Obrigada a todos que me mandaram reviews.

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Capítulo 6 – Vejo o fogo em seus olhos...

Acordaram quase que ao mesmo tempo, dentro de um calabouço enorme, no alto de uma torre. Em vez de uma porta, havia grades. Mas não eram grades compostas por barras de ferro. Grades mágicas, de fogo. Numa pequena janela, via-se o centro do Reino do Oeste.

- Minha cabeça... – começou Ino.

- Estão todas inteiras? – perguntou Neji.

- Hum, sim. E vocês? – disse Temari.

- Idem... O que é aquilo na porta? – perguntou Naruto.

- Grades mágicas. Como não sabemos o feitiço usado para criá-las, não podemos destruí-las. – lamentou Sakura, raivosa.

- Isso tudo é culpa de vocês, Sakura! Orochimaru estava atrás de vocês, não de nós. – vociferou Sasuke.

- Sim, mas vocês poderiam ter se livrado se não tivessem ido dar uma de enxeridos no nosso quarto! – retrucou Sakura.

- JÁ CHEGA! Brigando desse jeito jamais vamos sair daqui! - gritou Tenten.

- Não adianta, Tenten. Não há como sair daqui. Tudo que nos resta fazer é desistir e esperar. – sussurrou Hinata.

Todos se acomodaram no chão, suspirando. Tenten levantou-se e foi até a janela. Ela sabia que devia fazer alguma coisa para que parassem de brigar e não desistissem. Só não sabia o quê. Bom, então só restava apelar, pra ver se um deles entendia.

Eles a olharam, não entendendo o que ela fazia, virada para a janela. E sua voz começou a encher o ambiente.

- Era uma vez, um garoto de cabelos negros lindos, que não gostava de se ocupar com coisas tolas. Ele era obrigado a passar alguns dias com uma fada, e ela gostava de mexer com flores. Perto de onde o garoto morava, havia um galpão cheio de ferramentas de jardinagem. A fada, um dia, quis criar uma espécie rara de lírios, e convenceu o garoto a ficar de guarda no galpão com ela, para que nenhum animal entrasse lá e estragasse as flores.

Todos estavam escutando as palavras dela com atenção, e ela decidiu prosseguir.

- O garoto estava cansado de cuidar das flores, e decidiu chamar um troll para cuidar do galpão. Durante a noite, o troll ficou bravo, e destruiu o galpão inteiro. A mãe do garoto e a mãe da fada ficaram muito bravas, mas não brigaram com eles. Todas as flores que a fada havia plantado foram destruídas pelo troll. Ela ficou muito magoada com o garoto, por ele não ter levado a sério aquela tarefa. E o garoto, naquela noite, foi até a floresta, buscar lírios iguais aos que haviam sido destruídos, para se desculpar. No dia seguinte, a fada havia ido embora. Mas o garoto não desistiu de se desculpar com ela. – disse Tenten, calma. – Ele era um garoto muito importante. E embora ele errasse às vezes, ele nunca desistia de tentar.

Todos eles olharam Tenten sem entender nada. Exceto um. Neji.

- Tenten está certa. Tem que existir algum meio de sairmos daqui. – disse ele, olhando para o teto.

- Nós temos que pensar em algo que não seja óbvio... – disse Ino.

- Algo que não seja óbvio... O óbvio seria água contra fogo... Algo não convencional é fogo contra o fogo. – disse Sakura.

- Fogo contra fogo, que coisa patética. Todos sabemos que água é o elemento natural oposto do fogo! Deixe de ser burra, Sakura! – desdenhou Sasuke.

- Hinata, jogue um pouco de água na grade. Mas, se afastem todos primeiro, se acontecer o que eu penso, é perigoso ficar perto.

Encostaram-se todos na parede, inclusive Hinata. Ela direcionou um feitiço para a grade. A água simplesmente evaporou com o calor.

- Eu não disse? Temari, você vai ter que segurar a grade, e tentar controlá-la. Eu tenho medo de que a magia da grade seja forte demais e você acabe se machucando. – advertiu Sakura.

- Pode deixar, Sakura, eu sei me cuidar. – disse Temari, tocando as barras de fogo da grade, com força.

Minutos depois, começou a sentir desconforto. Fechou os olhos, em sinal de um sentimento de dor, e pressionou com mais força a grade. Shikamaru viu que ela dava pequenos gemidos de dor, e percebeu que estava se machucando.

- Sakura, ela está se machucando! Peça pra ela soltar! – berrou o garoto, em um tom de preocupação.

- Não posso! Esse tipo de ligação é única. Ou Temari consome a grade, ou a grade consome Temari.

Shikamaru calou-se, e encostou-se na parede, pensativo. Começou a pensar em qual de seus irmãos se encaixaria melhor como guerreiro elemental do fogo, já que Orochimaru simplesmente lhes dissera isso.

Seria mesmo verdade? Ou Orochimaru estava caçoando?

Olhou Temari, que estava cada vez mais fraca.

Naruto não seria apropriado. Não era um pensador... Nem Neji, Calmo demais. Sasuke e Gaara eram frios, raramente demonstravam emoções. Desta maneira, o único que sobrava era... ele.

Realmente, pensou ele, houve momentos em sua vida, em que ele parecia ser dominado por um espírito impulsivo, e agia sem pensar. Kurenai uma vez dissera: “Sabe, Shika, às vezes esse seu humor me assusta. Lembra-me o fogo. Queimando as minhas certezas de mãe.”. Olhou novamente para Temari, que agora possuía grossas lágrimas insistindo em escorrer pelo rosto.

Ele não soube o que foi. Se fora desespero, raiva, preocupação. Só viu que, no instante seguinte, segurava fortemente as mãos de Temari, e que as mãos dela ainda se apoiavam na grade. Ela não tardou a perceber.

- Solte as minhas mãos, Shikamaru, você vai se queimar.

- Eu não vou me queimar. Você sabe que não.

Temari levantou a cabeça, abriu os olhos e olhou no fundo dos olhos negros dele. Admirou-se.

- Vejo o fogo em seus olhos...

Ele sorriu. Ela via. Então era verdade.

- Mas mesmo assim, Shikamaru, solte minha mão. Você vai acabar se machucando por pouca coisa.

- Eu já falei que não.

Ele segurou com mais força. Todos no calabouço olhavam pra ele e Temari, sem entender nada. Instantes depois, a grade se desmaterializou. Temari caiu de joelhos no chão, e ele se abaixou para ampará-la.

- Eu não disse. Ter um cérebro as vezes ajuda, fadinha.

Ele sorriu e ajudou Temari a se levantar. Uma esfera brilhante alaranjada pairava no ar, no meio do calabouço. Os outros oito adolescentes olhavam para ela pasmos.

- Vocês são as pás de feitiços aqui. Sabem o que é isso? – perguntou Gaara.

- Não faço a mínima idéia. Veja, Shikamaru, está indo em sua direção. Sugiro que toque nela, deve ser pra você. – disse Hinata.

Shikamaru fez uma cara desconfiada, se recusando a se aproximar um centímetro sequer da esfera.

- Se é com isso que se preocupa, não precisa. Não é magia negra. – disse Tenten.

Shikamaru tocou a esfera devagar, e ela começou a se dissipar. Em seu lugar, apareceu uma espada, que pousou nas mãos dele. As garotas ficaram boquiabertas.

- Pela cara de vocês, devem saber o que é isto, não? – perguntou Shikamaru.

- Sim... É uma das armas dos guerreiros elementais. As deusas nos contaram sobre elas uma vez, e nos disseram que estavam desaparecidas a um bom tempo, e ninguém sabia como encontrá-las. As deusas nos falaram também que talvez fosse preciso que uma grande prova de alguma virtude fosse apresentada para que a arma pudesse ser usada pelo seu verdadeiro dono. Pelo visto, Shikamaru deve ser um dos guerreiros elementais, e ao ajudar Temari, demonstrou alguma das virtudes nobres, para conseguir obter a espada.

- Bom, já que Shika é um dos guerreiros, nós também somos, não somos? Somos irmãos dele! – disse Naruto, empolgado.

- Talvez sim, talvez não. Tudo isso depende de muita coisa. Mas, vamos sair logo daqui. Orochimaru deve estar aprontando, e nós devemos pará-lo, é nossa obrigação. Já é tarde pra desistir. – disse Ino, suspirando.

Todos assentiram, e passaram pela porta, e desceram várias escadas. Saíram por outra porta, e acabaram parando no bosque. O dia estava amanhecendo, e não tinham nenhuma pista de Orochimaru. O que poderiam fazer?

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brigado por todas as reviewls, e continuem mandando