorriu meio sem jeito.

– Não acho que eu leve muito jeito para dançar e de qualquer maneira o meu tornozelo não iria ajudar muito. - Respondeu com uma careta.

– Bom, você não pode ter certeza de que não sabe dançar e eu posso te ajudar com o tornozelo. Poderemos resolver os dos problemas, afinal tudo depende de quem conduz. - Ofereci a minha mão para ela que ficou encarando-a por alguns momentos antes de aceitar.

Eu tinha certeza de que não suportaria mais viver sem essa garota e eu faria de tudo para que ela não sumisse. Ela ficaria comigo para sempre.

Bella

Estava me sentindo incomodada com aquela conversa toda sobre mim, toda aquela especulação. Edward notou que aquilo estava me deixando nervosa e desviou o assunto. Alice e Jasper foram dançar e ele teve a ideia de me convidar também. Fiquei um pouco receosa, não tinha certeza de que sabia dançar. Mas eu não pude negar. Era mesmo um momento bonito. Muitos casais estavam dançando juntinhos sobre a grama naquele lindo entardecer. Edward parou em minha frente me fitando. Ele tentava prolongar aquela expectativa antes de sentir nossos corpos colados, era uma boa sensação.

Ele segurou a minha mão direita e pegou-me pela cintura, erguendo o meu corpo. Depois fez com que os meus pés pousassem sobre os dele.

– Como uma criança. - Ri do que ele pretendia fazer.

– Não, Bella. Nesse momento de jeito nenhum consigo te enxergar como uma criança. - Edward não riu, pelo contrário, sua expressão era séria, intensa, o que me fez ficar séria também. Eu queria muito beijar seus lábios entreabertos, abraçá-lo forte.

– Também não estou tendo pensamentos que uma criança deva ter. - Falei sem pensar e agora ele riu.

– Gosto da sua sinceridade e adoro o seu rosto corado. - Ele toucou o meu rosto com as pontas dos dedos de sua mão que estava entrelaçada a minha.

Edward apertou-me um pouco mais contra o seu corpo e começou a se movimentar levando-me a acompanhá-lo. Dançamos várias músicas sem falar nada, apenas nos olhando, sentindo. Seus olhos nos meus, os carinhos que ele me fazia durante a dança, era tudo muito doce e sensual.

Nessa minha curta vida, tive oportunidades de sentir emoções diversas, carregadas de uma força descomunal. Tive oportunidade de viver um momento mágico, como este e tudo envolvia Edward Cullen, o belo e bom xerife de Hope Falls. Não sabia o que isso significava, mas era óbvio que não era nada banal. Não era algo que eu pudesse controlar ou passar por cima. Era assustador e ao mesmo tempo tentador.

– Nada mau hen? - Falou depois que terminou uma música. Nesse momento as luzes improvisadas estavam acessas, a noite tinha caído.

– Posso até dizer que sou profissional. - Brinquei.

– Bella, eu... - Ele segurou o meu rosto e aproximou-se de mim.

– Com licença, xerife. - Edward tirou as mãos do meu rosto e se afastou. Senti que ele iria falar algo importante, mas foi interrompido por uma Barbie falante.

– Sim Tânia.

– Eu estava pensando se Bella não poderia emprestar você um pouco para que dançasse comigo. - Ela sorriu maliciosamente para ele. Tava na cara que ela estava com dificuldades para largar o osso. Deu-me vontade de dizer para ela procurar outra pessoa, mas eu não tinha autonomia de nada.

– Sinceramente Tânia, eu acho...

– Que você pode dançar com ela. - Cortei o xerife que me olhou surpreso. Tânia simplesmente abriu ainda mais o seu sorriso.

– Acho melhor não. - Ele falou e Tânia desfez seu sorriso.

– Por que não? Vamos, xerife, não faça essa desfeita. - Eu estava irritada, mas não sabia o porque. Edward pareceu não entender o meu estado de humor. Talvez tudo aquilo tenha sido demais para mim. Também não queria ouvir o que ele tinha para me dizer, com certeza pioraria tudo.

– Tem... Certeza? - Ele perguntou em dúvida.

– Sim. - Cuspi.
Não queria mais ouvir nada e nem ver, por isso dei meia volta e fui em direção a uma cadeira para sentar-me. Olhei para o lugar que estava antes e agora Edward estava dançando com ela. As mãos da garota estavam por toda a parte no corpo dele. Ela não perdia tempo. Fiquei com mais raiva por ele ter aceitado dançar com ela. Argh!

– Posso sentar aqui com você? - Alguém me tirou dos meus devaneios, assustando-me.

– Cla-claro. - Falei e James sentou ao meu lado.

– Está aborrecida?

– Não. - Tentei aliviar a minha expressão. - Não tenho o porque.

James estava me olhando de uma forma que me deixou sem jeito.

– Você está me encarando. - Acusei.

– Desculpe. - Ele sorriu. - Posso te perguntar uma coisa?

– Sim, pode perguntar outra. - Ele riu novamente e o som da sua risada me fez relaxar um pouco.

– Como é estar desmemoriada? - Não reagi por um momento, aquilo era uma novidade.

– Ninguém tinha me perguntado isso ainda. Você é a primeira pessoa.

– Sinto-me lisonjeado.

– É desorientador e assustador em alguns momentos. Você não lembra quem é, de onde veio, para onde estava indo. Não sabe se tem alguém esperando por você. É como se acabasse de nascer, sua mente é um papel em branco. Mas isso é o pior, porque as sensações permanecem, os sentimentos antigos e você não sabe por que sente.

– Deve ser horrível. Mas que bom que encontrou pessoas legais, que estão dispostas a te ajudar. - Automaticamente olhei para Edward que era abraçado por Tânia.

– Pois é.

– Acho que de alguma forma você está mais tranquila do que há um ano.

– Jura? - Fiquei curiosa. - Eu era...

– Inquieta, estava sempre na defensiva.

– Já ouvi isso antes. - Afirmei.

– Os fogos chegaram. - James olhava em direção ao palco.
Percebi que alguns homens carregavam pacotes e levavam para trás do palco.

– Fogos?

– Todos os anos têm fogos. É maravilhoso. Vão começar a preparar. Eles montam tudo alguns metros atrás do palco e os fogos explodem aqui para todos verem. - Ele gesticulou para o céu. Senti-me empolgada com o que ele falava.

– Podemos ver as preparações?

– Você quer? - Assenti e nos levantamos sorrindo como crianças descobrindo um brinquedo novo.

Edward

Não tinha entendido aquela mudança de humor de Bella, aquilo ainda iria me matar. Fiquei olhando ela se distanciar até que ela sentou em um banco e Tânia me agarrou fazendo-me dançar com ela. Estava muito complicado para mim manter as mãos dela sob controle.

– Tânia... - A repreendi.

– O quê? - Ela perguntou com ar inocente. Tá bom! Quem não te conhece que te compre.

– O que está tentando fazer?

– Dançar? - Ela me olhou com um olhar fingido de confusão e suas mãos percorriam as minhas costas, ombros e braços enquanto se esfregava em mim. Tentei manter uma distância segura durante a dança.

– Olha Tânia, não quero confusões, entende? - Ela parou um pouco observando-me antes de falar.

– Entendo, e é por isso que tentarei esquecer todas as cenas desagradáveis que presenciei pela manhã e a poucos minutos vendo você com aquela garota. - Ela riu. - Ed, eu fiquei com tanto ciúmes que fui embora, te odiei durante a tarde toda, mas... Ela respirou fundo. - agora está tudo bem.

– Está? - Aí tem coisa.

– Sim, você é homem e é bonito. Claro que não deixaria escapar qualquer mulher fácil que esteja dando sopa por aí. - Eu não acreditei no que ouvi. Imediatamente a afastei de mim.

– Deixe-me esclarecer uma coisa. - Disse tentando acalmar a minha raiva. - Bella não é qualquer mulher e ela não é fácil. - Ela me olhou ofendida.

– Não? Bom... Parece-me que ela já se arranjou com outro. - Ela indicou com um gesto de cabeça que eu olhasse. -
James estava com Bella e eles conversavam. Aquilo me fez ficar com ciúmes. - Ed, porque não esquecemos essa garota e vamos para outro lugar? - Tânia me abraçava agora. Novamente eu a afastei.

– Tânia, qualquer envolvimento que tínhamos, acabou.

– Não pode estar falando sério. - Parecia mesmo não acreditar em mim.

– Não tem razão discutimos isso. - Falei impaciente.

– Tudo bem. Por que não dançamos mais um pouco? - Eu sabia que ela estava tentando controlar a histeria.

– Acho melhor não.

– Por favor...

– OK. - Suspirei.

Voltamos a dançar e foi um erro, ela não parava de se insinuar, suas mãos estavam incontroláveis e eu estava me sentindo irritado. Levantei o rosto para ver onde Bella estava e assustei-me ao perceber que ela não estava mais no mesmo lugar. Vasculhei com a minha visão todo o lugar e nada. Fiquei mais angustiado ao perceber que James também havia sumido. Só me faltava essa! Nesse momento Tânia segurou o meu rosto com as duas mãos e me beijou nos lábios. Fiquei um momento sem entender direito o que estava acontecendo, sem reagir. Depois a raiva me atingiu em cheio e eu a afastei de mim.

– Vamos ser racionais, certo? - Falei com raiva. - Não dá pra gente Tânia, nunca deu. Quando você vinha à cidade transávamos, era bom, mas quando ia embora você sabia que eu não ficava sozinho e eu sabia que você não ficava sozinha por lá. Nunca houve nenhum tipo de envolvimento mais sério fora da cama. E esse pequeno elo que nos unia vez ou outra, também acabou Tânia. Estou apaixonado por Bella, entenda isso. - Tânia mantinha a boca aberta e sua expressão de pavor aos poucos deu lugar a ira.

– Acha que pode se livrar de mim assim? Você está muito enganado Edward. Ninguém nunca me dispensou. - Tânia foi embora me deixando sob olhares curiosos das pessoas. Não me importava, a única coisa que me importava agora era encontrar Bella.

Alice e Jasper que viram a cena que se desenrolou aproximaram-se de mim preocupados.

– Vocês viram a Bella?

– Não. - Responderam.

– Ela não estava dançando com você? - Alice perguntou.

– Sim, mas Tânia pediu que eu dançasse com ela. Bella estava sentada logo ali com o James. - Apontei o lugar.

– Fique calmo Edward, ela deve ter saído para caminhar. - Jasper sugeriu.

– Não acredito. - Falei consternado. - Vou procurá-la.

– Nós ajudaremos. - Alice disse.

– Não, fiquem na festa. Vou encontrá-la. - Estava decidido a encontrá-la e mantê-la sob minha vigília.
Comecei a procurá-la por toda a área da festa mais não a encontrei. Fui para trás do palco onde estavam montando os fogos e nada, para a igreja e nada. Bella novamente tinha se metido em um caso de desaparecimento. Não sabia se ela simplesmente tinha ido caminhar sozinha ou se tinha saído com o dentista cretino. Se ele fizer alguma coisa com ela eu juro que o mato.

Peguei meu carro e dirigi pelas ruas lentamente prestando atenção em todos os rostos, mas foi inútil. Ouvi os fogos explodirem no ar, já tinha se passado muito tempo. Resolvi voltar para casa ver se ela tinha ido para lá. Entrei correndo pela porta adentro gritando o seu nome desesperado, mas ela não me respondeu. Bella também não estava lá.

Senti-me novamente impotente, sem saber o que fazer. Passei as mãos pelos cabelos tentando conter o meu desespero, mas era algo impossível. Mataria-me se houvesse acontecido algo com ela. E se de repente Bella tenha se lembrado de tudo? E se ela não me quiser mais em sua vida? As palavras de James vieram para aumentar o meu tormento: Ela é escorregadia. Deixou-me no hotel sem ao menos se despedir. Terá que ter cuidado, xerife. A qualquer momento ela poderá ir embora. Deus, permita que não!


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