Excluídos escrita por Matheus Saioron


Capítulo 18
Capítulo 18- Memórias da minha mãe




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Tudo o que se passa pela minha cabeça é como eu vou contar para o Peter que estou grávida. Isto é, inclui responsabilidades e preparamento. Eu tenho 16 anos e realmente, eu não me sinto totalmente preparada para ter um filho. Saber que dentro de mim tem outra vida, e que essa vida depende totalmente de mim é muita informação. Eu coloco a mão na minha barriga e fico imaginando como essa criança será criada, eu não poderia garanti minha companhia, não sabia o quanto ia viver. 

Ao contrario de mim, a minha mãe estava emocionada e alegre com a noticia. Eu fico pensando na possibilidade de ela está gostando da minha gravidez, porque eu talvez eu vá morrer. Ninguém poderia me dizer quanto tempo exatamente eu teria de vida - Ao contrario de John que os médicos supunham dois anos, com margem de erros, claro-. Falei para minha mãe ligar para o Peter e pedi-lo que venha até a minha casa depois da aula. Eu estava deitada, olhando para minha barriga, imaginando ali uma vida. Um criança que irá misturar a minha genética com a do Peter em uma só pessoa. 

-Laura? - Perguntou e bateu na porta, era a voz do Peter. - Posso entrar? 

Me levantei e fui abrir a porta. Logo que me viu, ele me beijou. Nos sentamos na cama. Como eu iria contar a ele? Sou a pior pessoa para dar noticias as pessoas. Eu fico escolhendo as palavras e no fim, eu acabo escolhendo as piores.

-Tudo bem com você? - Perguntou gentilmente. - Você parece diferente. - Afirmou segurando a minha mão e esperando uma resposta da minha parte.

-Tudo ótimo. -Disse e logo fiz uma pausa demorada. - Peter, aconteceu uma coisa entre  nos e... Agora eu ...

Ele me encarou perplexo. Um sorriso foi se abrindo de leve em seus lábios, mostrando aos poucos aquele sorriso que eu tanto amava. Os seus olhos brilhavam cada vez mais me olhando, eu corei e não consegui continuar. 

-Laura, você está grávida? - Questionou colocando a mão sobre a minha barriga. 

Assenti com a cabeça esperando uma discussão de "Como eu vou criar um filho? Eu tenho apenas dezesseis anos." Quando voltei a encara-lo, ele estava sorrindo cada vez mais. 

- Sabe, quando eu olho para você, eu penso que não há nada em você que eu podeira mudar. Porque você é perfeita do jeito que você é. E agora, vamos ter um filho que terá as nossas características. -Fez uma pausa deixando uma lágrima escorrer pelo seu rosto, logo ele as enxugou. - Eu sempre pensei em ter um filho, e agora, eu sei que você foi a escolha perfeita para ser a mãe. Se for uma menina, eu quero que tenha os teus cabelos e seus olhos. Caso for um menino, espero que tenha seu caráter e seu sorriso. - Desabafou e enxugou outra lágrima. 

-Eu não planejava estar grávida agora. - Disse e fiz uma pausa. - Mas você é a pessoa mais perfeita que eu poderia escolher para ser o pai da minha criança. Vamos cria-la juntos, mesmo que eu não viva o bastan...

-Não diga isso, Laura. - Falou me interrompendo. - Você vai estar sempre no nosso lado, do meu e dessa criança que agora está aqui dentro. - Sussurrou colocando as mãos em cima da minha barriga.

-Você é o homem mais perfeito e lindo desse mundo, Peter. - Falei me aproximando dele e beijando-o. 

Logo, minha mãe nos chamou para o jantar. Não tínhamos percebido, mas havíamos passado a tarde toda fazendo planos para nossa nova família. Depois do jantar, o Peter se despediu "Preciso ir agora, contar a novidade aos meus pais." Levantei e o levei até a porta com um beijo de despedida. 

-Promete que vai sonhar comigo? - Pediu o Peter quando ia saindo. 

-Vou tentar ao máximo sonha com você; o anjo mais perfeito que eu já conheci. - Disse. 

Ele me deu o último beijo e se foi. Minha mãe me perguntou o que ele achou e ela ficou super animada com a reação do Peter. 

-Você sempre deve razão, Laura. -Fez uma pausa para beber o refrigerante. - O Peter é um homem incrível. 

Apenas sorri. 

-Eu consigo me lembrar da reação do seu pai quando falei que estava grávida. - Ela fez uma pausa longa como se o passado estivesse se passando pela sua cabeça naquele exato momento. - Ele andava de um lado para o outro fumando sem parar um momento. Só sabia repetir que aquilo foi um erro meu, como se eu tivesse feito tudo sozinha. 

-Você nunca me contou dessa história. - Falei me aproximando dela. 

-Porque é uma história longa. - Falou se perdendo de novo nas lembranças. - Eu tinha mais ou menos a sua idade, e ele não me ajudou em nada. Aliás, quando me dei conta ele havia se mudado e nunca mais eu o vi.- Fez outra pausa longa- Minha mãe me ajudou em tudo, depois eu comecei a trabalhar, fiz um sucesso enorme e hoje você está aí, uma menina incrível que só me trás orgulho. 

Eu a abracei podendo imaginar a dor que ela sentiu; e todos os desafios que ela enfrentou por mim. Não tinha palavras no meu vocabulário que eu pudesse usar para agradece-la. Foi um abraço longo e verdadeiro, umas lágrimas escorreram dos nossos olhos. Logo, ela sorriu e disse:

-Pode contar comigo para qualquer coisa que precisa para essa criança. - Falou. 

-Obrigado, mãe. - Falei sorrindo e limpando o rosto das lágrimas. 

No outro dia, cheguei na escola com abraços da Rachel, Angel, Daniel e Chris. Elas me disseram parabéns. Fiquei me perguntando como elas descobriram. Logo, elas me falaram que o Peter estava muito feliz com a novidade e que contou para todos os amigos. Um sorriso se abriu no meu rosto. "Estou feliz também, vamos criar esse filho juntos." Falei recebendo sorrisos de volta. 

Estávamos andando em direção a sala, a Sarah me viu e veio falar comigo.

-Como pode ser tão baixa e engravidar do Peter só porque vai morrer? Tem medo dele te deixar, Laura? - Implicou. 

-Claro que não, os verdadeiros nunca se vão. Como você é falsa, pode ir saindo da minha frente. - Retruquei continuando a andar, deixando a para trás. 

Na sala de aula, havia um buquê de flores em cima da minha sala com um cartão que dizia:

Como a grávida mais perfeita desse mundo acordou hoje? Espero que seja bem, afinal é um dos dias mais felizes da minha vida. 

Peter é um namorado perfeito, e sabia que seria um ótimo pai também. No intervalo, ele veio me encontrar no refeitório. Os pais dele não receberam muito bem a noticia da minha gravidez. 


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