Boo! Um Fantasma Em Minha Vida escrita por kanny


Capítulo 19
Bônus POV Edward


Notas iniciais do capítulo

Oi, demorei, muito! Tem um mês, mas eu não tive como postar antes, eu juro. Em compensação o capítulo ficou ENORME. Incrivelmente grande. E é isso, não sei se ficou como teria que ficar, mas pra quem começou sem saber até onde ia, eu até que fui bem longe rsrs. Espero que gostem, beijos e até a próxima.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/396926/chapter/19

POV EDWARD

Eu não sentia nada. Absolutamente nada. Estava perdido, sabia que era uma escola por ver todos com seus cadernos e livros para cima e para baixo. As moças com suas minúsculas saias e meias três quartos, a parte de cima, que era a mais comportada, uma espécie de blazer preto com gravata bem fina listrada no que parecia ser as cores da escola, preto, branco e vermelho. Cada uma, de sua maneira, modificava o bendito uniforme, uns sendo tão curtos que eu quase poderia ver o que não era pra ser visto.

Os rapazes se vestiam praticamente da mesma maneira, mas ao invés de saias, o que é óbvio, usavam calças pretas. Pelo que eu podia ver eu estava vestido de maneira igual. Nenhuma das vidraças que eu olhei até então consegui ver meu reflexo, e isso era no mínimo esquisito.

_ Olá? Você poderia me dizer que horas são? – perguntei a uma menina que estava sentada em um banco de cimento do lado de fora da escola, no que eu definiria como um pátio. Muitas árvores, banco de madeira e cimento. Mesas estilo piquenique.

A garota não me respondeu. Na verdade nem sequer olhou para mim, era como se eu não estivesse ali. Tentei com dezenas de outras pessoas e absolutamente nada. Ninguém parecia me ver ou me ouvir. Os dias foram se passando e inexplicavelmente eu não dormia. Apenas vagava por aí, mas sempre voltava para a escola. Se eu de repente apareci lá foi por alguma razão.

Eu não sentia fome, não sentia sono ou cansaço. Ninguém havia falado comigo nos últimos dias. Às vezes eu meio que sumia para mim também, o que era bem estranho. Ora eu estava sentado em um dos bancos do pátio da escola, ora eu não estava em lugar nenhum.

Os dias se passaram iguais. Eu já não tentava mais entrar em contato com ninguém daquele lugar, ou de qualquer outro. Parecia apenas que eu não existia. Depois de dias sem ter absolutamente nada para fazer, comecei a assistir as aulas. Já que minhas funções eram bastante limitadas pelo menos eu poderia ter alguma distração.

Em um dia qualquer entrei em uma sala do segundo ano. Mas que mais parecia o jardim de infância com todos aqueles adolescentes rindo como hienas no cio e jogando bolinhas papel uns nos outros.

Logo a sala pareceu cair em um profundo silêncio. Uma garota, a criatura mais linda que eu já tinha visto até então entrava a passos lentos na sala. Todos a sua volta falavam palavras de apoio ou lhe lançavam olhares piedosos. Mas da mesma maneira que pararam a bagunça, retomaram.

A garota continuava andando. Não devia ter mais de um metro e sessenta. Era magra e tinha a pele muito branca. Seus olhos eram num intenso chocolate derretido que me tiraria o fôlego, se eu tivesse um no momento. Seus longos cabelos castanho-avermelhados emolduravam seu delicado rosto e suas bochechas rosadas só davam um toque especial. Ela não havia me visto, o que era óbvio, ninguém me via. Ela calmamente sentou-se na carteira ao lado da que eu estava sentado no fundo da sala.

Alguns minutos se passaram e ela estava completamente absorta rabiscando nada especifico em seu caderno. Um barulho em uma cadeira ao lado me tirou a atenção. Era apenas um moleque sentando-se de qualquer maneira desajeitada.

_ Você é novo aqui? – uma voz feminina e muito bonita, suave eu diria, perguntou. Fiquei completamente atônito. Ela estaria falando comigo. Olhei fixamente para ela, e sim parecia que era comigo, não havia ninguém muito perto o suficiente de nós.

_ Você pode me ver? – perguntei apenas para confirmar. Provavelmente eu estaria errado e ela apenas falava com alguma outra pessoa.

_ Claro que sim, por que, não deveria? – ela perguntou de uma maneira quase petulante. Me aproximei dela, intrigado e um tanto quanto desesperado. Ela me via, não sei como, mas ela me via.

_ Não. Por que eu estou morto. – falei aquelas palavras meio que sem pensar. Não sabia exatamente se estava morto, mas que outra explicação teria para eu não ser visto por ninguém, atravessar paredes e não me lembrar de nada da minha vida?!

Mal consegui completar meu raciocínio e a vi cair no chão desacordada. Bom trabalho Edward, pensei comigo mesmo, A garota te vê e você causa um ataque nela. Joinha pra você. Me aproximei dela, mas como das outras vezes que tentei tocar em algo ou alguém, não consegui. Gritar por ajuda também não surtiria efeito.

Para minha felicidade uma garota viu a garota no chão da sala e gritou por socorro. Logo um rapaz alto que estava brincando na porta da sala com os demais alunos veio socorrê-la. Ele a pegou nos braços e a levou as pressas para a enfermaria chamando a atenção de professores e alunos pelos corredores.

Na enfermaria, uma senhora de meia idade e de cabelo horroroso a atendeu. Verificou sua pressão, que pelo que vi estava um pouco baixa. Ela pediu que as demais pessoas fossem embora para suas salas e que deixasse a garota descansar.

Ela respirava normalmente. A enfermeira abriu uma das janelas da pequena enfermaria para que entrasse mais ar. Outra senhora, um pouco mais nova que a enfermeira entrou na sala. Ela vestia-se elegantemente e a passos rápidos foi até perto da enfermeira.

_ Carly, como ela está? – ela perguntou para a enfermeira, de nome horroroso só pra combinar com o cabelo.

_ Ela está bem. Foi só uma queda de pressão. – a tal Carly disse. Vi um vulto se mexendo em minhas costas. Eu estava de costas para a garota que estava deitada na maca. Deixei as duas mulheres conversando e fui até perto da garota. Seus bonitos cílios estavam tremendo, ela estava acordada.

_ Dá pra acordar de uma vez, eu estou vendo seus olhos piscando. – falei bem próximo a ela.

_ Larga do meu pé garoto chato! – ela resmungou ainda de olhos fechados. Chato, eu?!

_ Primeiro, eu não sou nenhum garoto. Segundo, eu largaria se eu pudesse pegar! – eu disse falando um pouco mais alto. Não sei por que, mas odiava ser chamado de garoto.

_ Bella? Que bom que acordou! - a voz que eu reconheci ser da enfermeira da escola falou. _ Sente alguma dor?

_ Não. Só esse cara chato que não para de falar no meu ouvido.

_ Que cara?

Não escutei mais nada, de repente eu não estava mais na enfermaria. Na verdade não me sentia em lugar nenhum. Apenas estava lá, onde quer que esse lá fosse. Eu queria voltar para perto da garota, falar com ela, entender por que ela me via. Não sei quanto tempo se passou. Mas de repente eu estava em um lugar desconhecido. Era um quarto, muito bem decorado. O quarto apesar de ser branco com azul parecia ser bem feminino. A cama alta coberta por um lençol rosa ou salmão, sei lá, era cheio de bicos e frescurinhas femininas. Deitei-me na cama e fiquei lá. Pelo menos o lugar era melhor do que o que eu estava a pouco tempo. Escutei alguns passos vindo em direção ao quarto. A maçaneta foi girada e para minha surpresa era a garota de olhos chocolate. Ela tinha uma aparência um pouco cansada, mas parecia bem.

Quando me viu levou um grande susto. E logo fechou a cara.

_ O que faz aqui? Como você conseguiu entrar nessa casa? – perguntou parecendo assustada.

_ Não sei. Apenas queria te ver e apareci aqui a poucos segundos. – Eu disse mexendo nas almofadas de cima da cama. _ Bonito quarto.

_ Saia imediatamente, caso contrário irei gritar. – ela me ameaçou. Achei até engraçado. Ela passaria por louca gritando sozinha em seu quarto.

_ Ótimo, vá em frente grite! AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Berrei. Ela tapou os ouvidos. _ Ninguém me escuta! Eu já falei. Sou invisível para as outras pessoas.

Sem acreditar ela abriu a porta do quarto e colocou apenas a cabeça do lado de fora. Provavelmente para chegar se alguém tinha ouvido os meus gritos.

_ Eu já disse. Estou morto. Há dias tento chamar atenção ou falar com alguém, mas ninguém nunca me vê. Então aparece você, e está aí conversando comigo. Você precisa me ajudar. – falei rapidamente.

_ Acho que vou desmaiar de novo. – ela disse teatralmente sentando-se na cama. _ Ok, supondo que seja verdade, que ninguém te veja e que você esteja morto, por que eu? Não te conheço, não sei do seu passado, nunca falei com gente morta, e se fosse pra falar não seria com você, e provavelmente estou ficando louca. Ou pode ser efeito de desidratação ou anemia. Não tenho comido bem esses dias. Deve ser isso, tem que ser isso!

Revirei os olhos com seu momento divagando em pensamentos. Ela era tão linda, mas muito grossa.

_ Eu também preferia que fosse outra pessoa. De preferência um pouco mais simpática, mas de alguma maneira só você me vê. – disse a alfinetando e adorei ver sua carinha raivosa.

_ E como você sabe que está morto, supondo que seja verdade. – ela perguntou ainda não convencida.

Levantei sem falar absolutamente nada e o mais teatralmente que consegui atravessei a cama com o meu corpo ou espírito.

_ Isso responde? Que eu saiba pessoas vivas não atravessam as coisas, elas tropeçam nas coisas! - disse voltando a me deitar na cama.

_ Oh, Deus! Preciso de um médico. – ela disse deitando-se na cama. Sua camisa da farda ficou mais colada ao corpo mostrando o desenho de suas curvas, inexplicavelmente prestei atenção nos seus seios marcados pelo fino tecido. Mas logo me recuperei, precisava lhe dar uma resposta. Eu precisava dela.

_ E eu de ajuda.

_ Que tipo de ajuda? O que você quer de mim para deixar de me assombrar garoto? – fiz um muxoxo.

_ Para de me chamar de garoto! E eu não sei. Não sei nada sobre mim. Sei apenas que uma hora eu não estava em lugar nenhum, e de repente estava naquela escola. Me parecia familiar, mas não consigo lembrar. Não sei meu nome, ou do que eu morri. Se tenho uma mãe chorando por mim, ou se também morreram. Deu pra entender. Eu preciso saber que eu sou!

_ E como eu vou te ajudar? Eu não te conhecia, e você não sabe seu nome.

_ Ah, isso eu não sei. Mas você é a única que me vê, se não me ajudar vou te assombrar para sempre. – o que não seria má ideia. Pelo menos ela é bonita. Não seria de todo ruim.

Ficamos um tempo conversando, mas sem falar de nada especifico.

_ Tem certeza que você não prefere ajuda de um padre, ou um exorcista?

_ Tenho. Já é a terceira vez que você me pergunta isso. - eu disse já de saco cheio da mesma pergunta. Eu não sou uma alma penada, apenas não sei o que sou. Ela me encarava de uma forma intensa, parecia me analisar. Mas logo ela quebrou a ligação entre nossos olhares, voltando sua atenção para tela do computador.

_ E como você sabe?

_ Bella? - Esme batia na porta do quarto.

_ Ela não pode me ver. – falei voltando minha atenção para a tela do computador. _ Vai deixar ela o dia todo na porta?

Elas conversaram um pouco, mas eu não prestei lá muita atenção. Depois a ouvi falando ao telefone. Parecia ser algo de um trabalho que ela tinha perdido. Não estava prestando muita atenção, de novo, mas quando ela falou Edward meu mundo meio que parou. Senti algo, um calor. Nessa condição eu não havia sentido nada. Mas só de escutar o nome Edward algo se acendeu dentro de mim.

_ O que foi criatura?! Você me encarou de um jeito medonho – escutei ela falar.

_ Eu senti uma coisa. – eu disse colocando minha mão no meu coração. Claro que não tinha um coração batendo ali, eu já tinha conferido isso.

_ O que? Alguma luz tá vindo te buscar, ou o cão do inferno? Se for isso...

_ Não. Edward.

_ O que? O cara do meu trabalho de história?

_ Acho que era meu nome.

_ Sério!? Edward de quê? – ela correu de volta para o PC e começou a digitar rapidamente.

_ Não sei. – ela começou a procurar por Edward’s, mas realmente havia milhares de Edward’s pelo mundo.

_ Cansei. Sinto muito mais por hoje eu não faço mais nada por você. – Ela disse. _ Pensando bem, não sei nem por que eu estou te ajudando garoto.

_ Já falei pra não me chamar de garoto. Menina chata. – falei achando graça na cara bravinha que ela fez.

_ Você não consegue falar o meu nome? Hein? – ela perguntou emburrada.

_ Não sei o seu nome. - eu disse dando de ombros. _ Você não me disse.

_ Isabella Swan. Pronto agora sabe. – ela disse indo até o banheiro _ Meu Deus, agora eu estou me apresentando para um fantasma. Por que é mesmo que eu estou te dando atenção. Será que isso é um pesadelo? Olha, por que se for eu quero acordar bem rápido, por que já cansei.

_ Ha ha. – fingi uma risada. Mas por dentro até que eu estava rindo.

Ela entrou no banheiro e eu fiquei pensando enquanto ouvia a água caindo no chão do banheiro. Fiquei pensando em algo que pudesse facilitar encontrar alguma coisa sobre mim e minha vida. De supetão atravessei a porta e entrei no banheiro para falar com ela. Mas me surpreendi por ter esquecido que ela estava no banho. Vendo-a nua de costas pelo vidro embaçado, se eu pudesse ruborizar, garanto que já estaria vermelho quase roxo. Mas não me movi. Ela desligou o chuveiro e virou-se. Vi seu corpo nu, ou pelo menos a parte que o embaço no box permitia. Ela limpou o vidro e me encarou gritando.

_ AHHHHHHH! Filho da puta! Que susto! – Ela gritou tampando o que pode com minhas mãos. _ O que você tá fazendo aqui? Sai daqui. Agora!

_ Calma estressadinha. Já estou saindo. - despareci no mesmo instante. Mas sua imagem tomando banho não saia de minha mente.

Fiquei um tempo vagando por aí. Mas estava tudo muito chato. Aquela garota era muito mais interessante. Resolvi voltar para a casa dela. Não sabia muito bem como funcionava isso, mas toda vez que eu pensava em alguém ou em algum lugar eu aparecia lá imediatamente.

Apareci atrás da cadeira de um senhor loiro de meia idade. Assim que apareci Isabella cuspiu todo o suco que bebia e ainda ficando entalada, a cena não podia ficar pior.

_ Bella?! – Um rapaz do tamanho de ma montanha começou a dar tapinhas nas costas dela enquanto a garota de cabelos espetados abanava com um guardanapo.

Eu ria de sua cara enquanto ela tentava inutilmente me fuzilar com o olhar, falhando obviamente.

_ Tá tudo bem, passou. Desculpem, vou levar o prato na pia e depois vou para o meu quarto, minha cabeça está doendo um pouco.

_ Claro Bella, descanse. Boa noite. – O homem loiro disse.

Ela foi à cozinha e depois subiu ao quarto. Deitando com tudo em sua cama. Ela mal reparou que eu também estava no quarto.

_ Amigos imaginários são para crianças na pré-escola. Então por que comigo? – choramingou.

_ Olha, não sou expert nesse assunto, mas eu não sou amigo imaginário de ninguém, muito menos o seu. – falei só para deixá-la mais irritada.

Ela me jogou um de seus travesseiros que me atravessou chicoteando na parede. Não sei por que, mas senti vontade de pegar o travesseiro, talvez saber como ela cheirava. Aff, que absurdo!

A encarei deitada naquela cama, seu olhar perdido em um porta retratos onde um casal sorria para a foto. Vi algumas lágrimas suas caindo pela lateral de seu rosto. Aquilo me incomodou mais do que deveria. Mas não podia me passar por sensível.

_ Tá chorando por que garota chata?.

_ Não estou chorando. Acho que morrer acabou com sua vista. – falou teimosa se aconchegando mais na cama.

_ São seus pais? – perguntei depois de ver certa semelhança entre eles e ela. Fui para seu lado na cama na mesma hora que ela olhou para onde eu estava anteriormente _ Onde eles estão? – ela me encarava, parecia me analisar.

_ Você que deveria saber. Eles também morreram. – ela disse e eu fiquei triste por ela. Ela era tão linda, não deveria chorar.

_ Sinto muito. Eu não fazia ideia. – disse sinceramente.

_ Sabe, por que você hein? Por que eu não poderia ver meus pais? É deles que eu sinto falta, eles não se despediram de mim. Eles não tinham o direito de morrer. – ela disse chorando. Senti vontade de confortá-la, lhe abraçar e dizer que estava tudo ficaria bem.

_ Eu não sei Bella. Não sei por que só você me vê. Mas quando eu não estou com você parece que não estou em lugar algum. Fico só. – falei o que havia em mim. Saber que alguém podia me ver e falar comigo me encheu de esperanças e ao mesmo tempo me fez reparar o quanto eu estava sozinho.

_ Você me chamou de Bella. – ela disse quase como um sussurro. Antes de cair no sono.

Fiquei ali, velando seu sono. Seus cabelos espalhados por sua face e travesseiros. Sua pele parecia ser tão macia. Eu queria saber quem eu sou, do por que estou assim. Na verdade queria mais ainda estar vivo, poder me lembrar do meu passado. Será que meus pais estariam vivos? Eu era amado por eles? Será que tinha uma namorada? Será que ela era tão linda quanto Bella? Coloquei esses pensamentos de lado. Mas fiquei ali, a noite toda, olhando-a dormir. Tão serena...

De manhã, assim que ela começou a se mexer para acordar, até nisso graciosa, sumi um pouco para lhe dar privacidade. Não sei por que, de novo, mas as imagens dela nua invadiram minha mente vez ou outra durante a noite. Me trazendo uma sensação estranha. Ela era estranha, humpf.

Quando achei que já era tempo suficiente para ela, acho que não passou nem dez minutos, mas e daí. Voltei para seu quarto e me surpreendi vendo-a dançar. Ela parecia feliz, mas não dançava muito bem, e ainda assim era graciosa.

_ Você não dança muito bem. – falei.

_ Ahhhh! Já não basta está morto, quer me matar também mau agouro? – ela disse irritada.

_ Ofendeu! – fingi estar ofendido. Joguei-me em sua cama. _ Então o que nós vamos fazer hoje?

_ Você eu não sei, mas eu vou pra escola. – ela disse.

_ Você ficou de me ajudar a descobrir quem eu sou. – protestei.

_ Aff. Depois da escola nós vemos isso. Agora some que eu vou tomar banho para ir para a escola, e faça o favor de ficar bem longe e não me espionar enquanto tomo banho. Seu tarado! – eu quase gargalhei da carinha fofa que ela fez. Mas me contive.

_ Ah Belinha, só uma espiadinha vai. - fiz um biquinho tentando comovê-la. Suas bochechas coraram.

_ Não faça essa cara de cachorro pidão. E some logo, vai, vai, vai! – ela disse trancando-se no banheiro, eu apenas ri.

_ Você está bonita. – eu disse quando ela estava se arrumando.

_ Quando foi que você me viu feia? – ela disse brincando.

_ Não te conheço há muito tempo, não posso dizer. – entrei na brincadeira.

_ Ora seu.... aff! Depois da escola tava pensando em a gente ir até o cemitério procurar sua tumba, o que você acha?

_ É um começo. Mas vai saber se eu sou daqui?! Isso é tão irritante não saber quem é, de onde veio e por que só você me vê. Você deve ter problemas psicológicos, já pensou nisso?

_ Ha Ha, sim. Já pensei, e ainda ando considerando ir a um psicólogo ou psiquiatra, ou quem sabe a igreja.

_ Engraçadinha. Vou com você para a escola. Só pra constar.

_ Tudo bem. Mas olha lá hein. Não vai ficar me assombrando.

_ Bella, você tá pronta? Mamãe está chamando para tomar café. – a menina de cabelos espetados falou do outro lado da porta.

_ Já vou descer Alice.

Ficamos conversando por todo o dia. Eu sempre encontrava algo para deixá-la irritada. Depois da escola fomos para o cemitério da cidade procurar pelo meu tumulo. Bella passou por uma floricultura levando camélias para o tumulo de seus pais. Ela ficou um pouco triste como era de se esperar. Mas com minha lábia consegui fazê-la rir um pouco enquanto procurávamos meu tumulo, que coisa estranha pra se dizer.

_ Edward eu não sei você, mas eu estou cansada garoto! – ela disse sentando-se em um dos tumulos.

_ Mas nós nem vimos todos os túmulos ainda Isabella. E não me chama de garoto. – falei. Era uma coisa que me irritava ser chamado de garoto.

_ Vá você então procurar. Eu estou viva e cansada agora. Sabe-se lá Deus quantos raios de defuntos tem nessa droga de cemitério. – ela meio que gritou chamando atenção de algumas pessoas. _ Tá vendo?! Tou pagando de louca por sua causa.

Revirei meus olhos e me distanciei dela procurando por algo familiar. Andei por entre as covas sem sucesso em minha procura. Quando já estava bem tarde fui até o tumulo onde deixei Isabella, e pra variar ela não estava. Pensei nela e em como eu queria estar perto dela naquele momento. Parei em seu quarto, ela dormia. Sua bunda coberta por um short curto apontava em minha direção e eu sem perceber fiquei encarando.

_ Dá pra parar de me encarar. – ela disse me assustando, que irônico, e sentou-se na cama.

_ Grossa! – falei, e ela me olhou de um jeito estranho.

_ Demorou. E aí, achou sua tumba?

_ Não. Olhei todos os túmulos daquele cemitério, e nada. – disse me jogando em uma cadeira.

_ Temos que tentar outra coisa então. Por que daqui uns dias eu vou acabar sendo internada num hospício. Ou meus padrinhos me internam por me achar louca de estar falando sozinha. Ou você me enlouquece de vez.

_ É tão ruim assim minha companhia pra você? – falei decepcionado por sua falta de sensibilidade com minha situação.

Sumi de seu quarto e demorei algumas horas para voltar. A vida, ou que fosse, longe dela não tinha tanta graça.

_ Pensei que você já estivesse dormindo. – eu disse assustando-a.

_ Que bom que voltou. - eu ela disse sorrindo. Só tinha uma coisa melhor do que vê-la irritada. Era vê-la sorrindo. _ Vem cá, deita aqui comigo.

_ Não acho uma boa ideia. – falei não achando certo uma garota e um garoto deitados numa cama sozinhos.

_ Por favor – ela pediu. _ Não é como se você pudesse abusar de mim ou coisa do tipo, é só pra deitar. Preciso falar algumas coisas com você.

Fui até sua cama, mesmo ficando ofendido. Ficou parecendo que eu não poderia fazer nada com ela. Tá, eu não poderia, pelo menos não nesse estado. Subi na cama olhando-a, deitei ao seu lado cruzando os braços.

_ Queria te pedir desculpas pelo que eu falei mais cedo. Não foi por querer. Mas sei lá, você está me assustando.

_ Oh, claro. Por que pelo menos da ultima vez que chequei eu ainda era um fantasma, e é isso que os fantasmas fazem, não é?

_ Não. Não é isso. Mas é que você tá me deixando confusa, sei lá. Minhas mudanças de humor em relação a você estão me deixando maluca. E você não ajuda sendo gato desse jeito, mesmo para um fantasma.

Encarei-a com um sorriso brincando em meu rosto. Ela me achava bonito, e estava confusa em relação a mim... Será que tão confusa como eu estava me sentindo?

_ Agora eu sou um gato, bom saber. E eu estou te deixando confusa? Olha, não é querendo te assustar não, mas acho que você está se apaixonando por mim. – falei querendo ver sua reação. Ela ficou vermelha.

_ Não seja absurdo. Como eu poderia me apaixonar por um fantasma?

_ Durma Isabella. Você precisa descansar. – falei acabando com a conversa.

_ E você?

_ Vou ficar aqui velando seu sono. Além do que eu não durmo. Agora durma.

_ Não vai embora. Amanhã vou continuar te ajudando. Vamos pensar em algo. Você vai ver.

Ela logo caiu no sono.

O tempo foi passando. Graças a uma conversa que Bella ouviu na escola, e eu ter escutado onde era o hospital onde meu corpo se encontrava, pudemos ir me ver. Minha mãe fez um interrogatório quando Bella disse ser minha namorada. Pelo que parece dezenas de outras disseram o mesmo. Mas eu sabia as respostas, então foi bem fácil. Entramos no quarto e se eu pudesse teria tido um ataque do coração. Eu estava ali deitado, desacordado em cima de uma maca qualquer. O quarto era até legal para um hospital.

Olhei para Bella e ela encarava o chão parecia estar numa luta interna. De pouco em pouco ela subia a vista, mas ainda não olhava para mim. Aquilo já estava me enervando. Garota tola.

_ Dá pra parar de frescura e olhar para o meu corpo?! Sou eu mesmo! Olha! – eu disse empolgado. Aos poucos, e muito lentamente, ela finalmente olhou para mim. E pelo que pareceu longos minutos ela me encarava.

_ Bella?! Eu tou falando com você criatura. Dá pra fechar a boca enquanto me olha, tá me constrangendo. – falei rindo de sua expressão.

_ Eu... O que? Eu não tava de boca aberta. – ela disse incerta.

_ Eu sou gostoso, pode falar.

_ Dá pra parar. E aí já pensou em alguma coisa pra voltar para o seu corpo?

_ Ainda não. Eu não sei como essas coisas funcionam dona Bella.

_ Trate de pensar em algo então. – Alguém bateu na porta nos interrompendo.

_ Isabella? – minha mãe entrou no quarto com cautela. _ Tudo bem por aqui?

_ Sim. Estava conversando com o Edward. Ele vai ficar bom?

_ Os médicos não sabem ainda querida. - ela disse se aproximando da cama. _ Fisicamente ele não tem mais nada. Quando chegou no hospital pensamos que ele poderia até morrer por conta da gravidade. Mas os médicos disseram que ele não havia fraturado nada. Havia apenas um inchaço no cérebro que aos poucos foi diminuindo até desaparecer. Os dias passaram e esperamos que o efeito dos sedativos passasse, mas ele não acordou. O médico que vem acompanhando ele disse que isso é emocional. Que ele pode acordar a qualquer momento. - uma lágrima escorreu por seu rosto. _ Ou ficar assim pelo resto da vida.

Alguns dias haviam se passado. Eu não havia melhorado em nada. Continuava com as máquinas apontando as mesmas coisas. As conversas que eu ouvia dos médicos e enfermeiros não eram muito legais. Minha mãe mal saia da cabeceira da maca que eu estava. Eu subia e descia dentro de mim mesmo. Tentei de todas as formas imagináveis me reconectar ao meu corpo, mas não consegui nada. Minha mãe ou os funcionários do hospital que tocavam em mim não me causavam nenhuma sensação em mim. Nada, absolutamente nada acontecia comigo. Fiquei vagando por dias naquela porcaria de hospital sem graça. Fiquei um bom tempo na ala pediátrica, olhando aquelas crianças cabulosas reclamando até do gosto do remédio em capsula.

Sentia uma saudade imensa de Bella. Daquele seu sorriso encantador. Dos seus olhos que lembravam chocolate derretido. De seus cabelos castanho-avermelhados que balançavam ao vento de forma tão graciosa. Sua voz suave, que só falava besteira, mas que eu adorava. Eu sentia falta dela por inteiro. E ela não voltou ao hospital. Decidi que iria procurá-la. Já era um espírito vagante, se eu ficar louco acabou-se tudo.

Fui até a escola, mas cheguei muito cedo. Ela ainda não estava lá. A maioria dos alunos já estava entrando e nada dela. Resolvi andar pelo colégio a sua procura. A encontrei no pátio da escola junto a um grupo de meninas todas compenetradas em suas tarefas. Bella era disparada a mais bonita de todas. Seus lábios rosados formavam um biquinho involuntário tão gracioso enquanto ela estava concentrada no seu caderno. Fiquei admirando ela até as outras meninas saírem de perto. Aproximei-me dela sem que ela me visse, ela continuava concentrada escrevendo em seu caderno.

_ BOO! – gritei. Ela quase cai do banco com o susto que levou. Gargalhei alto com isso.

_ AHHHH!!! – ela gritou chamando atenção dos demais alunos que estavam no pátio.

_ Ai Belinha, vai me deixar surdo desse jeito. – fingi ter doido os ouvidos com seu grito. Ela me olhou por um tempo com um discreto sorriso nos lábios.

_ Foi ... um rato. – ela disse vagamente para as outras pessoas que ainda a olhavam aturdidos. Ela colocou o caderno na frente do rosto para não chamar ainda mais atenção por ficar falando sozinha. _ Você é louco Edward?! Que susto.

_ Oi Bella, desculpa, mas eu não resisti. Você estava tão linda concentrada no seu caderno que nem me viu chegar. – eu disse olhando para seus olhos castanhos, lindos. E quando ela sorriu parecia que tudo ao meu redor havia se iluminado.

_ Estava com saudade de você Bella. E você nem foi me visitar no hospital. – Fiz um biquinho.

_ Também estava sentindo sua falta. – ela disse corando. E se possível conseguiu ficar ainda mais linda. Meu Deus, a quantidade de vezes que falei que ela estava linda já deve ter superado algum recorde mundial.

_ Minha mãe não para de falar em você. Todas as enfermeiras já sabem que você. "Ela é um amor", "Meu filho tem tanta sorte", "Ela é linda, um encanto de menina" – falei sorrindo lembrando-me do tanto de vezes que minha mãe fez propaganda de Bella no hospital. _ Meu pai está louco para te conhecer. Olha, que quando eu acordar do coma você vai ter que namorar comigo de verdade, se não eles vão ficar muito chateados, sabe como são os pais, não é?! – joguei uma pequena indireta para ela. Ah se eu estivesse no meu corpo.

_ Engraçadinho. E como você está? Conseguiu alguma coisa, um jeito de voltar? – ela perguntou preocupada.

_ Ainda não. E isso está me preocupando. Bella, eu ouvi um médico falando com as enfermeiras que eu posso nunca mais acordar. Que eu estou demorando muito a tornar. E que está muito preocupado comigo por conta disso. Que eu já não tenho nada, que algo me impede de acordar, mas que ele não sabe mais o que fazer.

_ Edward... - fomos interrompidos pelo sinal da escola. _ Eu.. tenho que entrar. Você vai ficar ou vai embora?

_ Você quer que eu fique? – perguntei jogando charme.

_ Quero. – ela disse corando. Sorri com sua timidez e a segui para a sala. Ela sorria discretamente. Mas isso me enchia de esperanças. Um dia Isabella Swan... Um dia...

Depois da escola fomos até o hospital. Ela estava nervosa, não sei por que. Minha mãe já a amava e ficou surpresa por vê-la. Conversaram um pouco e logo Bella foi me ver.

_ Pareço melhor? – perguntei analisando o meu corpo.

_ Um pouco. Mas pra quem está há quase um mês em coma você está ótimo. – ela disse sorrindo.

_ Os monitores não se alteram. Marcam sempre a mesma coisa o dia todo. Bella, eu estou com medo de nunca mais acordar. – falei deixando fluir um pouco da minha falta de esperança.

_ De alguma maneira você vai acordar Edward, tenha fé.

_ Obrigado Bella. Por tudo o que tem feito por mim. Eu sei que te encho um pouco o saco, mas...eu..eugostomuitodevocê. – falei o mais rápido que pude, e sinceramente se eu pudesse estaria hiperventilando ou com todos os tons de vermelho que existia no mundo.

_ Não entendi.

_ Eu, eu gosto de você. – falei olhando bem para ela. O que eu tinha a perder afinal?! _ Não sei por quê. Você é chata, chora à toa, reclamona, mal humorada. Mas eu gosto de você.

_ Eu também gosto de você Edward. Você é legal. – ela disse corando um pouco.

_ Legal?! Eu estou aqui dizendo que estou apaixonado por você e você diz apenas "legal". Eu estou em coma, sou algo entre experiência fora do corpo e fantasma, você é a única que me vê e conversa comigo e eu sou apenas "legal". – comecei a me desesperar.

_ Eu... Não entendi. .

_ Eu estou apaixonado por você. Sei que isso é loucura. Pode ser que eu nunca acorde e você não pode simplesmente namorar um fantasma, mas eu estou apaixonado por você e só Deus sabe o que isso tem me feito mal. Me ver preso, inconsciente a essa cama, a única coisa que consigo fazer sozinho nesse corpo é respirar por que todo o resto está ligado a essas máquinas.... Eu amo você Bella.

Falei dando voltas e mais voltas pelo quarto, estava um pouco irritado para falar a verdade. Eu queria Bella pra mim, mas não poderia. Como alguém namoraria com outro alguém que não pode tocar em nada e nem ao menos sabe por que esta nessa situação.

Fui até ela, parando bem próximo, ela estava calada. Calada demais.

_ Você não vai falar nada? – perguntei olhando para mim mesmo enquanto um inseto chato ficava passando pra lá e pra cá por cima de mim. _ Pelo menos afugenta essa mosca de cima de mim.

Ela estava muito quieta, fui até a janela do quarto e fiquei olhando para a limitada vista que ela dava da cidade. Tentava não enlouquecer com toda essa situação. Foi quando senti um cutucão na minha testa. Seguido de uma pequena dor.

_ O que você fez?! – fui o mais rápido que pude na direção de Bella.

_ Eu não fiz nada, eu juro. – ela disse desorientada.

_ Você me bateu. – falei olhando para o meu eu deitado na maca. _ Faz de novo.

_ O quê? – ela perguntou confusa.

_ Me bate de novo criatura, logo! – falei um pouco mais alto e mais urgente.

Ela novamente bateu na minha testa. E senti de novo o cutucão seguido de uma pequena dor.

_ Rá!!! Eu não acredito!! Eu senti. Tá vendo, eu senti. – falei feliz. Pela primeira vez em tantos dias eu tinha sentido alguma coisa. Era tão estranho, mas ainda assim tão maravilhoso. As máquinas apitavam desesperadas. Eu estava reagindo, eu estava voltando.

_ Eu vou chamar sua mãe. – ela disse já dando alguns passos.

_ Não! Espera. Faz de novo. Aperta minha mão dessa vez. – pedi e ela o fez.

Era muito diferente do cutucão. Era um calor estranho, uma energia que subia por minha mão e crescia por todo o corpo. Era como se vários choques elétricos fossem dados em mim.

_ Você está sentido? – ela perguntou.

_ Sim. – eu sorria. Estava tão feliz, que poderia chorar se tivesse lágrimas. _ Nenhuma das pessoas que encostaram em mim eu consegui sentir, só você Bella. E é tão estranho. É como se eu sempre tivesse esperado por isso.

_ Eu... Eu também estou apaixonada por você Edward. – ela disse quase como um sussurro. Senti o calor aumentar ainda mais dentro de mim.

_ Eu queria tanto poder te tocar Bella. Queria tanto ter te conhecido antes desse acidente. Queria não ter sofrido esse acidente.

_ Eu também queria Edward. Muito. – E o inesperado aconteceu. Ela me beijou. E eu senti. Era indescritível. Fechei meus olhos e pude senti seus lábios suaves e macios encostando-se aos meus. Pude sentir seu cheiro, era cheiro de morangos maduros. O melhor cheiro do mundo. O calor que sentia no meu corpo como se pudesse aumentou ainda mais, era como se eu estivesse entrando em combustão. Eu não ouvia mais nada, não via mais nada. Só sentia, sentia Bella, pela primeira vez.

Tudo pareceu sumir, e novamente voltar, mais com barulhos estranhos e quase ensurdecedores. Eram tantos bips que estavam me deixando agoniado. Uma luz forte me encandeava os olhos. Um cheiro vago de morangos ainda se fazia presente. Mas sentia também um cheiro estranho, éter. Sempre detestei éter. Lembrava-me hospital, que me lembrava de doença, que me lembrava de que eu odiava ficar doente para não ter que ir ao hospital sentir cheiro de éter.

Abri meus olhos ainda incomodado com a luz forte. Várias pessoas estavam ao meu redor e os bips haviam diminuído um pouco.

Me fizeram muitas perguntas e mexeram muito em mim. Eu me sentia cansado e um pouco dolorido nas pernas. Mas no geral estava bem. Aos poucos algumas lembranças começaram a invadir a minha mente. Flashs do acidente, a escola, Bella. Meu Deus, será que foi tudo real? Será que minha mente não me pregou apenas um peça quando imaginei Bella? Essa duvida me corroia, mas tudo realmente parecia ter acontecido. Eu sentia a paixão que desenvolvi por ela apertando dentro do meu peito. O sentimento era real.

Logo uma mulher alta, que se disse psicóloga entrou no quarto e conversou um pouco comigo. Após longos minutos de conversa chata, ela saiu e disse que meus pais entrariam logo em seguida.

_ Edward? – minha mãe chamou na porta. _ Oh Meu Deus, Edward! Você acordou querido.

Foi uma emoção só. Ela beijava todo o meu rosto e chorava me abraçando. Meu pai também estava emocionado, mas um pouco mais contido que ela.

Depois da sessão chororô da minha mãe e de todo o falatório. Ela me disse que havia uma pessoa do lado de fora esperando para falar comigo. Meu coração deu um salto só em pensar em quem poderia ser.

Meus pais saíram e alguns poucos minutos se passaram até a porta ser aberta novamente e uma Bella hesitante Ela parecia ainda mais bonita do que minha mente lembrava. Seus longos cabelos castanho avermelhado, pele branca e olhos cor de chocolate derretido. Ela era linda. Eu estava nervoso, mas ao mesmo tempo achando engraçado seu jeito ao entrar no quarto.

_Oi?! – ela disse entrando completamente dentro do quarto.

_ Oi. Eu te conheço? – eu resolvi brincar um pouco. Afinal quantas vezes eu poderia acordar de um coma?! _ Como é seu nome?

_ Isabella Swan.

_ De onde você me conhece? –perguntei ainda me fazendo de besta.

_ Da.. Da escola.

_ E por que você estava aqui? Eu não me lembro de já ter te visto. O que você faz aqui no hospital?

_ Eu.. eu vim te visitar. – ela começou a chorar. Realmente estava acreditando que eu não lembraria de tudo pelo que passamos, tola. _ Você realmente não se lembra de mim Edward? De absolutamente nada? Não se lembra das nossas conversas durante esses dias?

_ Como eu poderia se estava em coma? – seu olhar era de puro martírio. Estava me corroendo.

_ Eu vou embora, me desculpe, adeus Edward. – ela disse ainda chorando e começando a se afastar de mim. Iria acabar com isso logo. Estava louco para beijá-la de verdade.

_ Espera. Vem aqui mais perto, por favor. – chamei, ela demorou alguns segundos para reagir, mas se aproximou da cama. _ Posso te fazer uma pergunta? – ela assentiu. _Todo mundo disse que eu fiquei em coma durante um tempo. Mas não querem dizer quanto tempo foi, você pode me dizer?

_ Eu não sei se posso...

_ Por favor. – fiz minha melhor cara de cachorro pidão.

_ Quase um mês. – ofeguei involuntariamente. Não tinha me dado conta que havia se passado tanto tempo.

_ É um bom tempo. Eu sei que foi pelo acidente que eu fiquei assim, mas como eu acordei tão de repente? – ela ficou completamente vermelha e quase não seguro o riso. Ela ficava tão linda corada. _ Por que ficou com vergonha?

_ Foi de repente... – tentou disfarçar.

_ Sim, isso eu sei, mas quero saber como? E se você ficou vermelha, você sabe o porquê. – insisti.

_ Eu, eu estava conversando com você.

_ Você está ainda mais vermelha. O que você fez para que eu acordasse? – perguntei, e se possível ela corou ainda mais.

_ Eu... eu... te beijei.

_ Hum, entendo. É meio gay não acha?! Um homem ser acordado por um beijo de amor de uma princesa. – falei sorrindo. _ Mas então me dá mais um beijinho Belinha, vai.

Ela me olhava aturdida. Sua boca se abria e fechava em surpresa. Eu não conseguia parar de sorrir.

_ Você! Seu cachorro! Você quase me matou do coração seu infeliz! – ela disse brava.

_ Ah Bella, você tinha que ver sua cara. Eu não poderia perder essa oportunidade, afinal quantas vezes eu vou poder acordar de um coma? – falei gargalhando da situação.

_ Você tem ideia da aflição que eu passei nessas últimas horas? Nós estávamos conversando, você todo se declarando, eu também. Eu num impulso te beijo e de repente todas as máquinas decidem fazer um samba de tanto apito tocando. Você acorda e não se lembra de mim. Edward! Eu te odeio infeliz! – eu continuava rindo do seu acesso de raiva.

_ Eu sei, agora vem aqui me beijar, que até agora você é a única beijoqueira por aqui, eu ainda não te beijei, e estou louco pra fazer isso. – ela não resistiu e se aproximou de mim com um pequeno sorriso nos lábios.

_ Você é tão linda Bella... Seu cheiro é tão bom. – fechei os olhos para aproveitar ainda mais aquela sensação. Seu cheiro era de morangos maduros, saborosos.

Quando nossos lábios se tocaram levemente. Aquela corrente elétrica se fez presente mais uma vez, olhei em seus olhos e encostamos mais uma vez nossos lábios. Coloquei uma de minhas mãos em sua nuca a puxando para mais perto e aprofundado o beijo. Minha língua vagava por todos os cantos de sua boca. Ela tinha o gosto ainda melhor que o cheiro. Queria que o mundo parasse para aproveitar o máximo possivel aquele momento. Mas respirar era necessário. Separamo-nos por alguns centímetros buscando por ar. Eu permanecia de olhos fechados aproveitando todas as sensações.

_ Eu amo você Bella. – falei ainda de olhos fechados. Tentando nessas miseras palavras expor todos os sentimentos que havia em mim.

_ Eu também amo você garoto. – ela tinha....

_ Você quer namorar comigo Isabella Swan? – perguntei de supetão.

_ Eu pensei que já era sua namorada. – ela disse risonha. _ Aceito ser sua namorada, de novo.

_ Que bom, pois eu não iria aceitar outra resposta. – falei sorrindo.

Fomos interrompidos por batidas na porta. Era o médico que estava cuidando de mim.

_ Edward? Desculpe atrapalhar. Mas você precisa descansar agora. Já se esforçou demais por hoje. – ele disse.

_ É Edward. Eu vou pra casa, já está no meu horário mesmo. Amanhã eu venho te ver de novo.

_ Não. Dormi por um mês inteiro. Não estou com sono, quero ficar aqui, com você. – disse um pouco dramático agarrando a cintura de Bella.

_ Eu sinto muito Edward, mas você realmente precisa descansar. – o médico disse sorrindo cúmplice para Bella. Não gostei disso.

_ Você vai voltar mesmo amanhã? Olha, por que se não for eu fujo daqui e vou até sua casa vestindo só a roupa do hospital. E você sabe o que se significa, vou de bunda de fora, mas vou.

Bella gargalhou, e o médico também.

_ Prometo que depois da escola passo por aqui, pode ser.

_ Fazer o que né. – ela me deu um beijo rápido e foi embora.

_ Vou pedir para a enfermeira vir te dar um sedativo. Só pra te ajudar a dormir. – o médico disse. _ E parabéns pela namorada, é muito bonita.

_ Pois é. Ela é linda e é minha. – disse estreitando os olhos. Humpf. Ele apenas sorriu e foi embora. Logo a tal enfermeira veio com uma agulha enorme. Não gosto de agulhas. Mas não tive muito tempo para pensar nisso, tendo em vista que apaguei minutos depois.

Acordei me sentindo mole, acho que ainda efeito da porcaria do sedativo. Logo todo o hospital começou a entrar no quarto sem me dar muito sossego. Minha mãe foi à primeira, depois meu pai, os médicos que acompanhavam meu caso, algumas enfermeiras, uma fisioterapeuta que iria me ajudar a “destravar” o corpo. Pois eu estava a um mês inerte em uma cama de hospital. E quem eu mais queria ainda não tinha ido me ver.

Fiquei o dia todo impaciente, querendo vê-la, falar com ela. Mas eu não tinha seu número e pela hora ainda estava na escola. Almocei uma gororoba rala que serviram no hospital. E se eu não estivesse varado de fome definitivamente não comeria. Quando deu três horas da tarde, eu de banho tomado, de uma forma constrangedora diga-se de passagem. Dois enfermeiros me ajudaram a ir até o banheiro, me ajudaram a tirar minhas roupas, me sentaram em um banquinho encostado no box e com uma esponja e uma ducha eu me banhei. Depois eles voltaram e me ajudaram a me vestir, e voltar para minha cama. Eu deveria ter ficado da cor de um tomate, foi a coisa mais constrangedora que eu já tive o desprazer de fazer.

Então, já eram quase mais de três horas e eu estava assistindo televisão quando Bella chegou.

_ Oi, posso entrar? – ela disse timidamente. Sorri ao vê-la. Ela não estava com o uniforme costumeiro, e sim com um vestido azul que ia até acima dos seus joelhos, que eram lindos por sinal. O vestido tinha um discreto decote e umas manguinhas ao melhor estilo engana pastor. Seus cabelos estavam soltos o que a deixava ainda mais linda.

_ Entra. Eu estava te esperando. – ela se aproximou da cama e me deu um selinho. Seu cheiro de morangos estava mais forte que nunca. Fiquei um pouco tonto, embriagado com seu perfume.

_ Hum, você está com um cheiro tão bom. – ela disse cheirando a curvatura do meu pescoço. Senti um tremor transpassar por todo o meu corpo.

Depois disso passamos o resto da tarde conversando amenidades e namorando um pouco. Minha mãe aproveitando que Bella estava ali, foi até em casa. Fazia tempo que ela não fazia isso..

O tempo foi se passando, eu já estava recuperado. Não havia ficado com nenhuma sequela do acidente além de algumas marcas arranhões. Eu tinha sessões de fisioterapia regularmente, e era uma chatice. Meu namoro com Bella estava cada vez mais firme, e eu cada vez mais apaixonado. Apesar de sermos de salas diferentes Bella estava me ajudando a voltar com meus estudos. Minha mãe havia falado com meus professores e eles me mandaram os assuntos que eu havia perdido, e Bella vinha toda tarde depois da escola e me ajudava nas matérias. Eu teria quatro provas quando voltasse. Ninguém merece.

_ Eu não acredito que vou embora desse hospital. Não aguento mais ficar aqui. – resmunguei me olhando no espelho.

_ As enfermeiras vão odiar ficar sem o “colírio” delas, mas os médicos, meu amor vão amar parar de ouvir você resmungar. Você é tão chato garoto! – ela disse sorrindo.

_ Eu já disse Bella, não me chama de garoto. – Falei a abraçando. _ É tão bom ficar com você. Não sei como nunca tinha te visto antes naquela escola.

_ Você não estava olhando para o lado certo.

_ Pois é, e você ainda não tinha me paquerado.

_ E eu te paquerei quando criatura? – ela disse com falso ultraje.

_ Oras, na escola. Você que puxou assunto.

_ Mas só eu te via.

_ Sim, mas mesmo assim. E eu já te achava linda. Quando você entrou na sala e sentou ao meu lado te achei a garota mais linda do mundo. E hoje você é minha namorada, olha só.

_ Te amo Edward.

_ Também te amo Bella. – falei beijando-a. _ Agora vamos que eu não quero ficar mais nenhum minuto nesse hospital.

Na sala de espera meus pais já nos esperavam. Fomos embora daquele lugar, Bella iria passar o dia inteiro comigo em minha casa. No carro meus pais foram na frente, com meu pai dirigindo. Deixar minha mãe dirigir era considerado terrorismo no país. Eu e Bella fomos atrás conversando e ora ou outra eu lhe roubando beijos.

Logo avistei a casa que morei a vida inteira. Branca, dois andares, enormes janelas e um jardim que era o xodó da dona Lizzie. Passamos um dia muito agradável. Almoçamos juntos, minha comida preferida. Camarão de coco com espinafre, purê de batatas e arroz branco. E muita azeitona, eu era viciado em azeitonas em conservas.

Durante a tarde eu e Bella assistimos a um filme no meu quarto. Com a porta aberta, exigência da minha mãe. Eu me sentia feliz e completo tendo Bella ao meu lado. Era como se o mundo lá fora simplesmente não existisse. Era só eu e ela. Mas logo isso mudaria. A escola, meus amigos e seus parentes começariam a entrar na história. Eu teria que começar a sequestrar Bella de vez em quando.

Segunda-feira. Já tinha desacostumado a acordar cedo. Levantei de uma vez para não acabar me atrasando. Tomei um banho demorado, e me vesti descendo em seguida para encontrar meus pais tomando café da manhã. Comemos em um clima agradável. Sempre fomos muito unidos, talvez por eu ser filho único. A conversa fluía naturalmente, e entre risadas terminei meu desjejum. Subi até meu quarto indo escovar os dentes e dando uma última verificada no espelho, peguei meus materiais que já havia deixado separado dentro da mochila e desci.

Mesmo a contra gosto fui de carro. Era mais uma das coisas que eu estava com saudades. Dirigir. Mesmo minha mãe achando cedo para isso. Liguei para Bella ainda dentro da garagem e combinei de apanhá-la em sua casa. Ela me passou o endereço exato e disse que já estava pronta me esperando.

Estacionei em frente a bela casa de dois pisos, no melhor estilo europeu. Muitas janelas e o telhado em forma de triângulos. A casa era de um tom singular de marrom com vários detalhes brancos. Havia pequenas áreas verdes bem aparadas com algumas plantas. Mas tudo muito harmonioso e simples. Fiquei alguns segundos pensando no que faria e por fim desci do carro indo tocar a campainha da casa.

Alguns segundos depois uma Bella linda e com um sorriso enorme no rosto abre a porta para mim. Ela me deu um selinho e já ia fechando a porta quando lhe parei.

_ Seus padrinhos estão em casa? – perguntei e ela me olhou de forma esquisita.

_ Estão. Daqui a pouco vão sair para o trabalho.

_ Eu quero falar com eles agora. – os olhos de Bella se escancararam. _ Calma, não é nada formal. Só quero me apresentar.

_ Não sei se isso é uma boa ideia. Mas já que quer assim, entra. – ela disse voltando para dentro de casa e me arrastando pela mão. _ Espera um segundo que vou chamá-los.

Apenas assenti.

Alguns minutos depois um senhor, aparentando uns quarenta anos, alto e loiro vestido todo de branco desceu as escadas de acesso ao segundo piso da casa, juntamente com uma mulher que aparentava ainda estar na casa dos trinta anos. Magra, com rosto em formato de coração e cabelos loiro escuro. Eles continuavam iguais ao que eu me lembrava da minha época fora do corpo. Não tive muito contato com eles, até por que eles não me viam, mas pareciam ser boas pessoas.

_ Bom dia. – comecei cumprimentando os dois que me olhavam divertidos. _ Meu nome é Edward Masen, sou namorado de Isabella, sei que a hora não é muito conveniente e vocês estão de saída, mas gostaria de me apresentar, e dizer que minhas intenções com sua afilhada são as melhores possíveis.

Durante alguns segundos nenhuma palavra foi dita. Bella estava da cor de um tomate. Estava começando a pensar que realmente não era uma boa ideia ter ido me apresentar naquela hora. Mas tudo foi às favas quando o casal a minha frente explodiu em uma gargalhada.

_ Não tem graça. – Bella disse com um muxoxo. Eu já não estava entendendo mais nada.

_ Muito prazer Edward, meu nome é Esme e esse é meu marido Carlisle Cullen. – os dois vieram me cumprimentar.

_ O prazer é meu.

_ Bella, você tinha razão ele é muito antiquado. – O senhor Carlisle voltou a gargalhar.

_ Padrinho! Não tem graça. Eu pedi que vocês não fizessem isso. – Bella parecia constrangida pela recepção dos seus padrinhos comigo.

_ Eu não estou entendendo...

_ Bella disse que você queria se apresentar formalmente. E que você parecia ter saído de alguma história do século 19, pois era todo certinho e educadinho. E pediu que não ríssemos. Mas sinto muito rapaz, foi impossível. – O senhor voltou a rir.

_ Querida, ele parece ser tudo o que você nos disse. E o namoro está mais do que permitido. – A madrinha de Bella disse carinhosamente para ela. _ Você está convidado a jantar conosco hoje à noite. Intimado na verdade.

_ Isso mesmo. Quero que você me explique direitinho suas intenções com minha afilhada. – Carlisle disse tentando soar sério e formal, e claro, falhando.

_ Vocês me matam de vergonha. Parecem dois adolescentes. – Bella ralhou. Mas também ria da situação. _ Vamos Edward, caso contrário vamos nos atrasar.

_ Novamente foi um prazer conhecê-lo rapaz, te esperamos para o jantar.

Bella e eu fomos até o carro onde eu explodi em gargalhadas. Pelo visto a família de Bella era muito divertida. Tirei o carro da vaga e dirigi até a escola.

_ Prepare-se para o ataque. – Bella disse enquanto eu estacionava em uma vaga qualquer no estacionamento da escola. Continuava tudo igual.

_ Do que está falando? – perguntei confuso.

_ Alice me disse antes de sair de casa que estão preparando uma festa surpresa para você.

_ Bella! Você acabou de estragar a surpresa. – eu disse ultrajado, só que não.

_ Que seja, o problema não é esse. É que uma tal de Tânia Denali disse que “agora que o Edward vai voltar nós poderemos engatar nosso namoro. Eu sei que ele gosta de mim, nós somos perfeitos juntos.” Você teve alguma coisa com essa biscate Edward Masen?

_ Sim. Nos beijamos na oitava série. – eu disse serio.

_ Só isso? Tem certeza?

_ Está com ciúmes Isabella Swan? E ainda por cima duvidando de mim. Que coisa feia.

_ Não estou com ciúmes. Talvez só um pouquinho. – ela disse sorrindo. _ Mas vê se não fica convencido. Vamos logo que eu quero enfrentar de uma vez por todas todo o interrogatório sobre nosso namoro.

_ Sim, mas antes – a puxei para um beijo. Havíamos trocado apenas selinhos até agora, eu merecia. Passamos bons minutos nos beijando dentro do carro, até o primeiro sinal tocar. Saímos do carro, eu peguei seus materiais e os meus, e de mãos dadas adentramos o prédio principal. Por onde passávamos as pessoas nos olhavam. Alguns conhecidos me cumprimentaram pela minha recuperação.

_ Edward! – não vi de onde veio, mas tinha alguém em cima de mim me abraçando. _ Que bom que voltou. Estávamos todos te esperando.

_ Tânia? Será que dá pra me soltar? – falei o mais educadamente possível.

_ Ah, claro. – ela disse finalmente me soltando. _ Estamos todos animados com sua volta, preparamos até uma festinha de boas vindas para você. Fui te visitar no hospital algumas vezes, mas sua mãe não me deixou entrar, o que foi muito rude da parte dela.

_ Hum, ela só permitiu que minha namorada entrasse. – eu disse pra ver se ela se tocava que Bella estava do meu lado morrendo de raiva.

_ Namorada – sua voz tremeu um pouco. _ Você não tem namorada.

_ Claro que tenho. – eu disse sorrindo. _ Creio que não conheça, essa é minha namorada, Isabella Swan.

Tânia a olhou de cima a baixo, o que me deixou um pouco incomodado.

_ Desde... Desde quando. – ela perguntou sem nem ao menos dirigir a palavra a Bella.

_ Mais ou menos uns dois meses não é amor? – disse sorrindo de canto. _ Foi um pouco antes do acidente.

_ Hum, sei. Eu.. tenho que resolver umas coisas.. Bem vindo de volta. – Tânia disse indo embora rapidamente.

_ Nojenta. – Bella resmungou quando Tânia deu as costas.

_ Calma, eu só tenho olhos para você.

_ Sei. Essazinha que não venha cheia de asas para o seu lado, caso contrário eu corto as asas dela.

Ri com isso, lhe dando um beijo rápido. Fomos cada um para nossas salas. E nem se eu tivesse ido para a guerra iria ter tanta gente me cumprimentando. 90% eu não conhecia. As meninas eram a maioria, mas pareciam mais contidas, tendo em vista que todo mundo já sabia do meu namoro a essa hora.

_ Foi um inferno, ninguém parou de falar um minuto sequer. Parecia que tinha uma celebridade na escola. Foi constrangedor. – falei dentro do carro em direção a casa de Bella. Parei em frente sua casa e desliguei o motor.

_ Você também, queria o que? Parece até que você é o Brad Pitt da escola de tanta mulher que cai matando. A concorrência vai ser grande.

_ Não tem concorrência nenhuma, eu sou homem de uma mulher só. E essa mulher é você Bella. – eu disse a beijando.

_ Acho bom. – ela disse sorrindo em meus lábios.

Passamos vários minutos entre beijos e palavras de carinho dentro do carro. Até minha mãe ligar para meu celular perguntando onde eu estava.

_ Eu tenho que ir. Mas volto para jantar com você e sua família e seja o que Deus quiser. – eu disse lhe dando um selinho e saindo do carro para abrir a porta para ela. _ Então até a noite, minha linda namorada.

_ Te espero... Garoto chato. – revirei os olhos, ela não cansava.

_ Te amo.- eu disse lhe beijando.

_ Eu também te amo.

O jantar foi divertido e constrangedor em algumas partes, vulgo Emmett falando. Alguns dias depois As duas famílias se conheceram, e bem, se deram bem. Eu não podia estar mais feliz. E assim a vida foi seguindo. Com seus altos e baixos, mas com muitas alegrias. O futuro eu não sei o que me reserva, mas contanto que ela esteja comigo, estará tudo bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lembrem-se de comentar, afinal, esse é o último. Beijos.