Já era a ultima aula, e nessa aula eu não teria Henrique para me fazer rir, ele estava se saindo muito bem, e era legal, já havia me contado tudo sobre os grupos e sobres as coisas que aconteceram no começo do ano, e aquele colégio não era tão diferente do antigo, tinha mais uma menina que sempre andava com ele mas não foi para a aula hoje, ela se chama Violetta, e ele me convidou para ir na casa dele depois da aula conhecer ela e fazer dever, conhecer Violetta vai ser legal, mas fazer dever era a ultima coisa que queria fazer naquela tarde, cheguei um pouco atrasada e sentei na única carteira vaga que tinha, já avia passado 10 minutos da aula, quando Alana chegou na sala nem me preocupei em olhar pra ela continuei fazendo a atividade, até ouvir um barulho do meu lado, Alana havia sentado do meu lado, olhei pra ela e ela sussurrou

–nem pense em achar que eu estou feliz em sentar do seu lado

–e você acha que eu estou gostando

Ela levantou o nariz e olhou para frente, a aula estava passando muito devagar, e Alana só sabia olhar para a unha ou rabiscar o caderno, até ela olhar para mim e falar

–fala sério Alice, o que você viu no meu irmão? Ele até que é legal, mas não sabe aproveitar a vida, e pelo seu estilo ficar fazendo dever de casa a tarde toda não é seu hobby preferido

– esse não é meu estilo, mas se você passasse pelo menos cinco minutos conversando com seu irmão saberia o quanto ele é legal e não deixaria aqueles projetos de prostitutas esnobarem ele

–você acha que eu gosto de ver meu irmão lá, sendo alvo de piadinhas?

–não sabia que você tinha coração, sinceramente achava que você se recusava chamar ele de irmão.

– eu já tentei muda-lo, mas ele se recusa, desde os 9 anos ele sempre se esconde nas roupas

–você já parou para pensar que não é ele que tem que mudar e sim vocês que não o aceitam do jeito que ele é, eu já sofri muito com isso, vivi sem meu pai a vida toda, sempre fui julgada por andar com góticos, ou ter cabelos loiros e não ser líder de torcida, eu sei o que ele esta passando

–então você está falando com ele por pena, por saber o que ele já passou?

–não, eu sou uma colega, ele é incrível, e olha que conversei com ele por algumas horas, mas ele é eu só que numa versão masculina.

–tá você que escolhe, eu escolhi o meu, que é ser popular

–não você escolheu ser uma marionete, eu escolhi ter livre opinião, é diferente.

O sinal bateu e eu apenas peguei minha bolsa e sai o mais rápido possível, estava voltando para a casa quando ouvi alguém gritando

–ALLY, ESPERA

Olhei para trás e vi Henrique correndo, que coisa mais fofa, parei e esperei ele correr até onde eu estava, ele parou e recuperou o fôlego, comecei a rir, já que ele estava vermelho de tanto esforço, ele sorriu e disse

– você anda rápido NE

–queria fugir da sua irmã

–da Alana por quê?

–vamos dizer que ela é minha nova parceira de física

–huum, e o que ela queria?

–ela só ficou falando que eu tomei a decisão errada, e que ela já havia tomado a dela

–ela sempre fala para eu mudar, isso é chato as vezes, eu não tenho vontade de mudar

–e você não precisa, sabe seja quem você é, não mude por alguém

–Ally, você é bem melhor do que pensei

–como você pensou que eu era?

–vamos dizer que igual minha irmã

Olhei com cara feia para ele e dei um tapa de leve no ombro dele e falei

–não sou tão chata assim

–eu sei, mas isso foi de primeira impressão.

–acho bom

–e ai, vai querer ir lá em casa hoje a tarde?

–eu não estou com vontade de estudar

–mas nos não vamos estudar, isso era só para manter a aparência

–você só pode estar brincando NE

–não, é que não temos nenhuma prova, e eu ganhei um Ps3

–sério, o meu estragou

–sim, tá que horas na minha casa?

–tanto faz

–então daqui a 1 hora

–tá

Voltamos para casa conversando e cada vez mais eu me surpreendia com Henrique, ele era um garoto normal, só um pouco tímido, mas normal, entrei em casa e minha mãe não estava lá, melhor já que não estava com cabeça para inventar alguma mentira, como “meu dia foi ótimo, fiz bons amigos” ou “vou gostar daqui”, fui direto para o meu quarto, me joguei na cama e fiquei olhando para o teto, esse era um costume meu, mas não havia estrelas, eu sempre colava estrelas e dava nomes a elas, peguei minha caixinha e comecei a colar as estrelas em vários lugares, havia sobrado uma colei ela, mas no fundo e apelidei de Henrique, não sei por que mas o botei bem distante, é me julguem tenho costumes idiotas, mas me deixa melhor assim, deitei de novo na cama e olhei para as estrelas como de costume, elas me lembravam o meu pai, quando eu era pequena minha mãe falava que meu pai seria sempre a maior e mais brilhante estrela, então desde então colo estrelas no teto e a maior é sempre meu pai, troquei de roupa e fui comer, quando deu 1 hora fui para a casa do Henrique, bati na porta e a Sra. Jones atendeu, ela sorriu e falou

–Alice querida, veio ver Alana

–na verdade, vim ver Henrique

–hum pensei que tivesse entrado no grupo de Alana, mas é bom o Henrique ter mais uma amiga

–onde ele está?

–no segundo andar, ultima porta.

–obrigado

Subi até o segundo andar, e fui até a ultima porta, eu ia abrir quando ouvi alguém cantar, fiquei ouvindo a música e parecia ser a música “Somewhere Only We Know”, bati na porta e depois de alguns minutos ouvi

–entra

–Henrique você canta muito bem

Entrei e Henrique não estava com as roupas de nerd, pelo contrario, estava com uma camisa bordo, que não era larga, e meu deus ele tinha músculos e não era pouco, e também com uma calça jeans, só estava com o óculos e o cabelo um pouco bagunçado, tá essa descrição tá um pouco detalhista, ele sorriu tímido e falou

–você ouviu?

–sim e você canta muito bem

–obrigado

Sentei do lado dele e falei

–posso pegar um pouco?

–claro

Peguei o violão e tentei lembrar os acordes da música “Give me Love”, comecei a tocar um pouco, mas resmunguei na hora que era pra cantar, não ia mostrar todos os meus segredos em um só dia de conviveu, ele riu e falou

–eu sei que você sabe cantar

–não sei não

–sabe sim, você me viu cantar, vai quero te ver cantar.

Respirei fundo e comecei a cantar, eu não conseguia olhar nos olhos dele, algo nesse novo cara que estava na minha frente nesse exato momento mexia comigo de um jeito impetuoso e eu não gostava disso, terminei a música e olhei pra ele, reparando que seus olhos eram verdes, incríveis olhos verdes, Alice para agora, sorri e falei

–tá sinta-se privilegiado nem minha mãe sabe disso

–que bom, então vamos fazer um trato você não fala pra ninguém do meu pequeno dom e eu não falo do seu.

–tá bom

–então vamos jogar?

–só se for agora

Ele sorriu e pegou algumas almofadas e botou o jogo, sentei do lado dele e começamos a jogar, até que ouvimos a campainha, era Violetta.