Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 24
Conheço Você?


Notas iniciais do capítulo

apreciem o capítulo!



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Três dias tranquilos se passaram enquanto Rosemarie tentava se readaptar as normas e regras de viver debaixo do mesmo teto que sua mãe Janine, mas embora fosse uma missão aparentemente simples para as duas, não era nada fácil. Mãe e filha sempre tiveram pensamentos diferentes, e temperamentos idênticos o que impossibilitava as mesmas de chegarem a um acordo fosse sobre o que fosse, e isso acabou gerando certos conflitos entre as duas durante aqueles poucos dias. Então buscando respirar um pouco dos ares de fora da residência Hathaway, Rose deu uma escapadela sem que a mãe autorizasse e se dirigiu rumo ao antigo apartamento que ainda era seu e da amiga Lissa. Assim que a loura abriu a porta deu de encontro com uma Rose bastante indignada.

- Oi Rose! –disse Lissa logo vendo a amiga avançando apartamento adentro.

- Me atropela Lissa, eu imploro. –dizia Rose bufando enquanto se jogava no sofá.

- O que foi? –riu a amiga já imaginando da tragédia que se passava.

- Janine, ela está me deixando louca. –Rose dizia erguendo as mãos pra cima.

- Pensei que você já fosse! –debochou.

- Engraçado. –Rose sentou-se e colocou o cotovelo no encosto encarando a amiga.

- O que foi dessa vez? –disse andando até o sofá e sentando-se no mesmo encosto.

- Janine acha que eu não sei mais andar sozinha na rua, todo lugar que eu decido ir ela quer que eu chame Adrian pra ir comigo.

- Ué, mas ele é seu namorado não é? Você não vivia reclamando que ele não tinha tempo pra você, que tava sempre viajando?

- É, mas isso foi antes. –bufou ela sentando-se voltada para a mesinha.

- Como assim? Você enjoou do Adrian?

- Não, não é nada com o Adrian é que... –ela encarou a amiga que fez a volta no sofá e se sentou na outra poltrona. – Eu sei lá, ele tá diferente, não é mais a mesma coisa.

- Só tem três dias que você saiu daquele hospital, tá estranhando só isso.

- Não, é mais do que isso, é como se eu não conhecesse o Adrian. Ele parece o oposto de tudo que eu achava antes. –ela se levantou. – Eu não sei explicar, mas algo mudou.

- Você ainda gosta dele não gosta?

- Claro que gosto, mas... De um jeito diferente, mais fraco.

- É normal você está confusa, talvez só precise de mais um tempo.

- É o que ele diz.

- Vocês conversaram sobre isso?

- Sim, ele disse que eu parecia distante e então eu falei.

- E o que ele achou disso?

- Não sei, ele pareceu estranho como eu disse, como se não fosse o mesmo.

- Nós quase perdemos você Rose, é normal que ainda exista certa polidez no tratar...

- Polidez? –a morena cruzou os braços. – Se tem uma coisa que Adrian nunca foi é polido. Sempre agiu de qualquer jeito, falava o que pensava, e agora age como se tivesse me ofendendo com tudo que diz. Tá chato, tá grudento, tá me irritando.

- Eu não entendo você Rose! –riu Lissa. – Quando você tinha o Adrian distante queria ele perto, agora que tem isso, quer ele longe?

- Vai ver que eu gostava mais dele justo por isso.

- Como eu disse... Você é doida. –Lissa se levantou. – Quer comer alguma coisa?

- Quero, mas não aqui, ou logo Adrian bate naquela porta a mando da tenente com quem divido moradia. Vamos dar um pulo em uma lanchonete qualquer e comer besteira por que há séculos Janine não me deixa comer porcaria.

- E nós sabemos como você adora uma! –riu Lissa.

- Por isso que você é a minha melhor amiga loira de farmácia! –debochou Rose. – Vambora!

Lissa fez uma breve corrida pelo apartamento rumo ao quarto onde apanhou uma jaqueta caso demorassem na rua e logo reencontrou Rose no corredor. Ambas desceram pelo elevador do prédio e depois já fora dele, pegaram o caminho da rua por onde vagaram pelas calçadas apenas jogando conversa fora como costumavam fazer sempre.

Mais tarde após um lanche, assim que saíram da lanchonete Rose acabou esbarrando em um homem que passava calmamente pela calçada, e acabou sendo repreendida pela moça que o acompanhava.

- Hey, cuidado por onde anda. –disse a mulher de cabelos loiros com expressão zangada.

- Me perdoe, por favor, eu não o vi. –Rose implorou as desculpas da moça, e do senhor que ela acabara de atropelar.

- Tudo bem! –sorriu o bom homem de aparência idosa. – Foi um prazer.

- Ah vovô. –a moça loira sorriu enquanto segurava o braço do idoso.

- O prazer foi todo meu. –Rose sorriu amigavelmente segurando a mão do homem.

- Não liga pra ele, nem parece que acabou de sair de um hospital e já está flertando com as moças não é senhor Glover. –disse a neta.

- Glover? –Rose franziu a testa curiosa. – Engraçado, eu acho que já ouvi esse nome antes.

- Deve ser por causa das empresas Glover, mas não temos nenhuma ligação com as mesmas. –respondeu a moça.

- Ah, deve ser. –concluiu Rose ainda não satisfeita. – Você disse que ele saiu de um hospital.

- Sim, do St. Vladimir. Ele passou por uma operação, nada sério, mas houve complicações. Mesmo assim por sorte ele estava nas mãos de um bom médico.

- Eu estive no St. Vladimir recentemente. –disse Rose.

- Você faz trabalhos comunitários lá? –questionou a moça.

- Ah não. Seria maravilhoso, mas não. Eu estive internada por um tempo.

- Oh, e qual era o seu caso?

- Coma.

- Oh. –a mulher fez uma expressão triste. – Sinto muito, mas que ótimo que você está bem!

- Ela também teve sorte de cair nas mãos de um bom médico. –disse Lissa.

- O doutor Belikov era um ótimo rapaz, e muito educado. –disse o senhor Glover. – Um bom rapaz, sem duvida.

- Belikov? –se manifestou Lissa tocando o braço de Rose. – Não era esse o sobrenome do seu médico Rose?

- Parece que sim. –ela riu sentindo um nervoso sem saber o motivo. – Parece que temos algo em comum senhor Glover.

- Como você se chama? –ele perguntou.

- Rose vovô não ouviu a moça acabar de dizer? –riu a neta.

- Ah, minha cabeça já não funciona muito bem como antes.

- Parece que o doutor Belikov não pode fazer milagres! –seguiu a neta.

- Ele falava muito de você. –continuou o homem.

- Quem? –Rose questionou.

- O doutor Belikov.

- Vovô?

- Sim, eu me lembro do nome. Rose ele sempre falava da linda moça do quarto próximo ao meu.

- É mesmo? –disse Rose tomada pela curiosidade.

- Eu não imaginava que era tão bonita como ele falava. –o senhor sorriu.

- Ora! –sorriu a neta. – Que assanhado.

- Obrigada senhor Glover!

- Rose, nós temos que ir. –disse Lissa.

- Ah, nós também já vamos. –disse a moça loira.

- Nos esbarramos por aí senhor Glover. –se despediu Rose.

- Até logo. –disse a neta logo levando o avô.

- Tenha um bom sábado menina Rosa. –disse o senhor antes de se afastar.

Lissa e Rose logo seguiram rumo ao lado oposto enquanto Rose mantinha uma sensação agradável, e ao mesmo tempo confusa dentro de si. Algo que ele não conseguia simplesmente evitar ou ignorar, pois lhe preencheu de uma maneira aconchegante e calorosa.

- Que simpático não? –sorriu Lissa.

- Um amor. –respondeu Rose.

- Ele ter lembrado de você foi estranho.

- Por quê?

- Seu médico! –Lissa riu de maneira maliciosa. – Que tipo de médico faz elogios do tipo a suas pacientes?

- Ah Lissa, não amola...

- Você viu o cara, ele era um gato.

- É? Você achou? –ela disse em um meio sorriso.

- Achei, você não?

- Chris sabe disso? Dessa sua quedinha por médicos?

- Ah não muda de assunto.

- Não estou. –ela deu uma gargalhada e envolveu o contorno do braço de Lissa. – Vamos logo, eu quero pegar a primeira sessão do filme.


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Notas finais do capítulo

Eu tava sem ideias pra escrever, mas aí me veio em mente uma lembrança sutil que Rose poderia ter. Eu pretendia usar o senhor Glover mais uma vez na fic e pensei, por que não assim? Então aí está, espero que tenham gostado da ideia! OBS: SE QUISEREM ME DAR SUGESTOES SOBRE O PROXIMO ENCONTRO DA ROSE E DIMKA EU ESTOU ACEITANDO! Bjus