Excluídos escrita por Matheus Saioron


Capítulo 5
Capítulo 5- Tapa na cara




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-Tenho todos os problemas do mundo, e todos eles são contigo, princesinha. - Disse ela me encarando cada vez mais. 

Olhei pra ela, eu não entedia. Que problemas ela teria comigo?

-Não, não estou falando disse, sínica. Quais são seus problemas? Família, amigos, namorado, algo do gênero? Vai, fala! -Gritei enfrentando ela. Eu não estava com medo, queria apenas entende-la. 

Todos estavam nos olhando, calados. Um breve momento de silencio se passou, parecia uma eternidade. Todos trocando olhares como se uma "bomba" fosse estourar ali e atingir várias pessoas. Pra quê tudo isso? 

- Você não tem o direito de se meter na minha vida, garota. Sai do meu caminho agora! - Berrou ela. 

O estresse dela foi ao ápice, até que ela veio com a mão no meu rosto. Foi um tapa forte, meu cabelo ficou até desarrumado. Eu não ia deixar barato. Abri a mão e levei na cara dela, não satisfeita, dei outro tapa bem no meio do rosto dela. Quando ela tirou o cabelo do rosto, eu pude ver as lágrimas escorrendo dos olhos dela. Não aguentei a cena, muita crueldade, me senti um lixo, no fundo do poço. Abracei-a. Um abraço longo e  recíproco. Ela me abraçou forte. Eu podia ver os meus amigos do outro lado do refeitório. Estavam tão chocados que os olhos nem piscavam. Ela se afastou de mim. Me olhou - Achei que ia levar outro tapa, estava até fechando um olho, preparada pra tudo o que viesse- e disse:

-Obrigada.

Então, ela saiu correndo do refeitório. Fiquei mais confusa que nunca. E minha blusa ainda estava manchada, um verdadeiro ultraje. Corri ao banheiro e tentei amenizar a mancha, funcionou. Quando sai do banheiro, o sinal da quarta aula estava soando. Me dirigi a sala de aula. A Rachel estava do outro lado da sala; no mesmo lugar de sempre, mas com a cabeça baixa. Eu pude notar que ninguém a reparou, ninguém se quer notou que ela estava de cabeça baixa. Nem a "comparsa" dela. Assim que a última aula acabou, esperei todos ir embora, queria falar com ela que ainda estava de cabeça baixa, chorando. 

-Você não vem, Lau? - Perguntou John intrigado com meu silencio nas últimas aulas. 

-Ah... Não, podem ir, se der, eu alcanço vocês. -Falei acabando de arrumar meus materiais. 

Fui na direção dela; peguei uma cadeira, coloquei a na frente dela e comecei:

-Quer conversar?

-Não... Não consigo conversa quando estou assim, não costumo desabafar... - Falou levantando a cabeça, limpando os olhos e ajeitando o cabelo. Ela ainda continuava bonita, naturalmente. 

-Não estou te pedindo pra desabafar, quero apenas conversar com você.- Expliquei.

-Por que você está sendo legal comigo; eu não mereço isso...

-Ah, isso é fácil, acho que sou a pessoa mais legal do mundo. - Disse brincando tentando afastar todo aquele clima pesado. - Vamos lá, vai fazer o que agora? 

Ela deu um sorriso sem jeito e respondeu:

-Não, nada a fazer agora; tem algo em mente?

-Claro, siga a Laura. - Falei estendendo a mão pra levanta-la. 

-Tudo bem, mas não tenho muito dinheiro disponível pra gastar como você. - Disse ela nos divertindo. 

Ela levantou, pegou a mochila e saímos da escola. Estava levando-a à um dos meus lugares preferidos na cidade, sorveteria. Serio, amo tomar sorvete, e faço "gordices" mesmo. No caminho, ela veio me explicando o que ela gosta de fazer quando está em casa. Estava me impressionando com a Rachel. "Eu costumo assistir muitas series." Eu também amava series, era fã de Supernatural, The walking dead e super apaixonada em Glee. "Eu gosto de Supernatural e The vampire diares..." Confesso que nunca assistir The vampire diares, mas está na minha lista de Próximas Series À Assistir. Pedimos o sorvete e ela me explicou, sem eu pedir, alguns problemas.

-Sabe, é muito difícil não ter os pais por perto sempre que precisamos. 

-Como assim?

-Minha mãe e meu pai morreram em um acidente de carro quando eu tinha 4 anos. Eu me lembro um pouco, estava no carro também. - Ela fez uma pausa. - Agora, eu moro com meu tio, é muito complicado. Ele bebe quase todos os dias e fica insuportável, só quero que esse inferno acabe logo, não sei se aguento muito mais...

Fiquei pensando nos tapas que dei nela sem saber os motivos que ela tinha. Ela não tinha um porto seguro pra confiar como uma mãe ou um pai; estava se sentindo sozinha e com razão. 

-Nem todos conseguem ser perfeita como você, estar sorrindo sempre, ter uma família perfeita como a tua...

-Você vai rir se eu te disser que te invejo pela sua perfeição, inveja branca. Às vezes, nem em olho no espelho por não conseguir ser assim como você, Rachel. Você não precisa de uma família linda sempre ao seu lado, nem de dias com arco-íris. Você consegue colorir o céu com sua beleza natural. E agora, está mostrando que é uma pessoa incrível. Acredite. 

-Você me acha perfeita, mesmo? Se estiver falando isso pra me agradar eu vou enfiar sua cara no meu pote de sorvete. - Falou rindo. - Sobretudo, obrigado. Pode te fazer uma pergunta, Laura? 

-Claro, pode sim. 

-Posso te chamar de Lau? Quero dizer, posso ser sua amiga? -Questionou olhando e mexendo sem jeito no sorvete que estava no pote de sorvete de chocolate. 


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