– WOW! Bom trabalho! - gritou Jack impressionado e começou a bater palmas. Eu? Eu estava fazendo uma dança louca, mexendo mais do que uma minhoca loucona e corri em sua direção. Nós batemos nossas mãos e então ele me olhou serio. - Hey, eu acho que deveríamos voltar. A criança pode acordar a qualquer momento.
Eu apenas acenei e nós seguimos em direção a cabana.
O negócio é que quando nós chegamos na cabana não havia nem sinal do menino. Mas Elijah estava ali esperando por nós. Ele me olhou por alguns segundos e então nos ofereceu duas xícaras de café.
– Onde está o menino? - eu perguntei.
– Está com Linda e Antoni. Eles estão tomando de conta dele. - Elijah respondeu.
Eu então me concentrei em minha xícara de café antes que o buraco que havia se formada em minha garganta explodisse.
– Os corpos... - começou Jack, mas Elijah acenou e lhe lançou um olhar de alerta e a voz de Jack desapareceu. Eu fingi que não perceber o que se passava ali.
Elijah apontou para que eu me sentasse na cama-sofá-mesa e puxou uma cadeira para que pudesse ficar próximo e de frente para mim.
– Tiffany... - ele parou e parecia tentar escolher cuidadosamente suas palavras. - Eu preciso saber... Eu queria que você me dissesse tudo o que ele lhe falou.
Ele não precisou dizer a quem ele se referia. Eu sabia que ele estava falando de Ares.
Eu então desviei meus olhos dos seus e olhei para o chão.
– Ele... - minha voz falhou e eu pigarreie algumas vezes antes de continuar. - Ele disse que meu tempo estava acabando e que se eu não fosse até ele, ele iria me levar a força. - eu respirei fundo antes de continuar. - Ele disse que mais pessoas iriam morrer e que eu não tinha como fugir dele. Ele disse que eu tinha uma semana até que... Até que ele me tirasse daqui a força.
A sala caiu em um silêncio profundo. Ninguém ousou dizer uma só palavra por um bom tempo. Elijah então pegou minhas mãos e disse:
– Eu sinto muito por tudo o que aconteceu ontem. Mas eu quero que saiba que eu estou fazendo de tudo para que isso não aconteça de novo, estou me certificando de que todos tomem o soro.
Eu voltei meu olhar para Elijah e seu rosto transparecia dor, assim como cada palavra que ele pronunciou. Ele claramente se culpava pelo que havia acontecido e meu coração se encheu de compaixão por ele.
– Eu sei. E eu agradeço muito por tudo o que tem feito. - eu disse e então foi a minha vez de escolher cuidadosamente minhas palavras. - Ele pode fazer isso? Quero dizer, me tirar daqui a força?
Elijah trocou um longo olhar com Jack antes de responder. Mas quem respondeu foi Jack.
– Sim. Nao seria fácil, mas não é impossível.
– Tem algo que nós possamos fazer para evitar? - eu perguntei.
– Não.
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Eu estava indo com Jack em direção a reunião. Desde a nossa conversa com Elijah parecia que nós dois havíamos entrado em uma nuvem negra ou algo desse tipo, pois o clima estava muito pesado.
O que não estava ajudando, por que minha mente ficava voltando para tudo que havia acontecido há algumas horas atrás. Os pais dos meninos sendo mortos... Eu balancei a cabeça e falei a primeira coisa que passou pela minha cabeça.
– Você acha que essas reuniões podem realmente nós ajudar?
– Eu não sei... - disse ele pensativo. - Mas se realmente conseguirmos usar nossos poderes em conjunto, talvez isso nos ajude.
– Você acha que podemos ganhar?
Ele não respondeu nada por um tempo que eu achei longo demais.
– Eu acho que isso pode nos dar mais tempo.
E então nós nos juntamos aos outros para a tão aguardada reunião. Estavam todos reunidos em uma grande clareira e no momento que nós chegamos um silêncio caiu sobre ela. Todos começaram a me encarar, alguns com raiva, outros com simpatia. Eu consegui avistar Paul acenando para mim e Jack e apontando para dois lugares ao seu lado. Nós fomos para nossos lugares e Elijah chamou a atenção de todos.
– Eu sei que todos vocês estão assustados e magoados com o que aconteceu ontem. Alaric e Jenna eram duas pessoas muito amadas por todos e nada vai conseguir reparar a dor que suas perdas nos causaram. Eu os amava como a um irmão e me corta o coração saber que eu nunca os verei de novo. Mas eu acho que falo por todos nós quando digo que isso só nos dá mais vontade de lutar. Lutar pelo fim dessas mortes. Lutar pela chance de oferecer um mundo melhor para aquela criança que agora está sem seus pais. E lutar por tantas outras que tiverem suas almas tiradas delas. E saibam que o que puder fazer para conseguir isso, eu farei. Não importa o preço. E eu espero que vocês também façam. Eu não vou obrigar ninguém a lutar, mas eu espero sinceramente que todos se juntem a nós. Quem não irá se juntar a nós eu peço que voltem a suas funções agora.
Elijah esperou por um longo tempo, mas ninguém se levantou.
– Muito bem então, vamos começar. - disse Elijah e acenou. - Jack, pode vir até aqui?
Eu troquei um olhar com Jack e ele foi em direção a Elijah.
– Como muitos de vocês sabem, Jack foi treinado durante toda a sua vida para conflitos de corpo a corpo, o que eu acho que pode ser de grande utilidade para todos nós, pois isso ele vai coordenar alguns de vocês, lhes ensinando tudo o que ele puder. Aqueles que já possuem conhecimento nesse tipo de prática irão se juntar a para que possamos trabalhar nossos poderes. E nao se preocupem, pois vamos nos reunir depois para que todos treinem seus poderes. Aqueles que vão treinar a parte da luta, permaneçam aqui. Os outros, venham comigo, por favor.
Elijah fez um sinal e a multidão começou a se dispersar.
– E então, em qual dos grupos você vai ficar? - perguntou Paul.
– Hmmmm... O da luta, eu acho. E você?
– Eu também. Eu não vejo como meus poderes possam ser muito úteis em uma batalha, então é melhor que eu saia daqui um Rocky O Lutador.
Eu lancei um sorriso triste em sua direção e então nós nos juntamos aos outros do nosso grupo.
– Bom, - disse Jack - eu preciso que vocês formem duplas para que possamos praticar alguns movimentos básicos.
– Tiffany, - disse Paul pegando a minha mão e fingindo que ia se ajoelhar - você me concede essa honra?
Eu tive que rir com aquilo.
– Claro. - eu disse fingindo levantar meu vestido.