Depois da Escuridão escrita por Lucas Alves Serjento


Capítulo 6
Capítulo 5 - Fugitivo




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N/A: Estou repostando a história para corrigir a gramática e fazer leves alterações para tornar a história mais agradável de ler. Espero que gostem.

 

Capítulo 5 – Fugitivo

 

Assim que tocou o chão, Naruto abaixou, evitando por pouco a decapitação por uma espada Anbu. Desviara apenas por reflexo ao sentir o instinto assassino enquanto caía.

Ainda por instinto ele esquivou para a esquerda. Quando percebeu, rasgara o braço de um shinobis. Achou estranho porque não controlou conscientemente o movimento. Alguma coisa o forçara a ficar mais rápido, agindo por instintos.

Quando virou para a direita, viu uma bola de fogo gigante vindo em sua direção. Apoiou a espada no chão, flexionou as pernas e impulsionou o corpo para pular por cima do jutsu. O movimento foi bom e quando ele voltou a cair no chão, olhou em volta e se viu cercado por cerca de trinta máscaras Anbu’s. Era impossível fugir. Ou quase isso.

Sem muita ideia do que fazer, ele ergueu a mão em um selo e sussurrou:

—Kage bunshin no jutsu.

Uma explosão de fumaça aconteceu e vinte clones saltaram de dentro de uma nuvem de fumaça. Graças à experiência ele podia concentrar mais chackra em cada clone, deixando todos eles mais fortes. E quando ele estava preparado para a batalha, os Anbu’s sumiram em nuvens de fumaça. Naruto estranhou, mas continuou onde estava. Tinha certeza de que algo do gênero somente poderia ser uma armadilha e não pretendia se mover antes de entender o que estava acontecendo.

A resposta para aquilo veio em seguida. Naruto sentiu a presença de um ninja e pulou. No mesmo instante uma massa enorme de carne amassou o asfalto onde ele estivera.

—O que é isso? – Naruto perguntou em voz alta, mas não precisou de resposta. Quando recuperou sua postura, viu à sua frente um Chouji retornando à sua forma normal, seguido de Neji, Hinata, Shikamaru, Rock Lee, Tenten, Gai, Kurenai, Kiba, Shino, Kakashi e Ino. Todos eles pareciam prontos para a batalha, à exceção de Kakashi e Ino, que não emitiam qualquer sinal de que avançariam.

—Vão me matar? – Naruto se dirigia a todos aqueles prestes a atacá-lo.

—Tsunade-sama nos escolheu por um motivo. – Neji se colocou à frente. – Para mostrar que a vila está acima de tudo.

—Foi por isso que ninguém me interrompeu quando eu me preparava, não é? Estavam trocando de lugar com os outros Anbu’s. Aqueles que estavam aqui eram apenas clones? Para me atacar caso eu saísse?

—Na verdade, – Kakashi disse. – nós saímos por um momento, então….

—Kakashi. – Kiba olhava maldosamente para Naruto. – Não precisa poupá-lo. É melhor contar logo, para ele saber o que ele está fazendo com Sakura.

—O que aconteceu com a Sakura?

—Olha a educação. – Kiba não respondia a uma pergunta feita sem educação a menos que fosse forçado. Naruto sabia disso e resolveu concentrar chackra nos pés.

Quando Kiba piscou e abriu os olhos, tinha a espada que pertencera a Zabuza colada ao seu pescoço. Os olhos de Naruto estavam ligeiramente cobertos por uma luz vermelha.

—O que aconteceu com ela? – Ele perguntou em um sussurro.

Os outros, ao perceber o acontecido, deram um passo para trás. Ninguém ousaria atacar o Uzumaki. Um movimento errado poderia custar uma cabeça.

—Quer mesmo saber? Eu não faço questão de manter segredo. Ela está desmaiada, mantida por máquinas no hospital. – Ele deu uma meia risada. – Sabe quando ela desmaiou? – Apesar de não responder, Naruto sabia a resposta. – Logo depois conversar com você.

O Uzumaki arregalou os olhos. Eles se tornaram azuis novamente. De repente, o desespero tomou seu peito. Não admitiria que Sakura morresse. Não por sua causa.

Ele se afastou de Kiba. Olhou em volta e percebeu que estava cercado. Até o céu não era uma boa opção, guardado por Sai. Em uma batalha ali, não conseguiria ir embora. Precisava fugir e tentar se acalmar. Apesar de saber que não devia se irritar, sentiu o choque tomando conta de seu corpo. Não conseguiu pensar direito, como se estivesse preso em um cubículo.

Ele não pôde pensar em nada mais que uma frase.

—Me deixem ir.

Só precisava disso: Ir embora. Sentia suas pernas arderem, pedindo para que corresse. Novamente o instinto o dizia o que fazer. E ele obedeceria. Assim que localizou a direção do portão, notou quem estava parado guardando aquele lado: Neji. Estranhamente, era aquele que mais parecia ter acreditado que ele era o culpado desde o início.

O ataque a Kiba lhe dera certa confiança. Ele sentiu que, com algum esforço, poderia atingir a mesma velocidade novamente.

E, depois de um aceno de cabeça, resolveu que era hora de partir. E seu corpo sumiu daquela rua.

*

—O que….?! – Shikamaru estava estupefato. Não pretendia, assim como Ino e Kakashi, machucar Naruto. Mas também não pretendia deixá-lo fugir.

—Parece que ele descobriu sua velocidade. – Kakashi tentou esconder sua alegria pela fuga sem brigas.

—Mas continua previsível. – Neji se adiantou. – Acho que todos nós sabemos onde procurá-lo primeiro.

—Isso é óbvio. – Disse Shikamaru. – Mas se formos agora, talvez não possamos pegá-lo novamente. Ainda mais com aquela velocidade.

—Acho que você está ficando medroso, Shikamaru. – Rock Lee achava que era culpa de Naruto que Sakura estava hospitalizada desde o início. E, depois que ela o rejeitara em seu apartamento, na visão dele, Naruto era o culpado com certeza. – Nós somos fortes também. Não vamos ser derrotados.

—Sabe o que devemos fazer, não sabe Shikamaru? – Neji olhava para Kakashi enquanto falava com Shikamaru.

O gênio do raciocínio lógico de Konoha olhou triste para Ino, antes de confirmar o que o Hyuuga dissera.

—Kakashi. Ino. Não quero que interfiram na luta.

Kakashi não se surpreendeu. Ino esperava que ele pudesse enxergar isso.

—Só…. – Começou o garoto, timidamente. – Tenham cuidado, está bem? Não vão escapar impunes se o deixarem fugir. Sabem disso.

Ino olhou Shikamaru com desgosto. Não pensava em Sasuke como antes, por isso sua morte não lhe gerou tanta opressão quanto gerou a Sakura. Por isso não tinha raiva de Naruto e pensava com clareza, chegando a duas conclusões possíveis: Naruto era culpado e estava virando um louco descontrolado. Ou então ele estava dizendo a verdade e era inocente.

Ela achou que era mais fácil acreditar no Uzumaki. Não quis acreditar que alguém que conhecia ficaria…. Mal. Sasuke ter feito isso já era mais do que deveria.

Shikamaru sentia nervosismo. Fechou os olhos e abriu-os em seguida, fixando-os em Kakashi. Parecia ter descoberto algo.

—Isso pode não dar certo, Kakashi. – Disse. – Em alguns casos, a companhia não é muito bem-vinda.

—Você, felizmente, não sabe de tudo, Shikamaru. – Disse o jounin. – Isso não foi definido.

—Vamos logo, gente. – Disse Tenten. A garota estava indecisa se acreditava ou não no Uzumaki. No momento, decidiu se juntar ao restante de seu time e não discutir a decisão dos demais. No que dizia no respeito de Rock Lee e Neji, Naruto era culpado. Gai parecia não estar decidido, mas também não estava distante da opinião dos dois.

—Tenten está certa. – Disse Neji. – Se não nos apressarmos, talvez não o alcancemos a tempo.

—Vamos, gente. – Disse Gai. Anormalmente, ele estava sério. Parecia em profunda concentração o tempo todo.

Quem deu o primeiro salto foi Kurenai. Kakashi e Ino continuaram no grupo. Não pareciam tensionados a se separar.

—Mas, afinal de contas, onde Naruto foi? – Perguntou Rock Lee, apenas acompanhando os outros, assim como Kiba e Chouji.

—Acho que depois do que o Kiba disse, é meio que óbvio. – Respondeu Shikamaru. – Ele está no hospital.

A mente de Rock Lee entrou em alerta. Só tinha uma pessoa a procurar no hospital agora.

*

Naruto aproveitou da velocidade para driblar a pouca segurança do hospital e chegar às janelas dos quartos do andar superior. Em suas veias, a adrenalina pulsava e ele sentia o suor escorrendo em sua testa. O cansaço começou demonstrava levíssimos sinais e o peso da grande espada em suas costas iniciava uma pressão em sua resistência física. Ao encontrar a janela que procurava, ele olhou para dentro do quarto. Em seus olhos, as lágrimas eram contidas à base de muito esforço.

—Eu sei que você não vai me perdoar. Mas achei que deveria ao menos pensar na minha versão sobre o que aconteceu antes disso.

Ela não estava escutando. Ele sabia disso. Sem saber o estado dela, em sua mente tudo poderia ser muito grave. Tudo o que ele sabia era que ela corria perigo por sua causa, como consequência tão somente de sua existência. Uma existência vista por todos em Konoha da mesma maneira: Como a existência de um monstro.

—Eu jamais mentiria para você sobre algo dessa importância. Nunca fiz isso antes também. – Ele cerrou seus punhos. – Se eu soubesse o que essa situação te faria parar aqui, contaria a você. Contaria a todos. Jamais esconderia o fato de virar um…. – A palavra a ser dita enroscava em sua garganta. Era impossível admitir aquilo como uma verdade.

—Você não deveria ficar tão ansioso para partir, Naruto. – Uma voz feminina, há alguma distância, o retirou de suas reflexões. Seria impossível não reconhecê-la, independente de seu estado de espírito. Gritos e conselhos vieram por aquela voz. Era a Hokage em pessoa quem viera atrás dele.

Ele se segurou para não desesperar. Lutara contra ela somente uma vez, há muito tempo e ainda não esquecera a humilhação pela qual passou na ocasião. Voltou a olhar para a cama de hospital no quarto. Precisava se despedir de Sakura.

E, ao olhar ali, encontrou-a vazia. Assustou-se. Distraíra-se por um segundo e não viu novamente. Procurou-a por um segundo e encontrou-a em pé ao lado de sua cabeceira, acordada. Aparentemente, escutara tudo o que ele dissera. Estava com um rosto estranho, como se nunca tivesse o visto.

—Adeus, Sakura. – Ele precisava pular para fora do prédio.

—Acha mesmo que vai fugir?

Ele a olhou com um rosto sem expressão. O tom agressivo de sua voz ainda o machucava.

—Não saberemos até eu tentar, Sakura.

Ele pulou da janela para o espaço vazio ao lado do prédio. Ao cair no chão, percebeu que sua oponente esperava que ele se recuperasse. Sua expressão deixou claro que não queria lutar e aquela espera era apenas um meio de protelar o inevitável.

Depois de cair, ele flexionou os joelhos e ficou em pé. Olhou para o rosto dela e não conseguiu sorrir. Sentiu vergonha do que estava fazendo. Era o maior dos vigaristas. Sentiu que a única pessoa que não imaginou que ele faria isso fosse ela. Por quê? Como ela era confiava tão cegamente nele a ponto de achar que não tentaria fugir de uma prisão?

—Parece que você nunca faz nada direito, não é? – Ela perguntou.

Ele deu de ombros.

—Acho que a prisão não é o meu lugar.

—Não era pra ser assim. – Apesar de estar sozinha, ela sabia que outros se aproximavam.

—Infelizmente, Tsunade-sama, parece para mim que era exatamente assim que tinha de ser.

A Hokage pressentiu que aquelas palavras abrangiam muito. Mas não entendeu seu significado antes de perceber uma das fontes de chackra mais próximas. Ao olhar para a direita, viu Sakura saindo de um estreito corredor de saída do hospital. Olhou para a esquerda e viu ninjas sobre as árvores.

—Acho que eu sou muito azarado. – A tristeza na voz do Uzumaki era perceptível. – Por que tinha que ser logo vocês?

—Não fuja. – Tsunade estava ao ponto de implorando. – Não nos faça te atacar. Por favor.

—Você está tentando ser racional, baa-san. E infelizmente eu não nasci para ser muito racional.

Ele ficou parado, mas não precisaria se mexer. Neji, Rock Lee e Kiba pularam para cima dele.

Estava começando. Quisessem eles ou não.

Fim do capítulo 5

*


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