Quando eu cheguei em casa é logico que eu ouvi um monte dos meus pais. E eles acabaram brigando,eles estavam fazendo isso bastante nos ultimos meses.Mas naquela noite foi diferente,meu pai ameaçou ir embora.
Gelei na minha cama quando ouvi ele gritar:

– Eu vou embora daqui! Eu não aguento mais! Você não confia na propria filha,sabe que ela não pediu pra se perder.

Eles brigavam por minha causa. Meu pai sempre confiou em mim,porque sempre fomos mais chegados já que minha mãe era,ou melhor é muito brava.
Naquela noite ele não foi embora,mas eu tenho certeza que logo iria. E eu teria que me mudar,de novo. Provavelmente ir pra casa da minha vó materna na minha antiga cidade,ou sei lá. Não importa porque eu não quero ir.

Chegou uma mensagem:

"Eles ainda estão brigando?

Castiel"

"Sim... Eu vou dormir,tá? Boa noite.

Ridley"

"Não fique assim,ok? Vai ficar tudo bem. Boa noite,qualquer coisa é só aparecer aqui.

Castiel"

Eu sorri e adormeci. Só mesmo o Castiel pra me fazer sorrir agora.
Mas pensando bem,se meus pais se separarem eu vou ter que me mudar. Minha mãe não vai deixar eu falar um A,e é logico que não vai deixar eu ficar com meu pai ou minha tia. Fodeo.
Vou sentir tanta falta do Lys,do Nath,das meninas e do Castiel principalmente.Não.Chora.Ridley.
Ok,parei. Só sei que não quero esquecer eles,vou tirar um milhão de fotos deles... Ou quem sabe passar um dia inteiro com cada um? É uma boa ideia!
...
No dia seguinte levei a camera que tinha comprado pra tirar foto do "Fantasma Lysandre"
Estava sentada debaixo da Cerejeira com o Castiel,como todos os dias.

– Já to até me acostumando com esses negocios. - Ele disse,pegando uma folha de cerejeira na mão. - Mas por que a camera?

– Se eu for embora,quero ter lembranças de vocês.

– Eu já disse que você pode ficar comigo.

– Meus pais nunca vão deixar,e eu ainda não sou maior de idade só tenho 17 anos.

Ele abaixou a cabeça.

– Eles não podem esperar até ano que vem?

– Não sei,vou tentar fazer eles ficarem juntos. A camera é só pra garantir. - Tentei dar um sorriso confortador e abracei ele.

– Não quero te perder agora.

– Não vai perder. Se eu for embora,venho te visitar,te mando uma mensagem a cada 5 segundos,e quando você ver já se passou um ano e eu vou estar aqui com você de novo. Tão rapido quanto uma estrela cadente ou essas folhas de cerejeira.

Ele riu.

– Cinco centimetros por segundo?

– Sim...

– Promete?

– Prometo.

...
Fomos pra escola e no caminho fui explicando que ia passar um dia com cada garoto.

– Não estou gostando nada dessa ideia.

– Vamos lá! É só um dia.

Ele me olhou pensativo e eu fiz a carinha do "cachorrinho que caiu do caminhão da mudança"

– Argh. Ok,pode fazer isso ai.

– EEEEEEE,Obrigado Castielzinho bunitinho da Ridley.

–Castielzinho nãão

...
Chegamos na escola e encontramos o Lysandre. Que ainda estava bravo e nem olhava na nossa cara direito.

– Lys? - Chamei.

– Sim?

– Está tudo bem?

– Sim.

Castiel olhou pra mim e pude entender o recado: "Melhor não falar mais nada."
Fomos andando.

– Acho melhor você arranjar um jeito de se desculpar com ele. - Falou Castiel.

– Eu nem sei porque diabos ele esta bravo.

– Eu muito menos.

Mas ele tinha razão. Tinha que fazer algo pro Lys e o Nath voltarem a falar comigo.
...
Entrei no gremio esperando encontrar o Nathaniel,mas só tinha Melody.

– Meeeeeeeloody! - Falei,sorrindo. Sem duvidas a Melody iria me ajudar.

– Ridley! - Ela retribuiu o sorriso. - Está tudo bem?

– Na verdade não... Nathaniel está bravo comigo... Tem alguma ideia do que fazer pra ele me perdoar?

– Já pediu desculpas?

– Nem sei direito porque ele está bravo.

– Huum... Você pode pedir desculpas e dar algo que ele goste... Eu sei que ele gosta de gatos.

– Não posso comprar um gato pra ele,a mãe dele é alergica certo?

– Não! - Ela riu. - Eu quis dizer uma coisa mais como uma lembrançinha na forma de gatinho,acho que ele vai gostar. Algo feito à mão,um gatinho de pelucia por exemplo.

– Boa ideia! - Abracei ela. - MUITO OBRIGADO,MELODY!

– De nada! - Ela sorriu.

...
Comprei tecido e um kit de costura. Só que eu sou pessima em costura,mas eu me lembro que a Violette me disse alguma vez que era muito boa nisso.
Encontrei ela no Club de Jardinagem desenhando.

– Violette?

– Ridley... Como vai?

– Bem,obrigada. E você?

– Bem também... - Ela sorriu.

– Você pode me ajudar a fazer um gatinho de pelucia?

– Que fofinho,posso ajudar sim.

– Legal,vamos começar?

– Vamos pra sala de aula,pra se organizar melhor.

Fomos pra sala de aula e juntamos duas mesas.

– Você sabe costurar um pouco ou muito? - Ela perguntou.

– Um pouco,mas não sei fazer bichinho de pelucia não...

– Vamos desenhar um modelo e depois a gente costura.

– Ok.

Desenhamos um modelo e depois começamos a costurar.
...
Quando terminamos até que ficou muito bom.

– Muito Obrigado,Violette. Está perfeito!

– Não foi nada... É pra você?

– Não,é um presente. Vou entregar agora mesmo,e mais uma vez obrigado!

Sai correndo da sala sem nem ouvir o que ela disse.
Cheguei no gremio e o encontrei sentado,escrevendo algo.

– Nath... - Sentei do lado dele.

Ele não disse nada,só olhou pra mim e voltou a escrever.

– Olha,eu sei que você está bravo comigo. Não sei exatamente porque,mas não fique assim comigo. Me chama de idiota e de todos os xingamentos que você imaginar,mas não fica bravo comigo mais nenhum segundo.Eu sou brincalhona,idiota,besta e curiosa e VOU me meter em encrencas. Me desculpa,vai... - Eu peguei o gatinho e coloquei perto do rosto dele.- Eu até fiz isso pra você e olha que eu sou pessima em costura,hein?

Ele me encarou por alguns segundos. E lagrimas brotaram nos meus olhos.

– Me perdoa ou eu choro!

– Tá,calma,não chora! Não aguento te ver chorar.

Ele me olhou com doçura. E me abraçou. E eu fechei os olhos, porque só queria sentir os seus abraços. E então me deu um beijo na testa e sussurrou para que ninguém mais ouvisse: “Eu não consigo te odiar" e eu disse: "Que bom"

...
Depois de um looooooooooongo abraço.

– Hey,eu... Queria passar um dia inteiro com você e tirar algumas fotos,tudo bem? - Perguntei.

– Ãh... Claro,mas por que?

– Nada demais,só quero ter lembranças do meu melhor amigo!

– Sei. Bom,é só você me dizer o dia.

– Ok! Eu só tenho que fazer o Lysandre falar comigo e depois venho aqui,ok?

– Boa sorte,ele está bem mais bravo que eu.

– Até desanimei.

...
O que eu faria pro Lys falar comigo de novo? Eu não tinha ideia. Ele gostava de poemas,talvez eu pudesse escrever um pra ele? Uma musica? Sou pessima nisso!
Encontrei ele sentado na fonte que tinha na escola e lendo,me sentei ao lado.

– Rosas são vermelhas, violetas são azuis, eu não sei fazer poemas, mas eu gosto de bacon. - Falei.

Ele apenas tentou disfarçar um riso.

– Por favor Lys, o que eu tenho que fazer pra você falar comigo? Não sou boa em poemas. Ou musicas.... Eu... Posso tocar algo pra você! Espere um segundo.

Ele não disse nada
E eu fui correndo pra sala de musica e peguei um violão.
Quando voltei ele continuava lá,esperando.
Pensei em qualquer musica. E a primeira que veio foi "Echo - Jason Walker''

–Hello, hello,Anybody out there?'Cause I don't hear a sound...Alone, alone...I don't really know where the world is but I miss it now.

Continuei cantando e numa parte ele olhou pra mim. (finalmente)

– I don't wanna be down and I just wanna feel alive and,Get to see your face again once again... Just my echo, my shadow,You're my only friend.

Ele sorriu.

– Pode parar se quiser,você realmente está se esforçando. Nunca imaginei que faria isso. - Ele disse,o que era verdade já que eu estava pagando o maior mico,estava todo mundo olhando pra mim. - Sente-se aqui.

– Aleluia!

Me sentei ao lado dele.

– Então,eu queria passar um dia inteiro com você e sabe... Tirar umas fotos para um album que eu estou fazendo.

– Que interessante... Claro,só marcar o dia.

– Ok! Pode ser... Amanha?

– Pode sim.. - Ele sorriu.

– Bom,eu tenho aula agora,então... Até amanha!

– Até!

...
Na aula Armin estava a minha esquerda e Alexy a minha direita.

– Por que trouxe uma camera,Rid? - Perguntou Alexy,a camera estava aparecendo na minha bolsa.

– Ah,eu quero tirar umas fotos para um album que eu estou fazendo. Posso tirar de você dois?

– Claro,não é Armin?

– Sem duvidas. - Armin sorriu.

– Então vamos passar o resto do dia juntos para eu poder tirar,certo?

– Certo. - Respondeu Armin

E o Alexy deu uma piscadela.
...
A aula acabou,olhei pro lado e o Armin estava jogando,só pra variar. Não sei como o professor não pegou ele dessa vez.
Fui atras da cadeira dele.

– Armin,Armin... - Falei.

– Ãh?Que? - Ele inclinou a cadeira e me olhou. - Já acabou a aula?

– Já.

Tirei uma foto dele.

Ele levantou.

– Eu não estava pronto! - Resmungou.

– Ah,vamo sair logo dessa sala. - Disse Alexy,que já estava na porta.

Saimos da sala e ficamos dando voltas pelo corredor.

– Você chegou aqui quando Rid? - Perguntou Alexy.

– Ãh...No começo do ano,lá pra Fevereiro.

– Veio pra cá no 2 ano? Por que? - Perguntou Armin,esses dois não são nada curiosos.

– Ah,meu pai muda bastante de cidade por causa do trabalho. E agora eu estou aqui por causa disso.

– Deve ser legal... - Falou Alexy.

Olhamos pro lado e o Armin já estava jogando de novo.

– Oo Vicio hein? - Falei.

– Pare de jogar Armin,dê um pouco de atenção pra garota. - Alexy cruzou os braços.

– Calma,só mais esse nivel! - Armin mordeu os labios.

Esperamos dois minutos.

– Pronto,o que querem fazer? - Perguntou Armin.

– Podemos divertir essa garota super gentil. - Alexy veio e apertou a minha bochecha bem forte. - Olha que fofura! Como pode ignorar isso?

– Eu não estava ignorando!

(Notas da Magic: A Ridley não tem o cabelo dessa cor,é castanho. Mas eu não achei uma imagem assim e tava com preguiça de colocar preto e branco.)

– Que tal um shopping? - Sugeriu Alexy.

– Vai ser otimo... Só solta minha bochecha? Não sinto mais ela. - Falei.

– Ah claro,desculpe.

Armin riu.

– Shopping não. - resmungou Armin. - Vamos pra casa e jogar alguma coisa!

– Você só faz isso! - Alexy fez cara feia.

– Ok,garotos! Vamos fazer assim,jogamos um pouco com Armin hoje porque na ultima vez eu fui no shopping com o Alexy.

Alexy cruzou os braços.

– Está bem! Mas vamos continuar aqui na escola.

...
Sentei no chão e comecei a jogar com o Armin. ( Sim no corredor.)

( Notas da Magic: Os olhos dela são verdes,ok? Mais uma vez não tinha uma imagem e a preguiça venceu )

O Alexy ficou olhando mas depois de um tempo se juntou a nos. E ficamos jogando por horas no mini coisinha do Armin.
Tirei uma foto ou outra.

– Háá,Ganhei! - Gritou Armin.

– Não vale! Você roubou! - Falei,olhei ao redor e vi que estava todo mundo indo embora. - Melhor a gente ir,já tá todo mundo indo...

– Verdade. - Concordou Alexy.

Levantamos e fomos andando.

– Tá calor né? - Falou Alexy. - Queria um sorvete agora,mas meu dinheiro acabou.

– Ah,tudo bem,eu compro. - Falei sorrindo.

– Eu não quero... Vou indo pra casa então! Até mais! - Armin foi embora.

– Serio que você paga o sorvete?

– Claro.

– Voooooooocê ééé tããããooooo geeeeeentiiiiiiiiiiiiiiil!

Alexy me deu um mega abraço esmagador.

( Notas da Magic: Isso,a Ridley é assim! Cabelos castanhos e olhos verdes,vocês já devem ter notado..)

– Não consigo respirar,Alexy.

– Ah,desculpe de novo! - Ele me soltou sorrindo.

– Muita força nesses gravetos...Bom,vamos?

– Vamos!

Fomos andando até a cantina e compramos dois sorvetes de palito. Fomos andando até a saida.

– Você namora aquele menino de cabelo vermelho né?

– Sim,é o Castiel... E você já namora com alguma garota daqui? Dizem que a Violette gosta de você.

– Ah,deixa eu te esclarecer,ok? Ela não é meu tipo de forma alguma,nem ela nem outra garota da escola. Digamos que eu prefiro um... um pouco mais musculoso.

Por dentro: GENT,ELE É GAY,ELE JOGA NO OUTRO TIME,DA FRUTA QUE A GENTE GOSTA ELE CHUPA ATÉ O CAROÇO!

Por fora:

– Serio?? Isso é tãããão legal! Sempre quis ter um amigo que goste de pessoas musculosas!

Ele riu.

– Que bom que você não é preconceituosa.

– Claro que não! Seriamos amigos até se você namorasse um camelo.

Ele caiu na gargalhada.

– Que bom,isso nunca vai acontecer,pode relaxar.

– Huum... E nem pense no meu namorado,hein?

– Homem de amiga minha pra mim é mulher.

Eu ri.
Chegamos na saida ele foi pra um lado e eu pra outro.
Uma mensagem chegou no aqui no meu iPod:

"Me encontre na maldita cerejeira.

Castiel."

Só maldita? Ele estava de bom humor.
...
Encontrei ele sentado embaixo da mesma cerejeira,que ficava a poucas quadras da minha casa.
Ele me puxou pra debaixo da cerejeira e me beijou.

– Senti sua falta. - Ele falou,Afastando o cabelo do meu rosto.

– Também senti sua falta,bad boy.

O Beijei de novo.

– Ainda bem que essa rua é deserta .- Ele sussurrou e sorriu.

– Pois é,achariam que somos loucos.

– E somos loucos,sua loucura parece um pouco com a minha.

Fomos andando e ele me deixou em casa,apesar em insistir muito pra mim ir pra dele. Mas com as brigas dos meus pais não seria muito bom.
...

No dia seguinte fui pra escola esperando encontrar o Lysandre,mas eu procurei na escola toda e ele tinha faltado.

– Será que aconteceu alguma coisa? - Perguntei ao Castiel.

– Não sei,está tudo bem. Esquece isso. - Ele deu uma mordida no sanduiche,nervoso.

– Huum... Ok,vou tentar falar com o Nathaniel. - Me levantei do banco do patio,mas ele segurou meu braço.

– Não,fiquei aqui. Passe o dia comigo,por favor? - Ele me olhou triste,como se pudesse desabar a qualquer momento

– O que houve? - Me sentei de novo,e coloquei as mãos no rosto dele. - Eu fico com você,mas só se sorrir pra mim.

Ele deu um sorriso meio torto.

– Huum... Está melhorando.

Ele me abraçou como uma criançinha com medo do escuro. Nada estava bem. Alguma coisa estava acontecendo. E eu não conseguia descobrir e odiava ver os meninos estranhos assim. Eu odiava ver o Castiel assim,sem nem ter ideia do porque. E ele nunca ia me contar. Nada errado,nada certo.
...
O resto do dia foi normal. Ele não ficou triste mais nenhum outro segundo. Falamos mal da roupa dos outros,rimos,comemos besteiras e planejamos o que fariamos no aniversario dele que era daqui 3 dias.

– Não tenho ideia do que te dar... - Falei,enquanto brincava com o resto de bolo de morango no meu prato.

– Você pode... Dormir na minha casa,vai ser o melhor presente de todos.

– Alguma coisa que eu possa comprar!

– Um pijama novo pra dormir na minha casa?

Eu ri.

– Mas é insistente,hein? Eu vou dormir na sua casa sim,mas agora me diga outra coisa.

– Ah... Eu não sei,uma guitarra nova.

– Algo que eu possa comprar.

– Não precisa de nada! Se embrulhe e apareça na porta da minha casa,que eu já fico feliz.

– Ah desisto.

...
Quando o Castiel foi pra uma aula e eu pra outra aproveitei pra ir falar com o Nathaniel.

– Naath! - Coloquei a mão no ombro dele quando ele saia da diretoria.

– Ridley! - O rosto dele se iluminou. - Então,já sabe que dia vai ser?

– Pode ser... Amanha?

– Huum... - Ele pensou por alguns segundos. - Acho que dá pra tirar o dia com você. Vamos fazer o que?

– Eu estava pensando em... ir no parque. Soube que tem um na cidade mas eu nunca fui.

– Tem mesmo,você vai adorar.

Eu sorri.

– Bom... Melhor eu ir,tenho que resolver umas coisas no gremio. Até amanha!

– Até.

...
De manha bem cedo o Castiel me mandou uma mensagem:

"Tem telefone pra que nessa porra de casa se ninguem atende? Perdeu o medo de morrer? Tá me traindo é? Te amo,me liga

Castiel."

Nervoso por que eu ia passar uma tarde com o Nathaniel? Imagina.
Me levantei e ouvi gritos vindo da cozinha,estava cada vez pior.
...

Cheguei na escola e o Nathaniel estava no portão olhando para os lados,me procurando.

– Ai está você! - Ele falou e me abraçou. - Pronta?

– Pronta!

Ele pegou na minha mão e fomos andando pelas ruas,algumas eu não conhecia.

– Não dá pra acreditar que você está aqui a uns 6 ou 7 meses e nunca foi no parque da cidade.

– Pois é,nem sabia que ele existia até a Violette falar que gosta de desenhar lá

– Você desenha também né?

– Sim,mas não tanto quanto a Violette.

Ele sorriu.

– Bom,chegamos.

O parque era imenso,com uma grade verde em volta,havia algumas cerejeiras também.

– Uau. - Foi tudo que eu consegui dizer.

– Sabia que ia gostar.

Ele sorriu,pegou na minha mão e saimos correndo.
Tinham umas poucas pessoas no parque,pessoas correndo,algumas familias e crianças felizes. Argh,isso tudo era tão nostalgico. Se.Mata.Ridley.
...
Finalmente encontramos uma mesa e nos sentamos.

– Fome? - Perguntei.

– Um pouco. - Ele fez uma careta

Eu ri.
Peguei umas comidinhas que minha mãe fez,deviam estar boas,quando ela tá brava a comida dela fica um arraso!
Coloquei na mesa e o Nathaniel abriu os potinhos.
Tinham uns legumes doidos lá,devia ser bom.

– Nem me pergunte o que é isso.

– Tem uma cara boa. - Ele sorriu.

– Só pra garantir....

Peguei um pouco e provei.

– Huum... Tá boum! Experimenta!

Peguei um pouco com o garfo e ele abriu a boca.

– Huum... Tá bom mesmo,você que fez?

– Quem derá,não sou tão boa na cozinha.

– Eu também!

– Uma vez,eu fui pra escola e esqueci o arroz no fogo. Imagina a situação quando eu cheguei! Minha mãe me fez comer arroz toradinho!

Ele riu.

– Serio?

– Aham,minha mãe é bem brava. Tive sorte que meu pai chegou a tempo de me salvar!

– Meus pais também são bravos... - Ele pegou um potinho com uma coisa rosa dentro. - O que é isso?

– Deve ser ... sabe? Aquela palavra que começa com M? Como é mesmo...

– Mousse?

– Ééé,esse bagulhete ai. De morango eu acho... Gosta?

– Não sou muito fã de doces...

– Como pode? Está perdendo o melhor da vida.

Comecei a comer o mousse.

– Vai comer a sobremesa primeiro? - Ele me perguntou,confuso.

– Claro. E se eu morrer antes de comer a sobremesa? E se o Zé colmeia aparecer e roubar tudo antes de eu comer? E se um meteoro cair em mim? Eu vou ter morrido sem comer o que eu mais queria.

Ele caiu na gargalhada.

– Está bem,mas ainda acho que você poderia se arriscar.

– Está pronto pra lidar com essa responsabilidade? Se eu morrer você vai viver com isso pra sempre.

– Estou pronto.

Larguei o mousse e comecei a comer os legumes doidos e um macarrão que tinha lá.
...
Quando terminamos de comer,nos sentamos embaixo de uma arvore.

– Me conte mais sobre sua familia. - Ele disse.

– Não tem muito pra falar... Quando eu e a Clarisse eramos pequenas,estavamos andando num shopping todas distraidas e ela bateu a cabeça em um extintor. Eu nunca ri tanto na minha vida!

– Serio? - Ele deu aquela risada gostosa.

– Aham. Ela é filha da Tia Agatha,não se poderia esperar menos que isso.

– Agatha é aquela mulher de cabelo rosa e...

– Sim. Ela é meio doidinha. Mas o resto da familia é normal,relaxa.

– Ufa.

– E você só tem a Ambre de irmã,certo?

– Sim...

– Deve ser complicado...

– E é,mas acostuma. - Ele deu de ombros.

Continuamos a contar historias,até o primeiro bocejo.
Ele colocou a cabeça encostada na minha e dormimos por uma hora ou uma hora e meia.

..
Então eu acordei e ele ainda estava dormindo.
Tão lindo,parecia um anjinho. Dava até dó de acordar.

– Nath... Acorda... - Segurei o rosto dele com as duas mãos.

– Ãh... Mais 5 minutos,mãe. - Ele disse sorrindo.

– Engraçadinho,vamos tirar uma foto!

Tirei uma foto do rosto dele,sorrindo.

– Ficou boa?

– Ficou otima! Mais uma!

Nos juntamos e tiramos uma foto juntos.

Tiramos muitas outras depois,de praticamente tudo.
...

Ficamos dando varias voltas no parque.

– Melhor a gente ir,daqui a pouco escurece. E o... ãh.. - Ele corou. – Castiel deve estar preocupado.

– Ah,não tem problema. Ele sabe que eu estou bem. Mas está tarde melhor irmos mesmo...

– é...

Então ele me puxou pelo braço e fez a ultima coisa que eu esperava.
Me beijou.

Afastei ele assim que me dei conta.

– Rid... Me desculpe,não sei o que me deu.

– Tu-tudo bem. - Meu coração estava a mil, e nem vamos falar das borboletas. Aguenta.Rim.

– Ah... Só... Vamos esquecer isso,ok?

– Ok...

Ele fez gesto para que eu fosse na frente.
O resto do caminho foi silencioso. Eu nunca podia esperar aquilo.
Nathaniel...Meu melhor amigo,me beijou! Mas.Que.Merda.É.Essa.
Sendo que ele sabe que eu namoro o Castiel,isso não é muito a cara dele.
Se eu senti alguma coisa?
Talvez,
Um grande e provavel Talvez.
E agora tudo que me resta é
Esquecer.
...
Meia noite meu celular tocou:

"Me conta TUDO que aconteceu! O que aquele idiota fez?

Castiel as 00:00 de sab."

E eu respondi:

"Nada,ciumento. Foi tudo normal,não teve nada. Pode dormir tranquilo.
Mas sabe se o Lys deu as caras hoje?

Ridley as 00:01 de sab"

"Não,acho que ele está criando uma musica inovadora ou sei lá.
Não se preocupe,semana que vem ele esta de volta.

Castiel as 00:02 de sab"

"Okay. Boa noite,vai dormir,ser humano.

Ridley as 00:02 de sab"

"Mas é sabado...

Castiel as 00:03 de sab"

"Não importa,tenho que encontrar seu presente pra amanha.

Ridley as 00:04 de sab"

"Já disse que não precisa. Mas tudo bem,você venceu. Pode ir dormir. Sonha comigo!

Castiel as 00:05 de sab"

"Sempre

Ridley as 00:05 de sab"

Virei pro lado e voltei a dormir.
...

Quando acordei no dia seguinte,fiquei deitada na cama,só pensando no que eu deveria dar de presente pro Castiel. Guitarra? Não. Corrente? Outra não. Camiseta? Talvez,mas de que banda? Sei lá,são tantas. Algo feito por mim? Uma foto?Uma musica?Uma carta?Um poema?
Levantei e peguei o notbook.
Entrei no tumblr automaticamente e a primeira frase que tinha lá:

"Tudo que você precisa é a unica coisa que não posso te dar: Tempo."

Tempo... Essa frase descrevia minha situação,eu não sei quanto tempo tenho. Nem aqui nessa casa,nem nessa cidade,nem nessa atmosfera.
Huum...Tempo... Posso dar um relogio pra ele? Um relogio de bolso? É antigo e bonitinho. Quem não gosta?
Resolvi fazer isso mesmo,já que a falta de criatividade reinava.
...
Fui tomar café e só tinha meu pai na cozinha fritando alguma coisa.

– Aonde está a mãe? - Me perguntei sentando na mesa.

– No quarto,lamentando a vida,se recusa a descer. - Ele colocou um prato de ovos e bacon na minha frente. E voltou pra pia. - Vai a algum lugar?

– Comprar um presente para o Castiel.

– No shopping?

– Sim...

Ele se sentou na minha frente,com um prato enorme de panquecas. Isso só queria dizer uma coisa: Ele estava triste.

– Sabe o que vai comprar?

– Mais ou menos... Estava pensando em alguma coisa que lembrasse o Tempo,entende?

– É uma otima ideia. Alguma coisa antiga,certo?

– Sim,um daqueles relogios de areia ou de bolso...

– Por que não compra um livro? Nada melhor. Agatha Christie ou Bukowski,aquele garoto precisa de um pouco de... cultura.

Meu pai já conhecia o Castiel e sabia que nos namoravamos. E não gostava nada disso,claro.

– É uma otima ideia. - Eu ri. - Bom,vou indo então.

Comi a ultima fatia de bacon e dei um beijo na bochecha dele antes de ir.
...
Acabei comprando um livro de Bukowski,um relogio de bolso e resolvi escrever um texto pra ele.
Ele tinha que gostar de algum deles,certo?
...
Estava escrevendo o texto e então chegou uma mensagem:

"Dark angel,vai ficar comigo hoje,certo?

Castiel as 11:38 de sab."

"Sim,umas 18 eu to ai,broken angel.
Já comprei seu presente,eu não sei se você vai gostar...

Ridley as 11:39 de sab"

"Mesmo que eu não goste de cara,você dá um jeito de tornar especial. É uma merda não conseguir odiar nada em você. '-'

Castiel as 11:01 de sab"

Eu ri e continuei a escrever o texto.
...

18:34 eu já estava sendo "atacada" pelo Dragon.
Castiel ria como sempre.

– Saia de cima dela,Dragon.

Muito obediente,Dragon saiu de cima de mim.
Ele pegou na minha mão e me ajudou a levantar.

– Senti sua falta! - Ele disse e me abraçou.

Como se fosse o ultimo abraço.Eu até estranhei mas não havia tempo para sussurrarmos todas as coisas que precisávamos dizer. Mas as palavras em si não importavam. Só estávamos pensando uma coisa: Eu te amo.
...
Depois do longo abraço e uns beijos,entramos e nos sentamos no sofá.

Entreguei o livro pra ele,estava num embrulho roxo.

– Oh my god,será um carro?Uma guitarra?Um skate? - Ele disse,rindo.

– Engraçadinho.

Ele rasgou o papel e ficou encarando por alguns segundos,como se fosse um bicho desconhecido.

– Há um lugar no coração que nunca será preenchido.Um espaço e mesmo nos melhores momentos. E nos melhores tempos. Nós saberemos, Nós saberemos mais que nunca. Há um lugar no coração que nunca será preenchido.E nós iremos esperar e esperar nesse espaço... É Bukowski,seu sem cultura.

– Ahh... - Ele riu. - Você já me falou sobre ele.

– Milagre você se lembrar. Mas como eu sabia que você não ia gostar,eu resolvi trazer 3 presentes.

– O que? - Ele me olhou assustado. - Não acredito que você fez isso!

– Relaxa. - Eu sorri e tirei o relogio de bolso e coloquei na mão dele. - Contamos as horas, os minutos, os segundos.Estávamos ficando sem todos eles.

– Você e suas frases tocantes....

– Se não gostar,pode entregar pro Lys,ele vai amar. - Cruzei os braços.

– Nãão! Eu gostei! - Ele pegou na minha mão e deu um beijo bem de leve. - O melhor presente de todos,senhorita.

– Bom mesmo,senhorito. - Segurei a risada. - E eu escrevi uma coisa também...

– Me ame menos! - Ele sorriu. - Brincadeira,leia pra mim.

– Ah,você não tá merecendo!

Ele começou a me fazer cocegas e eu fui vencida.
Fiquei de pé,peguei o papel e comecei a ler:

– Odeio o modo como fala comigo e como mexe em seus cabelos.
Odeio quando finge que está com raiva só pra me ouvir te chamar.
Odeio o modo que me olha e odeio mais ainda quando vou dizer algo e o brilho dos teus olhos vem me calar.
Odeio quando me deixa sem graça e como consegue ler minha mente.
Eu odeio tanto isso em você que até me sinto doente.
Eu odeio...Eu odeio quando diz que meu sorriso é lindo e quando me chama de anjo.
Odeio o modo que toca o meu rosto e as suas brincadeiras quando falo sério.
Odeio mais ainda quando me pede pra não ir embora.Eu odeio pois você sabe que eu não resisto.
Eu odeio como está sempre certo.
E odeio quando você começa a falar e não termina.Odeio pois fico sem saber o que pensar.
Odeio o modo que sorri.É fascinante,eu fico sem rumo.
Eu odeio quando me faz rir muito mas mais quando me tira do sério.
Eu odeio quando não está por perto e o fato de não me ligar.
Eu odeio pensar em você o dia todo e não te encontrar.
Eu odeio quando você diz que eu não resisto a você.
Eu odeio quando não me deixa chorar.
Odeio quando me dá a razão e mais ainda quando me diz que não.
Eu odeio essa sua cara lavada me pedindo perdão.
Odeio quando diz que estava com saudades e odeio quando não vem me abraçar.
Eu odeio te dar as mãos e ter que soltar.
Eu odeio como sabe meus passos e o caminho que vou seguir.
Eu odeio não poder te ver todos os dias e te querer cada vez mais perto de mim.
Mas eu odeio principalmente,não consiguir te odiar.
Nem um pouco,
Nem mesmo um instante,
Nem mesmo por um segundo,
Nem mesmo só por te odiar.
Eu odeio não conseguir sem você ficar e odeio mais ainda só saber te amar.

Castiel ficou um segundo sem reação e depois disse:

– Dizem mesmo que eu sou apaixonante.

Ele me puxou pra bem perto dele e deitamos no sofá.

– Quem disse isso? - Perguntei,rindo.

– Muitas garotas.

– Tipo quem?

– Não importa agora. Eu te amo,Rid.

– É melhor mesmo. Porque não sei o que faria sem você.

– Não existe eu sem você,Ridley.

Ele se inclinou e me beijou,até que o corpo se encaixava perfeitamente no meu,como se tivessem sido feitos pra ficarem juntos.